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Poesia
Antero de Quental Cesário Verde
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Camilo Pessanha António Nobre
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Literatura Portuguesa II
Escola Eb2,3/S do Cerco
11ºC
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Literatura Portuguesa II Antero de Quental
Cesário Verde
Escola Eb2,3/S do Cerco Camilo Pessanha
António Nobre
O ALBATROZ
Baudelaire
(1821 – 1867)
ANTERO DE QUENTAL
Em 1861, publicou seus primeiros sonetos. Quatro anos depois, publicou as Odes
Modernas, influenciadas pelo socialismo de Proudhon, enaltecendo a revolução.
Nesse mesmo ano iniciou a Questão Coimbrã, em que Antero e outros poetas
foram atacados por Feliciano de Castilho, por instigarem a revolução intelectual.
Ainda em 1866 foi viver em Lisboa, onde experimentou a vida de operário,
trabalhando como tipógrafo, profissão que exerceu também em Paris, entre Janeiro
e Fevereiro de 1867. Em 1868 regressou a Lisboa, onde formou o Cenáculo, de que fizeram parte, entre outros, Eça
de Queirós, Guerra Junqueiro e Ramalho Ortigão. Em Junho de 1891, regressa a Ponta Delgada, acabando por
suicidar-se dia 11 de Setembro de 1891, com um tiro na cabeça, disparado num banco de jardim.
- a SOCIAL - em que analisa a sociedade, procura encontrar as causas da sua decadência e propõe soluções
baseadas no socialismo utópico de Proudhon;
- a FILOSÓFICA - sob influência predominante de Hegel para quem a ideia é o objectivo último a atingir:
- a POÉTICA que versa: o Amor e a Razão, fontes da harmonia no indivíduo e na sociedade; a noite, o sonho e
a morte, o pessimismo do regresso ao nada.
Os temas fundamentais da sua poesia são Deus, o Amor, a Justiça, a Fraternidade, a Morte, a Solidão e o
Nada.
Na obra poética de Antero há a presença de um só tipo de interrogação, que não chega a ser
filosófica, mas simplesmente teórica, aquela que corresponde à colocação directa, imediata de
determinadas questões: uma interrogação dirigida ao particular, a do eixo horizontal (relação
EU/MUNDO) e uma interrogação sobre o mundo em geral, a do eixo vertical (relação
EU/DEUS), interrogação cuja característica é manifestar-se mas não produzir-se a si mesma.
A Questão Coimbrã
Polémica provocada por uma carta posfácio anexada à obra de Pinheiro Chagas – Poema da Mocidade -
por Feliciano Castilho, à qual Antero de Quental responde com uma outra carta intitulada do Bom Senso e do Bom
Gosto. A resposta de Antero não é a voz pessoal, é a voz do grupo. Esta polémica aparentemente literária, acabou
por secundarizar os motivos literários, para realçar motivos mais propriamente ideológicos, morais e culturais.
Antero critica aqueles que adoram a palavra e desprezam a ideia; os apóstolos do dicionário; os que imitam, em vez
de inventar. Assina: «Nem admirador, nem respeitador.»
Com grandes golpes bato à porta e brado: 2.1. Qual a expressividade do uso do
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado... presente verbal ao longo do poema?
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais! 2.2. Estando todo o texto construído no
presente, como sentimos a progressão
dessa narrativa, isto é, como nos
Abrem-se as portas d' ouro, com fragor... damos conta do antes e do depois?
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!
3. O cavaleiro andante é um sujeito em movimento, é a personagem que se move de um lado para o outro,
percorrendo o espaço físico e psicológico.
3.1 Mostre que o v. 2 exprime, não apenas o espaço, mas também o tempo.
3.2 Qual a palavra que, no v. 2, lhe parece exprimir metaforicamente, com mais precisão, o espaço
psicológico?
4. Qual o verso da primeira quadra que traduz a competência do cavaleiro para a procura da Ventura?
NOX EVOLUÇÃO
Noite, vão para ti meus pensamentos, Fui rocha, em tempo, e fui, no mundo antigo,
Quando olho e vejo, à luz cruel do dia, Tronco ou ramo na incógnita floresta...
