PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
ON-LINE
ABRÍ
1 9 6
ÍNDICE
Pá8.
I. CIENCIA E REL.IGIAO
n. DOGMÁTICA
m. SAGRADA ESCRITURA
IV. MORAL
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS»
EEDACAO ADMINT3TRACAO
Calxa Postal 2666 R. Real Grandeza, 108 — Botafogo
Rio de Janeiro Tel.:. 26-1822 — Rio de Janeiro
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS»
I. CIENCIA E RELIGIAO
«Ao passo que outrora o homem, por falta de outra solucáo, sé via
constrangido a professar que o seu destino pessoal e os acontecimentos
mais importantes dependiam do capricho dos deuses ou dos designios
insondáveis de entidades transcendentes, hoje ele está consciente de que
muitos désses acontecimentos podem ser relacionados com fatos dos
quais ele possui conhecimento. Destarte as suas possibilidades se am-
pliaram imensamente; em nossos dias, nao há mais motivo para nao
crer que o homem se possa tornar cada vez mais livre, caso assim pros-
siga a sua caminhada... A miragem de urna vida futura professada
por efeito de revelacáo fol substituida por um sistema no qual se diz
ao homem: 'Podes criar para ti o mundo que quiseres, desde que
ponhas máos á obra'; esta substituido pode desencadear na sociedade
intenso dinamismo em demanda de um mundo novo».
— 131 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 52/1962, qu. 1
— 132 —
SUCESSOS DA CIENCIA RUSSA E RELIGIAO
— 133 —
<PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 52/1962, qu. 1
— 134 —
SUCESSOS DA ClfiNCIA RUSSÁ E RELIGIAO
— 135 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 52/1962. qu. 2
seguir a razáo e que nao estimam valor algum fora do seu racionalismo;
ésses chegam a perder até mesmo a razao (pois a existencia de Deus é
atingivel e demonstrável pela própria razáo humana).
Expressáo eloqüente dessa loucura sao os seguintes dizeres (desen
contrados e perplexos) do filósofo alemáo F. Nietzsche (t 1900), que
proclamou ao mundo a «morte de Deus» :
«Onde está Deus, como está Ele, eu vd-lo direi: nos o matamos,
vos e eu; somos todos seus carrascos! mas como foi que conseguimos
esgotar a agua do mar? Quem deu a esponja para apagarmos todo o
horizonte? Que fizemos nos, quando separamos esta térra do seu sol?
Para onde se dirige ela atualmente? Para onde caminhamos nos?
Longe de todo e qualquer sol, nao estamos incessantemente a cair?...
Nao percebemos algo do alarido que fazem os coveiros de Deus? Nada
sentimos da putrefacto de Deus? Pois os deuses também apodrecem.
Deus morreu e nos o matamos. Como nos havemos de consolar nos, os
assassinos dos assassinos?» (La Gaie Science pág. 125).
A. F. (Sao Paulo);
— 136 —
BÉNCAOS DE CURANDEIROS E EFEITOS MARAVimOSOS
— 137 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 52/1962, qu. 2
— 138 —
BfiNCAOS PE CURANDEIROS E EFEITOS MARAVILHOSOS
2. Superstigáo...
— 139 —
«PERGUNTE E RESrONPEREMOS> 52/1962. qu. 2
— 140 —
BfiNCAOS DE CURANDEIROS E EFEITOS MARAVILHOSOS
— 141 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 52/1962, qu. 2
— 142 —
COMO RESSUSCITARAO OS CORFOS HUMANOS?
II. DOGMÁTICA
RENATO (Curitiba) :
— 143 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS». 52/1962, qu. 3
1) Imortalidade.
Após a ressurreicáo, a vida nao terá mais fim, seja a
vida bem-aventurada dos justos no céu, seja a triste existencia
dos reprobos no inferno. É o que se depreende nao sómente
dos textos bíblicos que falam da vida postuma como sendo
«vida eterna» (Rom 6,22s; Mt 25,46; 19,16; 1 Jo 5,13; Jo 17,3),
mas também da explícita passagem da epístola aos Hebreus:
«Foi estabelecido, para os homens, morrer nm só vez; depois
do que há o julgamento» (9,27).
