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PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
ON-LIME
Sadiamente Inconformado
00
LU
O
Ainda sobre a Origem dos Evangelhos
H
00 Liberdade Religiosa é Indiferentismo?
UJ
CQ
O
CE
0.
Diretor-Responsável: SUMARIO:
Es té vio Bettencourt OSB
Autor e Redator de toda a materia
publicada neste periódico
Sadiamente Inconformado 49
Diretor-Administrador:
D. Hildebrando P. Martins OSB
Novas descobertas:
Ainda sobre a Origem dos Evangelhos . . 50
Administracao e distribuicao:
Edícoes Lumen Christi
Ouvindoainda D. Lefebvre:
Oom Gerardo, 40 - 5? andar, S/501
Liberdade Religiosa é Indiferentismo?... 55
Tel.: (021) 291-7122
Caixa Postal 2666
20001 - Rio de Janeiro - RJ Um relato fiel das:
Aparipoes da Virgem em Guadalupe ... 72
Imaginacáo tendenciosa:
5 "tMKQUES-SAKAIVA" "Jesús Viveu na India"? 82
. atúreos crmTDflfSí.A
NO PRÓXIMO NÚMERO:
322-Marpo- 1989
2. CHEQUE BANCÁRIO . , ,
49
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
Ano XXX - N9 321 - Fevereiro de 1989
Novas descobertas:
* * *
50
AORIGEM DOS EVANGELHOS
1. O progresso da paleografía: 7Q 5
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"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
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A ORIGEN! DOS EVANGELHOS
2. Outros Estudos
Urna das razoes evocadas pelo mestre é que as letras do P46 e o seu
estilo caligráfico nao tém paralelo algum após o sáculo I d.C: a forma das
fináis na parte inferior das letras pede datacao anterior; algumas letras (es
pecialmente o b e o y) sá*o de feitura amiga; no estilo paleográfico de P46
nao se véem vestigios dos ornamentos e da decoracáb típicos do sáculo II.
A comparacSo com outro pequeño papiro do sáculo III (que contám Fni
13-15 e 24-25) evidencia que o estilo caligráfico de P46 é muito anterior.
Além destas raz3es paleográficas, Kim aduziu outras de ordem fonética e de
gramática, que postulam a datacáb de fins do sáculo I.
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'PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
3. Conclusao
Vé-se que o progreso dos estudos vai abrindo caminho para que os
estudiosos se aproximem dos autógrafos do Novo Testamento. - Tais estu
dos e suas conclusdes ná"o sa"o inspirados por tendencias apologéticas precon
cebidas {defender a antiguidade dos Evangelhos frente aos racionalistas); isto
ná"o seria justificável aos olhos da citada.
* * *
(continuábalo da p. 49)
Era necessário que o Senhor Jesús viesse dizer ao homem que na rea-
lidade há urna outra vida, ainda mais rica de valores do que a presente. Os
absurdos que ocorrem na térra, devidos á fragilidade das criaturas (que Deus
nSb quer teleguiar), serlo sanados pela reposicSo da ordem adequada. O so-
frimento nao foi extinto pelo Cristo, pois ele é escola e amadurecimentó
(patrios mathos, já diziam os gregos antigos), mas foi transfigurado; o Fi-
Iho de Deus quis assumir tudo o que há de doloroso na condicáo dos ho-
mens a fim de o tornar passagem para a vida plena. É somente em funca"o
da existencia postuma que se pode entender a vida presente; sem aquela,
esta seria absurda.
Estas reflexoes estimulam o cristSo a repensar o mundo presente: tam-
bém está cheio de ¡ncoeréncias e aparentes absurdos, á primeira vista. . . A
Palavra de Deus, porém, nos ensina que Ele nSo está ausente desta realida-
de; permite que o homem carregue a sua cruz e experimente a sofreguidSo,
na certeza, porém, de que existe a Ressurreicfo após a morte; desde que o
Filho de Deus sofreu, morreu e ressuscitou na carne, os anelos do homem
tém resposta cabal; a Cruz perdeu seu sinal negativo; quem pacienta e morre
com Cristo, com Cristo vivera e reinará (cf. 2Tm 2,11-13).