Tanto estéril lutar, tanta agonia, Onda, espumei, quebrando-me na aresta
E inúteis tantos ásperos tormentos... Do granito, antiquíssimo inimigo...
E ele, o Mundo, sem mais lutar nem ver, Interrogo o infinito e às vezes choro...
Dormisse no teu seio inviolável, Mas, estendendo as mãos no vácuo, adoro
Noite sem termo, noite do Não-ser! E aspiro unicamente à liberdade.
HINO À RAZÃO
Acorda! é tempo! O sol, já alto e pleno, 3. 0 «eu» lírico aponta alguma razão concreta
Afugentou as larvas tumulares... para se fazer a revolução? E abstracta?
Para surgir do seio desses mares, (confirme com dados do texto).
Um mundo novo espera só um aceno...
Escuta! é a grande voz das multidões! 4. Mude o segundo terceto do poema para o
São teus irmãos, que se erguem! são discurso indirecto, começando assim: O
canções... «eu» lírico pediu ao soldado do futuro
Mas de guerra... e são vozes de rebate! que….. (continue)
Ergue-te, pois, soldado do Futuro,
E dos raios de luz do sonho puro,
Sonhador, faz espada de combate!
Intertextualidade
Reabro as portas do poema, portas de ouro
Da estrofe, e entro num chão de terra negra,
Pisando a cinza de quem ali viveu.
Nuno Júdice
CESÁRIO VERDE
Cesário Verde teve uma vida bastante simples, tão simples, que os
actos sociais da sua vida são de pouco interesse. De nome completo José
Joaquim Cesário Verde, nasceu na capital, a 25 de Fevereiro de 1855, na
freguesia da Madalena, onde foi baptizado a 2 de Junho desse mesmo ano.
Foi o segundo filho de José Anastácio Verde e Maria da Piedade dos
Santos, e trineto de um emigrante genovês em Lisboa, Giovanni Maria
Verde.
Em 1856 nasceu sua irmã, Adelaide Eugénia, e no ano seguinte,
devido a uma epidemia de peste em Lisboa, a família refugiou-se numa
quinta em Linda-a-Pastora. Aí vive a sua infância.
Pode-se dizer que a infância deste poeta lhe foi
extraordinariamente marcante, pelo que manteve durante toda a vida uma
íntima e profunda lembrança daqueles tempos em que viveu na companhia
constante da natureza e do campo. Na realidade, acompanhando a
exploração agrícola que seu pai fazia na quinta, Cesário teve como que uma educação positivista e realista, e ao
acompanhar as gentes da aldeia, desenvolve um espírito observador e atento dos pormenores do meio ambiente.
Em Janeiro de 1872 e ainda com apenas dezasseis anos, Cesário Verde começou a trabalhar numa loja de
ferragens e quinquilharias que seu pai tinha em Lisboa na Rua dos Fanqueiros.
Em 1874, e apesar de reduzida e dispersa, a sua obra tinha já provocado escândalo, e dois intelectuais de
prestígio e identificados com as ideologias progressivas da época- Ramalho Ortigão e Teófilo Braga- acolheram severa
e sarcasticamente poema "Esplêndida", publicado n'O Diário de Notícias. Estes dois poetas chegaram, inclusivamente, a
aconselhar o poeta a tornar-se "menos Verde e mais Cesário".Essa incompreensão dos seus contemporâneos e amigos
(de quem esperava novos estímulos e incentivos) desanimou-o bastante tendo-lhe amargurado a vida, pelo que se
ressentiu, assim como toda a sua actividade poética. Em virtude desta situação, a publicação de um livro que aparecia
anunciado "para breve" foi adiada. O motivo maior de tal crítica tratou-se da sua ousadia e inovação anti-românticas
portadoras de uma nova estética real e naturalista que chocava os mais conservadores; mas a esses e a toda a classe
literária chocava igualmente a sua condição social de trabalhador numa loja de ferragens, e não entendiam a existência
de um poeta agricultor...
