Você está na página 1de 1

Antropologia do Gnero 1/2012 Joo Lucas Moraes Passos 11/0032241

Uma pequena voz pessoal Mariza Corra

antroploga

Mariza

Corra

nos

mostra,

mesmo

tratando

supostamente com uma interlocutora especfica, um pouco da sua histria com o feminismo. Ela, que se diz oriunda do pensamento feminista, prefere abster-se da militncia e atividade polticas relacionadas ao gnero. Segundo ela, para qualquer ao desse tipo, ocorre necessariamente uma simplificao deturpante de toda uma reflexo previamente realizada na academia. Outra parte interessante da relao da autora com o feminismo que ela j foi vtima de crticas de feministas devido a um artigo no qual apontava que juzas mulheres, sensibilizadas com a opresso sofrida pelas rs que julgavam, abrandavam as penas. Assim como o texto de sua colega Margareth Rago, Corra aborda a questo da mudana de paradigmas no pensamento feminista, quando passou-se (com resistncias, verdade) a tratar das relaes entre gnero, em vez daquela velha abordagem compensadora da Histria, que expunha as mulheres como "coitadinhas", vtimas de opresso masculina. Dotada de uma viso antropolgica do assunto, Corra destaca trs pontos que lhe chamam a ateno na nova abordagem. O primeiro fica por conta do prprio estilo de abordagem, que, segundo ela, gerou a "dissoluo da polarizao homem/mulher". O segundo ponto seria o fato de agora ser mais claro que as relaes entre gneros so constructos sociais, haja visto a diversidade de tais relaes e os papis de gnero (baseados no sexo biolgico) so bastante diversos se analisarmos diferentes culturas mundo afora. E o terceiro e ltimo ponto diz respeito a interseo entre estudos de gnero e raa, assunto melhor trabalhado nos Estados Unidos e que ainda engatinha no Brasil.

Você também pode gostar