Posso, portanto, reler o Eclesiastes, que há de alimentar em mim o
grande anseio pela Páscoa de Cristo e de todos os homens!
E.B.
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Ouvindo ainda D. Lefebvre:
Liberdade Religiosa
é Indiferentismo?
* * *
55
'PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
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QUE É LIBERDADE RELIGIOSA?
2. Os dados do problema
2.1. Pió VI
57
_1£ "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
2.3. Pió IX
"A cansura dos livros e dos escritos pode ser exercida pela Igreja? Nao"
(L'Avenir rfi 239, 12/06/1831, col. 5).
"A Igreja nSo pratica a censura preventiva, nem o poderia, mora/mente fa-
lando, sem desdizer os seus costumes eas suas tradicdes de dezoito sáculos"
(ib. n? 261,03/07/1831, col. 8 e 9).
'"'■'V 58
QUE É LIBERDADE RELIGIOSA? 11
"A razio humana nao está obrígada a levar em consideracao Deus ela
é a sua própria lei" (n? 3).
"Em nossa época, ¡á nSo é útil que a religiSo católica seja considerada
como a única religiSo do Estado, com exclusSo de todo outro culto. Por isso
ó com razSo que, em alguns países católicos, a lei prevé que os estrangeiros
lá residentes gozem do exercício público de seus cultos própríos" (n°. 77 e
78).
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J2 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS"321/1989
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QUE É LIBERDADE RELIGIOSA? 13
Estas palavras de Leao XIII estío muito próximas dos termos de DH:
firmam a dignidade da pessoa humana, a independencia da consciéncia do
individuo frente ao Estado, o direito de seguir o ditame que esta consciéncia
propoe, sem sofrer constrangimento.
Em suma, o exame atento dos textos de Pió VI, Gregorio XVI, Pió IX
e LeSo XIII mostra que estes Papas nao quiseram condenar a liberdade inte
rior ou espiritual de que todo homem goza em materia religiosa. A Igreja
sempre afirmou que a fé nao se impoe pela forca; a fé é livre, a adesa"o á
verdade de Deus deve nascer do coracSo do homem sob a luz da inteligencia
convencida do que professa, e assistida pela grapa de Deus; a fé nao pode ser
incutida de fora para dentro. Os Papas do sáculo XIX tiveram em mira os
motivos atrás aduzidos para fazer restricSes a liberdade absoluta; tais eram o
indiferentismo religioso e o racionalismo, sistemas estes que ignoravam {e
¡gnoram) o caráter objetivo das verdades reveladas por Deus, negavam (e ne-
gam) o valor absoluto, a universalidade e a necessidade dessas verdades para
a salvacao do homem e o bem-estar da sociedade objetivamente (ou em si
mesmos) considerados; enfim, negavam (e negam) também que os indivi
duos e as sociedades possam chegar ao conhecimento de tais verdades.'
3. Os totalitarismos do século XX
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14 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS'? 321/1989
"O ser humano como pessoa possui direitos que Ihe vém de Deus e
que devem permanecer fora de toda negacSo, prívacao ou entrave por parte
da sociodade" (A.A.S. 29, 1937, p. 159).
O Papa Pió XI, ao declarar tais coisas, ná"o tencionava derrogar ás sen-
tencas de seus antecessores, mas apenas desenvolvía a genuína doutrina cató
lica dentro das circunstancias que os regimes totalitarios da época apresenta-
vam. SSo palavras de Pío XI:
62
QUE É LIBERDADE RELIGIOSA? 15
Nos decenios seguintes, o Papa Pió XII viu-se obrigado a reafirmar a li-
berdade do individuo para crer, lembrando, com a Tradicao crista", que a fé
nao pode ser imposta:
Eis por que, se há alguns que, sem ter fé, sSo constrangidos a entrar no
edificio da Igreja, a aproximarse do altar e receber os sacramentos, esses,
sem dúvida, nio se tornam verdadeiros crístaos; a fé deve ser urna livre ho-
menagem da inteligencia e da vontade" (Encíclica Mystici Corporis Christi
A.A.S. 35, 1943, DS 3822).
