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Algumas Questões Técnicas

Sobre um Resíduo em Particular

Plástico

Por: Carlos Alberto Alves Curso de Gestão de Resíduos Entidade: APEMETA


Curso de Gestão de Resíduos
APEMETA
AEP
Setembro de 2005

Índice
Índice ................................................................................................................ 2

História do plástico ......................................................................................... 5


Origem dos plástico ..............................................................................................................................5
Desenvolvimentos Europeus .................................................................................................................5
Resinas de formaldeído .........................................................................................................................6

Os Plásticos ..................................................................................................... 8
Crescimento dos plásticos modernos ....................................................................................................8
Então em síntese, como são feitos os plásticos? ...................................................................................8
Como são usados os plásticos? .............................................................................................................9
O plástico na vida moderna ...................................................................................................................9
Porque é que os plásticos são usados na embalagem? ........................................................................12
Porque é que precisamos de diferentes tipos de plásticos nas embalagens? .......................................13

Gestão Integrada dos Recursos ................................................................... 15


Porque é que nos devemos preocupar com os resíduos sólidos? ........................................................15
Porque é que os aterros são um problema? .........................................................................................16
Como é que os resíduos são geridos hoje? ..........................................................................................16
O que é a gestão integrada e porque é que esta é tão importante? ......................................................17
O que é a compostagem? ....................................................................................................................18
O que é a digestão anaeróbia? .............................................................................................................18

Redução na fonte........................................................................................... 19
Como é que o plástico contribui para a redução dos resíduos na fonte? ............................................19
São os plásticos a razão pela qual os aterros estão a ficar saturadas? .................................................20

Reutilização.................................................................................................... 21
Como é que os plásticos são reutilizados? ..........................................................................................21

Reciclagem..................................................................................................... 21
Como funciona a reciclagem do plástico? ..........................................................................................21
Como é feita pela população em geral, a colecta do plástico para reciclagem? .................................23
Existem muitos recicladores de plástico? ...........................................................................................23
Porque é que a triagem é tão importante para a reciclagem? ..............................................................24
Que tipos de produtos são feitos a partir dos plásticos reciclados? ....................................................24
Os plásticos reciclados podem voltar a servir para a fabricação de embalagens de produtos
alimentares e de bebidas, por exemplo?..............................................................................................26

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Recuperação de energia ............................................................................... 27


O que é a recuperação de energia? ......................................................................................................27
Que se passa numa instalação moderna de produção de energia através da combustão dos resíduos?
.............................................................................................................................................................27
A energia produzida pela queima dos resíduos será segura? ..............................................................28
O que é a gasificação? .........................................................................................................................30

Aterros............................................................................................................ 31
Como é que os aterros protegem o ambiente? ....................................................................................31
Poderão os resíduos degradáveis resolver o problema dos resíduos sólidos?.....................................31

Duráveis ......................................................................................................... 32
O que é um bem durável e qual a sua importância no fluxo dos resíduos? ........................................32
Os plásticos destes bens duráveis podem ser reciclados? ...................................................................32

Outros assuntos relacionados: .................................................................... 34

Plásticos Biodegradáveis ............................................................................. 36


O que são? ...........................................................................................................................................36
Definições: ..........................................................................................................................................38

Símbologia dos Plásticos ............................................................................. 39

Tempo de decomposição de alguns materiais em aterro ........................... 41


Medidas para a adopção de “Boas Práticas” .............................................. 42

Medidas para a adopção de “Boas Práticas” no dia a dia das empresas . 43


Redução dos resíduos ..........................................................................................................................43
Reutilização .........................................................................................................................................43
Reciclagem ..........................................................................................................................................43
Consumo de água e energia ................................................................................................................43
Compras ..............................................................................................................................................43

Requisitos Essenciais à Composição e à Possibilidade de Reutilização,


Valorização ou Reciclagem das Embalagens .............................................. 44
1.Requisitos específicos de fabrico e composição das embalagens; ...................................................44
2.Requisitos específicos da possibilidade de reutilização das embalagens; .......................................44
3.Requisitos específicos da possibilidade de valorização das embalagens;........................................44
Sociedades Gestoras ............................................................................................................................46
Forma de actuação do Sistema Ponto Verde ......................................................................................47
Formas empíricas de identificação dos plásticos ................................................................................48
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A hierarquia dos resíduos ............................................................................. 49

Referências: ................................................................................................... 51

(1) www.gruener-punkt.de ......................................................................... 51

(4) Tradução do artigo: "Les Plastiques Biodegradables: Pour quoi faire


?" 51
(5) www.plastval.pt..................................................................................... 51

Apêndices: ..................................................................................................... 52

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História do plástico
Origem dos plástico

Podemos recuar até ao Antigo Testamento, para encontrar referências sobre materiais naturais
utilizados como materiais de enchimento, adesivos, revestimentos e afins.
Estes materiais foram os percursores dos materiais plásticos modernos. Os historiadores continuam
em desacordo quanto ao ano ou década em que a indústria dos plásticos teve início, devido ao uso
do termo “plástico” ser objecto de diferentes interpretações.
Mas uma coisa parece certa, é que a história da indústria da borracha, fundamenta-se nos plásticos,
isto porque a Ebonite, ou a “borracha dura”, descoberta em 1851, foi o primeiro termoplástico a ser
preparado e, foi o primeiro material que comportou uma alteração química distinta de um material
natural.
No entanto, a Ebonite só foi explorada comercialmente alguns anos após a sua descoberta e, por
esse motivo, a sua importância histórica foi minimizada.

Desenvolvimentos Europeus

Enquanto que os processos básicos da tecnologia da borracha estavam em desenvolvimento, outras


descobertas importantes tinham lugar na Europa.
Os trabalhos levados a cabo por Pelouze e Schonbein, estabeleceram condições para o
desenvolvimento da celulose, que rapidamente se tornou motivo de interesse como explosivo. Nessa
sequência, em 1850 o inventor inglês Alexander Parkes observou que o resíduo sólido deixado
depois da evaporação do solvente de colódio fotográfico era uma substância dura, elástica e
impermeável. Em 1856, patenteou o processo de impermeabilidade dos produtos tecidos utilizando
este material.
Em 1862, na Grande Exibição, em Londres, Parkes apresentou um novo material com um nome
criado a partir do seu – Parkesine. A Parkesine era obtida dissolvendo nitrato de celulose no mínimo
de dissolvente. A mistura era então posta numa máquina laminadora aquecida na qual oarte do
dissolvente era remivido. Enquanto ainda estava no estado plástico, o material era então moldado
com moldes ou sob pressão. Em 1866, Parkes organizou a Companhia Parkesine para fabricar
produtos a partir do novo material, mas a companhia faliu em 1868 depois das tentativas de Parkes
de reduzir os custos de produção, o que resultou na produção de items sem qualidade ou de
qualidade inferior.

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Um ano após a falência da Companhia Parkesine, um sócio de Parkes, Daniel Spill, formou a
Companhia Xilonita para fabricar produtos semelhantes à de Parkes mas, mais uma vez o resultado
foi o fracasso económico e a companhia de Spill faliu em 1847.
Apesar do fracasso, Spill não se deixou desencorajar e, mudou-se de local estabelendo uma nova
companhia desta vez chamada Companhia Daniel Spill e, continuou a produzir o seu material, a
xilonita.
Entretanto, nos EUA, durante 1860, John Wesley Hyattfez experiências com nitrato de celulose,
tendo em 1865 desenvolvido um método para produzir bolas de bilhar a partir de outros materiais
além do marfim. Utilizando inicialmente misturas de tecidos, pó de marfim e goma-laca, ele
patenteou, em 1869, o uso de colódio o para revestimento de bolas de bilhar, patente essa que lhe
foi concedida um ano mais tarde, já depois do material estar a ser comercializado.
Assim, em 1870, John W. Hyatt e o seu irmão Isaiah, obtiveram a patente EUA 105.338, para um
processo de produção de uma material duro, utilizando nitrato de celulose e cânfora. Embora Parkes
e Spill tivessem mencionado a cânfora nos seus trabalhos, os irmãos Hyatt foram os primeiros a
reconhecer o valor desta como plastificador do nitrato de celulose.
Desta forma, o termo “celulóide” foi cunhado por Isaiah Hyatt para descrever o produto
comercialmente bem sucedido dos Hyatt.
Depois disto, iniciou-se uma guerra entre os irmão Hyatt e Spill, com acções em tribunal pela disputa
dos direitos da patente. Na última acção ficou então decidido que Spill não tinha direito às patentes
dos irmão Hyatt.
O juiz considerou que Parkes era o verdadeiro inventor do processo porque tinha mencionado o uso
da cânfora nas suas patentes, no entanto, como não havia restrições ao uso destes processos e
qualquer companhia, incluíndo a Companhia de Fabrico de Celulóide dos Hyatt, tinha a liberdade de
os usar.
Depois desta decisão, a Companhia de Fabrico de Celulóide prosperou, modou o seu nome para
Corporação Química de Celulose Americana e foi, absorvida pela Corporação Celanese.

Resinas de formaldeído

A seguir ao nitrato de celulose, o material mais importante na história dos plásticos foi o formaldeído.
Por volta de 1847, houve uma exigência nas escolas Alemãs de quadros brancos.
Os esforços para obter tal produto resultaram na descoberta de plástico de caseína, produzidos
fazendo reagir a caseína (proteína do leite) com formaldeído.
O material assim obtido, rapidamente se estabeleceu com os nomes de Galalite e Erinóide.

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Actualmente, a caseína é ainda hoje usada na indústria de fabricação de botões.


