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Um fim de mundo sem Glamour!

Toda liberdade degusta a morte. Ai dos que nunca morrem, perecem ilesos de qualquer segundo de qualquer liberdade secular. S no mundo possvel ser livre, s nele. Homem livre homem imanente. Homem que livre homem possvel de morrer em si mesmo, por ele mesmo, nele mesmo. O homem s possvel se dele ele for, mas ningum se d a ningum, ningum de ningum. E de quem somos? Quando somos se s temos? Quando temos se nada somos? Como ter liberdade e degustar a morte se dela corremos nessa promessa capitalista de fim de mundo, nunca o fim do mundo foi to lucrvel, nunca a morte foi to banalizada, a humanidade sempre lograda, procurando gozo esdrxulo e pobre, todos avante a um fim de mundo mequetrefe, mortes em massa sem glamour. At pra fenecer, deuses, at pra morrer necessrio que a tela, essa deusa capital nos d o ultimato. A morte j no faz surpresa, encanto perdido, eu como uma criana imploro: Devolvam o doce a minha boca! Estamos a poucos dias de corroborar o inconsciente coletivo mais chulo da histria, calculado por mdias de todos os matizes. Pobre de quem no morre por si e suas contingncias, pobre de quem no livre pra morrer dessa potencialidade de espanto e surpresa. O fim do mundo, logotipo desesperado de um mundo desesperado e sem esperanas que s vislumbra a aniquilao humana como sada covarde para suas vidas sem novidade, sofisticao, autenticidade e o pior, sem pluralidade. Que cada um seja livre para fazer seu prprio fim do mundo, e todos tem razes pungentes para isso.

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