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EQUIPAMENTO – COMO INDICADOR DE DESEMPENHO Sandro Cantidio
Antes de qualquer ação voltada para a medição do desempenho de uma empresa ou mesmo na busca por soluções
dos seus problemas, precisamos entender o que a empresa fabrica.
A empresa NÃO FABRICA produtos!!! A empresa fabrica VALORES!!!
O que o Cliente compra é um VALOR, e não um PRODUTO.
Mas o que é VALOR para o Cliente?
Segundo Carlos Alberto de Faria, em seu site (www.merkatus.com.br), VALOR possui três definições diferentes:
1. Valor é o grau de benefício obtido como resultado da utilização e das experiências vividas com um produto.
É a percepção do Cliente e das demais partes interessadas sobre o grau de atendimento das suas
necessidades, considerando‐se as características e atributos do produto, seu preço, a facilidade de
aquisição, de manutenção e de uso, ao longo de todo o seu ciclo de vida. As organizações buscam criar e
entregar VALOR para todas as partes interessadas. Isto requer um balanceamento do VALOR na percepção
dos Clientes, dos acionistas, da força de trabalho e da sociedade (fonte: “Critérios de Excelência do Prêmio
Nacional da Qualidade – 2004);
2. O que os Clientes entendem por VALOR?
• Valor é preço baixo (foco no preço);
• Valor é tudo o que eu quero (foco na qualidade);
• Valor é qualidade que obtenho pelo preço que pago;
• Valor é o que eu recebo pelo que eu dou (dinheiro, tempo, esforço) (Fonte: Marketing de Serviços –
A empresa com foco no Cliente).
VALOR é um conceito que associa:
• Os benefícios que o Cliente obtém;
• Os custos de sua obtenção;
• Os custos de sua utilização durante o ciclo de vida do serviço ou do produto.
Portanto, VALOR é aquilo que o Cliente está disposto a pagar.
Diante do quadro acima, a empresa deve concentrar esforços em produzir VALORES para os Clientes. Tudo
aquilo que não agregar VALOR, é desperdício.
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IMPLANTAÇÃO DE OEE – INDICE DE EFICIÊNCIA GLOBAL DO
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Mas o que é desperdício?
Desperdício é tudo aquilo que é feito em excesso ou mal aproveitado na execução de alguma coisa.
Quais são os oito tipos de desperdícios conhecidos?
• Movimentação;
• Tempo de espera;
• Transporte;
• Correção (ou retrabalho);
• Excesso de processamento (mais material do que o necessário);
• Estoque;
• Excesso de produção;
• Falta de comunicação.
O Cliente está disposto a pagar por aquilo que recebe dentro de condições pré‐estabelecidas (prazo e custo). O
Cliente não quer pagar por tempo de espera, correção, excesso de estoque ou qualquer outro tipo de desperdício.
Comumente, cerca de 95% do nosso tempo é voltado para ações de desperdício, e somente 5% se traduzem em
ações que agregam valor.
Qual deve ser a meta da empresa?
Fornecer a mais alta qualidade com o menor custo, dentro do menor tempo, através da contínua
eliminação de desperdício, observando sempre a segurança, o meio ambiente, a moral e os princípios.
A empresa deve concentrar esforços em atingir as metas de:
• Eliminar os desperdícios;
• Criar estabilidade em seu processo (fluidez do processo);
• Usar técnicas de gerenciamento visual (5´S);
• Envolver todos os membros da equipe nestas atividades de melhoria contínua.
Para conseguirmos melhorias, precisamos criar um processo estável nos 4Ms:
• Máquina ou Equipamento;
• Mão‐de‐Obra;
• Material e Matéria‐Prima;
• Método.
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A estabilidade nos equipamentos é conseqüência da TPM (Manutenção Produtiva Total), onde a frase “eu opero
e você conserta” é substituída pela frase “somos responsáveis por nosso equipamento, nossa fábrica e nosso
futuro”. Isso se chama MUDANÇA DE MENTALIDADE. A meta deve ser ZERO em interrupções.
Quais são as tarefas da Manutenção?
• Melhoria de equipamento;
• Retificação;
• Treinamento;
• Prevenção de manutenção;
• Manutenção Preventiva.
E quais são as tarefas da Produção?
• Manutenções simples;
• Limpeza;
• Inspeção;
• Lubrificação;
• Ajustes.
