Você está na página 1de 35

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL

CRACK UMA EPIDEMIA


RELATÓRIO INVESTIGATIVO

Porto Alegre

2008/2

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL


FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL

Serviço Social e Saúde Coletiva

Profª. Drª. Maria Isabel Barros Bellini

RELATÓRIO SOBRE TRABALHO INVESTIGATIVO


O CRACK E O SUS

Ana Silva

Anelise Adam

Camila Rocha

Débora Borges

Josiane Santos

Maicon Guimarães

Natássia Padilha

Pedro Silveira
Novembro de 2008

“...Só por hoje eu não vou me machucar

Só por hoje eu não quero esquecer

Que há algumas poucas 24h

quase joguei minha vida inteira fora

Só por hoje eu não quero mais chorar

Só por hoje eu não vou me destruir

Posso até ficar triste se eu quiser

Só por hoje ao menos isso eu aprendi...”

Renato Russo/Legião Urbana

Sumário

1 - INTRODUÇÃO

Descobrir como é o atendimento do SUS aos usuários de crack foi o que


motivou particularmente cada um dos integrantes do grupo. Cada um de
alguma forma conhece alguém ou alguma família que sofre com esse drama e
a curiosidade surge exatamente quando não se sabe direito quais são as
opções de atendimento e se existe um atendimento peculiar para este tipo de
dependência.

Ao longo das investigações fomos descobrindo que o quadro é muito mais


grave e cruel do que imaginávamos. Desde pouquíssima bibliografia a respeito
do assunto no Brasil, até a completa falta de política de atendimento específica
para a, o que o próprio secretário da saúde do estado do Rio Grande do Sul
chama de - ‘epidemia’.

Iniciamos pela seleção das categorias chaves para a nossa investigação.


Neste momento percebemos as dificuldades que teríamos e a falta de
conhecimento prévio que tínhamos. Definir o que é droga, dependência,
tratamento parece uma tarefa simples, porém foi a base para a compreensão
das causas das conseqüências desta epidemia. O crack é uma droga
extremamente atípica e traz consigo uma carga de sofrimento e violência
generalizadas.

Percorremos em nossos estudos pela história da cocaína, formas de uso e


até mesmo a respeito do preconceito enfrentado pelos usuários e ex-usuários
de drogas em nossa sociedade. E temos a plena certeza que muito deve e
pode ser realizado através do Sistema Único de Saúde, que sem dúvida é o
único recurso e direito disponível para a maior parte dos dependentes desta
droga e de seus familiares.

2 - UM POUCO DA HISTÓRIA DA COCAÍNA

A planta Erythroxylon Coca, comumente conhecida como coca, era utilizada


pelos índios da América do Sul. Eles acreditavam que a “Mama Coca”, como a
denominavam, foi um presente dos deuses para que eles pudessem suportar a
fadiga e cansaço. Os nativos andinos não sabiam extrair das folhas o princípio
ativo, mas aprenderam a conservá-lo, misturando à planta substâncias
alcalinas (cal) (Johanson,1988). Embora muito comum na América do Sul, a
Europa só veio a conhecer a coca no começo do século XIX, quando foi levada
para a Inglaterra pelo Jardim Botânico Real.

Na década de 1880, a coca passou a circular por toda Europa e América do


Norte, sob a forma de chá. O cultivo e a produção eram feitos no Peru, onde
havia um órgão do governo que controlava a coca licenciada para a exportação
farmacêutica, a Empresa Nacional da Coca. Os europeus viam a planta como
uma erva medicinal capaz de aumentar a longevidade com componentes que
mantinham a “alma e a mente fresca”.

A medicina adotou definitivamente a substância após a obtenção do


princípio ativo puro, isolado por Albert Niemann, em 1859 (Karch,1998). Antes,
em 1855, o químico Gaedecke já havia extraído um resíduo oleoso das folhas
de coca, ao qual denominou eritroxilina (Johanson, 1988). As indicações da
cocaína para o tratamento das farmacodependências, como estimulante
incapaz de danos secundários, ideal para exaltar o humor, espantar a
depressão e "deixar as damas plenas de vivacidade e charme", foram
publicadas nas principais revistas médicas da época, na Europa e nos Estados
Unidos (Escohotado, 1996). Suas propriedades anestésicas foram utilizadas no
tratamento de dores de dente e garganta, em bloqueios anestésicos e abriu
uma nova fronteira nas cirurgias oftalmológicas (Karch,1998). Era utilizada
pelas vias oral, por inalação ou por meio de injeções intradérmicas
(Escohotado,1996).

Sigmund Freud, considerado o “pai da psicologia”’, publicou uma


monografia denominada: Über Coca, em 1884, que sintetizou aquilo que vinha
sendo falado e escrito pela comunidade científica nas últimas décadas do
século XIX. Há controvérsias em relação a essa monografia, pois se acredita
que ele era pago por indústrias da época para divulgar as “vantagens da
maravilhosa planta”. O trabalho do então desconhecido cientista, exaltava a
capacidade da substância de exaltar o humor, combater o 'morfinismo', o
'alcoolismo' e transtornos gástricos, caquexia e a asma, além de ser afrodisíaco
e anestésico local. Em artigos subseqüentes, considerou improvável a
existência de uma dose letal para a substância e colocou suas experiências
com a mesma no tratamento da histeria e hipocondria (Escohotado,1996).

Porém, Freud publicou uma continuação de "Uber coca", modificando seu


ponto de vista, originalmente favorável à cocaína. Não obstante, alguns
autores, como Bucher (1992), defendem a tese de a cocaína ter contribuído
indiretamente para que Freud realizasse a descoberta dos processos
inconscientes, permitindo a criação da psicanálise. Dessa forma, Freud teria
resgatado sua dívida com a humanidade, oferecendo um novo e poderoso
instrumento para a auto-compreensão sem toxicidade, embora não tão
inofensivo para o "sono tranqüilo", baseado na ignorância sobre o próprio
respeito da sociedade. Isso pode ser exemplificado por um anuncio da época
que laboratório Parke Davis publicou aos médicos: "Esperamos que seja mais
freqüente a aplicação dos maravilhosos efeitos da cocaína na terapêutica geral,
dos quais destacamos a melhora do estado de ânimo, o aumento das
faculdades físicas e mentais, assim como o aumento da resistência ao esforço
[...] Seria uma lástima que tão destacadas propriedades não fossem
exploradas". A popular bebida Coca-Cola originalmente havia quantidades
significativas de cocaína na sua formula (vem daí toda sua fama de melhor
refrigerante).

O conhecimento das reações aos tratamentos “milagrosos” da cocaína só


ganharam força, (embora presente desde o início do século XIX) no final do
século XIX (Spillane, 1999). Sintomas psicóticos e depressivos, insônia e
relatos de abuso e dependência, onde o consumo era classificado por seus
usuários como uma 'tentação irresistível' golpearam os elogios incondicionais
que a substância vinha recebendo até aquele período (Escohotado, 1996). Por
volta de 1890, pelo menos 400 casos agudos ou crônicos de danos físicos e
psíquicos relacionados à cocaína já haviam sido publicados na literatura
médica (Grinspoon et al, 1985). Em 1901 a Coca-Cola retirou a cocaína de sua
fórmula (Karch, 1998). Emil Kraepelin (1902), durante uma conferência para
clínicos da Universidade de Heidelberg, ao falar sobre a importância do papel
do médico para "a prevenção e o alívio da interminável miséria causada pela
doença mental", apontou o alcoolismo, a sífilis e o abuso da morfina e da
cocaína, como "os mais importantes pontos de ataque".

Por volta de 1905, o consumo inalado da cocaína já era bastante difundido


nos E.U.A. e o primeiro caso de lesão da mucosa nasal foi publicado pela
literatura médica em 1910 (Karch, 1998). As sociedades médicas, no início
partidárias e depois convertidas em ferozes opositoras da cocaína, passaram a
criticar a venda da cocaína pela indústria farmacêutica, afirmando que esses
haviam promovido a substância de uma maneira irresponsável e não-científica
(Spillane, 1999) .

A partir da segunda década do século XX, observou-se um declínio no


consumo da cocaína nos Estados Unidos e na Europa até atingir níveis
insignificantes. Para tal, alguns fenômenos foram determinantes: o
fortalecimento do puritanismo e da ideologia proibicionista nos Estados Unidos,
culminado no aparecimento de leis restritivas e punitivas (Harrison Narcotics
Act, 1914; Boggs Act, 1951; Narcotics Control Act, 1956), que baniram a
cocaína e a heroína do mercado livre, controlaram as importações desses
produtos, perseguiram os médicos que prescreviam tais substâncias e
fecharam várias clínicas para tratamento de dependentes (Escohotado, 1996).
A depressão econômica que se estendeu até os anos 40, deixando menos
dinheiro para gastos supérfluos (Grinspoon et al, 1985). O surgimento, na
Europa, de medidas socio-educativas e de saúde pública, visando à prevenção
e ao tratamento desses pacientes (Escohotado, 1996). E por fim, a anfetamina,
um novo e potente estimulante de longa duração, foi sintetizada em 1932. A
substância não possuía qualquer restrição punitiva por parte dos estados
nacionais, era barata e parece ter substituído o consumo de cocaína em
alguma proporção (Johanson, 1988).

Alguns fatores são apontados como contribuintes para o recrudescimento


do consumo de cocaína e heroína no início dos anos 70: o aparato repressivo
montado pelo Estado norte-americano concentrava seus esforços no combate
à maconha e ao LSD, permitindo que outras substâncias fossem introduzidas
no país (Escohotado, 1996). A partir de 1973, o consumo de anfetamina passou
a ser controlado, deixando um universo de consumidores carentes de uma
substância com as mesmas propriedades (Johanson, 1988).