4.1. Preliminares
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16 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
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QUE É LIBERDADE RELIGIOSA? 17
Notemos que Pió VI, Gregorio XVI e Pió IX negavam essa liberdade
tal como era apregoada pelos racionalistas e relativistas: estes a fundamen-
tavam no individualismo inconsistente e volúvel dos cidadaos, fazendo do
individuo a regra suprema do comportamento humano. Ao contrario, o
Concilio do Vaticano II fundamenta essa liberdade no fato de que todo ho
mem é chamado por Deus a se ultrapassar e realizar plenamente em Deus e
deve dar este passo de maneira livre, humana, inteligente; todo homem tem
o direito natural de proceder com liberdade, especialmente por ocasiSo das
grandes decisóes da sua vida.
É o que o Concilio declara num texto denso (n? 2), do qual cada pa-
lavra merece ser especialmente ponderada:
65
18 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
Tal conceito de Estado está longe de ser laicista ou liberal, como nota
oCardeal Pavan:
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QUE É LIBERDADE RELIGIOSA? 19
S. Tomás vai mais longe aínda: baseando-se em Sao Paulo (Rm 14,22s;
1Cor 8,7-13), afirma que "todo homem tem obrigacao de agir conforme os'
ditames de sua consciéncia, mesmo quando esta Ihe preceitua um ato intrín
secamente mau" (Super Epistulas S. Pauli Lectura, § 1120, sobre Rm 14,14).
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20 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
Há quem diga que nem os Papas Pió VI, Gregorio XVI, Pío IX nem o
Concilio do Vaticano II proferiram definicoes ex-cathedra ou solenes ao tra
tar da Liberdade Religiosa. Por isto ficaria a criterio de cada fiel católico
pensar o que quisesse a respeito; especialmente estaria, em consciéncia, livre
para nSo aceitar a Declaracáo DH.
Tal conclusao seria errónea. Com efeito; os Papas citados nao falaram
como mestres particulares para comunidades privadas, mas falaram a toda a
Igreja como Pontífices. Os seus documentos fazem parte do magisterio au
téntico do Sumo Pontífice, ao qual se deve prestar "um assentimento reli
gioso da vontade e da inteligencia... urna adesá"o sincera" (cf. Lumen Gen-
tium n? 25).
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QUE É UBERDADE RELIGIOSA? 21
tá-lo e segui-lo; portanto, se ele erra, toda a Igreja erra" (De Romano Ponti
fica IV 3).
É claro que neste raciocinio nao se considera o Papa como mestre pri
vado, mas, sim, como doutor público da Igreja universal, mesmo que ele nao
defina proposicoes ex-cathedra. É muito procedente e sabio o arrazoado de
Sao Belarmino.
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22 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
6. Conclusao
Seria descabido crer que o Senhor Jesús tenha abandonado a sua Igre
ja, permitindo que um Concilio, como6rgá*odo magisterio ordinario da Igre
ja, caisse em graves erros de doutrina ou de Moral. Aqueles a quem custa
aceitar os ensinamentos do Concilio, tém a possibilidade de um exame obje
tivo e sereno das sucessivas declaracSes da Igreja, em virtude do qual perce-
berá que nSo há contradicho. Mais: resta-Inés aínda o que é mais importante:
70
QUE É LIBERDADE RELIGIOSA? 23
a fé no Senhor Jesús e ñas suas promessas de assisténcia infairvel por Ele fei-
tas á sua Igreja. A fé em Jesús Cristo é inseparável de atitudes concretas de-
cortentes da adesao ao Senhor. - é de esperar que os irmaos tradicionalis-
tas, cujas boas ¡ntencoes sao inegáveis, percebam a plena verdade e se abste-
nham de seguir rumos desastrosos para a causa que precisamente eles tanto
amam.
* * *
(continuafio da p. 96)
71
Um relato fiel das
Aparigóes da Virgem
em Guadalupe
0 relato abaixo data do século XVI, sendo pouco posterior aos fatos.
