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DESALENTO Por que haveis passar to doces dias?

Feliz daquele que no livro d'alma No tem folhas escritas E nem saudade amarga, arrependida, Nem lgrimas malditas! Feliz daquele que de um anjo as tranas No respirou sequer E nem bebeu eflvios descorando Numa voz de mulher... E no sentiu-lhe a mo cheirosa e branca Perdida em seus cabelos, Nem resvalou do sonho deleitoso A reais pesadelos... Quem nunca te beijou, flor dos amores, Flor do meu corao, E no pediu frescor, febril e insano Da noite virao! Da huri dos amores, Que sfrego bebeu o orvalho santo Das perfumadas flores... E pde v-la morta ou esquecida Dos longos beijos seus,

Sem blasfemar das iluses mais puras E sem rir-se de Deus! Mas, nesse doloroso sofrimento Do pobre peito meu, Sentir no corao que dor da vida A esperana morreu!... Que me resta, meu Deus? aos meus suspiros Nem geme a virao... E dentro, no deserto do meu peito, No dorme o corao!

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