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O Cdigo Penal Militar, em seu artigo 235, trata do crime pederastia ou outro ato de libidinagem, dispondo da seguinte forma:

Praticar, ou permitir o militar que com ele se pratique ato libidinoso, homossexual ou no, em lugar sujeito administrao militar. O Cdigo Penal comum no faz referncia ao homossexualismo como crime. O delito em comento crime bilateral, comissivo e omissivo. A conduta positiva e complementar dos agentes so de integrao necessria para o perfeio da bifasidade do tipo penal. Nesse sentido a prova da prtica do ato deve ser analisada considerando-se as prprias peculiaridades do ilcito, tendo em vista tratar-se de crime de concurso necessrio, que envolve bem jurdico situado na esfera intima da sexualidade. um crime propriamente militar, ou seja, somente pode ser praticado por um militar, com previso exclusiva no Cdigo Penal Militar, cujo objeto visa tutelar principalmente a disciplina e a hierarquia, as quais no se coadunam com a promiscuidade sexual, dentro do ambiente militar. Justifica-se a validade do dispositivo em foco pela sua esfera de ocorrncia, j que, enquanto a sociedade civil tem como base a liberdade, as instituies militares norteiam-se na hierarquia e na disciplina, princpios basilares das Foras Armadas, os quais se encontram previstos na Carta Magna de 1988. Assim, reconhece-se que os bens tutelados, portanto, so outros, devendo os atos que afetar a disciplina e a hierarquia das Foras Armadas serem punidos, isso, registre-se, conforme entendimento do STF, que no voto
do ministro Carlos Ayres Brito, no HC 82.760 , sacramenta que o disposto no artigo 235 do Cdigo Penal Militar: "visa coibir a prtica de qualquer ato libidinoso, homossexual, ou no, nas dependncias militares. Com isso, a lei busca resguardar, sobretudo, a ordem disciplina castrense, e no a inclinar determinada opo sexual, at porque, se tal ocorresse, haveria inconstitucionalidade palmar por discriminao atentatria ao art. 3, inciso IV, da Carta Magna ".

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