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AS FERIDAS DE LZARO

Os meios de comunicao tm falado e questionado os critrios adotados para formar a Comisso da Verdade. Tudo isso, poderia ser evitado se aqui no fosse o velho pas do jeitinho. Querelas adquiridas ao longo dos anos, nunca foram resolvidas, pelo contrrio, a prtica em colocar embaixo do tapete, sempre se apresentou e prosperou de maneira tenaz. Infelizmente, ainda h aqueles que tentam justificar as prticas draconianas do Estado, como se as medidas estivessem amparadas na agresso mtua. Ora, basta um pouco de serenidade, para perceber que vrias decises que foram adotadas, sobrepujavam o Estado de direito. Pases como Argentina e mais recente o Uruguai resolveram encarar o problema, mesmo que isso venha reabrir feridas que aparentemente estejam como as do mendigo Lzaro. Basta lembrar, que no dia 18 de maro de 1976, Francisco Tenrio jnior (pianista brasileiro), encontrava-se em Buenos Aires, juntamente com Toquinho e Vincius, quando resolveu sair do hotel para comprar cigarros e nunca mais voltou. O que se sabe, que fora confundido com um militante pela famosa Operao Condor. Nove dias depois, reconhecendo que estavam enganados, ceifaram sua vida para que no os entregasse, j que havia visto o rosto dos seus algozes. Como na maioria das vezes, o Brasil no procurou solucionar o caso e o deu como desaparecido. Em 1986, um componente do setor de inteligncia da Argentina, revelou o ocorrido. No dia 16 de novembro de 2011, por intermdio do deputado Raul Puy, foi afixada uma placa na fachada do hotel Normandie, onde o msico estava hospedado com a seguinte frase: Aqui se hospedou este brilhante msico brasileiro, vtima da ditadura militar argentina. Seria bom que se deixasse de lado as picuinhas e idiotices futebolsticas que se tem com os argentinos e aprendssemos com eles que anistia no perdo, mas vergonha jurdica. Hely Ferreira.

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