Em 1899, Arthur Smith conseguiu o registo da patente Britânica 16.275, a primeira a tratar com
resinas de fenol-formaldeído, usadas como substitutas da Ebonite no isolamento eléctrico.
No ano 1907, foi Leo Hendrik Baekeland quem descobriu e aperfeiçoou técnicas para controlar e
modificar a reacção para que produtos úteis pudessem ser feitos a partir deste material. As fenólicas
foram as primeiras resinas inteiramente sintéticas a comercialmente bem sucedidas.
A partir do sucesso obtido pelo trabalho desenvolvido com as fenólicas, iniciaram-se pesquisas com
outros materiais, tais como ureia e tioureia com formaldeído e etc.. Actualmente, estas resinas de
base de ureia são utilizadas na moldagem de pó, de adesivos, de acabamentos têxteis e de papel,
enquanto que as resinas de formaldeído de melamina são utilizadas nos laminados decorativos.

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Os Plásticos
Crescimento dos plásticos modernos

O acetato de celulose, um termoplástico que foi desenvolvido na mesma altura que as resinas de
base de ureia, foi apresentado em 1927.
O período de 1930 a 1940 assistiu ao desenvolvimento comercial inicial da maior parte dos
termoplásticos da actualidade, como o cloreto de polivinilo, o polietileno de baixa densidade, o
poliestireno e o metacrilato de polimetilo. Com o início da 2ª Guerra Mundial, em 1939, surgiu a
necessidade de desenvolver novos produtos a partir dos plásticos, pelas características que estes
tinham de serem leves, duradouros e etc.. Nessa altura, durante a primeira década desta Grande
Guerra, desenvolveu-se então o polipropileno e o polietileno de alta densidade. A partir dos anos 60 e
70, a produção em massa de grandes quantidades destes materiais, fez reduzir o custo destes
significativamente tornando-os mais procurados.

Então em síntese, como são feitos os plásticos?

Os plásticos são materiais formados pela união de grandes cadeias moleculares chamadas
polímeros, que por sua vez, são formadas por moléculas menores chamadas monómeros.
Desta forma os plásticos são produzidos através de um processo químico chamado polimerização,
que proporciona a ligação química de monómeros para formar polímeros.
Assim sendo, os plásticos são feitos a partir de aglomeração de “monómeros” que são
hidrocarbonetos e, portanto derivados do petróleo ou do gás natural.
As diferentes combinações de monómeros, em tamanho e estrutura, dão lugar a resinas com
propriedades e características especiais.
Portanto a matéria prima do plástico é o petróleo. Este, é formado, por uma complexa mistura de
compostos e, por esse facto, e porque estes compostos possuem diferentes pontos de ebulição,
torna-se possível separá-los através de um processo químico.
Chamam-se Termoplásticos, aos plástico que não sofrem alterações na sua estrutura química
durante o aquecimento e, que após o arrefecimento podem ser novamente moldados.

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Como são usados os plásticos?

Os plásticos, uma das mais versáteis e importantes famílias de materiais


criados ou desenvolvidos desde sempre, estão presentes em todos os
aspectos da vida moderna. A embalagem, a construção e a industria
automóvel, são três dos maiores utilizadores de plásticos em toda a Europa,
consumindo quase 3/4 da sua produção.
No entanto existem outros grandes mercados como o da electrónica,
mobiliário, recreio e mesmo o dos cuidados de saúde.

O plástico na vida moderna

O material certo na aeronáutica – Nos últimos 50 anos a indústria aeronáutica, vou mais “alto” com
o recurso aos novos materiais produzidos a partir dos plásticos.
Estes foram usados em aviões, mísseis, satélites e naves que dessa forma permitiram que assim
fossem atingidos novos limites em termos de velocidade, capacidade e autonomia, de tal forma que
quando o homem chegou á Lua, o plástico chegou lá com ele.
A grande diversidade de plásticos e de materiais compostos por plástico, proporcionam as
qualidades indicadas para uma grande variedade de necessidades do espaço aéreo. Estes podem
ser, suficientemente flexíveis para aguentar as vibrações dos helicópteros, mas ao mesmo tempo
suficientemente rígidos para assegurar uma carga segura. Podem ser transparentes para permitir a
observação e, resistentes ao corte, podendo ainda oferecer protecção contra as balas. Podem ainda
ser, leves e fortes.
Na aeronáutica, a necessidade crescente de economizar combustível, leva a que cada vez mais se
recorra ao plástico como forma de reduzir peso nas aeronaves e, consequentemente reduzir os
consumos destas em por em causa a fiabilidade e a eficiência.

O papel do plástico na construção – Na construção os plásticos abundam cada vez mais, sejam
nas tubagens, nos pavimentos, nos isolamentos, nos quadros eléctricos e outros, nas portas e
janelas, nas casas de banho, em gradeamentos e, em muitos outras aplicações sejam de ordem
estrutural ou decorativa.
Nas tubagens, válvulas e acessórios, os plásticos oferecem maior resistência à corrosão, sendo
leves e fáceis de instalar e, simultaneamente são impenetráveis aos agentes químicos.
As mudanças impostas pela sociedade moderna e, os elevados custos da habitação, deram origem a
novas concepções e tendências que criaram utilizações adicionais, por exemplo ao nível dos

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espaços públicos com a utilização de mobiliário urbano construído a partir da chamada madeira
plástica.
Nesta como em outras áreas, o plástico continuará a aumentar a sua velocidade de penetração, a
poupar energia e a reduzir os custos.

O plástico e a electrónica – Esta é a era da electrónica. Os computadores dominam o mundo dos


negócios e, ensinam tácticas e técnicas aos que estão a dar os primeiros passos. Os sistemas de
comunicação vão até aos confins do mundo.
As tarefas que antigamente demoravam muitas e longas horas a executar hoje podem ser feitas em
poucos minutos.
Os procedimentos médicos dolorosos e perigosos hoje estão incomparavelmente mais facilitados.
A sociedade hoje tem mais horas de lazer e com maior variedade do que antigamente. Para onde
quer que olhemos, o crescimento da oferta de equipamentos electrónicos, componentes e outros
aparelhos, facilita a nossa vida e aumenta os nossos horizontes. Pois bem, sem os plásticos nada
disto seria possível.
As suas características especiais, fazem com que os plásticos desempenhem um papel insubstituível
nesta área, tornando as nossas vidas mais fáceis, mais seguras e menos dispendiosas. As suas
propriedades térmicas e isoladoras, são utilizadas para quase tudo em casa e nos nossos
electrodomésticos.
Leves, duráveis, atraentes e eficientes, os plásticos são utilizados em quase todas as aplicações,
incluindo máquinas de café, secadores, máquinas de barbear, micro-ondas, brinquedos,
computadores, abre-latas, latas para embalagem de alimentos e um sem-fim de outras utilizações,
fazendo com que as nossas vidas dependam destas “caixas” de plástico.
Os designers de equipamentos, escolhem os plásticos pela sua força, durabilidade, pelo seu fabrico
fácil de formas especiais e complexas e, ainda pelas suas propriedades de isolamento eléctrico. Já
pensaram no que seria não haver plástico para se poder construir televisores, telefones e etc..
Pode dizer-se que os plásticos têm sido os degraus do progresso ou os blocos da construção da
sociedade que conhecemos hoje.

O plástico e os transportes – Na década de 70 e, com o primeiro choque petrolífero, os fabricantes


de automóveis concluíram que com a utilização dos plásticos e a consequente redução do peso,
estes passavam a consumir menos combustível.
Foi nesta altura, que uma enorme quantidade de plásticos passaram a ser utilizados na construção
automóvel, desde pára-choques, portas, faróis e etc.. Também neste caso, os fabricantes de
automóveis escolhem os plásticos pela sua durabilidade, resistência á corrosão, coloração e

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acabamentos fáceis, elasticidade e leveza. A partir de então, comboios, autocarros e metros, têm
vindo a utilizar cada vez mais o plástico.
Muitas das janelas e outros painéis interiores destes meios de transporte públicos, são construídos
em policarbonato, que é um material plástico de alta resistência e, em geral, transparente.
Mas outros meios de transporte, como as bicicletas e os barcos, viram também nos plásticos uma
forma não só de redução de custos, como também uma forma de aumentar a estética destes.

O plástico na embalagem – Hoje, quando os problemas de embalagem são de difícil solução, os


plásticos, são frequentemente, a resposta. Por vezes, são mesmo a única resposta, levando a cabo
tarefas que mais nenhum material pode cumprir, proporcionando ao consumidor, produtos e serviços
que nenhum outro seria capaz de proporcionar.
Hoje diferentes tipos de plásticos, oferecem diferentes qualidades de embalagens, pondo ao serviço
dos fabricantes e consumidores soluções esteticamente atraentes e, com elevado nível de
segurança, comodidade e poupança.
Em termos de utilização na área da medicina, as embalagens em plástico oferecem, uma maior
capacidade de protecção contra a contaminação e uma maior resistência ao ataque químico,
protegendo dessa forma os pacientes contra infecções.
Nas nossas casas existem, as garrafas de plástico que não quebram e não vertem, reduzindo dessa
forma os ferimentos e, melhorando as condições higiénicas. Embalagens de detergentes, shampos,
químicos fortes com tampas invioláveis, para segurança das pessoas, são algumas das muitas
vantagens postas ao nosso dispor através da utilização do plástico.
Até nos serviços de comida pronta a levar, os consumidores contam com a embalagem de plástico
para proteger os produtos alimentares de contaminações e, para reter as temperaturas desejadas por
mais tempo.
As embalagens de plástico adaptam-se aos estilos de vida moderna. Os pais trabalhadores e os
afazeres da vida actual, confiam na comodidade que o plástico lhes proporcionam.
Nós estamos em contacto com o plástico todos os dias. Na cozinha, encontramos a maior parte dos
utensílios nos quais o plástico de uma maneira ou de outra está presente. Até nas máquinas de lavar
mais recentes, o seu interior é de plástico que nunca mais oxida.
Os nossos frigoríficos têm mais capacidade de armazenagem devido á eficiência do plástico. Os
telemóveis têm uma caixa de plástico, o capacete da bicicleta dos nossos filhos também são feitos de
plástico. A possibilidade que os plásticos têm de ser moldados numa variedade infinita de formas
permite ao “designer” industrial conceber funções e formas nunca anteriormente imaginadas.
O enorme crescimento no consumo de plástico, deve-se principalmente aos benefícios
proporcionados pelas suas características, que são:

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• A sua grande versatilidade e facilidade em ser trabalhado, por forma a cumprir requisitos
técnicos específicos.
• O seu baixo peso comparativamente a outros materiais, fazendo com que o seu transporte
seja muito mais barato.
• A sua resistência á água e aos produtos químicos.
• À sua resistência e durabilidade.
• Graças ao facto de serem seguros e higiénicos para a embalagem de produtos alimentares.
• Por ser um óptimo isolador térmico e eléctrico.
E, pelo facto de ser relativamente barato.
No gráfico apresentado a seguir, ilustra-se a distribuição típica do consumo do plástico, por sector de
actividade.