2.1 - EXPANSÃO DO USO DA COCAÍNA


NOS EUA

Os movimentos contraculturais beat e hippie, dos anos 50 e 60, além de


entenderem a experiência com substâncias psicoativas como uma forma
percepção, contestação e saída do sistema autoritário em que viviam as
nações da Guerra Fria (tune in, turn on and drop out), contribuíram para a
modificação dos valores autoritários da classe média e para a aproximação
com os setores marginalizados da sociedade (negros, homossexuais, loucos
enclausurados e bandidos) (OSAP, 1991; Escohotado, 1996). Durante o seu
ressurgimento, a cocaína era considerada uma 'droga leve', incapaz de causar
sintomas de dependência física e por isso foi pouco visada num primeiro
momento (OMS, 1975; OSAP, 1991). O narcotráfico colombiano se
profissionalizou a partir dos anos 70 (Uprimny, 1997). Utilizando sua
experiência anterior no contrabando de ouro e esmeraldas e aproveitando as
conexões existentes para a distribuição da maconha, introduziu crescentes
quantidades de cocaína em território norte-americano, aumentando a
disponibilidade e reduzindo posteriormente o preço do produto (The Economist,
2001).

Desse modo, a cocaína se apresentou aos anos 80 como um estimulante


relativamente inócuo e eminentemente urbano (Grinspoon et al, 1985). O alto
custo inicial da substância, seu snob appeal e reputação de 'droga das elites'
conferiram-lhe uma imagem de algo desejável (Grinspoon, 1985). O estilo de
vida de uma nova geração, nascida durante os anos efervescentes do
movimento hippie, mas ideologicamente oposta a esse, estava associado à
cocaína: essa geração ficou conhecida como yuppies (young urban
professionals) (American Heritage Dictionary, 2000). Jovens profissionais bem
sucedidos e totalmente integrados ao sistema de produção vigente possuíam
empregos invejáveis e sob medida para workarolics e identificavam-se com os
ícones do consumismo (Grinspoon, 1985). O consumo de cocaína inalada era
visto como provedor de energia, auto-estima e ambição social, atributos
essenciais para esses jovens executivos (Gold, 1993).

O consumo de cocaína atravessou os anos 80 popularizando-se. Atingiu


extratos sociais mais baixos, faixas etárias cada vez menores (Escohotado,
1996) e preços mais acessíveis, chegando a custar 250% menos, no final da
década (The Economist, 2001). O narcotráfico colombiano, responsável pela
produção e distribuição da cocaína pelo mundo, atingiu níveis avançados de
organização e notoriedade internacional (Shannon, 1991; Morganthau et al,
1991). No final dos anos 80, era responsável por 80% da cocaína distribuída
nos Estados Unidos e faturava cerca de 200 bilhões de dólares anuais (Arbex,
1996).

2.2 - SURGIMENTO DO CRACK NO EUA

Nesse contexto de popularização, uma nova apresentação da substância


surgiu em território norte-americano, após um período embrionário na América
do Sul. O denominado crack e seu impacto sobre a cultura norte-americana e
mundial gerou grande interesse por parte da mídia e da comunidade científica.
O hábito de fumar a pasta de folhas de coca era praticamente desconhecido na
América do Sul antes dos anos 70 (Negrete, 1992). A partir dessa época,
começou a ganhar popularidade no Peru, espalhando-se para os outros países
produtores no decorrer da década (Maass et al, 1990).

Nos Estados Unidos, o uso da pasta de coca foi descrito pela primeira vez
em 1974, numa comunidade restrita da Califórnia (Wallace, 1991) e atingiu
alguma popularidade no final da década (Siegel, 1987, Wallace, 1991; Morgan
et al, 1997). A pasta básica de coca (sulfato de cocaína) é obtida por meio da
maceração ou pulverização das folhas de coca com solvente (álcool, benzina,
parafina ou querosene), ácido sulfúrico e carbonato de sódio (Maass et al,
1990; Escohotado, 1996). Desde os primeiros relatos, chamava a atenção dos
pesquisadores a intensidade e a curta duração dos sintomas de euforia, seu
preço muito inferior ao da cocaína refinada, as impurezas do amálgama e o
'microtráfico' feito pelo usuário para a manutenção do próprio consumo (Maass
et al, 1990). A pasta básica era chamada nos países andinos de ‘basuco’,
evocando a natureza da mistura (alcalina) e a potência de seus efeitos
psicotrópicos (bazuca) (Negrete, 1985). Essa experiência, inicialmente restrita
à América Andina, foi considerada por alguns autores como a precursora do
surgimento do crack nos Estados Unidos (Hamid, 1991a; Ellenhorn et al, 1997;
Reinarman, 1997).

O crack surgiu, entre 1984 e 1985, nos bairros pobres de Los Angeles, Nova
York e Miami, habitadas principalmente por negros ou hispânicos e acometidos
por altos índices de desemprego (Del Roio, 1997, Reinarman, 1997). Era obtido
de um modo simples e passível de fabricação caseira (Ellenhorn et al, 1997) e
utilizados em grupo, dentro de casas com graus variados de abandono e
precariedade (crack houses) (Geter, 1994). Os cristais eram fumados em
cachimbos e estralavam (cracking) quando expostos ao fogo, característica que
lhes conferiu o nome (Ellenhorn et al, 1997).

A utilização produzia uma euforia de grande magnitude e de curta duração,


seguida de intensa fissura e desejo de repetir a dose (OSAP, 1991). O perfil
inicial desses consumidores, eminentemente jovens, era o seguinte (Hamid,
1991b): usuários de cocaína refinada, atraídos inicialmente pelo baixo preço do
crack, usuários de maconha e poliusuários, que adicionaram o crack ao seu
padrão de consumo e aqueles que adotaram o crack como sua primeira
substância. Juntaram-se a essa população, usuários endovenosos de cocaína,
geralmente mais velhos, que após o advento da AIDS, optaram pelo crack em
busca de vias de administração mais seguras, sem prejuízo na intensidade dos
efeitos (Dunn et al, 1999b).

O baixo preço da substância também atraiu novos consumidores, de


estratos sociais mais baixos, que pagavam por dose consumida e por isso
faziam inúmeras transações (Blumstein et al, 2000). No entanto, sua pureza,
algumas vezes inferior, a curta duração dos efeitos e a compulsão por novas
doses, por vezes produziam um gasto mensal superior ao efetuado com a
cocaína refinada (Caulkins et al, 1997; Ferri, 1999).

O crack modificou profundamente a economia doméstica do tráfico drogas,


bem como seu modo de atuação. Hamid (1991a, 1991b) relata que antes do
seu aparecimento do em Nova Iorque, a distribuição de substâncias era feita
por grupos de minorias étnicas culturalmente coesas, fazendo seus lucros
circularem dentro daquela comunidade, na forma de bens e serviços. Com a
chegada do crack e seu padrão compulsivo de uso, a busca por divisas voltou-
se para a obtenção de mais substância, em detrimento da comunidade onde o
comércio se dava. Além disso, um importante paradigma, a separação entre
vendedor e consumidor, foi abandonado: os consumidores assumiram papeis
na distribuição e muitos traficantes viram-se dependentes do crack. A partir daí
surgiu um novo modo para a distribuição: atomizado e executado por jovens e
suas gangues, porém fortemente organizado e hierarquizado, onde cada um
exercia um papel específico.

O ambiente de violência e criminalidade pronunciado, pode ser explicado por


alguns fatores. O novo negócio fomentou competitividade entre os grupos
(Hamid, 1991a, Blumstein et al, 2000). Era comandado por adolescentes
marginalizados e excluídos do mercado de trabalho, sem outra perspectiva
econômica (Morgan et al, 1997; Blumstein et al, 2000), naturalmente mais
imaturos e impulsivos e muitas vezes dependentes da substância (Hamid,
1991b, Blumstein et al, 2000). O comércio do crack causou deterioração e
desestabilização econômica de bairros, onde as vendas se concentravam
associadas à falta da presença do Estado como provedor de políticas sociais e
de segurança, atuando exclusivamente como agente repressor e
estigmatizador do tráfico e seus usuários (Hatsukami, 1996).

O fácil acesso a armas de fogo cada vez mais poderosas (Hatsukami,


1996), fez dessas o principal meio para os membros das gangues garantirem
auto-proteção, resolverem as disputas de mercado, defender os produtos e
ativos ilegais, além de lhes conferirem status e poder na comunidade onde
atuavam (Blumstein et al, 2000). O caráter abusivo e compulsivo do consumo
do crack, gerador de fissura e busca desenfreada por uma nova dose (Gossop
et al, 1994; Hatsukami et al, 1996). A chegada do comércio do ilegal do crack
catalisou e amplificou déficits sociais latentes, que apareceram sob a forma de
comportamentos violentos, tais como a venda de objetos pessoais, furtos,
roubos, disputa de gangues, assassinatos e prostituição (Hamid, 1991a).