* * *
72
APARIgQES DA VIRGEM EM GUADALUPE 25
tudo quanto via sua filha no momento de ser fotografada. Este mesmo den
tista, cuja profissao atual é a de captar as imagens da Térra transmitidas no
espaco pelos satélites artificiáis, "digitalizou" em 1980 a imagem da Vírgem
de Guadalupe. Consiste o procedimento em dividir a imagem em quadrfculas
microscópicas até o ponto de, numa superficie de um milímetro quadrado,
caberem vinte e setiTmil sétécéntos e setenta e oito ínfimos, mínimos qua-
dradinhos. Urna vez feito isto, cada mini-quadrfcula pode ser ampliada, mul-
tiplicando-se por dois mil, o que permite a observacáo de pormenores ¡m-
possfveis de serem captados a olho nu. Ora os pormenores que se observa-
ram na Cris da imagem guadalupana safo: um fndio no ato de desdobrar sua
tilma perante um franciscano; o próprio franciscano, que era o Bispo, em
cujo rosto se vé escorrer urna lágrima, urna pessoa muito jovem, tendo a mao
sobre a barba com ar de consternado; um fndio com o torso' desnudo em
atitude quase orante; urna mulher de cábelo crespo, provavelmente urna ne
gra, servical do Bispo; um varao, urna mulher e urnas criancas com a cabeca
meio-raspada e mais outros Religiosos vestidos com hábito franciscano, is
to é. . . o mesmo episodio relatado em náhualt por um escritor indígena na
primeira metade do sáculo XVI e editado em náhualt e em espanhol por
Lasso de la Vega em 1649.
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26 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
O RELATO
EntJTo ela revelou sua vontade santa e benévola: 'Que todos saibam e
compreendam por teu intermedio, 6 mínimo de meus filhos, que eu sou
María, sempre Virgem e Santa Mae do Verdadeiro Deus, de quem vem toda
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APARICOES DA VIRGEMEM GUADALUPE 27
Juan Diego foi-se muito triste, pois nao atingirá a finalidade da sua vi
sita.
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28 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
Quando o Bispo viu que Diego confirmava tudo o que dissera sem he-
sitacoes nem mudancas, ele o mandou seguir por varios de seus servidores,
homens de confíanca, para que o observassem e vissem aonde ia, quem ele
encontrava e a quem ele falava... Juan tomou logo a grande estrada. Os que
o seguiam perderam-no de vista no ponto em que a estrada seguía pelo bar
ranco antes da ponte de Tepeyacac; embora olhassem por toda parte ao re
dor, nSo viram vestigio dele. Voltaram aborrecidos nSo so porque escapara
aos olhares deles, mas porque o comportamento dele os perturbava. Depois
que contaram ao Bispo o que acontecerá, este concluiu que toda a historia
era falsa, de mais a mais que os servidores dísseram que haviam sido engaña
dos e que Juan Diego inventara o que contara. Em suma, decidíram que, se
por acaso Diego voltasse, eles o puníriam severamente a fím de que nao
contasse mais mentiras e deixasse de cacoar deles.
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APARICÓES DA VIRGEM EM GUADALUPE 29
No mesmo momento Juan Diego estava com a SS. Virgem para Ihe dar
a resposta do Bispo. Tendo-a ouvido, disse ela: Tudo acontece para bem,
meu filho, voltarás amarina para levar o sinal que o Bispo pediu. Entao ele
acreditará e ninguém desconfiará de ti../
Juan Diego, portante, seguiu por outro caminho, que o levaría mais rá
pidamente á cidade de México, evitando ser detido pela Dama do Céu. Ele
julgava que isto a impediría de o ver, mas ela tudo contempla sempre e em
toda parte. Com efeito, ele a viu aproximar-se, descendo a colina ao mesmo
tempo que olhava para o lugar onde Ihe aparecerá duas vezes.
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30 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
Quando Juan ouvíu tais palavras, ficou muito contente e pediu que a
Dama do Céu Ihe desse um sinal para autenticar as aparicoes.
