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1 DIREITO DAS SUCESSOES -PROF*JULIANA GONTIJO INVENTARIO E PARTILHA 1) DOINVENTARIO 1.1) DOs RITOs DO INVENTARIO RITO ORDINARIO RITO SUMARIO (arts, 982 e segs do CPC) (arts. L031 e segs do CPC) 1) petigao de abertura e pedide de nomeagao do| I>) petigdo comunicando 0 dbito e requerendo a saventariante inventarianga 2) despacho nomeando inventariante 2+) despacho nomeando o inventariante 3+) termo de inventariante 3°) petigéo de primeiras declaragées (declaragio de 4+) primeiras declaragdes ou declaragées de bens e| bens e herdeiros), atnibuigdo de valores aos herdeiros bens, partilha amigavel ou pedido de 5+) audigncia dos interessados ¢ Fiscais sobre as| adjudicagao primeiras declaragées 4) juntada de certidées fiscais e taxa judiciaria 6+) avaliag&o dos bens 5*) vistas aos Fiscais 7°) vista aos Fiscais 6) sentenca homelogando a partilha ou 8+) declaracées finais adjudicagao 9+) termo de ratificagio das declaras es finais 7) pagamento do imposto de transmissao ‘causa 10%) caleulo do imposto ‘causa mortis! mortis! Ile) audiéncia dos interessados ¢ ficais sobre 0|8*) vista aos fiscais caleulo 19°) expedigéo do formal de partilha, carta de 2) homelegeséo do caleulo do imposto ‘causa! — partilha, carta de adjudicacao e alvaras. 15) pagamento do imposto de transmiss&o ‘causa mortis’ 14*) partitha ou adjudicagao 15¢) juntada das certiddes ficais 16) audigncia dos interessados e ficais sobre a partilha 17+) homologagao da partilha ou adjudicagao 18*) ciéncia da partilha aos ficais 19*) expedigéo do formal de partilha, carta de adjudicagao e alvaras 12) DO INVENTARIANTE a) Fangio: O inventariante é a pessoa encarregada de administrar os bens do espélio, devendo representé-lo ativa e passivamente em juizo ou fora dele (arts. 12, Ve 991,1 do CPC e art. 1991 doNCC), b) Quem pode ser momeado: 56 podem exercer esse mums pessoas capazes, © que n&o tenham, de algum modo, interesses aos do espélio (como, p.ex. 0 devedor do espélio, o réu preso, ett). Deveriio ser nomeadas para o cargo, na ordem de preferéncia, as pessoas enumeradas no art. 990 do cre: I ~ 0 cnjuge (companheiro) sobrevivente casado sob 0 regime de comunho, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste; II ~ 0 herdeiro que se achar na posse e administragdo do espélio, se ndo houver cénjuge (companheiro) supérstite ou este n&o puder ser nomeado; III - qualquer herdeiro, nenhum estando na posse e administragao do espélio; Rusa Guajajaras, n, 1944, Barro Preto, CEP 30180-101 — Belo Horizonte - MG - Tel. (31) 2112 4114 - Fax 212.4108 site. www diveitodefamilia adv br ~ Cmail jugontijo @direito defamulia adv br —jfgontijo @direitodefamulia adv br 2 DIREITO DAS SUCESSOES -PROF*JULIANA GONTIJO IV ~ 0 testamenteiro, se Ihe foi confiada a administrago do espélio ou toda a heranga estiver distribuida em legados; V - o inventariante judicial, se howvery VI - pessoa estranha idénea, onde nao houver inventariante judicial. ©) Inventariante judicial: E figura praticamente em desuso. O juiz nomeara inventariante dative, quando houver necessidade. Entretanto, se o cargo de inventariante judicial estiver previsto na lei de organizagdo judicidria local, a ele cabera a investidura. 4d) Administrador provisérie: Antes de aberto o inventario, e mesmo depois, enquanto 0 inventariante no prestar compromisso, os bens da heranga ficam aos cuidados do administrador provisério. O art. 1.797 estabelece uma ordem de preferéncia para o exercicio da administragdo da heranga até o compromisso do inventariante, mencionando caber sucessivamente: 1 -a0 cénjuge ou companheiro, se com 0 outro convivia ao tempo da abertura da sucesso; Il a0 herdeiro que estiver na posse e administragaio dos bens; III - a0 testamenteiro; IV ~ a pessoa de confianga do juiz. ¢) Inventariante dativo: Na falta ou impedimento das pessoas com direito a inventarianga, 0 juiz nomeara pessoa estranha idénea, para servir como inventariante dativo (art. 990, VI do CPC) que ‘assume os direitos e deveres da inventarianga, mas, nos termos do § 1° do art. 12 do CPC, nao é 0 representante do espélio em Juizo, pois, em tal hipétese, ‘todos os herdeiros e sucessores do falecido serdo autores ou réus nas ages em que o espélio for parte’. f) Compromisso: Uma vez nomeado, o inventariante devera firmar compromisso de fielmente desempenhar o cargo. Para isso sera intimado com prazo de 5 (cinco) dias, nos termos do paragrafo nico do art. 990 do CPC. g) Attibuigdes do inventariante: Conforme art. 12 do CPC serio representados em juizo, ativa e passivamente, as pessoas ali mencionadas (Unido, Estados, DF, Territérios, Municipio, massa falida, eranga jacente ou vacante, espélio, pessoas juridicas, sociedades sem personalidade juridica, pessoa juridica estrangeira, e condominio) nas formas ali estabelecidas. O espélio é representado pelo inventariante, salvo se dativo, hipétese em que deverfio comparecer ao processo todos os herdeiros sucessores do falecido. Além das tarefas basicas de administragdo e de representagdo do espélio, enumera o art. 991, III a VIII, outras atribuig Ses que se constituem em deveres do inventariante: a) prestar as primeiras e tltimas declaragdes pessoalmente ou por procurador com poderes * b) exibir em cartério, a qualquer tempo, para exame das partes, os documentos relatives ao espolio; * ¢) juntar aos autos certidao do testamento, se houver; d) trazer & colagéo os bens recebidos pelo herdeiro ausente, renunciante ou excluido; e) prestar contas de sua gestéo ao deixar o cargo ou sempre que o juiz Ihe determinas; #) requerer declaragao de insolvéncia. Incumbe ao inventariante ainda, ouvidos os interessados e com autorizagdo do juiz, no termos do art. 992 e incisos I alV do CPC: a) alienarbens de qualquer espécie; b) transigir em juizo ou fora dele; ) pagar dividas do espélio; e d) fazer despesas necessarias com a conservagao e o melhoramento dos bens do espélio. hy Prestagao de contas: Art. 919 do CPC: ‘As contas do inventariante, do tutor, do curador, do depositario e de outro qualquer administrador, sero prestadas em apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado, Sendo condenado a pagar o saldo e nfo o fazendo no prazo legal, 0 juiz podera destitui-lo, sequestrar os bens sob a sua guarda e glosar o prémio ou gratificagéo a que tem direito” Encerrado o inventario, cessam as fungdes do inventariante, de modo que nao estaria mais obrigado & prestacdo de contas. Porém, mesmo fora do inventario, como adverte ORLANDO DE SOUZA, ‘tem os interessados ago contra o ex-inventariante, em defesa de seus direitos, no caso de ter ele ocultado ou escondido bens do inventariado ou os frutos percebidos depois da abertura da sucesso, os quais devem ser objeto de sobrepartilha’ i) Remogao do inventariante: Os casos de remogdo envolvem atitudes culposas ou dolosas do inventariante, conforme art. 995 do CPC, o inventariante sera removido: I- se no prestar, no prazo legal, as primeiras e as dltimas declaragdes; Rua Guajajaras, n, 1944, Barro Preto, CEP 30180-101 — Belo Horizonte - MG - Tel. (31) 21124114 - Fax 2112.4108 site www diteitodefamilia adv br ~ mail jugontijo @direito defamulia adv br —jfgontijo @direitodefamulia adv br 3 DIREITO DAS SUCESSOES -PROF*JULIANA GONTIJO II ~ se nfo der ao inventario andamento regular, suscitando davidas infundadas ou praticando atos meramente protelatérios; IIl - se, por culpa sua, se deteriorarem, forem dilapidados ou sofreram dano bens do espélio; IV ~se ndo defender o espélio nas ages em que for citado, deixar de cobrar dividas ativas ou n&o promover as medidas necessarias para evitar 0 perecimento de direitos; V ~se no prestar contas ou as que prestar nao forem julgadas boas; VI ~se sonegar, ocultar ou desviar bens do espélio. Mas, ha jurisprudéncia que dis: ‘nfo é exaustiva a enumeragéo do art. 995 do CPC, nada impedindo que outras causas que denotem deslealdade, improbidade, ou outros vicios, sejam validas para a remocao do inventariante’ (RTJ 94/378, RP 