12%
5%
34%

18%

5%
26%

Sector Embalagem Sector da Construção


Sectror da Electrónica Sector do Automóvel
Sector do Mobiliário Outros Sectores

Porque é que os plásticos são usados na embalagem?

A embalagem é usada para proteger, acondicionar e garantir a qualidade dos produtos, abrangendo
desde produtos electrónicos sensíveis até produtos frescos e até comida pré-preparada, durante a
expedição, o transporte e a sua comercialização. Como já vimos, os plásticos são uma família
versátil de materiais que são adoptados para uma grande variedade de aplicações de embalagens.
Em muitos casos, os plásticos oferecem a melhor protecção possível, através da utilização mínima
de recursos e criando menos “lixo” do que os materiais alternativos.

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Porque é que precisamos de diferentes tipos de plásticos nas embalagens?

Efectivamente os plásticos têm-se tornado uma presença surpreendente nas nossas vidas, eles
estão presentes desde as tarefas mais comuns, até ás nossas actividades menos usuais.
Se acordássemos de manhã e não existisse o plástico, sofreríamos um choque.
Se ele a vida seria muito mais dispendiosa e muito menos confortável e, muitas das comodidades
que conhecemos desapareceriam.
Os plásticos são pois, geralmente, polímeros orgânicos (isto é, são
constituídos por cadeias de moléculas que contém carbono) que são
formados no estado plástico quer durante, quer depois da sua transição de
um químico de pequenas moléculas para um material sólido.
Dito de forma simples, as grandes moléculas tipo cadeia, são formadas
ligando entre si moléculas de químicos mais pequenos (monómeros: mono
= um, mero = unidade) numa reacção conhecida por polimerização (poli =
muitos).
Já agora, quando unidades de um só monómero são ligadas entre si, o plástico resultante é um
homopolímero, cujo melhor exemplo é o polietileno, que é produzido a partir do monómero do etileno
e, cuja aplicação mais conhecida são os famosos sacos plásticos das compras.
Quando no processo está incluído mais do que monómero, por exemplo o etileno e o propileno, o
plástico resultante é um copolímero.
Desta forma cada tipo de plástico, tem atributos que fazem com cada um, seja mais apropriado para
determinadas aplicações especificas.
Por exemplo, o Polietileno Teraftalato (PET) é maioritariamente usado na fabricação de garrafas de
água porque retém a migração, (o Polietileno de Alta Densidade (HDPE) quando utilizado em
garrafas que embalem produtos com gás, permitiria a saída deste);
O polipropileno (PP) pode ser cheio a quente e o HDPE permite a fabricação de embalagens de
grandes capacidade normalmente indicadas para usos industriais.
Seis tipos de resina estão na base de cerca de 97 % dos plásticos usados em embalagens:
• PET (polietileno teraftalato) é um plástico maioritariamente usado na embalagem de água.
• HDPE (polietileno de alta densidade) é maioritariamente usado na embalagem de produtos de
limpeza, embalagem industrial e industria automóvel.
• LDPE (polietileno de baixa densidade) é usado para a fabricação de filmes para a produção de
sacos e outras embalagens flexíveis.
• PP (polipropileno) é usado na fabricação de algumas embalagens de produtos de consumo como
os iogurtes, pastas de dentes, etc.
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• PS (poliestireno) é um plástico rígido que pode ser encontrado sob a forma de “espuma” com
propriedades de isolamento ou utilizado enquanto rígido na fabricação de embalagens
alimentares.
• PVC (policloreto de vinilo) é um plástico rígido que é muito usado na construção para a execução
de caixilharia de janelas e portas.

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Gestão Integrada dos Recursos

Porque é que nos devemos preocupar com os resíduos sólidos?

Considerando a capitação dos resíduos gerados, em Portugal, deverão ser gerados cerca de 10
milhões de toneladas de resíduos sólidos anualmente. Daqui estão excluídas, claro está, uma série
de outros resíduos gerados como, os electrodomésticos, os resíduos de demolição etc. que, também
têm um peso significativo no total dos resíduos nacionais.
Por estas razões, deverá aumentar a confiança depositada nos aterros e na sua gestão para que
possa ser possível continuar a actual política ambiental.
No entanto todos podemos e devemos ajudar encontrando soluções que viabilizem o aumento das
actuais taxas de reciclagem.
Não há milagres e logo os resíduos não desaparecem por artes mágicas.

Vista de um aterro

Muitos de nós normalmente pensamos ainda em obter um lucro a partir desses resíduos.
Isto não é sustentável.
Cada abordagem, redução na fonte, recuperação, reciclagem, recuperação de energia e deposição
em aterro, tem vantagens evidentes mas, cada uma tem também desvantagens se for pensada só
por si.
O objectivo deve ser discernir qual a melhor abordagem a adoptar com vista à redução dos volumes
e eventual aproveitamento de eventuais recursos sem aumentar os impactes ambientais derivados.

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Porque é que os aterros são um problema?

Alguns aterros foram obrigados a encerrar por incumprimentos legais estipulados quer pela
legislação nacional quer pela legislação comunitária.
Outros aterros há que estão próximos da sua capacidade máxima.
Outros ainda há que estão a ser mal geridos, permitindo a deposição de todo o género de resíduos
dificultando e mesmo inviabilizando, dessa forma, eventuais investimentos na reciclagem.
Há ainda quem pense que se tudo fosse biodegradável um aterro poderia durar para sempre.
Contrariamente a esta crença, os aterros modernos, devem ser geridos por forma a minimizar e
controlar a biodegradação.
Se estes não forem controlados, a biodegradação do papel e dos restos de resíduos orgânicos, que
serão cerca de 70 % do total dos resíduos domésticos depositados podem criar quantidades de
metano substanciais, que é um gás inflamável e dá um potencial contributo para o aquecimento
global.
Cada tonelada de resíduos domésticos, colocados em aterro, produzirá cerca de 6,68 ton. de gases
medidos em termos de dióxido de carbono.

Como é que os resíduos são geridos hoje?

A maior parte dos resíduos gerados são enviados para aterro, muito embora esta percentagem esteja
a reduzir.
A redução na fonte, a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação de energia, através
da utilização destes resíduos como combustível, estão a contribuir para a minimização da deposição
destes resíduos em aterro.

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O que é a gestão integrada e porque é que esta é tão importante?

O balanço das diferentes opções da gestão integrada faz com que não seja apenas considerada
exclusivamente a deposição em aterro.
Isto faz com que, para uma determinada região ou cidade estejam disponíveis mais do que essa
opção:
Redução na fonte:
Quanto menos resíduos gerarmos menos custos estarão subjacentes á sua gestão e menores serão
os custos de deposição.
Reutilização:
Usando um dado objecto vezes e vezes, seja para o fim original para o qual foi concebido, seja
através de uma novo uso, ajuda a reduzir o quantitativo total dos resíduos, prolongando a vida útil
desse mesmo objecto.
Reciclagem:
A reciclagem retira valor destes resíduos é dá-lhes uma nova utilidade industrial através da sua
transformação em novos produtos ou novas aplicações.
E como é de gestão de integrada e consequentemente de recursos que estamos a falar, convém
referir desde logo que, estudos feitos recentemente, demonstram que a utilização de plástico
reciclado relativamente ao plástico virgem, para a fabricação de sacos, reduz o consumo de energia
em cerca de 60%, produz apenas 30% do dióxido de sulfureto e metade do óxido nítrico, usando
apenas um oitavo da água e, reduzindo a geração de dióxido de carbono cerca de duas vezes e
meia.
Por cada tonelada de polietileno reciclado utilizado, são economizadas 1,8 toneladas de petróleo.
Compostagem:
A compostagem dá-se através da exposição do material orgânico aos elementos e microorganismos.
Isto produz um fertilizante rico em nutrientes chamado composto após um a três meses. Este
composto converte relva, folhas, ramos e restos vegetais em aditivo para o solo.
As grandes instalações de compostagem, como por exemplo a da
LIPOR são normalmente mais tecnicamente evoluídas e são
concebidas para controlar ambientalmente condições, tais como
níveis de oxigénio, conteúdo da mistura, temperatura e presença
de microorganismos.
A compostagem oferece um potencial significativo alternativo ao
aterro.

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O que é a compostagem?

A compostagem consiste na decomposição dos resíduos orgânicos pela acção de microorganismos


em condições aeróbias, isto é, na presença de oxigénio.
Este processo caracteriza-se pela produção de calor resultante da degradação da matéria orgânica e
elevação da temperatura que permite a destruição dos microorganismos patogénicos.
Esta valorização orgânica pode ser considerada uma forma de reciclagem dos resíduos
biodegradáveis, uma vez que converte resíduos tais como folhas, ramos e restos de vegetais num
composto, para ser depois utilizado como fertilizante agrícola.
Esta forma de gestão permite oferecer, como já se disse antes, um potencial significativo, alternativo
ao aterro, como já referido.

