Confisses Espontneas II

Os que pensam que Moiss existiu podem muito bem pensar que Aurora guiou o povo hebreu. No h pecado onde no h crime. Orei e caguei. (Ele) As crianas deveriam ler Os Filhos de Abrao. So s histrias divertidas. E subvertidas. Quem escreve em mximas no quer ser lido, mas decorado. (Nietzsche) Ele no me d um tosto e quer ser bem tratado. Amor nada tem a ver com servido. Pelo menos no deveria ser servido. A lua perigosa demais. rasteira. Tem quatro faces. Os homens se parecem com ambos. Nunca so os mesmos todos os dias e tm at mais do que quatro faces. Aprenda a amar sem odiar. E ser que eu aprendi? A gente sempre tem que ser o bobo da corte de algum. At e principalmente para ganhar dinheiro. A isto se d o nome de relao conjugal. Ou confraternal? Escrevi povo hebraico em vez de povo hebreu. Fumei um baseado. T muito doida. Tenho vontade de dormir para sempre. Tal a minha solido.

Sinto-me leve. Minha conscincia est tranquila, apesar das contas a pagar. O ar da montanha volta de novo a me rodear. Ento eu resolvi me calar. O gato Chess tinha mesmo o poder de desaparecer. Ele sempre ser meu amigo. No entendo por que eu o abandonei! Ele est precisando de mim. Telepatia. Vejo o Chess na casa inteira. Tudo que vice o mesmo que no existir. Tenho medo da Ditadura at hoje. Tive um professor do DOPS. Dava aula de Histria e proibia falar da China. Minha neurose chegou num ponto que o canto do canrio me irrita. Do silncio da planta nasceu uma flor. No o cigarro que me vicia. O ar que eu respiro pesado. Tem uma hora que voc tem que lavar a loua. A panela. O cho. Ele exigente como um marido. Aurora (dos livros) nunca teve o Zarathustra. Preferiu amar um peixe. Deveria ser lei: amai-vos a vs mesmos como aos animais. Bernardo me deu mais um bolo. Agora eu tenho que me censurar, porque estou sendo seguida. Lembrem-se que nada sou. Cada vez mais me certifico disto. Epicuro ensina que somos tomos!

As hienas se aproximam quando estou muito s. So os vizinhos. Mas ele sempre me liga para me salvar. O baro DHolbach, inimigo de Voltaire, foi um ateu fantico. No preciso orar em voz alta, porque Deus onisciente. Carrego o peso dos pensamentos na cabea. E nos ombros, como a minha Cunegundes.