2.3 - O CRACK MUNDO AFORA

A presença do crack começou a ser relatada em outros países no final dos


anos 1980. A Espanha é tida a porta de entrada do tráfico de cocaína e haxixe
na Europa (OGD, 2000). O país vem detectando a presença crescente da
cocaína, principalmente na camada jovem da população (Bosch, 2000). O
crack é mais prevalente na região sul do país (Sevilha), decrescendo,
gradativamente, até alcançar as cidades do Norte (Barcelona) (Barrio et al,
1998). Portugal e França apresentam índices insignificantes de consumo de
cocaína, em termos de saúde pública, além de não fazerem menções sobre o
crack (EMCDDA, 1999).
A Itália (EMCDDA, 2000) detectou a presença do crack entre minorias de
imigrantes (senegaleses), envolvidos no mercado do tráfico e habitando áreas
marginalizadas. O consumo, restrito às minorias imigrantes, apresentou algum
aumento entre os italianos. No Reino Unido, o crack surgiu em bairros pobres e
marginalizados, habitado por minorias de imigrantes, causando disputas de
espaço pela distribuição e criminalidade (Bean, 1993; Ditton, 1993; Pearson,
1993, Shapiro, 1993). A substância era relativamente conhecida pelo público
jovem (Denham, 1995) e passou a ser utilizada por boa parte dos antigos
usuários de cocaína (Strang et al, 1990), com predomínio maior entre os
negros caribenhos (Gossop et al, 1994). Recentemente, a imprensa (Police
crack down..., 2001) noticiou um aumento do consumo.

A Alemanha (EMCDDA, 2000) observou a chegada do crack a partir da


primeira metade dos anos 90. Produzido artesanalmente e para consumo
próprio, no início, o crack é hoje mais prevalente que a cocaína naquele país,
com grande penetração entre os usuários de heroína. A Holanda parece não ter
sentido a presença do crack até 1993 (Cohen, 1997), permanecendo restrito a
minorias de imigrantes do Suriname (Cohen, 1995). Em 1998 o consumo de
cocaína não-injetável (cocaína refinada e crack) era considerado tão prevalente
quanto de heroína (Ameijden et al, 2001). Os países escandinavos (EMCDDA,
1999) têm grande predileção pelas anfetaminas, a substância mais consumida
naqueles países, após a maconha (1-3%). Não há relatos sobre o crack nesses
países. Um padrão insignificante de consumo de cocaína foi observado nos
países do Leste Europeu, sem referências à presença do crack (UNODCCP,
2001).

Na Austrália, o crack parece ter causado pouca ou nenhuma repercussão


(Mugford, 1997). O consumo de cocaína, no entanto, vem aumentando desde o
início dos anos 90, apesar dos baixos índices (1,4%). Já nos países asiáticos,
tais como Japão, China e Filipinas o consumo de estimulantes se dá
preferencialmente com as anfetaminas, não havendo espaço para congêneres
(NIDA, 1999; NIDA, 2001). Algum sinal do crack e drogas sintéticas (club
drugs) têm sido detectados na Índia, em substituição ao consumo local de
mandrax (OGD, 2000). A África do Sul é o maior mercado consumidor de
cocaína do continente africano (OGD, 2000). Começou a sentir a presença do
crack por volta de 1993, com índices crescentes de consumo, principalmente
nas zonas miseráveis de Joanesburgo (Jeter, 2000). Os últimos relatos, no
entanto, apontam para a estabilização ou mesmo redução do consumo nesse
país (NIDA, 2001).

3 - TRÁFICO INTERNACIONAL

O tráfico internacional de drogas, em alta escala, começou a desenvolver-


se a partir de meados da década de 70, tendo tido o seu ápice na década de
1980. Esse desenvolvimento está estreitamente ligado à crise econômica
mundial. O narcotráfico determina as economias dos países produtores de
coca, cujos principais produtos de exportação têm sofrido sucessivas quedas
em seus preços (ainda que a maior parte dos lucros não fique nesses países)
e, ao mesmo tempo, favorece principalmente o sistema financeiro mundial.

O narcotráfico é o segundo item do comércio mundial, só sendo superado


pelo tráfico de armamento. O mercado mundial, expressão mais elevada da
produção capitalista, está dominado, primeiro, por um comércio da destruição
e, segundo, por um tráfico declaradamente ilegal.

Na base do fenômeno encontra-se a explosão do consumo e a


popularização da droga, especialmente nos países capitalistas desenvolvidos,
que é outro sintoma da decomposição. O tráfico de drogas foi sempre um
negócio capitalista, por ser organizado como uma empresa estimulada pelo
lucro. Na medida em que a sua mercadoria é a autodestruição da pessoa, o
consumo expressa a desmoralização de setores inteiros da sociedade. Os
setores mais afetados são precisamente os mais golpeados pela falta de
perspectivas: a juventude condenada ao desemprego crônico e à falta de
esperanças.

3.1 - TRÁFICO NACIONAL

Até a década de 1910, o Brasil não tinha qualquer controle estatal sobre as
drogas que eram toleradas e muito usadas em prostíbulos freqüentados por
jovens da classe média e alta. No início da década de 1920, depois de ter se
comprometido na reunião de Haia (1911) a fortalecer o controle sobre o uso de
ópio e cocaína, o Brasil começa efetivamente um controle, o que nunca havia
feito antes. Isso aconteceu porque o vício até então limitado aos “rapazes finos”
dentro dos prostíbulos, passou a se espalhar nas ruas entre as classes sociais
“perigosas”, ou seja, entre os pardos, negros, imigrantes e pobres (a plebe), o
que começou a incomodar o governo.

Em 1921, surge a primeira lei restritiva na utilização do ópio, morfina,


heroína, cocaína no Brasil, passível de punição para todo tipo de utilização que
não seguisse recomendações médicas. A maconha foi proibida a partir de 1930
e em 1933 ocorreram as primeiras prisões no país (no Rio de Janeiro) por uso
da maconha.

3.2 - COMANDO VERMELHO

Nos anos de 1960 e 1970, no presídio de segurança máxima de Ilha


Grande, presos comuns e ‘guerrilheiros urbanos’ dividiram os mesmos espaços
e trocaram “experiências”. Em 1975, anistiados, os guerrilheiros deixaram o
presídio, mas os presos comuns continuaram lá e passaram a usar, no dia-a-
dia, as táticas de organização aprendidas com os companheiros da guerrilha. É
a forma que usaram para sobreviver e dominar outros grupos que dominavam
o complexo penitenciário. Eles organizaram um grupo de autodefesa, chamado
Falange Vermelha, que em pouco tempo mudaria o nome para Comando
Vermelho, que se transformaria num dos maiores grupos do crime organizado
no Brasil e no mundo.

No início dos anos 1980, o Comando Vermelho já domina o sistema


prisional do Rio de Janeiro e à medida que seus integrantes vão cumprindo
suas penas e são liberados, o comando conquista também as ruas e suas
idéias se espalharam além das grades. No início, aqui foram formados grupos
para fazer assaltos a bancos. Com o tempo perceberam que há outro negócio
mais lucrativo e menos “arriscado” do que os constantes assaltos a agências
bancárias: o tráfico de drogas.

No inicio dos anos 1980, Comando Vermelho aparece como uma


organização inserida nesta nova dinâmica internacional do narcotráfico e passa
a dominar o mercado de drogas no varejo no Rio de Janeiro. Aparecem os
“donos-do-morro”, que se aproveitando da ausência do governo impõe suas
próprias regras e passa a “mandar” nas favelas onde instalam a sua
“autoridade”. Ditam suas normas e, em contrapartida, passam a ajudar a
população com atitudes assistencialistas: distribuição de comida, gás,
pagamento de enterros e batizados.

O Estado responde contra-atacando. Soldados sobem os morros, atacam


pontos de vendas, prendem traficantes. Os conflitos são diários com mortes de
ambos os lados. São criadas polícias de elite com o propósito de combater o
tráfico. Mas o comércio de drogas já havia tomado proporções enormes. Como
demorou a ver e combater o problema, o governo não consegue vencê-los. O
Comando Vermelho continua a intimidar e a traficar. Do Rio de Janeiro passam
a enviar a droga a outros Estados, principalmente para São Paulo. Em 2000, os
“laços” entre Rio e São Paulo se solidificam quando o CV faz parceria com o
PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa paulista, e juntos
passam a traficar drogas.

E hoje, com o advento do crack a situação tem-se agravado justamente por


esta droga ser de fácil e rápida difusão e comercialização, pois seu preço é
extremamente baixo. O lucro com a sua venda se dá especificamente pelo
volume alto da comercialização. Somando-se assim a combinação explosiva da
necessidade de consumo intenso por parte de sue usuários. E a partir do
momento em que atinge a todas as classes, o ciclo de proliferação está
completo.

4 - O CRACK NO BRASIL

Há poucas informações sobre a chegada do crack ao Brasil, em sua maioria


proveniente da imprensa leiga ou de órgãos policiais. A apreensão de crack,
realizada pela Polícia Federal, entre 1993-1997, aumentou 166 vezes
(Procópio, 1999). A apreensão de pasta básica, no mesmo período e
considerada por região, apresentou níveis decrescentes, excetuando-se a
região sudeste, onde aumentou 5,2 vezes (Procópio, 1999). A cidade de São
Paulo foi a mais atingida. A primeira apreensão da substância no município
registrada nos arquivos da Divisão de Investigações sobre Entorpecentes
(DISE) aconteceu em 1990 (Uchôa, 1996). Algumas evidências apontam para o
surgimento da substância em bairros da Zona Leste da cidade (São Mateus,
Cidade Tiradentes e Itaim Paulista), para em seguida alcançar a região da
Estação da Luz (conhecida como "Cracolândia"), no centro (Uchôa, 1996). A
partir daí espalhou-se para vários pontos da cidade, estimulado pelo ambiente
de exclusão social (Uchôa, 1996) e pela repressão policial no centro da cidade
(Dimenstein, 1999).

