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BRASÍLIA, 2006
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE SAÚDE COLETIVA
XIV CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE
COLETIVA – SAÚDE DA FAMÍLIA
BRASÍLIA, 2006
Dedicamos este trabalho A Deus,
o dom da vida.
Agradecimentos
approach and its application in the scope of the Family Health Program. It was
Health Program in Unaí (MG) had been interviewed in the period of july of 2006.
Through the analysis of the interviews, it was understood that the studied units
process, once there’s been found favorable elements in the research, such as
the communication between the team, the flexibility of the work social division,
and the young constitution of the human resources that compose the work in the
Resumo........................................................................................................... p. 5
Abstract........................................................................................................... p. 6
Sumário............................................................................................................p. 7
Lista de Quadros.............................................................................................p. 8
Lista de Figuras...............................................................................................p. 9
Lista de Siglas..................................................................................................p. 10
1 INTRODUÇÃO........................................................................................p. 11
1.1 - Programa Saúde da Família: uma estratégia de mudança...................p. 11
1.2 - Processo de trabalho em saúde: aspectos históricos...........................p. 12
1.3 - A disciplinaridade: histórico e confluências............................................p. 13
1.4-Programa Saúde da Família: um campo de práticas
transdisciplinares?...........................................................................................p. 18
2 - OBJETIVO GERAL.....................................................................................p. 22
3 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................p. 22
4 - MÉTODO....................................................................................................p. 23
4.1 - Coleta de dados......................................................................................p. 23
4.2 - Caracterização da região do estudo .......................................................p. 25
5 - RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS ................................................p. 28
5.1 - Aspectos conceituais...............................................................................p. 28
5.2 - Abordagem transdisciplinar no trabalho em equipes de PSF.................p. 31
5.3. - Identificação e formação........................................................................p. 36
5.4 - Trabalho na equipe do PSF.....................................................................p. 42
5.5 - Transdisciplinaridade na equipe de PSF..............................................p. 49
CONCLUSÃO..................................................................................................p. 57
Lista de quadros
1 INTRODUÇÃO
(PSF), em 1994.
trabalho em saúde, para que então seja possível enfrentar o desafio do atual
consideravam a doença como fruto da ira dos deuses, passando pela Teoria
modelo serve de base para a lógica que reina nas práticas de saúde até os
(LAMPERT, 2003).
determinada questão por uma dada disciplina seria eficiente para objetos
MULTIDISCIPLINARIDADE
Ocorre quando se deseja solucionar um problema, obtendo
CHAVES informações de duas ou mais ciências, de modo a não haver
(1998) modificação ou enriquecimento das disciplinas envolvidas no
processo.
Conjunto de disciplinas que tratam de uma mesma temática,
mas sem estabelecimento de relações no campo técnico e
ALMEIDA
científico. Há uma justaposição das disciplinas em um único
FILHO (1997)
nível, mas sem uma cooperação entre os diversos campos
disciplinares.
Análise de uma temática por um conjunto de disciplinas, através
PORTO e da investigação isolada por diferentes especialistas, sem,
ALMEIDA contudo, estabelecer relações entre os conceitos e métodos.
(2002) Corresponde à forma mais limitada de integração disciplinar,
reproduzindo práticas fragmentadas.
Interação de múltiplas disciplinas, cada uma com sua
GALHEIGO contribuição, mas sem o estabelecimento de laços que
(1999) possibilitem uma alteração na sua teoria e metodologia, embora
possa haver algum benefício dessa cooperação.
PLURIDISCIPLINARIDADE
Justaposição de disciplinas científicas estabelecendo relações
ALMEIDA entre si, com objetivos comuns, mas sem haver coordenação
FILHO (1999) de ações e nem qualquer pretensão de se construir uma
axiomática comum.
Interação de diferentes disciplinas em torno de um dado objeto
GALHEIGO de estudo de uma delas, com enriquecimento da temática pela
(1999) cooperação entre os conhecimentos, mas sua finalidade fica
ainda restrita à disciplinaridade.