Juan Diego subiu logo a colina e ficou muito surpreso por ver af mui
tas e variadas rosas de Castela apesar do frió e do gelo da estacao. Exalavam
suave perfume e estavam cobertas pela geada que cafra durante a noíte... Co-
Iheu-as, fez um ramalhete, que ele colocou dentro do seu manto; aquele lu
gar jamáis produzira flores por causa das pedras e da seca; s6 dava cardos,
plantas espinhosas e cactus; como fosse o mes de dezembro, o frió e o gelo
matavam todas as plantas frágeis..
Desceu a colina para levar as rosas á Dama do Céu. Ela as tomou ñas
míos e disse: 'Meu filho, estas rosas sSo o sinal e a prova que deves levar ao
Bispo. Tu Ihe dirás que isto o deve excitar a compreender e executar o meu
desejo. Tu és o embaixador da minha confianca. Eu te mando que nao abras
o teu manto sob pretexto algum, nem mostres seu conteúdo a quem quer que
seja, antes de chegares á presenca do Bispo. Contarás tudo com muita exati-
dao: que eu te mandei ao topo da colina colher as flores e fazer um ramalhe
te, e tudo o que viste... Deves convencé-lo de que dé sua ajuda para a cons-
trucao da igreja que eu quero aquí'.
Quando Juan Diego viu que nSo podia esconder o que ele trazia, re-
ceou que acabassem por espancá-lo; entre-abriu entáo as bordas do seu man
to. Vendo que continha rosas de Castela, diferentes urnas das outras, produ-
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APARICOES DA VIRGEM EM GUADALUPE
'Senhor Bispo, fiz como pedistes... Disse á Senhora que prometí tra-
zer-vos o sinal solicitado. Ela compreendeu a vossa prudencia e acolheu o pe
dido com benevolencia. Muito cedo hoje de manhS... ela me mandou ao cu-
me da colina... Eu sabia que lá nunca houvera flores, mas nfo duvidei das pa-
lavras da Senhora. Quando cheguei ao lugar indicado, parecia-me estar no
parafso. Havia lá grande variedade de rosas de Castela, todas reluzentes por
causa da geada. Eu as colhi e as trouxe para a Dama; ela mesma as tomou em
suas maos e colocou-as no meu poncho, para que eu vo-las trouxesse.
Ela me disse por que é que eu tinha de fazer isso. Eu o fiz para que ve-
jais nessas flores o sinal solicitado e executeis o pedido da Senhora... Ei-las,
tomai-as'.
Diego abriu entáfo o manto branco que ele trazia fechado sobre o peí-
to. Enquanto as rosas se espalhavam pelo chfo, apareceu de repente sobre a
veste a magnífica imagem da Virgem María, Mae de Deus, exatamente aque-
la que se pode ver ainda em nossos dias na sua igreja de Tepeyacac, com o tí
tulo de Guadalupe. Vendo-a, o Bispo e todas as pessoas presentes cairam de
joelhos, considerando-a com admiracSo por muito tempo, profundamente
tocados e comovidos por aquí lo que eles viam. A seguir, ficararn tristes e
aflitos — o que mostra que a contemplavam com o; seus coracSes e a sua in
teligencia.
O Bispo, com lágrimas de tristeza, orou e pediu perdáo por nao ter
realizado a tarefa que a Senhora solicitara. Quando se reergueu, retirou dos
ombros de Juan Diego o manto no qual se gravara a imagem da Dama do
Céu. Levou-.o para o seu oratorio. Reteve Juan Diego por mais um día em sua
casa. E no dia posterior disse: 'Saiamos para ver o lugar onde a Senhora do
Céu quer que Ihe construamos um templo'. Convidou todos os presentes a
acompanhá-lo. Logo que Juan mostrou o lugar designado pela Senhora do
Céu, pediu licenca para retirar-se. Queria voltar para junto dos seus a fim de
ver o seu tio que estava gravemente enfermo quando Diego partiu para Tía-
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32 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
Nao deixaram Juan Diego ir-se a sos, mas foram juntos com ele. Urna
vez chegados á casa de Diego, encontraran) o tio de boa saúde, sem dores e
sem febre. O anciáo ficou surpreso por ver o sobrinho chegar com tSo ilus
tre comitiva e perguntou pela causa de tantas honras. 0 sobrinho explicou
que, quando partirá para procurar o sacerdote, a Senhora do céu Ihe apare
ce u e Ihe disse... que na*o se afligisse por causa da doenca do tio... Este res-
pondeu que, naquele momento preciso, ele recuperara a saúde, pois viu a
Virgem assim como ela aparecía ao sobrinho e sabia que ela enviara Diego á
casa do Bispo em México. A Dama também mandou ao anciáo que, logo
que visse o Bispo, Ihe revelasse o nome da imagem: o daSantíssima Virgem
de Guadalupe.