O preço do crack, apesar de similar ao da cocaína refinada em termos de


unidade de peso, possuiu apresentações para o varejo que variavam de 1,00 a
50,00 reais, tornando-o acessível para uma faixa grande de consumidores
(Dunn et al, 1998). Além disso, parece ter havido uma redução na oferta de
outras drogas (Nappo et al, 1994). Procópio (1999), a partir de uma revisão em
jornais de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, apresentou algumas
considerações sobre o esquema de distribuição. Entre essas, figuram a
ascensão de indivíduos cada vez mais jovens ao comando do tráfico,
fragmentado e organizado em bandos (gangues), com divisão de tarefas
("dono da bocada", "chefe da distribuição", "avião", "fogueteiro") e normas
rígidas de disciplina e punição, com alta prevalência de armas de fogo,
caracterizando uma conduta marcadamente violenta, em decorrência da
competição por espaço na distribuição e para fazer frente ao esquema de
repressão ao tráfico. Apesar de desenhado a partir de dados parciais e em sua
maioria sem sistematização científica, o panorama observado guarda
semelhanças com a presença do crack em outros países.

Não há informações amplas sobre a evolução do consumo de crack no


Brasil. Um importante fenômeno observado aqui (Dunn et al, 1996; Dunn et al,
1999b) e em outros países (Gossop et al, 1994; Barrio et al, 1998; Ameijden et
al, 2001), durante os anos 90, foi a transição de vias de administração entre os
usuários de cocaína. Tal fenômeno caracteriza-se pela substituição da via de
administração, por meio da qual um indivíduo se iniciou no consumo de alguma
substância, por uma nova via, que passa a ter sua predileção (Dunn et al,
1999b).

Quanto às drogas injetáveis no Brasil, a cocaína é praticamente a única


substância utilizada (Carvalho et al, 2000; Seibel et al, 2000), tendo em vista a
presença irrelevante de heroína no país (Dunn et al, 1999b; Carvalho et al,
2000). Até o final dos anos 80 o padrão inicial de consumo de cocaína era feito
principalmente pela via intranasal e em menor proporção, pela via injetável
(Dunn et al, 1999b). Uma porção dos usuários que utilizavam a via injetável e
intranasal migrou para a via inalatória, ao passo que essa foi a que menos
perdeu adeptos (Dunn et al, 1999b). Alguns fatores influenciaram essa
transformação: a severidade e o tempo prolongado de consumo de cocaína, o
baixo preço e a disponibilidade do crack e a percepção crescente dos riscos
associados ao modo injetável (HIV) (Dunn et al, 1999b).

Nos últimos anos, instituições ligadas à infância e a imprensa vêm notando


uma redução do consumo em São Paulo (Dimenstein, 2000). Notícias sobre as
apreensões de substâncias psicoativas pela polícia mostraram um aumento
expressivo das apreensões de maconha (507%) e discreto com relação à
cocaína e crack (10%) (Apreensão de maconha..., 2001; Maconha, cocaína...,
20001). Os mesmos artigos também observaram a redução da procura por
tratamento na rede pública municipal entre esses indivíduos. Tais informações,
apesar de sugerirem uma diminuição do consumo devem ser analisadas com
cautela: a redução nas apreensões policiais pode tanto significar uma queda do
consumo, como também decorrer do surgimento de esquemas mais protegidos
de tráfico, adaptados ao esquema de repressão, inclusive por meio da
corrupção desses (Bean et al, 1993). A queda na procura por atendimento pode
ser resultado de um redirecionamento da demanda para outras opções de
tratamento. Dessa forma, o consumo do crack vem apresentando
comportamentos de queda e ascensão em diversos países com
desdobramentos futuros ainda incertos.

5 - CONSUMO DE DROGAS

O uso indevido de drogas ilícitas tem ultrapassado fronteiras. Na medida em


que a problemática inerente ao uso ou dependência de drogas avança por
todas as camadas da sociedade envolvendo homens e mulheres de diferentes
grupos étnicos, independentemente de classe social ou mesmo de idade.

A prevenção voltada para o uso abusivo e/ou a dependência de drogas


pode ser definida como um processo de planejamento, implantação ou
implementação de múltiplas estratégias voltadas para a redução dos fatores de
vulnerabilidade e risco específicos no fortalecimento dos fatores de proteção.

Sem a participação da família é muito difícil a recuperação de um usuário


de drogas, pois o mesmo não encontra forças suficientes para deixar o vicio já
que a dependência pela droga é mais forte na vida dessas pessoas. Além
disso, as drogas são um transtorno onde predomina a heterogeneidade, já que
afeta as pessoas de todas as camadas da sociedade e de diferentes maneiras
por diferentes contextos, a adesão ao tratamento ou ás práticas preventivas é
baixa, não contribuindo para a inserção social e familiar do usuário.

Buscam-se sempre novas estratégias de contato e geração de vinculo com


o usuário e com seus familiares a fim de implantar múltiplos programas de
prevenção, educação e tratamento às diferentes necessidades. Só assim
teremos uma política de saúde eficaz, coerente e efetiva. A redução de danos
oferece um caminho promissor, pois reconhece cada usuário em suas
singularidades, traça com ele estratégias que estão voltadas, não para a
abstinência como objetivo final, mas para a defesa de sua vida.
Sempre é bom lembrar que é a rede: de profissionais, de familiares, das
organizações governamentais e não-governamentais que criam juntos
alternativas de combate e prevenção ao uso de drogas. E o resultado só é
realmente eficaz quando ocorre uma interação constante, entre cada núcleo
especifico de ação, mas apoiando-se mutuamente, alimentando-se enquanto
rede. Viabilizam acessos variados acolhem, encaminham, previnem, tratam e
reconstroem existências, através de alternativas de combate ao uso das
drogas.

O compromisso do SUS é o fortalecimento das redes na garantia de acesso


aos serviços, envolvendo a comunidade, famílias, usuários, formando recursos
humanos e criando vínculos com outros setores, monitorizando saúde mental
na comunidade e estabelecendo programas específicos contemplados pela
política de atenção aos usuários de álcool e outras drogas, em uma perspectiva
ampliada de saúde pública.

6 - CRACK1

Princípio ativo - Cocaína, extraída da planta Erytronxylon coca.


O Crack é uma mistura de cloridrato de cocaína (cocaína em pó), bicarbonato
de sódio ou amônia e água destilada. A mistura é fervida para separar a parte
sólida, e depois resfriada. A parte sólida é posta para secar e depois cortada
em pequenos pedaços, ou "pedras". É seis vezes mais potente que a cocaína,
provoca dependência física e leva a morte devido a sua ação fulminante sobre
o sistema nervoso central e cardíaco.

Passo 1 (esquerda): o pó é dissolvido em água quente


Passo 2 (direita): é adicionado bicarbonato de sódio à mistura
Passo 3 (esquerda): a solução é fervida para separar a parte sólida

Passo 4 (direita): resfriamento da mistura separada

Passo 5: filtragem da mistura fria para isolar os sólidos


Crack (no filtro à direita)

6.1 - EFEITOS NO CORPO

O Crack leva apenas 15 segundos para chegar ao cérebro e já começa a


produzir seus efeitos. Ao percorrer a corrente sangüínea, o crack primeiro deixa
o usuário se sentindo energizado, mais alerta e mais sensível aos estímulos da
visão, da audição e do tato. O ritmo cardíaco aumenta, as pupilas se dilatam e
a pressão sangüínea e a temperatura sobem. O usuário pode começar, então,
a sentir-se inquieto, ansioso e/ou irritado. Em grandes quantidades, o crack
pode deixar a pessoa extremamente agressiva, paranóica e/ou fora da
realidade, Alguns efeitos:

• Forte aceleração dos batimentos cardíacos.


• Aumento da pressão arterial.
• Dilatação das pupilas.
• Suor intenso.
• Tremor muscular.
• Excitação acentuada.
• Sensações de aparente bem-estar.
• Aumento da capacidade física e mental.
• Indiferença à dor e ao cansaço.
• Inquietação psicomotora (dificuldade para permanecer parado, até
quadros mais sérios de agitação).
• Aumento do estado de alerta e inibição do apetite.
• Alterações do humor.
• Euforia (desinibição, fala solta) a sintomas de mal-estar psíco (medo,
ansiedade e inibição da fala).
Em 15 minutos a necessidade de um novo consumo já se manifesta, se não
for usado novamente o usuário pode chegar a um inevitável desgaste físico e
podendo chegar a depressão profunda. Todo usuário de Crack é um grande
candidato a morte, pois a droga causa graves lesões irreversíveis ao cérebro
por causa de sua grande concentração no sistema nervoso. O Crack causa
dependência, durante o consumo pode levar a problemas cardíacos ou até o
enfarte.

Cantora Amy Winehouse

( usuária de Crack )

6.2 - FORMAS DE USO

Sua principal forma de consumo é a inalação da fumaça produzida pela


queima da pedra. É necessário o auxílio de algum objeto como um cachimbo
para consumir a droga, muito desses feitos artesanalmente com o auxílio de
latas, pequenas garrafas plásticas e canudos ou canetas. Os pulmões
conseguem absorver quase 100% do crack inalado.
Cachimbo improvisado

Consumo de crack em cachimbo improvisado

Se o crack for inalado com álcool, as duas substâncias podem se combinar


no fígado e produzir uma substância química chamada cocaetileno. Essa
substância tóxica e potencialmente fatal produz um barato mais intenso que o
crack sozinho, mas também aumenta ainda mais o ritmo cardíaco e a pressão
arterial, levando a resultados letais.