Da prerrogativa da imortalidade deduz-se que nada que
possa ameagar a vida, afetará os ressuscitados ; nao experi-
mentaráo tendencia á decrepitude ou ao declínio. Em conse-
qüéncia, tornar-se-áo desnecessárias as fungóes de nutrigáo e
geragáo, mediante as quais o individuo e a sociedade procuram
de certo modo perpetuar-se, suprindo as deficiencias do corpo
mortal; por nao exercerem mais tais fungóes, os ressuscita
dos sao pelo Senhor comparados aos anjos do céu (cf. Le 20,35).
2) Integridade.
Éste predicado significa que todos os ressuscitados, tanto
justos como reprobos, possuiráo todos os órgáos e membros,
todas as facuidades que o corpo humano por sua natureza
normalmente possui, embora hajam sido mutilados ou disformes
neste mundo. Conservaráo outrossim a distingáo de sexos.
Estas afirmagpes decorrem do fato de que o homem res-
suscitará, conforme o plano de Deus, a fim de atingir a sua
— 144 —
COMO RESSUSCITARAO OS CORPOS HUMANOS?
— 145 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 52/1962, qu. 3
anos que o carpo atinge a perfeicSo das suas formas, comecando, logo
a seguir, um lento declínio. Esta sentenca nao é aceita por todos os teó
logos recentes; certamente nao se pode fundar no texto paulino, que
trata de crescimento sobrenatural. Há quem julgue mais conveniente
que na aparéhcia externa dos corpos ressuscitados haja algo que lem-
bre a sua vida na térra; assim, S. Estanislau Kostka terá para sempre
o seu aspecto sobrenatural gracioso de jov'em, ao passo que o velho
Simeao conservará sua aparéncia majestosa e veneranda, confirmada
por. novo fulgor da graca.
No tocante á estatura, S. Tomaz admite que nao será a mesma
para todos os individuos; nem mesmo os homens normáis sao todos do
mesmo tamanho. Cada qual, portante ressurgirá com a estatura que
tenha tido ou teria tido na sua idade madura, na plenitude do seu de-
senvolvimento (ninguém. pois, ressurgirá na estatura de crianca ou
de anciáo); caso, porém, a natureza, num ou noutro individuo, haja
produzido, ou tendesse a produzir, algum excesso desarmonioso, quer
para mais, quer para menos, Deus reduzirá ésse excesso ao grau nor
mal. É, pois, de orer que ninguém ressuscitará num corpo ridiculamente
alto ou ridiculamente baixo.
1) Impassibilidade.
— 146 —
COMO RESSUSCITARAO OS CORPOS HUMANOS ? ±é¿
2) Fulgor.
3) Agilidade.
É o dom em virtude do qual os corpos gloriosos se pode-
ráo locomover com toda a presteza, sem conhecer cansago
nem obstáculo. No Cristo ressuscitado tem-se claro exemplar
de tal prerrogativa: com admirável facilidade o Senhor se
transpuhha de urna regiáo a outra da Palestina. A agilidade
será conseqüéncia do pleno dominio que a alma bem-aventu-
rada exercerá sobre o corpo.
4) Sutílidade.
— 147 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 52/1962, qu. 3
— 148 —
QUE CONTEMPLAM OS JUSTOS NO CEU?
SEQÜIOSO (Salvador) :
— 149 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 52/1962, qu. 4
— 150 —
QUE CONTEMPLAM OS JUSTOS NO CEU ? ;
2. Os-bens acidentais
1) Bens da inteligencia.
— 151 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 52/1962. qu. 4
— 152 —
QUE CONTEMPLAM OS JUSTOS NO CEU ?
2) Bens da vontade.
Nao se pode dizer que um cálice pequeño, contendo licor até o alto,
está menos cheio do que um cálice grande ñas mesmas condicóes;
ambos estáo simplesmente cheios. Assim no céu todos sao simples"
mente íelizes, cada qual, porém, no seu grau.
3) Bens do corpo.
— 153 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 52/1962, qu. 5
1. O Zinjántropo
— 155 — •
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 52/1962, qu. 5
2. O Zinjántropo e a Biblia
— 156 —
O «ZINJANTROPO» E AMO
— 157 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 52/1962, qu. 5
— 158 —
O «ZINJANTROPO» E ADAO
— 159 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 52/1962, qu. 5
— 160 —
O CRIMINOSO TEM OBRIGACAO DE SE DENUNCIAR ?
IV. MORAL
— 161 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 52/1962, qu. 6
Z. Obrigacáo de justica ?
— 162 —
O CRIMINOSO TEM OBRIGACAO DE SE DENUNCIAR?
