Raízes Profundas: As descobertas de um homem sensível vivendo em mundo machista

Prefácio

Sinto-me honrada em abrir as portas para que você tenha acesso aos tesouros contidos neste livro. Desejo que você entre e leia com o coração aberto para receber grandes presentes, pois esta obra é fruto de um coração valioso!

Eu conheci o Felipe em janeiro de 2019, na Bahia, de forma sincrônica e surpreendente. Foi obra do Divino! Lembro-me que, inicialmente, fiquei surpresa com a sua maturidade. Na minha experiência, os homens levam um tempo maior para amadurecer emocionalmente, e ele já tinha uma consciência diferenciada da maioria da sua faixa etária — menos de 30 anos.

Naquele cenário fantástico de cavernas e cachoeiras, vivemos momentos valiosíssimos. Sentimos um reconhecimento mútuo e instantâneo, a conversa fluía naturalmente, a presença era leve e divertida. A sensação era de que poderíamos conversar por horas e horas sem cansar.

Foi essa mesma sensação que eu tive ao ler o livro Raízes Profundas. Sabe quando a leitura é tão gostosa que a gente entra na história e não consegue parar até terminar? Provavelmente, é assim que você se sentirá!

Buscando curar a sua mãe e centenas de outras mulheres, este homem acabou por entrar em um processo de cura de si mesmo. A cura do seu próprio lado feminino. Onde está o seu maior medo está a sua maior cura. Se seguirmos qualquer dor, encontraremos o que precisa de cura.

Eu considero o autor deste livro um homem corajoso, e esta obra, um serviço à humanidade! Expor as suas maiores vulnerabilidades, seguir o seu coração e se transformar em uma versão melhor e mais atualizada de si pode parecer maravilhoso, mas envolve muitos desafios. É preciso muita confiança na missão. Felipe escolheu realizar os seus sonhos e se libertar das armaduras e, para isso, precisou ir além dos limites preestabelecidos, dos preconceitos e do medo do julgamento.

Com esta obra sensível, você terá a oportunidade de se inspirar com a história de um ser humano real e em evolução, na sua jornada do autoconhecimento. Na trajetória da evolução humana, quanto mais tiramos as máscaras de proteção que escondem a nossa verdadeira essência, mais livres nos tornamos para SER quem verdadeiramente somos. Remember who you are (lembre-se de quem você é)!

Sem dúvidas, escrever de forma tão transparente não é uma missão simples, e o autor conseguiu manifestar os seus mais profundos sentimentos nas suas palavras. Quanta beleza há no desnudar de si em prol de algo maior do que a sua própria individualidade. Ao escrever e revelar a sua história pessoal de altos e baixos, o autor deseja inspirar (principalmente) os homens a se libertarem da prisão criada pelo machismo e pelo patriarcado que aniquila tantos sonhos e vidas!

Felipe colocou todo o seu amor nesta obra para que você saiba que não está sozinho nessa aventura humana de se lembrar quem você verdadeiramente é.

Este é um tesouro que lhe está sendo oferecido. Faça bom proveito!

Com amor,

Eu me curo com a sua cura.

Lorena Rossi do Nascimento – 10/10/2022

Para Começar

Este livro foi escrito por um homem que vivia um dilema. Inspirado pela sua mãe — uma mulher gordinha, como ela dizia —, esse homem quis ajudar não só ela, mas todas as mulheres que passaram a vida insatisfeitas com os seus corpos, vivendo dificuldades grandes para comprar roupas.

Então, ele tomou como sua missão ajudar as mulheres gordas a se empoderarem através da quebra de alguns paradigmas da sociedade, crenças enraizadas que pregam a forma como uma mulher deve ou não se vestir e se comportar; regras que dizem, por exemplo, que uma mulher gorda não deve usar roupas estampadas, com cores vivas ou muito justas, entre outras barbaridades!

O que aconteceu, no entanto, é que esse homem descobriu que é impossível ajudar a empoderar alguém sem antes se empoderar também. Da mesma forma, ele descobriu que é impossível quebrar paradigmas para outras pessoas sem quebrar alguns próprios. Pobre e ingênuo homem! Sortudo e afortunado homem! Buscando curar a sua mãe e milhões de outras mulheres, esse homem acabou por entrar em um processo de cura de si mesmo: a cura do seu próprio lado feminino.

Aqui, cabe falar um pouco de Carl Jung, famoso psiquiatra e psicoterapeuta suíço. De acordo com os seus estudos, todo homem tem, em sua psique, um lado feminino, assim como toda mulher tem, também, um lado masculino.