7 - DEPENDÊNCIA

O conceito de pode ser entendido como um conjunto de sintomas


cognitivos, comportamentais e fisiológicos que indica que o indivíduo mantém o
consumo da droga apesar de problemas relacionados ao uso. A tolerância é a
necessidade de aumentar progressivamente a quantidade de droga consumida,
ou a redução dos efeitos quando a dose é mantida estável. Já a abstinência é
uma alteração comportamental associada a sintomas fisiológicos e cognitivos
concomitantes, que decorrem da interrupção do consumo ou mesmo da
redução repentina da dose consumida regularmente. Sendo assim, a tolerância
e a abstinência são os sintomas fisiológicos mais importantes no quadro que
caracteriza a dependência.

Contudo, estes dois aspectos não são suficientes e nem mesmo


necessários para o diagnóstico, pois algumas pessoas apresentam um padrão
de uso tão compulsivo de droga e não apresentam sintomas de tolerância ou
abstinência. O que ocorre com alguns consumidores de crack.
Segue alguns dos critérios para a síndrome de dependência de substâncias
psicoativas, como a cocaína e o crack.

1 – Tolerância – Necessidade de maior quantidade da substância para


alcançar intoxicação ou o efeito desejado ou, redução significativa do efeito
quando a dose consumida se mantém estável.

2 – Abstinência – Sintomas característicos para cada substância ou,


consumo da substância para alívio destes sintomas.

3 – Substância usada em quantidade ou período maior que inicialmente


intencionado.

4 – Desejo persistente pelo consumo ou tentativas de controle ou parada de


consumo.

5 – Grande parcela de tempo gasto para obtenção, consumo da substância


ou mesmo na recuperação de seus efeitos.

6 – Abandono de atividades sociais, ocupacionais e recreacionais pelo


consumo da substância.

7 – A substância continua a ser consumida, apesar da consciência de


apresentar problemas físicos ou psicológicos que são causados ou
exacerbados pelo consumo.

8 – Desejo ou senso de compulsão para consumir a droga.

9 – Dificuldade de controlar o comportamento de consumir a substância


(início, término, níveis de consumo).

O crack parece contribuir para a dependência mais freqüente e rapidamente


do que o uso da cocaína na forma inalada, provavelmente pela rapidez da
ação. Contendo até 75% de cocaína pura, o crack é considerado a forma de
cocaína mais capaz de causar consumo compulsivo e dependência (Weiss,
1994). Variações no preparo incluem amônia no lugar de bicarbonato de sódio,
o que causa a mistura explosiva.

A cocaína afeta a excitação sexual e o consumo de crack pode produzir


ejaculação espontânea sem que haja estimulação sexual. Em casos de
consumo crônico, observa-se que o consumo da droga substitui totalmente o
parceiro sexual (Gold, 1993).

Durante o consumo crônico e mesmo após uma ‘orgia’ de consumo de


crack, podem ocorrer sintomas depressivos, amotivação, sonolência, paranóia
e irritabilidade. O desejo incontrolável de repetir o aspecto prazeroso do
consumo, juntamente com os sintomas depressivos pode levar ao consumo
crônico e compulsivo da droga.
8 - TRATAMENTOS PARA DEPENDÊNCIA
QUÍMICA

Tratar a dependência química é algo complexo, não existe uma única forma
de enfrentar cada tipo de dependência (cocaína, crack, alcoolismo,
tabagismo...), e cada individuo /usuário apresenta um quadro clínico e
psicológico diferente, que varia de gênero, classe, idade, e que atinge as
pessoas de várias maneiras não só individualmente mas socialmente, sendo
que a seguir será feita uma exposição sobre algumas formas de tratamento
que atualmente vem sendo desenvolvidas no Rio Grande do Sul, Brasil e no
estrangeiro. Também o intuito desta pesquisa será mostrar as dificuldades e as
possibilidades (contradição), no campo das políticas públicas frente a
efetivação e o enfrentamento desta epidemia que a cada dia mais se alastra
em nossa sociedade.

8.1 - O TRATAMENTO

O tratamento deve ser dirigido basicamente às pessoas que se tornaram


dependentes de drogas. Da mesma forma que não há qualquer sentido em
propor tratamento a alguém que usa álcool apenas ocasionalmente, também
não devemos falar em tratamento para usuários experimentais ou ocasionais
de outras drogas.

Existem diversos modelos de ajuda a dependente de drogas: Tratamento


médico; terapias cognitivas e comportamentais; psicoterapias; grupos de auto-
ajuda (dos tipos Alcoólicos Anônimos); comunidades terapêuticas; etc. Em
princípio pode-se dizer que nenhum desses modelos de ajuda consegue dar
conta de todos os tipos de dependências e dependentes. Se alguns podem se
beneficiar mais de um determinado modelo, outros necessitam de diferentes
alternativas.

Os especialistas em dependência vêm realizando pesquisas nos últimos


anos para determinar que tipos de dependentes se beneficiam mais de um ou
de outro tipo de ajuda. (SILVEIRA, Dartiu Xavier e SILVEIRA,Evelyn Doering
Xavier 2004; pág. 29 e 30).

Toxicomania: uma forma de comportamento que recorre a meios artificiais, "


os tóxicos" ou "as drogas", visa tanto à negação dos sofrimentos coma à busca
de prazeres. Foi definida pelo "Comitê dos especialistas em drogas suscetíveis
de causar a toxicomanias " (organização Mundial da Saúde).(OLIEVENSTEIS,
Claude 1988 pág.11)

8.2 - HOSPITALIZAÇÃO NO EXTERIOR


Nos E.U.A existem dois hospitais estaduais especializados no tratamento
dos toxicômanos: um Lexingtom, Kentucku e o outro em Forth Worth, no Texas.
Na opinião de todos aqueles que os visitaram, o clima reinante em ambos é
mais o de uma prisão do que o de um ambiente terapêutico verdadeiro. Certo
número de hospitais, particularmente em nova Iorque, também abriram salas
para os intoxicados. Mas nesses casos também os resultados terapêuticos são
desanimadores, tenham eles utilizado o método, de substituição como o uso de
metadona, ou os métodos psicoterápicos ortodoxos. Como Declara Peter
Laurie: " O intoxicado é notoriamente resistente a psicoterapia comum".(
OLIEVENSTEIS, Claude 1988 pág. 89).

E.U.A. - ...hospitalização se faz necessária, os doentes são enviados para


os hospitais ou para um unidade especializada no tratamento de toxicômanos
jovens; ou, ainda, para o sistema psiquiátrico geral. Esta fórmula simples é a
que parece obter os melhores resultados atualmente.

Ainda mais original é a experiência de Day top, onde o acolhimento dos


doentes é feito por uma comunidade não médica, constituída por ex-drogados,
garantindo ela mesma o desmame e a pós-cura, dentro de uma vida
comunitária.

França: Não havia uma unidade de tratamento dos toxicômanos... Hospital


Sante-Anne unidade semi-especializada, dentro de um serviço psiquiátrico -
clinico... Mesmo após anos e anos de hospitalização, em 90% dos casos há
sempre uma recaída. (OLIEVENSTEIS, Claude 1988 pág.117)

8.3 - PROPLEMAS DECORRENTES DA


HOSPITALIZAÇÃO

•Estilos modernos toxicômanos não são doentes no sentido habitual da


palavra... Tornando injustificável pela ausência de uma semiologia que a
identifique, essa presença absolutamente não é tolerada pela equipe
responsável e geralmente mal tolerada pela hierarquia médica que vê tais
indivíduos como parasitas e vagabundos...

•...Não levam em conta os prejuízos incalculáveis que a hospitalização em


ambiente psiquiátrico pode causar aos adolescentes com personalidade frágil e
mal estruturada.

•Ao mesmo tempo, e por motivos de ordem científica, é indispensável que


possam existir centros mais especializados, onde seja possível efetuar
pesquisas sérias num campo arriscado e pouco conhecido, pesquisas essas
permanentes, orientadas para uma visão prospectiva... é preciso ter uma visão
de conjunto dos problemas levantados. Desde já declaramos que não temos
nenhuma opinião definitiva sobre a questão da hospitalização e dos cuidados
aos toxicômanos. (OLIEVENSTEIS, Claude 1988 pág.115).

8.4 - TRATAMENTOS E POLÍTICAS


PÚBLICAS

O tratamento específico para dependência química no Hospital Psiquiátrico


São Pedro (HPSP), iniciou na década de 1940, com uma unidade de
Internação Denominada "Pavilhão de Alcoolista". (Araújo et al., 2002).

Em 2002, a Unidade de Desintoxicação Jurandy Barcellos, segundo Araújo


et al. (2002), internava pacientes do sexo masculino de Porto Alegre e interior
do Estado do Rio Grande do Sul, com dependência de sustâncias psicoativas.
Há registros que, nesta época, a Unidade atendia em média 40 pacientes por
mês. O tempo médio de internação era de 7 a 15 dias, e além de ser realizada
a desintoxicação, havia um tratamento tendo como referencial a Entrevista
Motivacional e o Modelo de Prevenção de Recaída, que fazem parte da Terapia
Cognitivo-Comportamental (Araújo et al.,2002).

No dia 6 de agosto de 2002, tendo como fundamento a Lei da Reforma


Psiquiátrica do Deputado Paulo Delgado, na qual é previsto o progressivo
fechamento de leitos em hospitais psiquiátrico e a substituição destes por leitos
em hospitais gerais, foram proibidas novas internações na unidade Jurandy
Barcellos, havendo uma transferência dessas vagas para o hospital Vila Nova a
partir de um convênio firmado entre a Secretaria Estadual da Saúde e a
Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Aqueles pacientes que já estavam
internados na Unidade do Hospital São Pedro ficaram até a sua alta hospitalar,
sendo que o fechamento definitivo da Unidade com a saída do último paciente
ocorreu no dia 11 de setembro de 2002.No que diz a respeito ao tratamento de
dependentes químicos, de acordo com Carlini (2002), as necessidades de
leitos, que devem ser guardadas de acordo com as demandas locais e
regionais.