25/318). O art 998 do CPC determina que o inventariante removido entregara imediatamente ao seu substituto os bens pertencentes ao espélio, e, caso nao o faca, sera compelido a isto, mediante mandado de busca e apreensao, ou de imiss&o de posse, conforme se tratar de mével ou imével. j) Destituigao do inventariante: A remosio é espécie de género destituigo, que tem maior largueza, podendo ocorrer sem que haja ato culposo ou doloso do inventariante; basta que se configure impedimento legal ou falta de legitimac&o para o exercicio daquele encargo. P ode ocorrer por ato fora do exercicio como conseqiiéncia, por exemplo, de condenagao criminal. ) Recurso da deciséo que nomeia, remove ou destitui inventariante A decisio que nomeia inventariante, por ser tipicamente interlocutéria, desafia recurso de agravo de instrumento, Também cabe a mesma espécie de recurso da decisdo que remove ou destitui 0 inventariante, porque atacada matéria de natureza incidental, no se constituindo em segmento processual autonomo, apesar do processamento em apenso (art. 996, paragrafo nico do CPC), para evitar-se tumulto no andamento do inventario. A decisdo, ai, ndo é de natureza terminativa do feito, mas caracteriza-se como interlocutéria, tanto que 0 art. 998 do CPC dispie sobre o imediato cumprimento da ordem de remosio do inventariante, com entrega dos bens ao substituto, 0 que inocorreria se de apelagdo fosse o recurso, por inexistente disposigao que lhe confira efeito meramente devolutivo (n&o incluida a hipétese no rol do art. 520 doCPC) 3) BENS SONEGADOS MAnio ROBERTO CARVALHO DE FARIAT- Aberta a sucesso, deve o inventariante relacionar os bens pertencentes ao inventariado e que se encontrem em seu poder ou em poder de terceiros. Os herdeiros, por sua vez, devem declarar os bens que tém em seu poder e, também, os que com sua ciéncia estejam em poder de outros e, ainda, os bens que receberam em adiantamento de legitima por doagio. Se © inventariante e os herdeiros deixam de cumprir esse dever, cometem o delito civil de sonegacao, ficando sujeito as penas da lei. Sonegados, sfo os bens que deveriam ser trazidos ao inventario, no entanto, foram conscientemente dele desviados, quer por nao terem sido descritos ou restituidos pelo inventariante ou herdeiros, quer por estes iiltimos n&o os haver trazido colago, quando esse dever se Ihes impunha. Pode sweitar quem a cometeu, além da pena civil, a pena criminal do delito de apropriagdo indébita, Alguns autores entendem que para caracterizagao do delito é necessario haver 0 dolo, nfo bastando a ocultagdo por negligéncia ow ignorancia. A intengdo maliciosa é elemento constitutive dessa modalidade de subtragéo do alheio. Estdo sujeitos a pena de sonegados todos os que ocultarem bens do espélio, impedindo de qualquer modo, que o monte alcance sua integralidade. inventariante quando é herdeiro, perde o cargo e 0 direito a heranca dos bens ocultados; o herdeiro perde o direito a heranga dos bens ocultados; o testamenteiro o direito @ vintena e 0 cessionario da heranga perde o direito sobre os bens ocultados. WILSON DE OLIVEIRA? - Sonegagao é a ocultag&o dolosa de bens do espélio. Ocorre tanto se no descritos pelo inventariante com o propésito de subtrai-los a partilha como se no trazidos & colag&o pelo donatario. Em conformidade com os preceitos legais, so estes os casos de sonegacao: 1 ~ 0s praticados pelo inventariante nos termos do art. 1.996; Il ~ 08 praticados pelo herdeiros: a) ndo descrevendo no inventario os bens que estejam em seu poder; b) que estejam em poder de outrem com o seu conhecimento; c) omitir na colag&o, a que os deva levar, ou deixar de restitui-los. A) QUANTO A PERDA DOS BENS Duas correntes se apresentam: Rusa Guajajaras, n, 1944, Barro Preto, CEP 30180-101 — Belo Horizonte - MG - Tel. (31) 2112 4114 - Fax 212.4108 site. www diveitodefamilia adv br ~ Cmail jugontijo @direito defamulia adv br —jfgontijo @direitodefamulia adv br

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