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Democracia Representativa

Democracia - do grego: demos, que significa povo e kratein, governar.


A definição mais aceita é a seguinte: Governo do povo, para o povo e pelo povo.
Nela, o governo é exercido em função do bem comum. Visa o aperfeiçoamento de todos, dando-lhes
oportunidades, favorecendo a aquisição dos meios básicos e necessários a esse aperfeiçoamento, defendendo
os direitos inalienáveis do homem e facilitando-lhe o cumprimento dos deveres.
Na democracia, o povo participa do governo pelo voto, pelo plebiscito. As Leis saem daqueles que
foram escolhidos pelo povo para serem seus legítimos representantes.
Este regime de governo não é sistema fechado e rígido. Ele se amolda conforme as necessidades e a
evolução do povo.
É por isso que dizemos que a democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo.
A democracia dá igualdade de oportunidade para todos, pois são iguais perante a lei.
Na democracia, todos podem constituir associações para fins jurídicos, econômicos, sendo
asseguradas pelo Estado. Há apoio, pelo menos moral, a toda iniciativa particular que não atende contra o
bem comum.
Nela, todos se sentem responsáveis pelo progresso e pelos fracassos, pois todos concorrem para a
escolha dos governantes.
O Estado democrático, por ter caráter mais descentralizado, procura desenvolver e
aproveitar as capacidades de cada cidadão e os meios de cada região.
A concorrência pode ser, na democracia, quando regulada por leis justas e sábias, grande fator de
desenvolvimento.
Na democracia, o governo age livremente na pauta das leis em vigor, mas o povo a fiscaliza e julga
por eleições e plebiscitos.
A democracia desenvolve, nos indivíduos, o senso da própria dignidade e responsabilidade.
Garante melhor os direitos da pessoa humana.
A democracia nasceu de quatro princípios vitais que a tem diferenciado sempre mais claramente no
curso da história e cujo dinamismo foi definitivamente revelado nos surtos dos últimos anos.

1º princípio ⇒ A democracia, na sua oposição ao totalitarismo, se inspira nos princípios que


determinam os vários fins do estado como imutáveis e superiores a toda ideologia particular.
Esses princípios indicados na fórmula “governo para o povo” baseiam-se na convicção comum de
que os governos não existem senão em função dos direitos naturais e inalienáveis com os quais o Criador
dotou o homem que nenhuma autoridade humana pode ab-rogar. Escopo do Estado é proteger e promover o
bem comum do povo, assegurar por outro lado as condições sociais, materiais e espirituais que permitam
integral desenvolvimento de todos os cidadãos.

2º princípio ⇒ a democracia, na sua oposição ao autoritarismo, se inspira no princípio da


soberania popular.
Segundo esse princípio, ninguém pode apoderar-se do governo em virtude da própria força, mas sim
o povo, a quem compete o bem comum, é responsável em assegurar-lhe a realização designando a autoridade
responsável . Este princípio, indicado na fórmula “governo do povo” é o principal elemento genérico do
regime democrático. Com base na lei natural que faz dos homens tanto seres sociais levados a constituírem-se
necessariamente em sociedades para fruir do bem comum, os governos são investidos, pelo consentimento do
povo, do poder de obrigar em consciência e de punir os transgressores.

3º princípio ⇒ a democracia, na sua oposição à ditadura, se inspira nos princípios estruturais, os


quais garantem a participação popular de tal sorte que o governo funcione na realidade, para o povo.
Esses princípios indicados na fórmula “governo pelo povo” constituem a característica específica do
regime democrático. Desde de que cada homem é dotado de razão e chega à idade adulta com um mínimo de
experiência, o povo está no grau de participar na atividade atinente ao bem comum, exprimindo a própria
vontade através de seus representantes e de outros meios diretos entre os quais os mais regulares são os
movimentos de opinião pública.
Os grupos sociais e técnicos não ainda politicamente maduros, tem direito de receber uma educação
que lhes permita assumir sua responsabilidade nas questões relativas ao bem comum.
4º princípio ⇒ a democracia, na sua oposição a todos os regimes que degradam o povo, se inspira
nos princípios que afirmam o primado dos valores espirituais.
Tal reconhecimento de forças sobreeconômicas e sobrenacionais, em última análise sobre-humanas,
as quais criam uma atmosfera religiosa, faz parte do clima da democracia. Esta atmosfera de confiança
naquilo que o homem tem de melhor, o estimula a superar a si mesmo e é a força que pode criar na maioria
dos cidadãos um comportamento respeitável e digno .
O Estado democrático deve favorecer, pois, no povo, a livre prática daquelas leis superiores que tem
a sua última razão em Deus, e são a melhor garantia contra os perigos de doutrinas que suprimem a liberdade.
(“Pro Deo”)
A experiência vem demonstrando que os países democráticos se desenvolvem mais a contento de
todos, com mais rapidez e eficiência do que os totalitários. E praticada a democracia nos países de maior
cultura política. É tão bem aceita, que até os regimes ou movimentos totalitários se declaram democráticos.
De fato, só a verdadeira democracia garante e concretiza os seguintes objetivos: o bem comum, os
direitos humanos, os deveres, a vida segura para todos, o bem estar, igualdade de tratamento, liberdade de
expressão, de ação, de culto e de escolha do próprio estado de vida, de participação na vida política.
A democracia, no entanto só será o apanágio de todos e regime insuperável, quando todos os
cidadãos forem “conscientizados” e “politizados”, isto é, quando tomarem conta de sua responsabilidade, dos
seus deveres e direitos, quando compreenderem o valor da organização política e da importância do bem
comum para a felicidade geral, quando o simples operário, como o rico, o sábio, como o mais humilde dos
cidadãos, estiverem cônscios de que seu desenvolvimento será completo, seus direitos serão assegurados na
democracia com a colaboração de todos.
Estamos, no entanto, bem longe disso, mas caminhamos para tal compreensão.

BY PALMIRO SARTORELLI NETO

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