Apesar de termos ido ao encontro da Reforma psiquiátrica, quanto a


substituição dos leitos em hospitais psiquiátricos por leitos em hospitais gerais
com o número insuficiente de serviços substitutivos voltados para o
dependente químico, grande parte da clientela (usuários) que vem aumentado,
pagou pelo ônus de um planejamento indevido (Araújo,2003).

Em 2004, depois de 2 anos de espera, e atendendo ao solicitado pelo


Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), Sociedade de Apoio ao
Doente Mental (SADOM) e Fraternidade Cristã de Doentes e Deficientes do Rio
Grande do Sul, em Ação Civil Pública posta contra o Estado do Rio Grande do
Sul, a Justiça determina a reabertura da Unidade Jurandy Barcellos. A juíza
Rosan Garbin, do 1º Juizado da 4ª Vara da fazenda Pública da Capital, acolheu
parecer da promotora de Justiça Marisa Lara Adami da Silva que afirma ser a
reativação dos trinta leitos imperiosa até a implementação por completo do
espírito da lei e dos mecanismos ali previstos, inclusive uma reavaliação na
Reforma Psiquiátrica (Aguiar, 2006). Entretanto, a sentença que determinou a
reabertura da Unidade foi cumprida somente no dia 31 de julho de 2006. Até o
final da tarde do dia da reabertura, cinco pessoas já haviam sido internadas
(Imprensa/SIMERS).

Hoje o HPS atende principalmente a demanda de fora da Capital. Os


pacientes internados são encaminhados pelas 1ª, 2ª e 18ª coordenadorias
regionais de saúde, envolvendo grande Porto Alegre, Litoral e municípios como
Camaquã e Montenegro. A intervenção judicial também manteve os leitos
abertos, no Hospital Vila Nova (Imprensa/SIMERS, 2006).

A ala destinada à desintoxicação dos dependentes químicos atualmente,


além dos 30 leitos, possui quatro consultórios, sala de convivência com
televisão, mesa do pingue-pongue para entretenimento, oficinas de
reabilitação, área para atividades de terapia ocupacional, além de sala de
procedimentos de enfermagem equipada com medicamentos desfibrilador. A
equipe que oferece assistência é composta por profissionais das mais diversas
especialidades. Em acordo com a direção interna do hospital apenas estão
sendo aproveitados 20 leitos. Hoje, a demanda de dependência química no
setor de admissão, para fins de internação, costuma ultrapassar 50% da
procura. O tratamento para desintoxicação varia de 7 a 30 dias em ambiente
protegido, propiciando motivação a abstinência e a tratamento externo
(Governo do Estado do Rio Grande do Sul). De 31 de julho a 31 de dezembro
de 2006 internaram 155 pacientes, havendo uma média de 51,6 internações
por mês. (Leonel Tesch Formiga, Rafael Corrêa da Silva Santos, Tiago
Sacchet Dumcke, Renata Brasil Araújo; 2006).

8.5 - REDUÇÃO DE DANOS OU


DIMINUIÇÃO DE PREJUÍZOS

"Prejuízos" podem ser entendidos como danos, riscos, perigos... Dessa


forma, diminuição de prejuízos é um conjunto de medidas dirigidas a pessoas
que não conseguem ou não querem parar de consumir drogas. Essas
estratégias têm por objetivo reduzir as conseqüências negativas que o uso de
drogas pode ocasionar. Um bom exemplo seriam as campanhas orientando as
pessoas a não dirigirem após consumir bebidas alcoólicas. Outro exemplo
seriam os programas de troca de seringas dirigidos a usuários de drogas
injetáveis. Sabemos que a forma de transmissão mais perigosa do vírus da
AIDS é a passagem de sangue contaminado de uma pessoa para outra.

Nos programas de troca de seringas, são recolhidas as usadas e colocadas


novas a disposição. Por meio desses procedimentos ocorre redução importante
da infecção pelo vírus da AIDS, assim como de outras doenças contagiosas. Ao
contrario do que se temia inicialmente, os programas de troca de seringas não
induzem as pessoas a utilizar drogas injetáveis. Além disso, eles constituem
uma medida de saúde pública da maior importância para o controle da
epidemia mundial de AIDS..(SILVEIRA,Dartiu Xavier e SILVEIRA,Evelyn
Doering Xavier ; 2004 pág. 29).

8.6 - REDUÇÃO DE DANOS DO CRACK NO


BRASIL

Em outros requisitos, o atendimento a usuários de crack requer muita


criatividade para superar as grandes dificuldades decorrentes da
marginalização e da vulnerabilização dessa população...deve-se levar sempre
em conta as especificidades de cada situação e a necessidade de uma postura
respeitosa para com os indivíduos e seus valores.

Em 1996, a equipe da CETAD (Centro de Estudos e terapia do abuso de


Drogas), que desenvolvia projetos de redução de danos para usuários de
drogas injetáveis em Salvador, começou a observar um crescente número de
usuários de crack nas suas intervenções de rua. Este fato motivou a equipe a
pesquisar estratégias preventivas a serem implementadas entre esse novo
grupo de usuários. De inicio optou-se pela apresentação de vídeos na rua, o
objetivo desta atividade foi oferecer produtos socioculturais alternativos no
próprio contexto social dos usuários, que estimulassem a reflexão,
reformulação e/ou questionamento sobre os conhecimentos e comportamentos
de risco para as DST/AIDS, outras doenças infectocontagiosas, o abuso de
drogas tais como o crack. Junto com tal atividade foi feita uma pesquisa
buscando conhecer o perfil psicossocial dos usuários de crak naquela cidade,
determinar o consumo desta e outras drogas e ainda conhecer as práticas
sexuais de tais usuários.

É interessante examinar um projeto pioneiro desenvolvido entre usuários de


crack buscando tratamento no Programa de Orientação e Atendimento aos
Dependentes na universidade Federal de São Paulo (PROD/UNIFESP).
Nesses estudos foram acompanhados 24 indivíduos do sexo masculino por 12
meses "referiam nas primeiras consultas que vinham usando maconha como
uma forma de atenuar os sintomas de abstinência do crack" ... Os cannabis,
projetos de substituição encontram grande resistência por parte das
autoridades de saúde e de médicos em geral, tornando-se de difícil execução e
replicação, o que é lamentável tendo em vista as dificuldades apresentadas
pelo tratamento clínico da dependência de crack e a necessidade de novas
maneiras de abordá-lo.(SILVEIRA, da Dartiu Xavier e MOREIRA, Fernanda
Gonçalves "Panorama Atual de Drogas e Dependências" 1ª edição -Editora
Atheneu, São Paulo, 2006 pág. 375)

Roteiro Terapêutico:

o Acolhimento: Pode-se ser realizado em grupo ou individualmente,


e o objetivo é garantir um espaço de troca, onde as angustias
seja acolhidas no "aqui e agora".
o Avaliação e acompanhamento psiquiátrico
o Triagem: constituído pela avaliação clinica e psiquiátrico do
paciente que procura tratamento para dependência..(SILVEIRA,
da Dartiu Xavier e MOREIRA, Fernanda Gonçalves, 2006 pág.
375)
o

Foram analisados os registros dos pacientes atendidos em dois serviços


ambulatoriais públicos da cidade de São Paulo, no período de 1990 a 1993. Os
dois ambulatórios estudados (PROAD e UDED) são setores especializados no
tratamento de abuso e dependência de drogas. O PROAD (Programa de
Orientação e Atendimento a Dependentes de Drogas) é um setor do
Departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina (EPM), e a UDED
(Unidade de Dependência de Drogas), um setor do Departamento de
Psicobiologia da EPM. Ambos oferecem tratamento gratuito.

As duas clínicas usam uma entrevista inicial padronizada, que, embora em


sua forma e aplicação sejam diferentes, possuem algumas variáveis em
comum, permitindo a análise dos dados agrupados.(. http://www.scielo.br/;
2008).

8.7 - FASC ENCAMINHA DEPENDENTES


PARA O TRATAMENTO

Desde que teve inicio, em fevereiro de 2007, projeto da Fundação de


Assistência Social e Cidadania (FASC) retirou das ruas de Porto Alegre 106
dependentes de drogas, encaminhando-os para tratamento em fazendas
terapêuticas da Região Metropolitana. O projeto de parceria com comunidades
terapêuticas para tratamento da população adulta de rua é coordenado pelo
químico José Vicente Lima Robaina, que amanhã, 14, toma posse como vice-
presidente do Conselho Municipal de Entorpecentes, com representante titular
da FASC.

Atualmente, há 23 pessoas em tratamento, distribuídas em cinco


comunidades terapêuticas: Vida Plena, em Parobé/ Pacto e Novos Rumos em
Viamão; Créd Cara Limpa, em Arroio dos Ratos; e Marta e Maria (só para
mulheres), em Porto Alegre. Após avaliação, elas são encaminhadas pelo
Program de Redução de Danos (PRD), da Secretaria Municipal de Saúde, e
pelos equipamentos da Fasc que fazem o atendimento à população adulta de
rua _ Albergue Municipal, Casas de Convivência, Abrigos Marlene e Bom
Jesus. “Também recebemos demandas originários dos Centros Regionais de
Assistência Social da Fasc”, completa Robaina.