A sua saúde em declínio faz com que ele tenha procurado no campo as forças e a vitalidade perdida, e
identificou-se com os trabalhadores da quinta, realçando a majestade do esforço físico que já não tinha. Na Primavera
de 1886, muda-se para Caneças, gravemente doente. No Verão, transfere-se para o Paço do Lumiar, onde veio a falecer,
vítima de tuberculose, em 19 de Julho; contava então com apenas trinta e um jovens anos.
«O universo de Cesário não é um universo pensado, crítico, à maneira de Eça (...), é um mundo sentido, palpado e ao
mesmo tempo transcendido pelo sonho, que é desejo de um lugar outro, de uma humanidade outra que inconscientemente
o conforta na sua admiração pela força, pela saúde e energia que a memória e o sangue lhe denegam.» Eduardo Lourenço
«Poeta do imediato, Cesário é também um poeta da memória...» (colectiva em «O Sentimento dum Ocidental», pessoal em
«Nós») Jacinto do Prado Coelho
DE TARDE
Intertextualidade
homenagem a cesário verde
Mário Cesariny
Cesariny parodia com Cesário Verde e, inspirando-se no poema «De Tarde», cria um poema intitulado «homenagem a
cesário verde». Mais uma vez o título surge-nos como uma indicação de paródia, uma vez que a dita homenagem é
grafada em minúsculas, sugerindo logo à partida uma caricatura, tanto do poeta como da sua obra. Na versão de Cesariny,
parodia-se com os alimentos, pois a fruta é trocada por «sardinhas», «pudim», «bolo-rei», «goiabada», «feijão branco em
sangue» e «rolas cosidas». O alimento saudável que simboliza a frescura e a vida salutar do campo é substituído por uma
gastronomia “pantagruélica” e pela alusão ao vício (referência aos “cigarros”), consumida pelos citadinos. Além deste
aspecto, a paródia incide também sobre o sentimento e a sensibilidade/sensualidade de Cesário. O animal a que se
compara os seios da mulher (a “rola”) não passa para o poema de Cesariny no sentido metafórico, mas sim no sentido
literal, como objecto para saciar a fome. Em Cesariny, a ideia de satisfação do desejo é fulcral, ao passo que em Cesário a
ideia fica-se pela contemplação. Há, neste sentido, uma paródia sobre o topos descritivo do pôr-do-sol e o pretexto da
deambulação através do excessivo em que a aguarela sugerida no poema de Cesário Verde é substituída por uma bem
mais acentuada em termos pictóricos. Também o campo constitui um alvo, dado que é o lugar privilegiado por Cesário,
posteriormente substituído pelo desregramento, representado no poema de Cesariny. Por estas razões é notório que a
homenagem não incide apenas sobre um poema em particular, mas sim sobre O Livro de Cesário Verde, tal como o poeta
faz questão de evidenciar («Chegou a noite e foram todos/ para [casa ler Cesário Verde/ Que ainda há passeios ainda há/
[poetas cá no país!»).
Deslumbramentos
Sem que nisso a desgoste ou desenfade, Pois bem. Conserve o gelo por esposo,
Quantas vezes, senguindo-lhes as passadas, E mostre, se eu beijar-lhe as brancas mãos,
Eu vejo-a, com real solenidade, O modo diplomático e orgulhoso
Ir impondo toilettes complicadas!… Que Ana de Áustria mostrava aos cortesãos.
1. Analise os traços descritivos da figura feminina de acordo com as ideias de “aristocracia”, de “britanismo” e
“altivez”.
