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CLASSIFICAGAO DAS ESPECIES ARBOREAS EM GRUPOS ECOLOGICOS PARA REVEGETAGAO COM NATIVAS NO ESTADO DE SAO PAULO Forest Species Classification in Ecological Groups for Indigenous Revegetation in So Paulo State André Rocha Ferret) Paulo Y. Kageyama?) Géza de Faria Arboe=(°) Joito Dagoberto dos Santos(*) Maria Isabel 4. de Burros(') Renato F. Lorza’) Cleide de Oliveira) ABSTRACT Tho growing interests in planting indigenous species, mainly in S3o Paulo Stato, brought up the necessity of knowing the principles of artificial inciganous forast regeneration. The dynamic of natural forests has been the basic mode! adopted jn revegetation works. For this purpase, it becomes necessary to slandardize the ecological groups classification system for tropical forest species in order to feciltate handing such a big number of species Accordingly to the main researchers who proposed ecological groups ciasstications fo tropical forest species, it was elaborated a table with ten features easily observed in the field. This material has been used in revegetation works developed in Fundacéo Floresta. RESUMO. Com 0 aumento do interesse por plantios de espécies nalivas, principalmente no Estado de Sao Paulo, nouve a necessidace de se connecer os concettcs furdamentais & regeneragao arifciel das forestas natwas. A dinamica da floresta natural vem sendo 0 modelo basico utlizado nos trabalhos de revegetagao, Para tanto, loma-se necessaria a padroniza¢so do sistema de Classificagao das especies da floresta tropical er grupcs ecologicos, de modo a Viablizar 0 manuseio deste grande numero de espécies. Para i350, com base ros trabalhos des principais pesquisadores que se propuseram a classificar es espécies vegetas da floresta tropical em grupos ecolégices, elaborou-se uma tabela com 10 caracteristicas facilmente observadas no campo. Este material tem sido utilzado nos trabalhos de revegetagao da Fundayao Florestal ‘As florestas tropicals continuam sendo a conhecidas pelo homem. Neste sentide, muitos principal fonte de madeira, para os mais civersos usos. Grande parte delas vem sofrendo uma exploragdo predatéria, onde © homem tem transformado © fragmentado grandes dveas naturais em pequenas manchas isoladas, como se encontra aluaimente 0 Estado de S40 Paulo, Neste processo, muitas espécies animais © vegetais foram extintas ou esto em vias de extingao, boa parte antes mesmo de serem (Eng® Ferestal (Geng® Agionamo ea Fundacao Flocestal (a)Eehidante de Ergerhara Fottal ds ESALOIUSP {S)En9° Forestal da Fundorde Flrestal FLORESTAR ESTATISTICO, ¥. 3,1. 7, mar jun.1995 esforgos tem sido alocados em estudos destas florestas e sua dinamica por toda a zona topical, visando fornecer dados e tecnologias que ossibiten um manejo equilibrado e custontavel a floesta, de forma a garantir que esses Produtos também esiejam disponiveis para as futures geragées. (2)Profeaser Dovter de Departamento de Citreas Fleresiae ds ESALQIUSP. Com 0 aumento do interesse por plantios de especies nativas, principalmente no Estado de ‘Sdo Paulo, houve a necessidade de se conhecer 0s concetos fundamentais @ regeneragdo artificial das florestas nativas. Como descreve MACEDO (1993), a dindmica da fioresta tropical 6 0 processo pelo quai as espécies se regeneram e se deservolvem naturaimente. Isso se da atraves da queda c= arvores, provocando a formazdo de clareiras de diferentes tamanhos, que 380 ccupadas por novos indwviduos de diferentes especies. A veria¢ao das clareiras no espaco e no tempo da corigem @ um mosaico de diferentes esiagos sucessionais. O autor complementa que o fator principal que influencia a colonizago das clareiras & a luz Dentre os principais pesquisadores que se propuseram a classificar as especies vegatais da floresta tropical em grupos ecologices. podemos citar: "BUDOWSKI (1965), que estudcu foresias perlurbadas em diferentes idades apds 