NICOLESCU
Estudo de uma disciplina na visão das outras.
(2001)
maneira coordenada”.
INTERDISCIPLINARIDADE
CHAVES Interação entre várias disciplinas, produzindo interações reais, com
(1998) reciprocidade no intercâmbio, o que leva a um enriquecimento mútuo.
Construção de uma axiomática comum a um conjunto de disciplinas,
ALMEIDA com uma delas ocupando um nível hierárquico superior, geralmente
FILHO (1997) pela proximidade da temática comum, coordenando o campo
disciplinar, gerando aprendizagens mútuas.
Estudo de uma temática por diferentes disciplinas, havendo desde
PORTO E
uma complementaridade, sem articulações axiomáticas, ou
ALMEIDA
predominância de uma disciplina sobre a outra, até a preponderância
(2002)
de uma sobre as demais, com ou sem uma axiomática comum
Estabelecimento de um diálogo entre diferentes disciplinas através do
GALHEIGO
intercâmbio entre conteúdos e métodos, podendo até haver a criação
(1999)
de novas disciplinas.
NICOLESCU Transferência de métodos adotados por uma disciplina a outra. As
(2001) finalidades, porém, permanecem limitadas à pesquisa disciplinar.
Perspectiva mais rica, pois visa articular diferentes disciplinas. Essa
MARGUTTI
articulação, porém, é pobre, pois as disciplinas são, em si,
(2004)
independentes.
complexos.
1999)
Paul (2000) relata que, a partir da década de 1970, com as limitações das
O mesmo autor nos lembra que o novo termo parece ter sido enunciado
pela primeira vez pelo filósofo suíço Piaget em 1970 num encontro
e a complexidade.
18
descentralização da gestão.
abrangência.
8080/90:
população. Até então a saúde no Brasil não era analisada em seu caráter
abordagem transdisciplinar.
pode ser considerada como uma visão fracassada e nem inerte. Como
finalidade fica ainda restrita ao campo disciplinar, uma vez que não
maior equilíbrio entre as práticas e ações profissionais. Isso não quer dizer
22
e nem uma nova “filosofia”, mas sim uma proposta de orientação das
2 OBJETIVO GERAL
Elucidar a concepção sobre a abordagem transdisciplinar e sua aplicação
3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar as concepções sobre transdisciplinaridade vigentes entre os
à abordagem transdisciplinar.
23
4 MÉTODO
4.1 - Coleta de dados
Estudo de caso articulando métodos quantitativos e qualitativos, por
atores sociais fazem desse objeto (YIN 2002; NEVES, 1996; ASSIS et al, 1998).
1
O roteiro de entrevista está disponível em anexo
24
comunitárias de saúde), que fazem parte das duas equipes incluídas no estudo,
habilitada junto ao PSF das unidades estudadas, habilitação esta que está em
E23).
profissionais das equipes concordaram com o estudo , que contou com o apoio
extensão territorial.
Gerais.
maior área irrigada da América Latina, com 35 mil hectares. Destaca-se também
2004).
de 29% dos casos de lesão corporal, 27% dos casos de agressão, 27% das
apreensões por porte ilegal de armas e 20% dos casos de roubo, citando
de atividades.
pública, o que minimiza, mas não elimina os problemas que acompanham esta
5.1Aspectos conceituais
integração disciplinar.
um conjunto de sistemas que são regidos sob leis específicas. Dois níveis de
realidade são diferentes se, ao se transpor um nível para outro, há uma ruptura
o inferior.
mas lançar mão de novas lógicas, de forma que a solução só possa ser
contraditórios se expressam.
sistema este que deixa de ser simplista, reducionista, para se tornar, como já
Brasil.