O que é a digestão anaeróbia?

Ao contrário da compostagem, a digestão anaeróbia é levada a cabo na ausência de oxigénio e em


ambiente fechado (vasos).
O processo biológico anaeróbio que ocorre em condições de ausência de oxigénio e que produz gás
metano que pode ser usado para gerar energia eléctrica. Os resíduos sólidos tornam-se correctores
de solos.
O material “digerido” (fase sólida), se for posteriormente compostado, produz o composto, que
poderá ser usado como condicionador de solos (adubo), ou seja, será uma fonte de matéria orgânica
estável para esses solos, que melhoram as suas condições de fertilidade.

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Redução na fonte
Como é que o plástico contribui para a redução dos resíduos na fonte?

Os plásticos são campeões no que diz respeito à redução de material necessário para fazer aquilo
que é essencial fazer mais com menos.
Eles têm uma larga gama de usos, desde a embalagem até ás aplicações nos automóveis, tendo
sido o responsável por poupanças dramáticas em termos de materiais e recursos.
Estimativas europeias mostram que se as embalagens plásticas tivessem que ser substituídas pelos
materiais tradicionais o aumento em todo o consumo de embalagens poderia ser quase três vezes
mais, com as respectivas repercussões no volume de lixo manuseado.
No caso das aplicações da industria automóvel em cada 100 Kg de plástico estima-se que teriam de
ser substituídos por entre 200 a 300 kg de outros materiais.
Para além disto, ao longo da vida de um automóvel, isto representa uma economia de 750 litros de
combustível e uma redução de 2.5 toneladas de gases de escape.
Um outro exemplo de racionalização ou de redução na fonte, é o que se observa na industria do
plástico e, que pode ser evidenciado através de um processo chamado ”redução de peso”.
As novas tecnologias permitem que a industria produza produtos cada vez mais fortes e leves.
Por exemplo, os fabricantes produzem hoje em geral embalagens mais leves 30 % do que há dois ou
três anos atrás.
Isto resulta em cada vez menos plástico presente no lixo em cada ano que passa.
Um estudo sobre a utilização de sacos plásticos evidencia que estes são hoje 50 % mais do que
eram nos anos 70. Esta evolução gera enormes economias em matéria prima anualmente.
Os novos desenvolvimentos nas resinas permitem aos fabricantes produzir sacos plásticos para
compras cerca de 60 % mais finos que em 1976. Apesar disto estes sacos mais finos têm a mesma
ou mesmo maior resistência.

De acordo com estudos internacionais cada tonelada que seja poupada de polietileno e equivalente a
uma redução de emissões da ordem das 2 toneladas de dióxido de carbono.

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O consumo anual de materiais plásticos, aumentou desde os 5 milhões de toneladas até aos 100
milhões de toneladas de hoje.

São os plásticos a razão pela qual os aterros estão a ficar saturadas?

Não. Em geral os plásticos deverão representar qualquer coisa como 8 a 10% em peso e 13 a 15%
em volume do total dos resíduos depositados em aterro. Os plásticos podem permitir a entrega e
embalagem de maiores quantidades de produtos utilizados, menos embalagens e sendo assim
geram menos “lixo”. O consumo mundial do plástico aumentou de 5 milhões de toneladas nos anos
de 1950, até aos 100 milhões de toneladas em 2000.

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Reutilização
Como é que os plásticos são reutilizados?

Apesar de haver muita gente que em suas casas pensam em maneiras engenhosas de reutilizar, por
exemplo, sacos plásticos, é no entanto na industria onde a reutilização assume um papel
determinante.
Na industria muitas embalagens entre as quais as de plástico são recolhidas, recondicionadas por
empresas preparadas para a gestão dessas embalagens, que depois voltam a ser cheias e são
novamente enviadas para o mercado.

Reciclagem
Como funciona a reciclagem do plástico?

No essencial existem duas formas de reciclagem. A reciclagem química e a reciclagem mecânica.


Em Portugal é usada apenas até agora a reciclagem mecânica já que a reciclagem química envolve
investimentos consideráveis e, até hoje ainda não foi posta em prática.
Tal como qualquer outra reciclagem, a reciclagem mecânica do plástico, para ser bem sucedida,
deve contar com algumas infra-estruturas sobretudo para a obtenção do plástico. Estas infra-
estruturas podem de uma forma linear dividir-se em quatro tipos:

Esquema de princípio
1. Triagem Esquema de princípio
de uma instalação de
1. Triagem
de uma instalação
reciclagem de
de plástico
2. Trituração e lavagem reciclagem de plástico
2. Trituração e lavagem

5. Filtragem para remoção de


5. Filtragemcontaminantes
para remoção de
contaminantes

7. Extrusão do plástico em finos


3. Separação por 7. Extrusão do filamentos
plástico em finos
3. Separação
flotação
por filamentos
flotação

4. Secagem
4. Secagem

6. Fusão por calor e


6. Fusãopressão
por calor e
pressão

8. Corte dos
8. Corte
peletes
dos
peletes

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• Recolha:
Após o seu uso o plástico sobretudo o da área do consumo, é depositado para recolha no “lixo” ou
nos receptáculos próprios dos ecopontos e ecocentro.
Na estação de triagem é feito a separação e posteriormente enviada para reciclagem. Mas
existem muitos casos sobretudo na área industrial em que é necessária a sua recolha caso a
caso.
• Triagem:
Após a recolha o plástico é triado e separado por famílias ou tipos (HDPE, LDPE, PP, etc...) e
posteriormente prensado em lotes que desta forma minimizam os custos de transporte e
simultaneamente valorizam esse plástico.
• Transformação:
Após ser convertido em “paletes” o plástico é posteriormente transformado em novos produtos por
injecção ou por extrusão, produtos esses com os mais variados fins e que retornam ao mercado.
Uma das maiores preocupações deve ser e é, quer a quantidade quer a qualidade de plástico
recolhido para reciclagem.
Uma boa triagem, com materiais facilmente identificáveis, isentos de resíduos de alimentos
susceptíveis de putrefacção e de gorduras, garantem uma boa qualidade final do produto.
Por todas estas razões procura-se orientar as populações para a separação daquelas fracções de
plástico facilmente identificáveis, como por exemplo garrafas de água (PET), por forma a
minimizar os custos da triagem e bem assim garantir uma maior qualidade na reciclagem.

Bancos de jardim produzidos a partir de madeira plástica

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Como é feita pela população em geral, a colecta do plástico para reciclagem?

O consumo dos plásticos desenvolve-se praticamente após a II Guerra. Como resultado disto pode
dizer-se que a reciclagem e as infra-estruturas desta, estão na sua infância, quando comparadas
com a reciclagem do aço e do papel, que por exemplo têm uma história de centenas de anos.
Apesar disto, existem já hoje centenas de pontos de recolha, á disposição da população, para a
recolha e posterior reciclagem de vários materiais como o plástico, vidro, papel etc.

Existem muitos recicladores de plástico?

Em Portugal existem alguns recicladores de plástico mas infelizmente a soma das suas capacidades
totais de reciclagem não chegarão sequer chegar ás 60 mil toneladas, representando uma
capacidade instalada de menos de 10 % do total do plástico colocado no mercado.
A título de exemplo, na Alemanha(1) em 2000, a capitação dos resíduos plásticos era de cerca de 80
Kgs por pessoa e por ano.

Saco de Plástico - LDPE (Polietileno de baixa densidade)

Deve referir-se também que em Portugal, e em 2004 a mesma capitação, (resíduos plásticos
gerados por pessoa e por ano) considerando as toneladas declaradas ao sistema Ponto Verde(2) era
de cerca de 36 Kgs. Ora considerando que os níveis de vida e os hábitos sociais na Europa não
diferem o suficiente para justificar a diferença entre os números declarados na Alemanha e em
Portugal, significa isto que faltará ainda alguma transparência entre as quantidades declaradas e as
quantidades efectivamente processadas ou entradas no mercado.
Por esta razão, existe um imperativo nacional de propiciar condições, aqueles que, queiram investir
na área, no entanto e apesar desta necessidade tem sido feito muito pouco para incentivar o
investimento na reciclagem.

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Porque é que a triagem é tão importante para a reciclagem?

Existem vários tipos de plástico, tal como existem diferentes tipos de metal, papel e vidro.
O aço deve ser separado do alumínio antes de serem reciclados, o vidro deve ser separado por côr
e, isto é normalmente feito manualmente.
Da mesma forma o papel deve ser separado conforme se trate de papel de jornais ou de escritório,
por exemplo.

Assim, cada um dos seis principais tipos de plástico utilizados nas embalagens tem características
diferentes, que os tornam indicados para uma ou outra aplicação conforme o tipo.
Desta forma, o valor do plástico para reciclar será tanto maior quanto maior for a qualidade na sua
triagem. Por um lado se uma triagem eficiente acrescenta valor ao plástico viabilizando uma melhor
reciclagem, também é verdade que quanto mais eficiente esta é, mais custos acrescenta á operação.
Grande parte das triagem são feitas á custa de trabalho manual, com o recurso ao uso da mão de
obra intensiva, colocando em causa a eficiência dessa operação.
Com o recurso ao investimento em equipamento, será possível minimizar estes custos, com o
recurso á triagem por densidades, triagem electrostática, etc.
No entanto, e como estes sistemas automatizados de triagem são indicados para grandes volumes,
não se prevê a sua fácil adopção em Portugal, considerando a pequena capacidade individual dos
recicladores nacionais.