Tratamento - Nas fazendas terapêuticas, os dependentes químicos


permanecem de nove a 12 meses. O tratamento é baseado num tripé
terapêutico que envolve espiritualidade, trabalho e disciplina. "Eles têm horário
para tudo: acordar, cuidar dos animais na fazenda terapêutica, fazer a higiene
pessoal, tomar café da manhã, almoçar, jantar, dormir", conta. "Precisam
obedecer às regras para contrastar com a vida desregrada que levavam como
usuários de drogas, morando nas ruas", explica. O desenvolvimento da
espiritualidade consiste de orações e estudos inter-religiosos.

O trabalho é parte fundamental do tratamento. São eles que fazem todas as


tarefas domésticas, até porque não há funcionários nas fazendas, apenas
monitores, alguns dos quais ex-internos. Em sistema de rodízio, a rotina diária
é plantar e colher os alimentos que vão preparar depois, cuidar dos animais,
tirar leite das vacas e fazer o pão. Após completarem o tratamento, sua
reinserção na sociedade é acompanhada por técnicos da Fasc.

"As dificuldades são muitas, pois trata-se de pessoas em situação de


extrema vulnerabilidade social, sem vínculos", ressalta Robaina. "Mas os
resultados podem ser considerados satisfatórios e deixam otimistas os
envolvidos no projeto". Recentemente, seis completaram o tratamento na Vida
Plena e já estão inseridos na comunidade. Um deles atua no PRD, com
possibilidade de, ao final do estágio, tornar-se um redutor de danos.

8.8 – COMEN

A nova composição do Conselho Municipal de Entorpecentes (Comen-Poa)


toma posse amanhã, 14, às 10h, em solenidade no Salão Nobre da prefeitura.
O Comen-Poa foi criado pela Lei Complementar n° 241, de 04 de janeiro de
1991, pela Câmara Municipal, como órgão normativo de deliberação coletiva,
com a finalidade de auxiliar a administração municipal na orientação,
planejamento, fiscalização e controle da prevenção ao uso de tóxicos e
recuperação de dependentes de drogas no município. É vinculado,
administrativa e financeiramente, à Secretaria Municipal da Saúde, conforme
dispõe a Lei Complementar n° 328, de 06 de setembro de 1994.

Composto de 17 conselheiros, seis são originários da sociedade civil,


escolhidos por voto direto em assembléia do Fórum Porto-alegrense de
Prevenção à Dependência Química, órgão que congrega as Organizações
Não-Governamentais. Quatro Sao indicados pelo Conselho Municipal de
Saúde, dois pelas Federações de Associações de Círculos de Pais e Mestres
(Estadual e Particular), dois de Centrais de Trabalhadores; um da Secretaria
Municipal da Saúde, um da Secretaria Municipal de Educação e um da
Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc)
(http://www2.portoalegre.rs.gov.br/; 2008).

8. 9 - EXEMPLOS DE INTERVENÇÃO
TERAPÊUTICA

Grupos de Inclusão Social: “Desafio Jovem”.


Trata-se de uma intervenção terapêutica em diferentes vertentes: física,
psicológica, social e espiritual. Logo, o Programa compreende o envolvimento
do aluno em várias atividades laborais, acadêmicas, psicossociais, lúdicas e
espirituais. O objetivo é proporcionar aos residentes a aquisição de
conhecimentos técnicos, profissionais, sociais e outras competências que, por
sua vez, o ajudarão na inibição dos consumos, assim como facilitarão a sua
integração sócio-profissional na sociedade.

FASES DO PROGRAMA TERAPÊUTICO

1ª Fase - Fase de motivação: Abandono da Antiga Maneira de Viver.

2ª Fase – Aprendendo uma Nova Maneira de Viver.

3ª Fase – Vivendo uma Nova Forma de Vida.

4ª Fase – Reentrada. Esta fase é um tempo de avaliar o desenvolvimento do


aluno no programa de Reabilitação, e avaliar se o interno alcançou estabilidade
emocional, social, espiritual e conseqüentemente obtendo a necessária
independência para retornar ao convívio da sociedade. É um estagio com
menos regras para que o interno desenvolva seu potencial individual.

REINSERÇÃO: Esta é uma fase avançada no programa, é a fase que o aluno


entrará após ter concluído com sucesso o programa de recuperação com
duração mínima de 12 meses. Na reinserção o aluno é trabalho para retomar a
sua vida social, tendo condições de administrar a sua vida e planejar o seu
futuro. Nesta fase o aluno terá oportunidades de capacitação profissional
através dos projetos desenvolvidos grupo (www.giseda.com.br ;2008).

O tratamento da dependência química consiste em mudar um


comportamento problemático que dificilmente o paciente assume uma tarefa
que exige grande esforço de toda equipe e do paciente, pois em geral envolve
sair da “área de conforto” que pode gerar resistência e ansiedade nas quais o
paciente não está habituado.

O que é Terapia Motivacional?

A terapia motivacional encarrega-se de melhorar a forma como as pessoas


percebem sua própria capacidade para superar obstáculos e dificuldades. O
método envolve compreender as emoções misturadas que as pessoas sentem,
quando estão prestes a enfrentar mudanças.

O papel do terapeuta motivacional é ajudar os pacientes a reconhecer esses


sentimentos contraditórios e a discuti-los, de tal forma que consigam pender a
balança para o lado da transformação. Mudar um comportamento problemático
- por exemplo, uma dependência de drogas ou álcool, um distúrbio alimentar ou
uma forma de ansiedade social - pode parecer difícil e causar ansiedade,
porque em geral envolve sair da "área confortável" com a qual o paciente está
habituado.
A terapia motivacional tem como objetivo melhorar a percepção que as
pessoas têm de suas próprias capacidades, aumentando a confiança em sua
própria habilidade para recorrer a recursos e forças, na superação da
dependência de álcool ou drogas.

Uma das técnicas consiste em ensinar o paciente a visualizar alguma coisa


que lhe traga uma sensação de força, para que consiga transformar suas
próprias expectativas em realidade (http://www.clinicadrogasealcool.com.br/
;2008).

Em vista destes aspectos, observa-se que existem muitos tipos de


tratamento para dependência química, mas especificamente para o Crack, são
muito raros de se encontrar. Foram aqui citados apenas alguns tipos de
tratamento para dependência química, mas estes nos serviram de exemplos
para dar visibilidade às alternativas que possuímos no Brasil e no Exterior,
sendo que também ficou explicitado através da pesquisas que existem
movimentos por parte do Estado e do setor privado em busca de criar projetos
e políticas públicas que dêem conta desta demanda crescente, que a cada dia
mais preocupa nossa sociedade.

9 - O SUS - (SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE)


LEI 8.080

Conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições


públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e
das fundações mantidas pelo poder público. Saúde como direito a todos.

Com a Constituição de 1988, as políticas de saúde passaram a ter os


seguintes objetivos e estratégias:

Objetivos:

- Universalização do Atendimento: toda a rede pública própria ou


comandada passaria a atender a população, em caráter universal, sem
restrições ou cláusulas de cobertura;

- Eqüidade no Atendimento: além de universal, todos teriam acesso às


mesmas modalidades de cobertura em todo o território nacional;

- Integralidade das Ações: todos teriam acesso à saúde num conceito


integral, ou seja, composto por ações sobre o indivíduo, sobre a coletividade e
sobre o meio;

Estratégias:
- Descentralização: a execução dos serviços seria comandada e realizada
pelos Municípios e pelos Estados, minimizando o papel da União;

- Unicidade de Comando: embora descentralizado, o sistema passaria a ter


um comando único em cada esfera de governo, evitando a antiga duplicação
de esforços que existia entre as estruturas do Inamps, do Ministério da Saúde e
das secretarias estaduais e municipais;

- Participação Social: a sociedade participaria da gestão do sistema através


de Conselhos de Saúde organizados em todas as esferas de governo, que
teriam funções no campo do planejamento e fiscalização das ações de saúde.

O SUS integra não apenas as redes federais de saúde, mas também as


redes públicas dos Estados e Municípios, embora os hospitais universitários,
por exemplo, continuem a pertencer à estrutura das universidades e do
Ministério da Educação. Também o subsistema de assistência médica das
forças armadas continua isolado, não integrando o SUS.

O SUS, em nível estadual, passou a ser composto pela fusão dos escritórios
regionais de saúde (antigas superintendências) às secretarias estaduais de
saúde, passando suas ações a estarem subordinadas ao comando das
secretarias.

No entanto, até o momento, nem todos os Estados absorveram as redes do


Inamps por alegarem dificuldades relacionadas às despesas de custeio
necessárias à manutenção destas redes. O mesmo se passou com os
Municípios, ou seja, poucos deles absorveram os estabelecimentos do Inamps
por razões financeiras e por dificuldades de ordem operacional.

Os repasses de recursos da União para Estados e Municípios, a partir de


1989, passaram a ser feitos segundo a prestação de serviços efetivamente
realizados em cada unidade da federação.

No caso dos gastos ambulatoriais, os valores eram repassados segundo


critérios per capita. No caso dos valores para o atendimento ambulatorial,
limitava-se o teto de 0,1 de internação por habitante/ano; em cada Estado e
(ou) Município, pagos também após a emissão da fatura do serviço prestado.

9.1 - ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS

O quadro da Atenção às Urgências no Brasil apresenta-se, com identidade


dramática: atendimento voltado a pronto-socorros de hospitais, filas e muito
tempo de espera para as pessoas serem atendidas, pacientes hospitalizados
nos corredores das entidades - muitos portadores de sérias doenças e também
com outras particularidades.

