Os professores e educadores do Agrupamento Vertical de Escolas de Barroselas, em
plenário realizado em 13 de Janeiro de 2009, reafirmam, uma vez mais, a sua discordância com este modelo de avaliação de desempenho bem como com alguns aspectos do ECD, nomeadamente a divisão artificial da carreira em duas categorias de professores. A necessidade sentida pelo Governo de efectuar alterações sucessivas do Modelo de Avaliação, mais não é que um reconhecimento inequívoco da sua inadequação pedagógica e da sua inaplicabilidade. As alterações pontuais que foram introduzidas não alteraram a filosofia e os princípios que lhe estão subjacentes. Apesar de designado por Modelo de Avaliação, não o é efectivamente. Não tem cariz formativo, não promove a melhoria das práticas, centrado que está na seriação dos professores para efeitos de gestão de carreira. As alterações produzidas pelo Governo mantêm o essencial do Modelo, nomeadamente, alguns dos aspectos mais contestados como a existência de quotas para Excelente e Muito Bom, desvirtuando assim qualquer perspectiva dos docentes verem reconhecidos os seus efectivos méritos, conhecimentos, capacidades e investimento na Carreira. Outras alterações como as que têm a ver com as classificações dos alunos e abandono escolar, são meramente conjunturais, tendo sido afirmado que esses aspectos seriam posteriormente retomados para efeitos de avaliação. Além disso, o Decreto Regulamentar 1-A/2009 afirma claramente no seu artigo 1.º, que se trata de um “regime transitório”. Também no preâmbulo do referido decreto é dito que “complementa a regulamentação do processo de avaliação até ao final deste 1.º ciclo de avaliação, em Dezembro de 2009”. Se restassem dúvidas, o artigo 14º diz expressamente: “O presente decreto regulamentar é apenas aplicável no 1.º ciclo de avaliação de desempenho que se conclui no final do ano civil de 2009”. E depois? Que garantias teremos da sua efectiva modificação. Por outro lado, a implementação do modelo de avaliação imposto pelo Governo significa a aceitação tácita do ECD, que promove a divisão artificial da carreira em categorias e que a esmagadora maioria dos docentes contesta. Tendo em consideração o que foi referido anteriormente, os professores e educadores do Agrupamento Vertical de Escolas de Barroselas, coerentes com todas as tomadas de posição que têm assumido ao longo deste processo, reafirmam a sua vontade em manter a suspensão do processo de avaliação, até que o Governo dê sinais claros do sentido das alterações a efectuar para o futuro, quer no modelo de avaliação quer no ECD. Assim, apelam a que se inicie o mais rapidamente possível um processo sério de revisão do ECD, eliminando a divisão da carreira em categorias, e que se substitua o actual modelo de avaliação por um modelo consensual e pacífico, que se revele exequível, justo e transparente, visando a melhoria do serviço educativo público, a dignificação do trabalho docente, promovendo assim uma Escola Pública de qualidade. Neste sentido, mantêm a sua disposição para continuar a lutar pelos seus princípios, pelo que estarão em greve no próximo dia 19 de Janeiro, manifestando, como sempre, a sua disponibilidade para o diálogo com o M.E. através das estruturas sindicais que os representam, mas também para novas formas de luta, se tal vier a ser necessário. Barroselas, 13 de Janeiro de 2009