— 163 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 52/1982, qu. 6
Can. 1744. Ñas causas crimináis, o juiz nao exigirá do acusado que
jure dizer a verdade; ñas causas contenciosas, tedas as vézes que o bem
comum estiver em jógo, o juiz o exigirá das partes postas em causa;
nos outros casos, ele o poderá exigir, de acordó com a sua prudencia:».
Como se vé, o can. 1743 dispensa da obrigacáo de responder as pes-
soas acusadas de delito por elas mesmas cometido (é claro, porém,
que mentir nunca lhes será lícito; fica-lhes apenas a liberdade de
guardar o silencio, em vez de responder).
Certos autores antigos (entre os quais, Sao Tomaz de Aquino)]
afirmavam estar o réu obrigado a confessar o delito, desde que fósse
interrogado por legitimo juiz, principalmente se já houvesse indicios
assaz claros da culpa («semiplena probatk»; cf. S. Tomaz, S. Teol.
H/n 69, 1). Hoje em dia os moralistas nao costumam sustentar essa
sentenga, invocando o direito á boa fama que toca a cada individuo.
Tal tratamento, de resto, nao impede que penas mais severas sejam
Impostas aos culpados que tenham recusado confessar um delito do
qual venham a ser evidentemente reconhecidos como réus. — Observe-se
outrossim que o direito de «nao jurar» (ou silenciar) de modo nenhum
significa direito de «mentir» (ou dizer o contrario da verdade).
— 164 —
O CRIMINOSO TEM OBRIGACAO DE SE DENUNCIAR?
— 165 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS> 52/1962, qu. 6 :'
— 166 —
O SIGILO SACRAMENTAL-
Apéndice •; ■ ■ ...
£sV*
Um documento recente sobre o segrédo da confíssao";¿;J^
Para ilustrar o que acaba' de ser dito, noticiamos aqui o seguinté ~¿?M
caso, assaz significativo. : . „: /.x£'¡f||
~ 1. Francesco Arando íoi condenado na Franca a trabalhos Íot-^'¿¡$.
gados perpetuos, a titulo de haver sido um dos assassinos do joalheiro '•}.:*0.
M. vanMalle. ' ,, ':#
Acontece, porém, que o capeláo da Penitenciaria de Baumettes em'*¡ffl
Marselha (Franca) foi informado de que Francesco Arancio era too- i'Afe
cente do crime. Esta noticia, o sacerdote a recebeu em segrédo (segrédo/ '^
confiado, nSo, porém em confiss3o sacramental, como o próprio padre * \":
declarou). O capeláo resolveu entáo escrever ao Ministro da Justica ;. P,
da Franca urna carta em que, com as licencas e reservas formuladas v.á
pelo autor da noticia, atestava a inocencia do pretenso réu. A familia -v. V
déste obteve do padre urna copia de tal carta e sem demora a publicou ■■ ^
na imprensa. Eis os principáis trechos da missiva: J
■ «As minhas íuncSes levam-me por vézes a tomar conhecimento de >
tremendos segredos. Últimamente isto se deu; tal é a razáo de ser da * -
minha carta... Tomo Deus como testemunha e' empenho minha honra ■.'. ;\
de ser humano para afirmar que o que estou para dizer a V. Excla. é' '.=• :■
a pura verdade... Sei, de fonte segura, absolutamente incontestável, v
que Francesco Arancio é de todo Inocente. Arando nao é umdos tres --:
agressores do joalheiro. De modo nenhum teve ele parte, nesse caso. . "'t¿
A pessoa que me revelou tudo Jsto e que bem sabe o que diz, só mo -;C'i.
revelou sob o sigilo do mais absoluto segrédo. Apesar da minha insis- ■í r<ü
téncia, até agora só pude obter a licenca de escrever a V. Excia. a pre-, . .;¡
senté carta, depois de a ter mostrado a essa pessoa. Nada mais posso ;,y
dizer a V. Excia. Creia, porém, que minha palavra de sacerdote pede e : > «s
deve ser levada em consideracSo, a fim de obter justica para um ino- yj.
cente. • . "^
Queira V. Excia. aceitar minhas religiosas saudacSes. ' . ■''■:.%
(a) Jean Limozin * ..
(Transcrito de «La Croix>,
de 20/21 de agosto de 1961) . - -
— 167 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 52/1962, qu. 6
168 —