As medidas centrais para a eficácia das máquinas são:
• Disponibilidade;
• Performance (ou eficiência de desempenho);
• Índice de Qualidade.
A multiplicação dos índices de disponibilidade x índice de performance x índice de qualidade resulta no OEE –
Overall Equipment Effectiveness, ou Eficiência Operacional Máxima.
As empresas médias apresentam OEE de menos de 50%, ou seja, o equipamento está sendo utilizado com menos
de metade da sua eficácia. O OEE identifica as perdas ocultas (aquelas que quase nunca são registradas).
Quais são as oito grandes perdas que influenciam na eficiência de um equipamento?
• Falhas dos equipamentos = constitui no maior obstáculo ao OEE. São classificadas em falhas por
paralisações no funcionamento que ocorrem inesperadamente, ou por deterioração das funções que
ocorrem lentamente fazendo com que a função do equipamento fique reduzida;
• Setup e Ajustes = é a perda pelo tempo de paralisação necessária para uma operação de setup, onde os
equipamentos são preparados para operações subseqüentes;
• Troca de ferramentas = ocorrem quando da paralisação da linha para troca de ferramentas, decorrentes
do trabalho ou utilização inadequada;
• Acionamento = é o tempo gasto para que o equipamento atinja condições ideais de funcionamento
(velocidade, temperatura, etc);
• Pequenas paradas ou pequenos períodos de ociosidade = é a inatividade do equipamento durante
pouco tempo decorrente de problemas temporários (parada da linha por falta de material, parada da linha
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por problemas de qualidade, etc);
• Velocidade = ocorre quando há uma diferença entre a velocidade nominal e a velocidade real de trabalho
(exemplo: uma máquina deveria produzir 5 mil peças por hora pelo projeto, porém produz 3 mil peças por
hora);
• Defeitos e Retrabalhos = ocorre quando são constatados defeitos que requerem correção. Embora
produtos defeituosos sejam normalmente descartados, existem os que podem ser retrabalhados,
consumindo tempo adicional de mão de obra e da máquina;
• Desligamento = paralisação da linha causada por inatividade do equipamento durante a produção para
execução de manutenção ou inspeção periódicas ou programadas.
Neste sentido, a partir de dados quantitativos, é possível verificar se a utilização do equipamento está sendo plena
e onde poderiam ser realizadas melhorias.
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DESENVOLVENDO UM PROJETO PARA MELHORIA CONTÍNUA DA EFICIÊNCIA DO EQUIPAMENTO (KAIZEN)
Os passos a serem seguidos para a implantação do OEE em um ou mais equipamentos são:
1. Selecionar o equipamento como modelo (onde ocorram mais perdas e haja possibilidade de replicação
horizontal);
2. Organizar as equipes do projeto (formadas por gerentes, líderes, participação da Engenharia, Produção,
Manutenção e Qualidade, as quais serão atribuídas responsabilidades correspondentes a cada perda);
3. Detectar as perdas atuais, analisadas e confirmadas pelos dados atuais;
4. Definição da equipe para cada tipo de perda e das metas desafiantes;
5. Utilizar técnicas de análise e investigação de melhoria contínua (KAIZEN);
6. Alocar o orçamento necessário e implentar o Kaizen.
Os dados a serem coletados são:
• Tempo disponível para a produção (Equipamento);
• Pausas (almoço, reuniões, treinamentos, etc);
• Tempo parado não planejado (falta de materiais, planejamento, manutenção, etc);
• Total de peças fabricadas durante o turno;
• Total de peças rejeitadas durante o turno.
Com os valores acima, mais a capacidade de produção horária do equipamento, é possível obtermos:
• Tempo planejado de produção;
• Tempo real de produção;
• Peças boas fabricadas durante o turno;
• Desempenho desejado com ciclo ideal;
• Desempenho real.
Em função das informações acima, calcula‐se o OEE:
• Índice de disponibilidade (%);
• Índice de performance (%);
• Índice de qualidade (%).
Podemos citar os departamentos responsáveis por cada índice:
• Disponibilidade = Produção;
• Performance = Engenharia; e
• Qualidade = Qualidade.
Os dados coletados são inseridos em uma planilha para acompanhamento diário da OEE dos equipamentos,
gerando um gráfico para gestão visual do comportamento dos equipamentos durante o processo.
A técnica utilizada para melhoria contínua dos indicadores de OEE é o MASP, através do ciclo PDCA.
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