Que tipos de produtos são feitos a partir dos plásticos reciclados?

A quantidade e tipo de produtos produzidos a partir do plástico reciclado está a crescer rapidamente.
Normalmente o plástico reciclado não é utilizado para a fabricação de embalagens destinadas a
produtos alimentares.
No entanto, torna-se necessário a publicação de uma listagem, extensiva sobre estes tipos de
produtos (reciclados) e os seus fabricantes, cuja divulgação poderia ser, por exemplo, feita via net.
No entanto optou-se por listar apenas alguns exemplos de como são usados alguns dos plásticos
reciclados.

• PET: Polietileno Teraftalato


Principais aplicações:
Embalagens de refrigerantes, detergentes, óleos, águas com ou sem gás.
Principais Características:

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Transparente, incolor ou colorido, brilhante, com um ponto de ponto de injecção no fundo. Interior
do gargalo liso.
Marcação de identificação: 1 ou 01.
• HDPE ou PEAD (polietileno de alta densidade):
È transformado em embalagens para lubrificantes, na industria automóvel, na tubagem para a
agricultura, em mobiliário urbano e vedações e etc.
Principais Características: inquebrável, resistente a baixas temperaturas, leve, impermeável,
rígido e com resistência química.
Marcação de identificação: 2 ou 02
• LDPE ou PEBD (polietileno de baixa densidade):
É usado sobretudo na fabricação de novos sacos e é também usado como componente na
fabricação de mobiliário urbano.
Principais Características:
flexível, leve, transparente e impermeável.
Marcação de identificação: 4 ou 04
• PVC (policloreto de vinilo):
È usado na fabricação de tubagens sobretudo para a passagem de cabos eléctricos, molduras e
perfis de janelas e ainda solas de sapatos.
Principais Características: rígido, transparente, impermeável, resistente á temperatura e
inquebrável.
Marcação de identificação: 3 ou 03
• PP (polipropileno):
É utilizado sobretudo na fabricação de acessórios para a industria automóvel.
Principais Características: conserva o aroma, inquebrável, transparente, brilhante, rígido, e
resistente ás mudanças de temperatura.
Marcação de identificação: 5 ou 05
• PS (poliestireno):
É utilizado na fabricação de brinquedos, cassetes vídeo e também é componente da fabricação de
madeira plástica.
Principais Características:
impermeável, inquebrável, rígido, transparente, leve e brilhante.
Marcação de identificação: 6 ou 06

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Uma nova forma de reciclagem, recentemente levada a cabo em Portugal, consiste na fabricação de
“madeira plástica” ou do chamado “plastic lumber”.
Este processo, utiliza um mix de materiais plásticos, tendo como base os materiais mais vulgares e
conhecidos como o LDPE e o HDPE, e no qual é possível a integração de outros materiais plásticos
como o ABS, o NYLON e outros menos vulgares.

Este processo, destina-se a produzir produtos semelhantes á madeira, embora com características
próprias, dando origem a peças de grandes massas como barrotes, tábuas e outros perfis de
grandes dimensões e ou outras peças moldadas também de grandes dimensões.
Existe pois, um mercado potencial que se espera se desenvolva rapidamente, de fabricação de
madeira plástica, que é consumidor deste mix de materiais plásticos com base em HDPE, LDPE, PP
e PS.
A aplicabilidade destes produtos estende-se a um número muito grande de aplicações como a
decoração urbana e de lazer.
Graças a sua longa durabilidade e aos baixos custos de manutenção aliados a um design inovador,
estes produtos poderão substituir a tradicional madeira em muitos casos, permitindo
simultaneamente a preservação desse recurso natural.

Os plásticos reciclados podem voltar a servir para a fabricação de embalagens de produtos


alimentares e de bebidas, por exemplo?

Sim. Em certos casos, as embalagens são produzidas por camadas designadas por “layers”, ficando
as camadas exteriores que são produzidas como material virgem em contacto com os alimentos e, a
proteger a camada interior, camada essa produzida em alguns casos com material reciclado.
Também no caso do PET e conforme as procedências e os próprios processos já é possível a sua
reciclagem e posterior utilização para contacto alimentar.

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Recuperação de energia
O que é a recuperação de energia?

Com a excepção dos metais e do vidro, a maior parte dos resíduos sólidos municipais tem um valor
energético que pode e deve ser recuperado através da sua combustão desde que levada a cabo em
instalações próprias para esse efeito e ainda considerando a legislação e as exigências ambientais
inerentes.
O valor ou a gama de valores desta pode ir desde as 1.600 Kcal/kg para os resíduos domésticos
normais até aos 10.500 Kcal/kg considerando por exemplo os plásticos.
Como forma de comparação pode dizer-se que a nafta, utilizada como combustível para queima tem
um valor energético de cerca de 11.600 Kcal/kg.
O calor produzido desta forma pode ser usado para a produção de energia eléctrica.

Material Kcal/Kg

Plásticos
PET 6.060
HDPE 11.064
Outras Embalagens Plást. 9.118
Valores Outros Plásticos 9.952
Borracha 7.117
Energéticos
Jornais 4.448
Cartão Canelado 3.892
Têxteis 5.226
Madeira 4.059
Média dos Resíduos 3.280
Resíduos de Comida 1.612
Nafta 11.620

Que se passa numa instalação moderna de produção de energia através da combustão dos resíduos?

Numa instalação moderna, de recuperação de energia por combustão dos resíduos sólidos, estes
são queimados em câmaras especiais concebidas para atingir elevadas temperaturas.
Estas elevadas temperaturas dão origem a uma melhor combustão dos materiais, resultando
menores quantidades de cinzas e uma queima mais limpa produzindo menores emissões. As mais
modernas instalações para este fim, estão dotadas de equipamentos de controlo de emissões e
outros equipamentos tais como dispositivos de precipitação electrostáticos “Scubber’s” secos e

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molhados e, filtros que são usados para remover partículas potencialmente perigosas para o
ambiente e outros gases emitidos pela unidade .
Uma moderna instalação para este fim não tem nada a ver com as antigas instalações de
incineração.

A energia produzida pela queima dos resíduos será segura?

Num país onde existe comissões para tanta coisa, talvez não ficasse mal criar um organismo
independente cujas funções deveriam ser controlar e avaliar (através de um programa elaborado
previamente) as condições de operação destas instalações e simultaneamente investigar novas
formas e tecnologias de controlo dessas emissões.
No entanto, e apesar da faltas de dados objectivos que sejam de conhecimento público e, sobretudo
com base nas experiências de vários países da Europa, estas demonstram ser possível taxas de
remoção de 99%.
De acordo com alguns testes feitos ás concentrações de dioxinas e furanos, estas são tão baixas,
que se aproximam dos limites mínimos de detecção das amostras e dos métodos analíticos.

Existem já alguns estudos sobre tecnologias destinadas a eliminar estas emissões, com taxas de
redução previstas de 99.99 %.
As dioxinas formam-se a partir de várias fontes. Os incêndios florestais são uma das fontes
geradoras de dioxinas e até a queima de uma lixeira qualquer poderá libertar tantas dioxinas como
um fabrica moderna de queima destes resíduos (desde que devidamente equipada), que sirva um
aglomerado de por exemplo 100.000 pessoas.
Existe ainda uma outra forma de recuperar plástico ou a energia nele contida através da queima .

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Esta é uma alternativa às incineradoras municipais e consiste na canalização dos não conformes,
para a reciclagem, sob a forma de RDF (Refuse Derived Fuel).
Neste processo, os resíduos são transformados em aglomerados ou em blocos de dimensões que
permitam o seu uso em altos-fornos ou em caldeiras industriais devidamente equipadas para o efeito,
onde vão substituir uma parte do combustível utilizado, resultando assim numa poupança de
combustível e energia.

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O que é a gasificação?

A combustão normal, tal como a que é feita nas instalações de queima (como a LIPOR II), faz-se
com um excesso de ar. A reacção química é chamada oxidação e, o principal produto é o dióxido de
carbono.
A gasificação tem lugar num ambiente com carência de oxigénio. A reacção química chama-se
redução e, o principal produto é o monóxido de carbono e hidrogénio.
Devido a falta de oxigénio, os óxidos normalmente produzidos numa incineração, tais como o
dióxido de sulfureto e os óxidos de nitrogénio não existem. Da mesma forma, não se formam as
dioxinas e furanos.
Quaisquer dioxinas que existam no material de alimentação são destruídas devido ás elevadas
temperaturas da operação de gasificação.
Os resíduos de carbono e hidrogénio são também eles combustível que podem ser queimados numa
caldeira ou usados para gerar energia eléctrica.
Os produtos dessa combustão são dióxidos de carbono e água. O hidrogénio pode também ser
recuperado em reservatórios próprios.
A gasificação não é propriamente dita uma tecnologia nova, mas antes tem vindo a ser usada pela
industria petroquímica durante décadas.
Nos últimos anos e, sobretudo na Europa têm vindo a ser concebidos gasificadores pequenos e
muito eficientes a custos razoáveis que têm vindo a ser aplicados em industrias como a dos
produtos florestais e na industria alimentar.
No entanto, o investimento para tal, na área da reciclagem, do plástico é considerável e, por essa
razão, ainda não se usa esta tecnologia para este fim em Portugal.

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Aterros
Como é que os aterros protegem o ambiente?

Os aterros ajudam a proteger o bem estar das populações e o ambiente, removendo e confinando os
resíduos em condições tecnicamente controladas.
A confinação dos resíduos, permite o controlo da biodegradação, limitando o risco das emissões de
metano que é simultaneamente explosivo e contribui para a libertação de gases que contribuem
dessa forma para o aquecimento global.
A biodegradação descontrolada pode também dar origem a contaminantes tóxicos, que uma vez
produzidos podem contaminar as águas subterrâneas e os solos.