4. Atente nos versos 21 e 22, da 6ª estrofe: “O seu olhar possui, num jogo sem percorrer os dois lados da praça,
ardente, / Um arcanjo e um demónio a iluminá-lo”. a atravessá-la pela hipotenusa,
de mini-saia curta que esvoaça
a. Refira o conceito de mulher subjacente à imagem usada pelo e mais ao léu com top em vez de blusa,
sujeito poético.
o tornozelo fino a dar-lhe a raça
b. Recorde outros poemas, de outro(s) poeta(s) que conhece, que nervosa e descuidada que produza
apontam para a mesma representação da Mulher como anjo e reflexos do seu corpo na vidraça
demónio. das lojas, dentro e fora, esguia e lusa
CONTRARIEDADES
2. Há referências implícitas a duas classes sociais, apresentadas como antítese uma da outra.
2.1. Quais são essas classes sociais e qual a atitude do poeta em relação a cada uma delas?
2.2. Refira-se à importância do criado como elemento de ligação entre os dois mundos.
CESÁRIO VERDE
Características temáticas:
- - mulher anjo – visão angelical, reflexo de uma entidade divina, símbolo de pureza
campestre, com traços de uma beleza angelical, frequentemente com os cabelos loiros,
dotada de uma certa fragilidade («Em Petiz», «Nós», «De Tarde» e «Setentrional») –
também tem um efeito regenerador;
- mulher oprimida – tísica, resignada, vítima da opressão social urbana, humilhada, com a
qual o sujeito poético se sente identificado ou por quem nutre compaixão (ex:
«Contrariedades»);
- mulher objecto – vista enquanto estímulo dos sentidos carnais, sensuais, como
impulso erótico (ex: actriz de «Cristalizações»).
servo - superior
submissão - altiva
humilhado (sexual e - frígida
socialmente) - aristocrata
- artificial
superioridade - desumana
vítima da indiferença - sensual/ erótica
da mulher - tipo citadino
A Questão social
Binómio cidade/campo
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POESIA SIMBOLISTA
Características:
Camilo Pessanha (Coimbra, 7 de Setembro de 1867 — Macau, 1 de Março de 1926) foi o expoente
máximo do Simbolismo em Portugal.
Tirou o curso de Direito em Coimbra. Em 1894, transferiu-se para Macau, onde, durante três
anos, foi professor de Filosofia Elementar no Liceu de Macau, deixando de leccionar por ter
sido nomeado em 1900 conservador do registro predial em Macau e depois juiz de comarca.
Entre 1894 e 1915 voltou a Portugal algumas vezes, para tratamento de saúde, tendo, numa
delas sido apresentado a Fernando Pessoa que era, como Mário de Sá-Carneiro, grande
apreciador da sua poesia.
Publicou poemas em várias revistas e jornais, mas seu único livro Clepsidra (1920), foi
publicado sem a sua participação (pois se encontrava em Macau) por Ana de Castro Osório, a
partir de autógrafos e recortes de jornais. Graças a essa iniciativa, os versos de Pessanha se
salvaram do esquecimento. Posteriormente, o filho de Ana de Castro Osório, João de Castro
Osório, ampliou a Clepsidra original, acrescentando-lhe poemas que foram encontrados. Essas
edições saíram em 1945, 1954 e 1969. Apesar da pequena dimensão da sua obra, é considerado
um dos poetas mais importantes da língua portuguesa.
Camilo Pessanha morreu no 1 de Março de 1926 em Macau.
Fernando Pessoa nutria uma enorme admiração por Camilo Pessanha como comprova
este fragmento de carta dirigida ao autor da Clepsidra:
«decerto que Vossa Exª de mim não se recorda. Duas vezes apenas falamos, no "suiço",
e fui apresentado a V. Exª pelo General Henrique Rosa. Logo da primeira vez que nos
vimos fez-me V. Exª a honra, e deu-me o prazer, de me recitar alguns poemas seus.
Guardo dessa hora espiritualizada uma religiosa recordação. Obtive, depois, pelo
Carlos Amaro, cópias de alguns desses poemas. Hoje, sei-os de cor, aqueles cujas
cópias tenho e eles são para mim fonte contínua de exaltação estética». in Páginas de
Estética e de Teoria Literária, pg. 338.
INSCRIÇÃO
Urnas quebradas!
Blocos de gelo...
Chorai arcadas,
Despedaçadas,
Do violoncelo.
Verlaine Pessanha
a. Explique de que modo podem as mãos e a “flexão casual” dos dedos reter as imagens
que passam.