0 corte, DENSLOW (1980) © WHITMORE (1991), uo basearam-se no estudo de clarsiras, estudando a forma como se ua a recuperacao dentro de florestas prmaras e 0 comportemento das espécios om relago a luz ¢, MARTINEZ “RAMOS (1985) que utlizcu o crterio demoaratfica’ © processo de regeneraco na floresta natural através das clareiras (sucesso secundaria) tom sido usado come fundamento para o plantio miso ce especies natas, visanco a revegetacdo de malas cliares e outras floresias de protecao. Nesse sentido, 0 uso de espécies pioneiras, assim como a separagdo de giande numero de espécies da floresta topical em grupos ecolégicos mediante seu agrupamento por funedes semelhantes e de acordo com suas exigencas, principalmente na resposta a luz das Clareiras ou 20 sombreamento do dossel, tem sido furdamental para viabilzar 0 manuseie do grande numero de espécies arbéreas dz floresta tropical (MACEDO. 1993) Alem disso, 90 processo de revegetago deve'se levar em conta que tanto a alta diversidade como os polinzadores @ dispersores__ dovem estar presentes para assegurar a continuidade da Noresta no futur. No Brasi, ha inimeros trabalhos que apresentam classifcagdes ce especies arboreas. atvas em grupos ecologicos, mas nem todos apresentam os critrics utlizados nesta classifcago, de forma que, nfo raro, uma mesma especie € encontrada em grupos distintos. Com isso, nos trabalhos de revegetagéo, a exemplo daqueles desenvolvidos pela Fundagao Florestal, a classificagdo das PeCIes nos grupos ecoldgicos para definica0 de modules de piantio toma-se o primero entrave. Desta forma, a tabela 1 foi elaborada com 0 propésito de padronizar os critérios de classifcagao, de acordo com 0 comportamento dessas especies na natureza, a party da tabulepdo de 10 caracteristicas facimente observadas por aquales que trabalham na area, com base nos seguinies autores: BUDOWSKI (1995), MARTINEZ-RAMOS(1965)e WHITMORE (1991) FLORESTAR ESTATISTICO, v 8 n 7. mar fun 1988 ieee eet TABELA 1. Caracteristicas do ciclo de vida dos componentes arboreos dos diferentes grupos sucessionais na floresta tropical timida americana (Convénio Fundagao Florestal - ESALQ/USP) acteisticas Pioneira Py Scena Seemann Tims Inicial (I) Vardia (1) (Cc) roomy mao Tapio [amecio | Tenvo ou muito Jeno Waders mato eve ~ Tine medianamente dura | durae pesada Tlerincia a sombra | muito intofeanie intolerant tolerante no estigio | tolerante juvenit Regeneragio Teneo de sementer co de pata Tranca de plnnulas — | fanco de pliniaas | Dispereto das amuphy (zoncoria cata presi (baroeoray, Prineipalmente vento | ampla oocoriae sementes divesidade de ammpla(zoocoriae/poucas srandes ania) € Aispersores), anemocori,| especies); anemocoria; Festi (barozoria) nes dst a grandes distincias ‘Tamanho das ‘pequeno médio pequenoamédio, ‘grande © pesado sementes efrutos amas sempre leve aispersades a cla ds Trduaida ore 00 zm vem Thata Grnataridade senentes ‘ermoregulada) dio embrido) Idnde da PO prematura, a intermediania Telativamente tardia | tardia reproducto ita $an0s) (a 10 anos) (10 20anes) © 20anes) Derendénciaa Dana ala ala aia patinizadores expectfcos ae & Tempo de vide Tinto cunt caro Tonge ‘uta Teneo (até 10 009) (025 nos) (252100 anos) [© 100 ans) © tesuitado deste trabalho pode ser melhor apresentam um comportamento que no nos Visualizado na tabela 2, onde sA0 apresentadzs -—_parmite classiicvlas em um grupo espectico as 101 especies ulllzadas no programa de (ex: NT, C/T), mesmo porque estes S80 ciitrios fomento da FundosB0 Florestal, para 0 Estado _—arbitrérios nes quais procuremes enquadrar 0 de S80 Paulo. Como se pode notat, algumes _comportamento destas especies na natureza. TABELA 2: Lista das espécies utilizadas no programa de fomento da Fundacao Florestal, Ci [Arosia pra Tjracrodhaon wrindera FAT. Tnacardaseae r FLORESTAR ESTATISTICO, v. 3, n. 7, mar jun 1995 8

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