Poderão os resíduos degradáveis resolver o problema dos resíduos sólidos?

As tecnologias que envolvem os plásticos verdadeiramente foto-degradáveis e biodegradáveis estão


disponíveis apenas para algumas aplicações especificas.
Estes plásticos podem vir a ter um papel importante na redução da quantidade de resíduos plásticos
existentes.
Os primeiros são produzidos com cadeias que se quebram quando expostos á luz.
Algum equipamento médico, utilizado para suturas é feito com material biodegradável pelo que se
dissolve no organismo.
Outros plásticos biodegradáveis estão a ser colocados no mercado mas estes são dirigidos para
aplicações que justifiquem o seu custo valor.
A biodegradação dos sacos de plásticos tem vindo a ser sugerida, no entanto, por razões
económicas tal ainda não aconteceu.

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Duráveis
O que é um bem durável e qual a sua importância no fluxo dos resíduos?

Os produtos produzidos, cuja vida útil seja superior a mais de três anos, por exemplo, carros,
electrodomésticos, computadores etc., são os chamados bens duráveis.
No entanto, estes itens podem não fazer parte dos resíduos gerados no dia a dia das nossas casas,
porém estes resíduos podem eventualmente vir a fazer parte do fluxo dos resíduos sólidos.

Os plásticos destes bens duráveis podem ser reciclados?

Sim. Quer a construção automóvel, quer o sector de fabricação de equipamento de escritório, quer a
industria em geral, têm criadas estruturas próprias para a reciclagem do plástico e de outros
produtos gerados no exercício da sua actividade.
O principal desafio que se coloca, é a triagem e a recolha destes em quantidades economicamente
viáveis, de forma a tornar a reciclagem rentável.
Muitas vezes na reciclagem destes produtos é necessária alguma desmontagem e a separação em
componentes destes tipo de produtos / resíduos, dificultando pois a viabilidade da mesma, ou de
outra forma introduzindo custos a esta.
Competirá aos designer conceber agora produtos que tenham predisposição prévia para a
reciclagem, tornando esta mais económica e viável.
Outro problema efectivo tem a ver com a identificação destes materiais a reciclar que, muitas vezes
não está patente no produto, impedindo ou dificultando a sua recuperação.

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A utilização por todos dos códigos de identificação da matéria prima usada na fabricação do produto,
tornará mais fácil a separação e a recuperação desses materiais contribuindo dessa forma para a
valorização do mesmo.

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Outros assuntos relacionados:

Existem, em jeito de resumo, dez factores sobre os plásticos que ninguém deverá desconhecer:

1. Os plásticos são um dos materiais mais eficientes e versáteis disponíveis na sociedade.


2. Os plásticos dão ou podem dar uma contribuição importante para o objectivo do
desenvolvimento sustentável contribuindo para:
Progresso social:
Permitindo economias consideráveis, pondo á disposição da população por valores inferiores
uma maior qualidade de vida e de cuidados de saúde;
Desenvolvimento económico:
O conjunto da industria do plástico na Europa acrescenta valor á sociedade dando emprego a
cerca de 1,5 milhões de pessoas e proporcionando vendas de cerca de 160 biliões de Euros.
Protecção ambiental:
Os plásticos contribuem para a poupança dos recursos naturais – combustíveis fosseis e
energia. Os produtos plásticos poupam água e alimentos.
3. Os plásticos consomem apenas uma pequeníssima parte - apenas 4 % - das reservas de
petróleo mundiais.
4. A utilização do plástico poupa petróleo através de:
- 100 kg de componentes automóveis reduzem o consumo de combustível em cerca de 12
milhões de toneladas em cada ano na Europa, reduzindo as emissões de dióxido de carbono
em 30 milhões de toneladas ano.
5. Os plásticos são demasiado valiosos para o “lixo”:
- após a sua utilização, no fim para a qual foram criados, os produtos plásticos podem ser
reciclados ou em alternativa serem utilizados como combustível. Os resíduos plásticos têm um
poder calorifico pelo menos igual ao do carvão e com mais baixas emissões de dióxido de
carbono.
6. Mais de 1 bilião de pessoas no mundo não têm acesso no mundo a água potável. Os plásticos
permitem preservar e distribuir água economicamente em condições de higiene e segurança.
7. As energias renováveis confiam nos plásticos. Estes utilizam-nos na construção de painéis
solares, turbinas de vento e etc.

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8. Nenhum outro material compete como os plásticos quando se pretende conjugar


necessidades tecnológicas com a preservação de recursos.
9. Os plásticos são campeões da prevenção:
- as embalagens plásticas representam cerca de 17 % das embalagens usadas em toda a
Europa e ainda cerca de 50% de todos os bens de consumo.
- apesar disto, num período de dez anos, estima-se que as embalagens plásticas sofram uma
redução em peso de cerca de 28%, graças aos avanços tecnológicos.
- sem as embalagens plásticas os custos de energia seriam do dobro e, o volume dos
resíduos aumentava cerca de 150 %.
Os plásticos tornam a nossa vida mais segura através do uso de airbags, cintos de
segurança, cadeiras de bebé, bicicletas, capacetes, dispositivos médicos, e etc., que são
apenas algumas da aplicações destes.

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Plásticos Biodegradáveis
O que são?

Os plásticos bio-plásticos são materiais com as propriedades semelhantes ás dos outros plásticos,
mas que são produzidos através da utilização de recursos renováveis tais como o milho, farinha,
arroz e batata por exemplo.
Os plásticos biodegradáveis podem vir no futuro a desempenhar um papel de relevo no que diz
respeito á redução e á diminuição da perigosidade que representa a deposição de plástico no “lixo”.
No entanto existem algumas preocupações acerca destes plásticos:
• Estes plásticos só são degradados se forem depositados de forma correcta.
• Durante a degradação, estes podem gerar um aumento das emissões de gases causadores
do efeito de estufa.
• A mistura deste plástico com os plásticos normais poderá complicar a recolha e a triagem.
• O aumento destes plásticos no mercado poderá levar as pessoas a pensar que pode ser
posto no “lixo” sem mais, partindo do pressuposto de que pura e simplesmente estes
desaparecem o que não é verdade.
Os materiais Bio-Plásticos podem ser transformados e utilizados numa grande variedade de
produtos, dando origem a materiais capazes de se dissolverem na água e, até materiais capazes de
aguentarem o impacto de um martelo, de forma a satisfazerem necessidades especificas.
Existem várias formas ou possibilidades de degradação dos polímeros:

a) A Fotodegradação
Nesse fenómeno, onde o factor determinante da degradação é a acção da luz e, mais
particularmente, dos raios ultravioleta.
Todos os polímeros são sensíveis à luz em graus diferentes. Desta forma, os plásticos possuem
aditivos para retardar o efeito da mesma.
Assim, estes podem conter aceleradores de foto-degradação que entram em acção assim que os
retardadores sejam consumidos.
As aplicações mais conhecidas são os filmes agrícolas foto-degradáveis para revestimento de
terrenos em culturas rasteiras ou de estufas.
O problema, nesses casos, é que só a parte exposta à luz se degrada, ou seja, a parte enterrada fica
intacta ou fraccionada em pequenos pedaços, tornando difícil sua extracção no final da colheita.
Por outro lado, isso acaba por ser somente uma foto-fragmentação onde as macro-moléculas não
foram transformadas, mas sim cortadas pela fragilização dos aditivos.
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O resultado é um pó de plástico que estará presente em quantidade quase idêntica à massa de filme
utilizada e que se mistura ao solo cultivado ano após ano. Não há inconveniente para o meio
ambiente pois esse processo de eliminação é assimilado, no entanto, não há qualquer vantagem
ambiental.

b) A Quimio-degradação
Apenas neste modo de degradação é susceptível a modificação da estrutura física do material sendo
transformada em substâncias assimiláveis pelo meio natural. A maior parte das vezes, esta consiste
numa oxidação, uma digestão ou uma hidrólise, mais ou menos complexa.
A depolimerização de uma poliamida (PA) ou de um polimetacrilato de metilo (PMMA) conduz à
transformação completa do polímero, seguindo uma reacção química inversa à sua polimerização,
em produtos que lembram os monómeros que os originaram, os quais poderiam vir a servir
novamente à síntese do mesmo material.
Esse é um dos processos de "reciclagem química" ou de "valorização das matérias-primas".
A biodegradação é uma das variedades da quimio-degradação. Os compostos quimicamente activos
(as enzimas, na maior parte das vezes) são, nesse caso, produzidos por microrganismos.
Para os polímeros contendo partes biodegradáveis inseridas nas suas cadeias macro-moleculares, a
reacção pode ser apenas parcial. Obtemos, então, uma bio-fragmentação onde o resultado é similar
àquele que é obtido na foto-fragmentação.
A quimio-degradação também pode ser completa. Isto passa-se, em geral, nos polímeros
hidrolisáveis e que se decompõem, seja em CO2 e água (na presença de Oxigénio), seja em Metano
(em meio anaeróbico). Os polímeros melhor adaptados a uma biodegradação completa são os
polímeros naturais (celulose, amido, borracha natural, gelatinas,...) e os polímeros sintéticos que
possuam estruturas próximas destas.” (3)
A biodegradação não é, portanto, resultado de uma simples acção de microorganismos, porque as
condições nas quais eles actuam estão relacionadas com as características do meio onde a mesma
ocorre.
Em Julho de 2000, o United State Composting Council e o Biodegradable Products Institute,
anunciaram um programa de certificação de plásticos bio-degradáveis, baseados nas Normas ASTM
(4) D 6400-99 sobre materiais para aplicações de compostagem.
Assim, neste momento torna-se oportuno, face aos últimos progressos conseguidos nesta área
introduzir algumas definições básicas relativas a estes plásticos.