Só, incessante, um som de flauta chora, 1. Identifique os eixos de significação presentes no poema.
Viúva grácil, na escuridão tranqüila,
- Perdida voz que de entre as mais se exila, a. Explique como se entrelaçam, no poema, esses
- Festões de som dissimulando a hora. dois eixos de significação.
Na orgia, ao longe, que em clarões cintila b. Associe o título do poema a um desses eixos de
E os lábios, branca, do carmim desflora... significado.
Só, incessante, um som de flauta chora,
c. Explique o título do poema.
Viúva, grácil, na escuridão tranqüila.
2. Identifique os recursos fónicos, linguísticos e retóricos
E a orquestra? E os beijos? Tudo a noite, fora, que conferem musicalidade ao poema.
Cauta, detém. Só modulada trila
A flauta flébil... Quem há de remi-la? 3. Refira os processos linguísticos e retóricos usados pelo
Quem sabe a dor que sem razão deplora? eu poético para acentuar a magia da faluata.
Só, incessante, um som de flauta chora.... 4. Leia o poema em voz alta, de forma expressiva.
ANTÓNIO NOBRE
Intertextualidade
Virgens que passais, ao Sol-poente, Ó virgens que passais ao sol-poente»
Pelas estradas ermas, a cantar! com esses filhos-familia
Eu quero ouvir uma canção ardente, pensai, primeiro, na mobilia,
Que me transporte ao meu perdido lar. que é mais prudente.
Tombou da haste a flor da minha infância alada, Vou sobre o Oceano (o luar, de doce, enleva!)
Murchou na jarra de oiro o púdico jasmim: Por este mar de Glória, em plena paz.
Voou aos altos Céus a pomba enamorada Terra da Pátria somem-se na treva,
Que dantes estendia as asas sobre mim. Águas de Portugal ficam, atrás.
Julguei que fosse eterna a luz dessa alvorada Onde vou eu? Meu fado onde m
E que era sempre dia, e nunca tinha fim e leva?
Essa visão de luar que vivia encantada, António, onde vais tu, doido rapaz?
Num castelo de prata embutido a marfim! Não sei. Mas o Vapor, quando se eleva,
Lembra o meu coração, na ânsia em que jaz.
Mas, hoje, as pombas de oiro, aves da minha infância,
Que me enchiam de Lua o coração, outrora, Ó Lusitânia que te vais à vela!
Partiram e no Céu evolam-se, a distância! Adeus! que eu parto (rezarei por ela)
Na minha Nau Catrineta, adeus!
Debalde clamo e choro, erguendo aos Céus meus ais:
Voltam na asa do Vento os ais que a alma chora, Paquete, meu Paquete, anda ligeiro,
Elas, porém, Senhor! elas não voltam mais... Sobe depressa à gávea, Marinheiro,
E grita, França! pelo amor de Deus!
Intertextualidade
Anda, vou-te mostrar a terra
dos teus pais, avós, antepassados *
tão antigos que os podes escolher.
Este aqui é noé, de barba por fazer; Dizem que me junqueiro, que me tolentino
e até que me paulino,
meteu na arca puro e impuro, bem e mal,
que tenho tudo e todos no ouvido
inventou o vinho, homem melhor e não sou nada original.
da sua geração ( não é grande elogio ), Sim senhores, tem visos de verdade!
teve filhos, netos, é de crer que morreu.
Estoutro, não sei bem, era pirata na malásia. […]
Vês as colinas? São tuas, quando
as olhas a direito. Realmente tuas,
parte de um mundo teu. Cesário diz-me muito: gostava de ferramentas,
Sim, isso são filosofias, como eu,
tens razão. ( E tem graça ao ter razão ). e vê-se que para ele o ser feliz
era lançar, originais e exactos, os seus alexandrinos,
Anda daí, vou mostrar-te o colete de forças
empunhar ferramental honesto
onde era costume, sabes, tratar casos assim. cuja eficácia ele sabia que
não vinha da beleza, mas da perfeita
adequação.
António Franco Alexandre Não tem halo, tem elo e o seu encadeado
É o verso habilmente proseado.