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O aumento da expectativa de vida da populao, aliado drstica reduo da taxa de fecundidade registrada nas ltimas dcadas, tem acarretado

o um incremento significativo na proporo de indivduos idosos no Brasil (Chaimowicz, 1998). A proporo de indivduos com idade igual ou superior a 60 anos passou de 6% em 1975 para 7,9% em 2000, estimando-se que chegue a 15,4% em 2025 (Izquierdo, 2002). Particularmente expressivo o aumento do nmero de indivduos na faixa etria igual ou superior a 80 anos, os chamados idosos muito idosos (Izquierdo, 2002; Squire & Kandel, 2000). As pessoas no s esto vivendo mais, mas tambm envelhecendo de maneira mais sadia. Por exemplo, em um estudo realizado nos Estados Unidos, em que se acompanhou por 7 anos uma populao de idosos, 90% das pessoas entre 65 e 74 anos afirmaram no padecer de nenhuma incapacidade, e 40% dos de mais de 85 anos foram considerados completamente funcionais (Squire & Kandel, 2000). Na idade muito avanada aumenta a incidncia de doenas neurodegenerativas, dentre as quais as que se denominam demncias (de: partcula privativa; mncia: do latim mens, mente. Literalmente, perda da mente). As demncias recebem esse nome porque comprometem de forma significativa a memria e tambm outras funes cognitivas, com intensidade suficiente para produzir perda funcional, incluindo at, eventualmente, a realizao de atividades da vida diria ou o reconhecimento de pessoas e lugares do entorno habitual (o prprio filho, a prpria casa) (Squire & Kandel, 2000). A mais importante das demncias a doena de Alzheimer (DA) (Chaimo-wicz, 1998; Herrera Jr. et al., 2002). Esta se caracteriza por uma perda intensa de capacidade cognitiva, com diminuio de memria declarativa (isto , aquela que osindivduos podem declarar que existe e/ou reconhecem como memria) (Izquierdo, 2002) e dificuldades de comunicao, bem como sintomas psiquitricos, como apatia, depresso e agitao/agressividade, estas ltimas principalmente na fase inicial da DA. Muitos

outros quadros patolgicos comprometem tambm a cognio, mas as sndromes resultantes, embora demncias, so s vezes potencialmente reversveis, como a depresso severa, o alcoolismo, o hipotireoidismo ou a hidrocefalia. Em muitas ocasies, o comprometimento vascular secundrio aterosclerose pode constituir um fator determinante ou agravante das disfunes cognitivas dos idosos e/ou das demncias.

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