FILHO, 1997).
uma sensível melhora (BRASIL, 2001). É preciso estar atento, porém, aos
equipe de saúde bucal aos poucos vai sendo inserida definitivamente nessa
básico e água tratada, possuem grande parte de ruas calçadas, mas sua
limites disciplinares que sua categoria impõe. Buss (2000, p.5), ao tratar da
representou uma vitória para a população local, que pôde então ser
vindoura.
setor de odontologia, que trilha uma prática autônoma, pois não faz parte do
suas dificuldades.
assistência integral, e não mais fragmentada. Iribarry (2003, p. 10) pontuou que
especialidades com a finalidade de uma cooperação entre elas sem que uma
lideranças e chefias da equipe, mas sim que suas posições devem ser
estudo sofra a ação de múltiplos olhares que venham a confluir para uma
discorre que, nas reuniões de equipe, um problema não resolvido em uma área
diferentes níveis de realidade, que são regidos por lógicas diferentes (porque
que cada disciplina institui em seu saber. Com este intercâmbio entre os
compartilhada.
GALHEIGO, 1999).
perspectivas de implantação.
equipe é composta por 19 membros com faixa etária até 40 anos, com
profissionais.
37
13 90%
83%
14 20 a 30 anos
12 80%
30 a 40 anos 70%
10
8 40 a 50 anos 60%
6 4 50% Masculino
4 Mais de 50
anos 40% Feminino
4 2
2 30%
17%
0 20%
20 a 30 a 40 a Mais 10%
30 40 50 de 0%
anos anos anos 50 Masculino Feminino
anos
2 12
14%
1 a 5 anos
9%
5 a 10 anos
10 a 15 anos
18% 59% + de 15 anos
30%
Sim
Não
70%
a cada profissional da equipe, mas também ressalta aquelas que são comuns a
todos os membros:
abrangência.
e informações.
membros da equipe.
estudo nas unidades estudadas, e que também participam desses grupos, que
multidimensional e multirreferencial.
complexidades”.
transdisciplinares da ciência”:
Serão (ou são porque de fato já estão por aí) mutantes metodológicos,
sujeitos prontos para o trânsito interdisciplinar, transversais, capazes
de transpassar fronteiras, à vontade nos diferentes campos de
transformação, agentes transformadores e transformantes. A formação
desses agentes será essencialmente ‘anfíbia’, com etapas sucessivas
de treinamento-socialização-enculturação em distintos campos
científicos. (...) Não se trata obviamente de ecletismo ou hibridação, na
medida em que (para continuar com metáforas biológicas)
conhecemos largamente a infertilidade dos híbridos.
42
Concurso
Menos de
1 ano
Público
22%
17% 22% Indicação
1a5
anos 9%
Mais de 5 69%
Outros
61% anos
estratégias de ação.
prática transdisciplinar.
22%
S im
N ão
78%
família.
S im
100%
dos saberes.
uma contradição com o que foi apresentado na figura anterior, em que todos os
conjunta.
46
35%
Sim
Não
65%
entre as áreas.”
et al (2005, p. 12):
para se tornarem sujeitos deste processo. Tal fato somente ocorrerá com a
programa.
Secretaria
Municipal de
Saúde
39% Gerência da
9% unidade
Sim
26% Enfermagem
100%
26%
Toda a
equipe
foi pautado pela formação normativa de planos. Este fato vem se modificado
SAÙDE, 2001).
planejamento das ações, vão encontro àquelas esperadas por uma equipe de
às unidades.
primeira vez pelo psicólogo e filósofo suiço Jean Piaget em 1970, numa palestra
atualidade como um fator que impede a visão global do ser humano. Os autores
pesquisa.
TRANSDISCIPLINARIDADE
níveis.
CHAVES (1998) pesquisa, e a unificação dessas relações num sistema total, sem
Autor / conceito
quanto à execução das ações que não são da esfera da Secretaria Municipal de
respostas:
intersetorial:
1997, p.11).
