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Cabea vazia O poeta fitava algum ponto impreciso no cu E pensava na ausncia de ideias que qual vu Impedia a enxurrada de letras

que habitualmente Desabava sobre a branca folha diligentemente

Padeiro sem trigo, fitava agora a caneta tinteiro E por mais que se virasse por inteiro Nenhuma ideia vislumbrava Sequer uma slaba denotava

Pobre poeta, nobre arteso Dos versos, das rimas, da inspirao A fonte secou, o fogo queimou, o vento espalhou O tempo passou e ali mesmo o poeta ficou.

Enxada sem cabo, navalha sem fio Caneta sem tinta, de letra nem til Fitava o vazio, alheado de tudo Poeta sem sonhos, surdo, cego, mudo.

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