Trabalhando na cura da sua mãe e de tantas outras mulheres, esse homem acabou por trabalhar na cura da sua própria anima, esse lado feminino do homem e foi se tornando, assim, uma pessoa mais sensível e cada vez mais próxima da plenitude. Este livro é, portanto, sobre identidade, sensibilidade e os impactos do machismo na nossa rotina e na nossa sociedade.

Esse homem sou eu. E este livro, antes de buscar ajudar qualquer pessoa, busca me ajudar a fechar alguns ciclos e, principalmente, a coroar e valorizar a história que eu vivi. Foi um lindo caminho até aqui e, embora muitas vezes eu tenha me colocado para baixo, com os meus erros e acertos eu aprendi que a vida sorri para aqueles que a buscam com todo o coração, que enfrentam os seus temores, que caem, choram, duvidam, se reinventam e seguem vivendo inteiramente, cada um do seu jeito único, buscando lutar o bom combate, uma expressão muito utilizada por Paulo Coelho, que fala sobre as lutas que travamos em busca dos nossos sonhos e sobre, eu entendo também, como fazer o bem, o nosso melhor.

Aqui, além de opiniões e pensamentos, eu conto algumas histórias da minha vida para ilustrar quais eram as minhas crenças, os meus medos e as minhas dores em determinados momentos e mostrar, com o passar do tempo e dos acontecimentos narrados, o meu desenvolvimento até chegar ao homem que sou hoje.

Que essas histórias te ajudem tanto quanto me ajudaram! E, se eu posso te fazer um único pedido antes de você começar o livro é: seja sincero com você mesmo. Esteja aberto para se descobrir e se conhecer. Quem é você? Essa é uma das perguntas mais importantes a serem respondidas na sua vida, e o mais incrível é que não existe resposta certa ou errada, nem mesmo uma resposta definitiva.

Você já parou para pensar em quem você é hoje? Pare por um instante e reflita sobre isso. Será que você é o mesmo de cinco anos atrás? De dez anos atrás? Provavelmente, não. Muita coisa muda nas nossas vidas. Nós costumamos nos definir pelas nossas profissões: sou advogado, médico, designer, arquiteto, mas na verdade, isso não é quem somos, isso é apenas o que fazemos profissionalmente, porque você pode ser, por exemplo, um advogado e, também, um alpinista, um pintor; ou uma empresária e, também, uma mãe maravilhosa.

A sociedade nos estimula a nos definirmos pelas nossas profissões, mas essa é uma escolha nossa; é um recorte e uma forma de olhar. Eu gosto de definir a minha companheira como bailarina, apesar de, profissionalmente, ela ser uma advogada. E quem disse que uma coisa exclui a outra?

A minha jornada com esses temas começou por um motivo improvável: a busca pelo meu sonho. Eu aprendi que as coisas certas acontecem, muitas vezes, por caminhos tortos, mas que tudo acaba acontecendo de um jeito incrivelmente perfeito. Você já pensou ou reparou nisso?

No meu caso, desde muito criança, eu gostava de administrar coisas. Nos jogos de computador, eu construía os mais belos e funcionais parques de diversão, companhias aéreas, zoológicos, cidades, companhias de trem. Eu dedicava horas a fazer os meus projetos crescerem, e isso me fazia muito bem. Naturalmente, depois de algum desespero na hora de escolher a minha profissão — na época do vestibular —, eu acabei encontrando o meu caminho na administração de empresas. O meu plano era correr atrás do sonho de ser um grande empresário de sucesso.

Não se engane: este livro não tem o objetivo de ser um livro sobre negócios e nem de coaching para quem quer se tornar um empresário melhor ou mais bem-sucedido. Já existem muitos desses no mercado, e eu tenho a sensação de que os temas já começam a se repetir.

Neste livro, eu gostaria de ir além e incitar, junto a você, uma reflexão sobre individualidade, sensibilidade e os efeitos do machismo. Mas individualidade? Por quê? Primeiro, eu vou esclarecer o que eu entendo por individualidade e, depois, vou mostrar por que é tão importante buscar e investir na sua.

Pode parecer clichê, mas cada pessoa é única, seja pela sua impressão digital, seja pelos números que, na sequência exata, formam um documento que ninguém mais tem ou, muito mais importante do que isso, pela história única de vida que cada um carrega.

Acho que,