Concordam
39%
61% Não
concordam
projeto transdisciplinar.
tarefas que lhe são destinadas, como, por exemplo, alcançar as metas de
55
cômodo o desempenho de suas funções dentro dos estritos limites que lhes são
diversidade sócio cultural muitas vezes impede, numa equipe não capacitada, o
membros da equipe e destes com o usuário, mas que seja resolutivo em termos
CONCLUSÂO
saúde que ainda se encontra em seu período de reflexão no Brasil é uma tarefa
árdua, mas espera-se que a semente deste projeto seja lançada nos ricos
básica à saúde.
de estudo, e o projeto assistencial comum que daí advenha poderá ser aplicado
pelo país afora. Fazendo um trocadilho, seria como “apertar o parafuso da roda
que nos faz ter mais dúvidas do que certezas. Torna-se clara a necessidade de
mais pesquisas neste campo, e espera-se, com este trabalho, ter contribuído
REFERÊNCIAS
ASSIS, M.; MIRON, V.; WETZEL, C.; ALMEIDA, M.; NASCIMENTO, M: Análise
de dados qualitativos em saúde: uma experiência coletiva de classificação.
Sittientibus, Feira de Santana, nº 18, p. 67-74, jan-jun 1998
Agradecemos desde já sua participação. Ao término do trabalho poderemos fornecer uma cópia
do mesmo, para possíveis aplicações e estudos.
Cordialmente,
Leonardo Lima Lemos*
Núbia Reineiros*
Victor de Morais*
Data:
Equipe:
1 – Identificação
1.1 - Idade
( ) 20 a 30 ( ) 30 a 40 ( )40-50 ( ) acima de 50
1.2 - Sexo
( )fem. ( )masc
2- Formação
2.1 - Profissão
( )Médico-especialidade: ______________________
( )Enfermeiro
( )Técnico de enfermagem
( )Cirurgião-dentista
( )Agente comunitário de saúde
( )Auxiliar de consultório dentário
2.2 - Escolaridade
( ) 1º grau ( ) 2º grau ( ) Superior completo ( ) Pós-graduação
( )doutorado
( )pós-doutorado
2.6 - Você participou de algum curso que abordasse a atuação multiprofissional, nos últimos 5
anos?
( )Sim. Quais?
( )Não. Por que?
2.7 - Existem grupos de estudo realizadas na Unidade de Saúde da família da qual você faz
parte?
( )Sim
( )Não
3.4 - Você considera que existe trabalho em equipe na Unidade em que você trabalha?
( ) Sim. Por que?
( ) Não. Por que?
3.5 - Existem reuniões entre os profissionais que fazem parte do PSF em que você trabalha?
( ) Sim. Periodicidade_________________________
( ) Não
3.8 - Quando ocorre maior interação da equipe de profissionais de sua unidade? (Numere,
começando pelo nº 1 para a ação com maior integração)
( ) No atendimento aos pacientes
( ) Na discussão de casos
( ) No planejamento das ações
( ) Nos momentos de descontração
( ) Nas festas e momentos de lazer
( ) Outra
3.9 - O seu trabalho na Unidade é influenciado pela ação de um outro profissional da equipe?
( ) Sim- Positivamente / Negativamente
65
Como?
( ) Não
3.11 – Você considera o trabalho com outros profissionais importante para que ocorram novos
aprendizados?
( ) Sim. Como / quando eles ocorrem?
( ) Não. Por que?
4.2- Tendo como referência a assistência à saúde prestada pela sua Unidade, quais o(s)
fator(es) que você considera determinante(s) para os problemas de saúde de sua comunidade ?
4.3- O PSF requer profissionais com visão mais geral do processo saúde-doença ou
profissionais mais especializados? Por que?
66
4.4- Você considera importante o apoio de outros setores na resolução dos problemas de saúde
da comunidade adscrita à sua USF?
( )Sim. Por que?
4.5- Você considera possível um profissional de PSF exercer ações que extrapolam os limites de
suas funções pré-determinadas?
( )Sim . Com que finalidade o profissional extrapolaria suas funções?