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Volume 03 - CapÍtulo V - Do LenocÍnio e Do TrÁfico de Pessoas
Volume 03 - CapÍtulo V - Do LenocÍnio e Do TrÁfico de Pessoas
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE
PESSOAS
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A prostituição, entretanto, não é uma virtude. Não é um bem em si, de modo a que
o Direito a incentivasse ou, pelo menos, a ignorasse. Não. A pessoa levada à prostituição
experimenta enorme desconforto não só no momento em que cumpre a obrigação
assumida de realizar os prazeres sexuais de estranhos, mas também nos momentos de
solidão, quando se encontra consigo mesma.
A prostituta é, na verdade, mais uma vítima de uma sociedade injusta e por isso
que, além da proteção do Direito, deve merecer o respeito e a compreensão das outras
pessoas. Especialmente as autoridades encarregadas da repressão penal devem ver, na
prostituta, um ser humano cuja sorte lhe reservou uma vida tão dura, e não uma
delinqüente potencial.
A intervenção do Direito Penal se faz, por essa razão, com a finalidade de coibir o
favorecimento da prostituição, bem assim sua exploração. Não visa o Direito impor
comportamentos moralmente considerados mas, acima de tudo, quer proteger a
individualidade da pessoa, a fim de que ela possa exercer com plena liberdade sua
sexualidade, atributo fundamental do ser humano.