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L. LANDAU e E. LIFCHITZ MECANICA ‘Traduglo de JOSE SEVERO DE CAMARGO PEREIRA (Professor-Assistente da Faculdade de Filosofia, Cléneias ¢ Letras da USP) HEMUS — tivrania EDITORA LTDA MECANICA L. Lanpau ¢ B. Lircuirz Titulo em Francés: MECANIQUE Copyright L. Laxpau e E. Lurene Direitos para a lingua portuguésa adguir riueuésa adguirides pela HEMUS — tiveania eotrOna tra ‘ue se reserva a propriedade desta tradugdo, Cape: Inve Conrez HEMUS — uiveanis errors Lrpa. Rua da Gliria, 314 — Tels: 278.6872 © 279.0820 SAO PAULO cariruto 1 AS EQUACOES DO MOVIMENTO 1. Coordenadas generalizadas Um dos conceitos fundamentais da Mecdnica é a nogio de ponte material. Designamos désse modo qualquer corpo cujas dimensées possam ser desprezadas ao descrevermos o seu movimento, E claro que essa possibilidade depende das condicoes concretas do problema de que estamos tratando, Assim, os planétas podem ser considerades como pontos materia's quando estamos estudando @ seu movimento em témo do Sol. 54 no acontecerd o mesmo se estivermos estudan- do a sua rotagio diuturna, ‘A posigio de um ponto material no espaco é determinada pelo seu raio vetor r, cujas componentes coincidem com as suas coordenadas cartesianas x, y, z. A derivada de r, em relagio ao tempo 1. FORMULA 1 ya échamah vole, ea evade spuds, £, acta do pom {o, A seguir de acérdo com a convengao habitual, vamos representar a derivada em relagéo ao tempo por meio de um ponto colocado em cima da letra correspondente: v= Para determinar a posigao de um sistema de NV pontos materiais no spaso, € preciso especificar N raios, vetores, isto é, 3N coordenadas. Em geral, 0 numero de grandezas independentes que precisamos espe- cificar para determinar de modo univoco a posicio de um sistema € chamado niimero de graus de liberdade do sistema, No caso presente, &sse niimero € 3N. Essas grandezas ndo sio obrigatariamente as co- " Empregatemos freqlentemente a expressio “partcula” como sindnimo de “ponte materia eae 6 AS EQUAGOES DO MoviMENT: ffdenadas cartesianas do ponto, ¢, dependendo das condigdes do pri blema, a escolha de outro sistema ‘de coordenadas pode ser mais Low veniente, As s grandezas quaisquer, q1, gz, ... qu, que caracteriza completamente @ posicao de um sistema (com s graus de liberdade) Nio 6, entretanto, suficiente darmos as coordenadas generalizadas de tum sistema para determinarmos o “estado mecdnico” do sistema num instante dado, no sentido de que essas informagées nao nos permititie Prever a posigao do sistema no instante seguinte. Para valdees dade das suas coordenadas, um sistema pode ter velocidades arbitérias,« em fungo do valor destas, a posicao do sistema sera diferente no ing. {ante seguinte, isto &, depois de um intervalo de tempo infinitamente equeno dt, A experiéncia ensina que a especificagao simultinea das coordena- das ¢ das velocidades determina completamenie 0 estado do sistema e fermite, em principio, predizer © seu movimento futuro. Do ponte de vista matematico, isto significa que a especificagio das cooniens, das € das velocidades num instante dado define de modo univoco 0 valor das aceleragdes q nesse instante, ? As relagdes que ligam as accleracies as coordenadas ¢ as veloci- ades sio chamadas equagdes do movimento. Em tela¢ao Bs fungoes 4 (0), Wwala-se de equacoes diferenciais do segundo grav, cuja inte: gracdo permite, em principio, determinar essas fungées, isto 6. as trae Jetorias do movimento do sistema mecanico, 2. O principio da ago minima A formula mais geral da lei do movimento dos sistemas mecinicos dada pelo principio chamado da dglo minima, ou prinipie ae HAMILTON. De acérdo com ésse principio, todo sistema mecinico & caracterizado por uma fungio defisida sede 8 (us das =o Gay dus ou, mais brevemente, L(g, g, satisfazer a condigao seguinte Suponhamos que nos instantes 1 = 1, © = t, 0 sistema ocupe posi- $0es determinadas, caracterizadas por dois conjuntos de valéres das 1), devendo 0 movimento do sistema * Para simplificar a notagio, desi fe tSdas as Coordenadas ins ay cidades. ignaremos freqilentemente por 4 0 conjunto + de. © por G 0 conjunto de tadas as velo” 0 PRINCIPIO DA AGRO MINIMA priate Sal Laan 1) ive. C thamada fungio de suma 0 menor valor possivel.* A fungio L é chi Sake cients ae ‘A fungdo de LAGRANGE implica apenas as variéveis q ¢ 4, Wo as derivadas superiores 4, j; ... Isso se deve ao fato que men- Cionamos pouco antes, a saber: que o estado mecinico de um sis- fom Tea completamente espeifcado pelas suas coordenadas ¢ ve- locidades. z terminam @ tien est, moran damit se damn» fnimo da integral (2,1). Para simplificar a notacdo, admitamos Camente gue o stoma 6 tem I grav de irae det moto ue éle sera definido apenas por uma fungio q (1). i Sein ga (?) a fungdo para a qual $ apresenta um minimo. Is © significa que S cresceré se substituitmos q(t) por uma fungao qual quer onde a(t) +89 (0), (2,2) imerrato de a (9 € uma fargo infnitamente poqens ea todo inter Uma ver que, para 1 = 6.1 ta ths as fungdes semelhantes (2,2) devem assumir os mesmos valéres g‘") e g), deveremos ter: 9 (t,) = 89 (t2) = 0. 3) A alteragdo de valor softida por S quando substituimos q por q + q € dada pela diferenca: \ L$ Sq 9+ Sq) de— | O desenvolvimento em série dessa diferenga segundo as poténcias de q ac i le integral) comeca fa de 34 (oa expresso afetada pelo sinal de inteprl) comesa or térmos de primeira ordem. A condigio necesséria de minima Lina, Ode ee aap capt gee

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