Será que é possível ter compreensão da totalidade do problema, com essa


“cruel” realidade que nos deparamos diariamente? Impossível
compreendermos e aceitarmos, todos os dias indivíduos morrendo nas filas das
UTI, sem o mínimo de assistência médica, e o longo tempo de espera para
consultas e exames. Essa realidade não está satisfatória para a humanidade,
precisamos ter qualidade de vida, queremos justiça e direito de viver com
cidadania neste país. Segundo um artigo publicado pelo Ministério Público,
Política Nacional de Atenção às Urgências (2008), que relata a seguinte
informação:

O Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva


pretende desenvolver ações que efetivamente
priorizem a área de urgência, com o objetivo de
proteger a vida e melhorar as condições de saúde da
população (Esalba: páginas curriculares 2008/1).

Perante essa informação, nossa expectativa em relação ao Ministério


Público e ao governo do Estado, é de que venham fazer uma leitura detalhada
das necessidades da área da saúde, pois as urgências da sociedade não
podem esperar. Temos direito de viver com qualidade, pois todos os cidadãos
estão inclusos no Sistema Único de Saúde (SUS), onde nenhum serviço pode
ser cobrado, devido ao seu financiamento já garantido pelo pagamento de
impostos e contribuições sociais, onde entendemos como conjunto de ações e
serviços de saúde, prestados por redes públicas federais, estaduais e
municipais, que tem dentro das suas diretrizes o seguinte objetivo:
“Universalização do Atendimento: toda a rede pública própria ou comandada
passaria a atender a população, em caráter universal, sem restrições ou
cláusulas de cobertura”. Como podemos verificar, nossos direitos existem, no
entanto precisamos garanti-los.

Nos estados brasileiros há sérias dificuldades relacionadas às despesas


financeiras com manutenção das redes de saúde, por isso o desenvolvimento
do SUS tem sido lento e, em certa medida, prejudicado pela grande crise
financeira do setor público na saúde, devido aos partidos neo-liberalistas que
apóiam as privatizações de nossos direitos, assim enfraquecendo o Estado.
Precisamos entender esse sistema para contribuirmos para uma reconstrução
no Brasil, e assim Cunha (1998) acredita nessa mudança: “O SUS se constrói
no cotidiano de todos aqueles interessados na mudança da saúde no Brasil.
Entendê-lo é uma boa forma de fortalecer a luta pela sua construção”.
(CUNHA,1998).

Perante essa análise de atenção às urgências, podemos firmar que a


epidemia do crack está inclusa em uma das emergências da sociedade,
precisamos ter tratamento no SUS para dependentes de crack. O secretário da
saúde reconhece tamanha deficiência que a saúde pública vivência, como
disse a uma entrevista para o jornal Zero Hora publicada no dia 31/07/2008, 31:
“O problema não é só garantir internação. O crack precisa de mais tempo de
tratamento do que outras drogas. Hoje estamos internando para desintoxicar e
mandando de volta para a droga”. O secretário reconhece o Estado também,
promessas são feitas, tal como o projeto- piloto: Projeto que planeja gastos
adicionais de R$ 2 milhões por mês, além da criação de 500 novos leitos para
usuários da droga, a promessa foi feita no final de abril de 2008, mas até agora
não foi implantada, o número de dependentes aumenta cada vez mais em um
período muito curto.

Em pesquisa realizada pelo grupo no material que à Zero Hora divulgou por
uma semana, chamado de epidemia do crack, tem o relato do diretor-técnico
do Hospital espírita de Porto Alegre, ele dúvida da implementação do projeto,
devido ter tido que fechar os 80 leitos que hospital oferecia pelo SUS, fala que
o Estado não conseguiu dar conta destes, então como podemos acreditar que
vão criar 500?

É devido a essa promessa e outras, que a sociedade não pode se


acomodar. Precisamos urgentemente elaborar um tratamento específico para
os usuários de crack e outras drogas, para que diminua o número de pessoas
mortas todos os dias, famílias abaladas, jovens sem qualquer expectativa de
vida e outras conseqüências que a droga traz. Assim podemos conferir em
alguns anexos que nossa pesquisa apresenta.

10 - PRECONCEITO

A sociedade atual é muito rígida quando o assunto é usuário de drogas em


geral, mas o que as pessoas muitas vezes não se dão conta é que podem
estar incentivando esses jovens tendo um comportamento mais vulnerável
quando se trata de drogas legais. A cultura química abraçada pela sociedade
faz com que esses jovens muitas vezes aprendam com suas próprias famílias
que poderão vir a usar drogas quando crescer. Eles presenciam o uso de
bebidas alcoólicas e cigarros muitas vezes dentro de casa e a informação que
recebe é que ainda é muito pequeno para experimentar certas coisas.

Claro que não se pode generalizar, levando em conta também de que a


fase da adolescência é um período de transformação e descobertas, em que o
jovem, lida com responsabilidades que antes não tinha, ocorrem às mudanças
hormonais, inicia-se um afastamento da família e sofre a influencia e pressão
dos amigos para ser inserido no grupo.

É compreensivo que as pessoas pensem no usuário de crack com


preconceito, pois é reconhecido mundialmente o fato de que o consumo de
drogas aumenta a criminalidade, há relatos de que o risco de sofrer algum tipo
de violência é 14 vezes maior para os que moram com usuários de drogas. O
usuário fica agressivo tanto pelo efeito químico de algumas drogas quanto pela
falta que sentem quando não as tem.

É possível combater esse mal social que traz conseqüências tão graves
com informação, não partindo do pricípio de que o preconceito é mau, muitas
vezes ele é um instrumento necessário de defesa e sobrevivência.
11 - CONCLUSÃO

Percebe-se que apesar do SUS atender os usuários de crack ainda que em


conta-gotas, em comparação com a crescente demanda que surge a cada dia
no seio da sociedade e atingindo a todas as camadas sociais, o SUS como
direito dos cidadãos procura estabelecerem uma política que possa dar um
tratamento digno para essas pessoas.

No entanto, sabemos que só o tratamento para desintoxicação não resolve.


Devemos criar convênios junto às clinicas de tratamento de longo prazo para
que esses usuários possam superar a dependência desta droga que destrói
suas vidas e a de seus familiares. A participação das famílias no tratamento é
de fundamental importância, pois sem ela, fica quase impossível ao usuário
uma total recuperação.

Este trabalho foi de extrema importância para os integrantes do grupo, que


através da disciplina de Saúde Coletiva puderam utilizar esta metodologia
como forma de atingir outros prismas e adquirir conhecimentos. A experiência
de construir conhecimento a partir da caminhada em grupo, trouxe efeitos que
vão desde auto-conhecimento até a oportunidade do exercício da tolerância e
co-responsabilização pelos resultados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A morte é o destino. Jornal Zero Hora, 10/07/2008, p. 47.

Amy Winehouse filmada a fumar crack.

Disponível em:

<http://fama.sapo.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=538&Itemid
=68> Acessado em 07 de novembro de 2008.

Áreas de Risco

Disponível em:<http://www.antidrogas.com.br/risco.php> Acessado em 05 de


novembro de 2008.

Blog do colunista Reinaldo Azevedo; Disponível em:<


http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2007/07/falemos-um-pouco-sobre-
preconceito.html>; Acessado em 11 de novembro de 2008.
Cartilha SUS - Porto Alegre, agosto de 2004.

Como funciona o Crack.

Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/crack2.htm acessado em 07 de


novembro de 2008.

Como funciona o Crack.

Disponível em: <http://www.crah.org.br/drogas/images/crack-dopamine.gif>


Acessado em 06 de novembro de 2008.

Como funciona o Crack.

Disponível em:<http://saude.hsw.uol.com.br/crack4.htm> Acessado em 05 de


novembro de 2008.

Consumo de crack pode ser causa do homicídio. Disponível em:


<http://www.adjorisc.com.br/jornais/obarrigaverde/noticias/index.phtml?id_conte
udo=92085> Acessado em 05 de novembro de 2008.

Crack e os perigos de uma viagem sem retorno.

Disponível em:

<http://www.cesumar.br/pesquisa/periodicos/index.php/iccesumar/article/viewFil
e/556/471> Acessado em 17 de setembro de 2008.

Drogas; Disponível em:<http://www.arcadenoe.org.br/drogas/faqs.htm>;


Acessado em 11 de novembro de 2008.

Epidemia do crack. Jornal Zero Hora, 060/07/2008, p. 29.

Especialistas receitam os antídotos da pedra. Jornal Zero Hora, 13/07/2008,


p. 31.

FORMIGA, Leonel Tesch, e SANTOS, Rafael C. da Silva, e DUMCKE, Tiago S.


e ARAÚJO, Renata Brasil. TCC: Comparação do perfil de dependentes
químicos, internados na unidade de dependência química Jurandy
Barcellos do hospital Psiquiátrico São Pedro em 2002 e 2006.

LEITE, Marcos da Costa; ANDRADE, Arthur Guerra de. Cocaína e Crack: Dos
Fundamentos Ao Tratamento. Porto Alegre: Artmed, 1999.

OLIEVENSTEIS, Claude. A droga: drogas e toxicômanos. 3º edição; Editora


brasiliense - 1988 pág. 89.
Princípio ativo – por uma nova política de drogas; Disponível
em:<http://principio-ativo.blogspot.com/2006 04 01 archive.html>; Acessado em
11 de novembro de 2008.

Sem leito, viciado é atendido na fila. Jornal Zero Hora, 09/07/2008, p. 36.

SILVEIRA, da Dartiu Xavier e MOREIRA, Fernanda Gonçalves. Panorama


Atual de Drogas e Dependências. 1ª edição -Editora Atheneu, São Paulo,
2006 pág. 375.

SILVEIRA, Dartiu Xavier e SILVEIRA,Evelyn Doering Xavier. Um guia para a


Família. 5° Edição; série Diálogo nº 1-SENAD Brasília, DF, 2004, pág. 29 e 30.

Você também pode gostar