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Definições:

1. Plásticos bio-degradáveis – é um plástico degradável, no qual a degradação ocorre como


resultado de uma acção natural de micro-organismos tais como por exemplo fungos (ASTM D
6400-99).

2. Plástico compostável – é um plástico que, sujeito a um processo de degradação biológica,


durante a compostagem liberta CO2, água, compostos inorgânicos e biomassa a uma taxa
consistente com outros materiais compostáveis (ASTM D 6400-99).

Existem várias outras definições, destinadas a promover o conhecimento e a complexidade das


solicitações com vista ao cumprimento das necessidades especificas destes materiais. As definições
e seguir apresentadas, foram retiradas de literatura, baseada nos relatórios de trabalho levado a
efeito pela ASTM e CEN (Europa).

3. Degradável – um material é designado de degradável, relativamente a condições ambientais


especificas quando sofre uma degradação, numa dada dimensão e num determinado tempo,
medido pelos métodos de teste específicos.

4. Degradação – é um processo irreversível que conduz a uma mudança de estrutura


significativa de um dado material, tipicamente caracterizado por uma perda de propriedades
(por ex: integridade, peso molecular, estrutura ou propriedades mecânicas) e / ou
fragmentação. A degradação é directamente afectada ou influenciada pelas condições
ambientais e e procedimentos num período de tempo compreendido entre um ou mais
passos.

5. Desintegração – é a transformação em muitos pequenos fragmentos da embalagem ou


material de embalagem, causada pelos mecanismos de degradação.

Relativamente á normalização sobre estes plástico, convém apenas referir que, a ASTM publicou
(em 1999) as “Standard Specification for Compostable Plastics ASTM D 6400-99, que referem várias
outros documentos incluindo métodos de teste, como por exemplo:

“D 6002-96 Guide for Assessing the Compostability of Environmentally Degradable Plastics”;

“D 5338- 98 Test Method for Determining Aerobic Biodegradation of Plastic Materials under Controlled
Composting Conditions”, e;

“D 6340-98 Test Methods for Determining Aerobic Biodegradation of Radiolabeled Plastic Materials in
an Aqueous or Compost Environment”.

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Símbologia dos Plásticos

Os sistemas de reciclagem existentes hoje, desenvolveram-se essencialmente em torno de dois ou


três tipos de plástico, o PET, o LDPE e o HDPE.

Hoje já existem tecnologias que permitem processar e transformar os chamados plásticos mistos,
como já referimos. No entanto e até aqui, os plásticos quando não identificados, davam origem a
produtos reciclados de má qualidade e com custos de reciclagem muito elevados.

Por essa razão desenvolveu-se (primeiro nos EU), um sistema de codificação voluntário, que
permitiria a separação dos plásticos por tipo. Esta forma de identificação, cedo se tornou uma
ferramenta de grande valor, para todos aqueles que se dedicavam ás operações de triagem, bem
como para os próprios recicladores, permitindo dessa forma uma melhor valorização deste plástico.

Este sistema de codificação, concebido para ser facilmente lido e identificado, considerando as
outras marcações existentes nas peças de plástico, consta de um triângulo composto por setas, com
um número no centro e, com letras na zona inferior do mesmo, número esse que mais não é, do que
um identificador da resina que compõem o plástico.

O uso deste sistema de identificação é livre e, está disponível para uso por quem quer que seja,
fabricantes, recicladores ou empresas de enchimento. No entanto, a identificação do plástico através
do seu código, não é garantia de que a reciclagem desse material seja a indicada para produzir uma
determinada peça. A aplicabilidade de um plástico reciclado na produção de uma determinada peça,
depende da aplicação que essa peça irá ter e, ainda da contaminação existente no material com que
esta se fabricará. È necessário ter em consideração de que mesmo as resinas ou o plástico chamado
virgem, pode ter características especiais que serão de acordo com a função para a qual a peça foi
concebida, ou seja, características especiais para aplicações especiais.

É de esperar que o mercado para os produtos reciclados, seja aquele cujas aplicações seja capazes
de tolerar variações nas propriedades destes, motivadas pela variedade de plástico que, compõem o
fluxo dos resíduos. Não devemos esquecer de que o código inscrito sobre a embalagem, identifica
apenas e só, o material que a compõem, e não se refere á sua forma ou á sua aparência.

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Polietileno Teraftalato
PET

Polietileno de Alta
Densidade
PEAD

Policloreto de Vinilo
PVC

Polietileno de Baixa
Densidade
PEBD

Polipropileno
PP

Poliestireno
PS

Outros Plásticos
Others

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Tempo de decomposição de alguns materiais em aterro

Material Tempos de degradação


Aço Mais de 100 anos
Alumínio 200 a 500 anos
Cerâmica Indeterminado
Nylon 30 anos
Embalagens de yogurtes Até 100 anos
Esponjas Indeterminado
Luvas de borracha Indeterminado
Metais (componentes de equipamentos) Cerca de 450 anos
Papel e cartão Cerca de 6 meses
Plásticos (embalagens e equipamentos) Até 450 anos
Pneus Indeterminado
Vidros Indeterminado

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Medidas para a adopção de “Boas Práticas”

• Escolha produtos sem excesso de embalagem;

• Evite deitar plástico no “lixo”;

• Em lugar de deitar os brinquedos de plástico fora entregue-os para uma associação de


caridade onde possam ser úteis a outras crianças;

• Use mais do que uma vez os sacos plásticos que recebe das compras;

• Existem lojas como a “Body Shop” que faz o enchimento das embalagens plásticas vazias;

• Pense noutras maneiras de reduzir as embalagens;

• Após utilizar as embalagens, sacos plásticos ou outras, coloque-as no contentor destinado ao


plástico, para serem enviadas para reciclagem;

• Consuma de preferência produtos plásticos ou não, produzidos a partir de produtos


reciclados;

• Habitue-se a identificar os materiais como o plástico, através dos seus símbolos;

• Não esqueça que uma tonelada de plástico representa cerca de 300.000 sacos.

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Medidas para a adopção de “Boas Práticas” no dia a dia das


empresas
Redução dos resíduos
• Use ambos os lados do papel;
• Como forma de reduzir o uso indiscriminado de papel, utilize as tecnologias disponíveis como
o email e outras, evitando dessa forma a duplicação de papeis que acabam no lixo (ajuste as
margens, o tamanho da fonte por forma a ocupar de forma racional todo o papel e antes de
imprimir faça um Print Preview);
• Não faça “prints” de documentos que não sejam urgentes ou que não sejam para distribuição;
• Use guardanapos e chávenas para o café que sejam descartáveis;
• Utilize tinteiros para impressora e papel, reciclados;
Reutilização
• Sempre que possível utilize mobiliário usado;
• Reutilize os envelopes mesmo errados utilizando etiquetas;
• Faça um “print” em “draft” usando folhas de papel que já tenham sido usadas de um dos
lados;
Reciclagem
• Separe para reciclagem todos os materiais que puder, como papel, plástico e, etc.;
• Recolha todos os toners e tinteiros para reciclagem em recipientes para o efeito;
Consumo de água e energia
• Use lâmpadas de baixo consumo;
• Desligue o equipamento electrónico quando este não for necessário;
• Desligue as lâmpadas e o aquecimento quando não forem necessários;
• Use baterias recarregáveis para os equipamentos que gastarem baterias;
• Poupe a água de forma responsável;
Compras
• Compre produtos reciclados ou que contenham pelo menos uma parte de reciclado, para uso
no escritório e, faça evidenciar tal facto nos relatórios da empresa;
• Compre tinteiros reciclados, sempre que possível;
• Compre em quantidade sempre que possível para reduzir os resíduos de embalagem;
• Utilize sempre que possível embalagens retornáveis;

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Requisitos Essenciais à Composição e à Possibilidade de


Reutilização, Valorização ou Reciclagem das Embalagens
(TRANSCRIÇÃO DO JORNAL OFICIAL DAS COMUNIDADES EUROPEIAS Nº L 365/19 de 12/94 - ANEXO II)

1.Requisitos específicos de fabrico e composição das embalagens;

As embalagens devem ser fabricadas de forma a que o respectivo peso e volume não excedam o
valor mínimo necessário para manter níveis de segurança, higiene e aceitação adequados para o
produto embalado e para o consumidor.

As embalagens devem ser concebidas, produzidas e comercializadas de forma a permitir a sua


reutilização, valorização, ou reciclagem e a minimizar o impacte sobre o ambiente quando são
eliminados os resíduos de embalagens ou remanescente das operações de gestão de resíduos de
embalagens.

As embalagens devem ser fabricadas de modo a minimizar a presença de substâncias nocivas e


outras substâncias e matérias perigosas no material das embalagens ou de qualquer dos seus
componentes no que diz respeito à sua presença em emissões, cinzas ou lixiviados, aquando da
incineração ou descarga em aterros sanitários das embalagens ou do remanescente das operações
de gestão de resíduos de embalagens.

2.Requisitos específicos da possibilidade de reutilização das embalagens;

Devem ser preenchidos cumulativamente os seguintes requisitos:

As propriedades físicas e as características das embalagens devem permitir um certo número de


viagens ou rotações, em condições de utilização normais previsíveis.

As embalagens usadas devem poder ser tratadas de forma a respeitar os requisitos de saúde e
segurança dos trabalhadores.

Os requisitos específicos das embalagens devem ser cumpridos quando as embalagens deixem de
ser reutilizadas e se transformam em resíduos.

