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abusos repressivos, maior nmero de presos, mais isolamento, presos sem perspectiva, juzes sem rosto. Nada disso, nem tudo, isso ser capaz de gerar segurana e paz social.
Queremos as foras armadas nas ruas? Queremos tanques de guerra voltados para os morros e para as periferias das grandes cidades? Queremos guetos? Queremos uma poltica informal de extermnio de bandidos? Queremos mais presos? Queremos um milho de presos? Queremos crianas sendo tratadas como delinqentes e delinqentes sendo tratados com animais? So estes os ideais brasileiros de segurana pblica?
No combate violncia, preciso, antes de tudo, acertar o alvo. Mais ameaadora do que a ao cotidiana do crime organizado a falncia do poder pblico. O sistema penitencirio brasileiro frgil, cruel e corrupto. Nossas polcias so violentas, desarticuladas, despreparadas e tambm corruptas.
No campo poltico, ainda, reside a nossa maior evoluo. Temos bons ndices de liberdades pblicas ao lado do menor ndice aquisitivo da histria do salrio mnimo. Enquanto nossos polticos e jornalistas (produtores e reprodutores de modelos) esto mais voltados para a poltica menor (adjetiva) do que para o processo poltico substantivo, fatigadamente constatamos, diuturnamente, que a poltica deixa de ser um meio para ser um fim em si mesmo; mais um macunamico exemplo da inverso de valores que tem marcado nosso carter.
No setor social, a fome j se constitui em fator importante de acidente do trabalho. J existem asilos para aposentados que no podem pagar seus aluguis. J temos cumunidades exercendo ostensivamente preferncia pela proteo social e econmica, no do Estado (Juizado de Pequenas Causas, Procons, creches...), mas dos foras da lei, e dos contraventores (no caso do jogo do bicho, isto no de hoje). As invases, agora j urbanas, mais que um caso de polcia, j so frutos de desenfreada especulao com aluguis e como causa mais remota, da ausncia de boas diretrizes para o setor.