3.Requisitos específicos da possibilidade de valorização das embalagens;

a) Embalagens valorizáveis sob a forma de reciclagem do material. As embalagens devem ser


fabricadas de forma a permitir a reciclagem de uma certa percentagem, em peso, dos
materiais utilizados no fabrico de produtos comercializáveis, em cumprimento das normas em
vigor na

b) Comunidade. A determinação da referida percentagem pode variar segundo o tipo de material


que constitui a embalagem.
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c) Embalagens valorizáveis sob a forma de valorização energética.

d) Os resíduos de embalagens tratados para efeitos de valorização energética devem ter um


poder calorífico inferior mínimo que permita optimizar a valorização energética.

e) Os resíduos de embalagens tratados para efeitos de compostagem devem ser recolhidos


separadamente e devem ser biodegradáveis, de forma a não entravar o processo ou
actividade de compostagem em que são introduzidos.

f) Embalagens biodegradáveis

Os resíduos de embalagens biodegradáveis deverão ter características que permitam uma


decomposição física, química, térmica ou biológica de que resulte que a maioria do composto final
acabe por se decompor em dióxido de carbono, bio-massa e água.

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Sociedades Gestoras

São sociedades criadas especialmente, para a gestão de fileiras específicas de resíduos ou de


áreas.
Existem hoje várias sociedades gestoras em áreas como os pneus usados, as pilhas e baterias, as
embalagens, os óleos usados, e etc.
A Sociedade Ponto Verde, é a sociedade que tem a seu cargo a Gestão dos Resíduos de
Embalagens.
Embora no início da sua actividade a sua responsabilidade fosse apenas a da gestão dos resíduos
de embalagens da área do consumo, na verdade hoje, ela é licenciada para a gestão dos resíduos
de embalagens da área do consumo e da área industrial não perigosos.
Com as diversas fileiras que a constituem, por cada um dos materiais no qual é constituída a
embalagem, é a sociedade Ponto Verde a responsável pela evidencia relativa ás taxas de reciclagem
cumpridas pelo país, e bem assim pelo cumprimento das taxas de reciclagem que foram impostas
pela comunidade Europeia a Portugal.

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Forma de actuação do Sistema Ponto Verde

Os Retomadores/Recicladores Acreditados, são entidades responsáveis pela valorização e pela


reciclagem dos resíduos de embalagens de plástico, nomeadamente através da sua transformação
em matéria-prima reciclada, pronta a ser utilizada pela Indústria de Transformação de Plástico, a qual
produz os muitos produtos que podem ser fabricados com plástico reciclado.
Os resíduos de embalagens de plástico são recolhidos pelos Operadores de Recolha Privados junto
das Autarquias ou Sistemas, após a recolha selectiva e a triagem por estas efectuadas, de acordo
com as Especificações Técnicas em vigor, segundo determinação da PLASTVAL(5).
Os Operadores de Recolha Privados adquirem esse estatuto através de um processo de
Acreditação, que tem início com o preenchimento, por parte do operador, de um Formulário de
Candidatura.
O operador é então avaliado em função da sua capacidade técnica e aptidão para cumprir as normas
ambientais em matéria de transporte e valorização de resíduos.
Uma vez adquirido o estatuto de Operadores de Recolha Privados, este fica vinculado a uma série
de Direitos e Deveres.

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Formas empíricas de identificação dos plásticos

PS - Poliestireno.

No caso deste material e, quando sujeito á chama, o material continua a arder, mesmo depois de
retirar a chama; produção de um fumo negro intenso com cheiro característico.

PVC - Policloreto de Vinilo

Este material, ou outro plástico que contenha cloro, arde com chama amarela de extremidade
esverdeada, liberta fumo com cheiro desagradável e irritante para olhos e garganta.

PP – Polipropileno

O polipropileno, queima lentamente com chama azulada de extremidade amarela e cheiro


semelhante a fumos diesel.

PE – Polietileno

Este material quando sujeito á chama, queima rapidamente fundindo e gotejando como cera e, com
um cheiro semelhante a esta.

PET – Polietileno Teraftalato

Este material, arde com uma chama amarela/laranja, libertando fumo negro e continua a arder depois
de se retirar a chama. O fumo tem um cheiro ligeiramente adocicado.

Outras formas de identificação

Quando riscados, o Polipropileno (PP), o Polietileno de Alta Densidade (PEAD) e o Polietileno de


Baixa Densidade (PEBD), respectivamente pela ordem indicada, sofrem as seguintes alterações:

O Risco: Aumenta
O Brilho superficial: Diminui

Como em todos os processos empíricos, a confirmação dos resultados destes testes, deve ser feita
através da queima de um pedaço de material já conhecido e comparar os resultados obtidos.

No entanto, existem alguns destes materiais, cujos testes são tão característicos, que fazem com
este tipo de teste seja mais aconselhado, uma vez que a margem de erro é menor, como é o caso do
PET, do PS e do PVC.

Só através da experiência será possível confiar neste tipo de testes e permitir, ao longo do tempo,
um melhor reconhecimento dos materiais em causa.

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A hierarquia dos resíduos

Reduzir, trata-se de diminuir a quantidade total de resíduos que produzimos. Este princípio aplica-
se essencialmente na escolha de produtos que compramos uma vez que tudo o que compramos,
mais cedo ou mais tarde, irá parar ao lixo.

Desta forma é necessário em primeiro lugar, fazer uma lista de compras antes de sair de casa para
evitar a compra de lixo; reduzir o consumo em excesso, poupando dinheiro, reduzindo os resíduos
produzidos e a preservando os recursos naturais.

Reutilizar, é dar um novo uso a produtos cuja utilização não foi possível evitar. Existem sistemas
próprios de recuperação das embalagens com depósito para voltar a encher com o mesmo produto,
como é o caso de refrigerantes e águas e alguns produtos de cosmética e, mesmo na área industrial
é possível recondicionar as embalagens usadas, voltando a enchê-las para voltarem de novo ao
mercado.

Só temos de optar por estes produtos, entregando depois as embalagens vazias no local da compra,
ou se se tratar da área industrial de celebrar um protocolo com as empresas que fazem a Gestão
destas embalagens, contribuindo dessa forma para um melhor ambiente.

Em casa podemos usar embalagens de vários tipos para armazenar outros produtos, como por
exemplo, usar frascos de vidro, caixas de cartão e embalagens plásticas usadas para guardar lápis e
canetas, rebuçados ou as poupanças. Podemos também aproveitar as costas de papel impresso de
um só lado para os apontamentos ou impressões provisórias de trabalhos.

Reciclar, é separar os materiais constituintes dos resíduos que não foi possível evitar ou reutilizar,
integrando-os nos processos de fabrico de novos produtos.

Além da diminuição da quantidade de resíduos a encaminhar para tratamento final, a reciclagem é


importante, porque reduz o consumo de matérias primas e energia durante a actividade produtiva,
economizando recursos naturais e financeiros. É um dado comprovado que, uma parte significativa
do lixo doméstico é reciclável.

O papel dos consumidores na reciclagem consiste na separação dos resíduos que já não possam ser
reutilizados de acordo com as suas características e, depositá-los em locais apropriados, como os
ecopontos(6) e ecocentros(7).

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Redução
Reutilização
Recuperação
( incluindo: reciclagem, compostagem e a recuperação de energia)
Aterro

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Referências:

(1) www.gruener-punkt.de
(2) www.sociedadepontoverde.pt
(3) ASTM International, 100 Barr Harbor Drive, PO Box C700, West Conshohocken, PA,
19428-2959 USA www.astm.org
(4) Tradução do artigo: "Les Plastiques Biodegradables: Pour quoi faire ?"
(5) www.plastval.pt
(6) Ecoponto: Local de deposição, para o consumidor doméstico, com separação por tipo
de material.
(7) Ecocentro: Local de deposição, para o consumidor doméstico e destinado á recepção
de grandes volumes de resíduos, com separação por tipo de material

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Apêndices:
Contactos úteis:

Sociedade Ponto Verde – SPV


Edifício Infante D. Henrique
Rua João Chagas, n.º 53, 1º Dt.º
1495-072 Algés
Tel.: 214 147 300
Fax.. 214 145 246
Actividade: Entidade Gestora de Resíduos de Embalagens

Plastval
Av. Defensores de Chaves n.º 15 – 2º E
1000-109 Lisboa
Tel.: 213 129 715
Fax.. 213 129 717
Actividade: Fileira de Plástico da SPV

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Recicladores:

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Notas:

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Os Guias Técnicos Sobre o Ambiente, pretendem ser um conjunto de Cadernos


onde, de uma forma simples e despretensiosa, se pretende dar informações
técnicas que auxiliem aqueles que de alguma forma têm responsabilidades
ambientais, e são, por isso mesmo são confrontados diariamente com os mais
diversos problemas na gestão dessa área.
Eles irão abordando um conjunto de temas, de uma forma ligeira, servindo
apenas como referenciais do muito que haverá a fazer, e não constituindo uma
responsabilidade por parte do autor, nem tão pouco pretendem ser uma solução,
mas antes um conjunto de dicas, que permita evoluir para a solução que cada
um deverá adoptar.

Sobre o autor

Formação em Engenharia Mecânica, pós graduação em Direcção de Empresas, 20 anos de


dedicação ao estudo e á prática da Gestão de Resíduos e de Estratégias de Desenvolvimento
Empresarial, actuando na condição de formador, conferencista, consultor interno e
coordenador no desenvolvimento, projecto, planificação e montagem de unidades de
fabricação de embalagens e componentes metálicas, de unidades de fabricação de colas
sintéticas para papel, de uma unidade com uma solução integrada para a gestão de
embalagens e resíduos de embalagem industrial, como responsável pela ideia de negócio, de
uma unidade de recuperação de solventes e resíduos de tintas e afins, de uma unidade de
reciclagem, recuperação e fabrico de produtos a partir de plásticos mistos reciclados e,
membro da Direcção da APEMETA.

Carlos Alberto T. Alves


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