80
APARIQOES DA VIRGEMEM GUADALUPE 33
81
Imaginapao tendenciosa:
82
"JESÚS VIVEU NA l'NDIA"? 35
1. A tese do autor
Para corroborar sua tese, o autor afirma que AbraSo era oriundo da In
dia; neste pafs existe uma pequeña cidade chamada Hará", que deve corres
ponder a Hará, donde o Patriarca emigrou conforme Gn 11, 32 (cf. p. 50).
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36 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
2. Ponderando os dados...
84
"JESÚS VIVEU NA fNDIA"? 37
" ' Muitos. leitores se impressionam pelo fato de que os evangelistas nada
dizem sobre o período dos 12 áos 30 anos de Jesús; Mateus e Lucas referem
algo sobre a infancia de Jesús até os dois anos de idade; Lucas narra um epi
sodio ocorrido aos doze anos; depois cala-se a;é o Batismo de Jesús aos trin-
ta anos (cf. Le 3,23). Marcos comeca simplesmente com Joá"o Batista a pre
gar e batizar no deserto (cf. Me 1,1 -11).
Que dizer?
Tal, porém, nao é o género literario dos Evangelhos. Estes nao foram
concebidos como biografías de Jesús, mas, sim, como o eco escrito da prega-
cao oral dos Apostólos. Ora a pregacao dos Apostólos comecava pela Páscoa
final de Jesús, anunciando, antes do mais, que Ele morreu e ressuscitou para
nos salvar... Quem aceitasse esta mensagem (querigma), era entlo catequiza
do ou recebia os ensinamentos apregoados por Jesús durante a sua vida pú
blica, ou seja, a partir dos trinta anos... Com isto encerrava-se a tarefa dos
arautos da Boa-Nova; por conseguinte, com isto encerrava-se também a, tare
fa dos Evangelistas; Sao Marcos ateve-se estritamente a este esquema, percor-
rendo apenas a vida pública e a glorificacao final do Senhor. — Sao Mateus e
Sao Lucas quiseram, por conta própria, acrescentar a tal esquema alguns da
dos atinentes á infancia de Jesús; sao quadros mais ou menos avulsos ou
urnas poucas noticias referentes a Zacarías e sua familia, a María, a José, e
aos primeiros tempos do Menino Jesús; há um intervalo entre Jesús aos qua-
renta dias no templo de Jerusalém e Jesús aos doze anos entre os doutores,
como também há uma lacuna entre os doze e os trinta anos de Jesús; ne-
nhum desses hiatos desmerecía a missao dos Evangelistas, que tinham em vis-
85
38 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
BIOGRAFÍA:
EVANGELHO:
De resto, sabe-se que Jesús, anteriormente a sua vida pública, era car-
pinteiro e vivia em Nazaré, como se depreende de Mt 13,55 e Me 6,3; os
numerosos ouvintes na sinagoga de Nazaré perguntavam: "Nao é este o car-
pinteiro, o filho de Maria, ¡rmao de Tiago, Joset, Judas e Simao?".
86
"JESÚS VIVEU NA fNDIA"? 39
87
40 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
nos costumes da India urna interpretadlo para o vinagre que Jesús bebeu an
tes de morrer.
H. Kersten nfo leva em conta o fator mais decisivo para a morte dos
crucificados, que era a asfixia. Mesmo que as chagas produzidas pelos cravos
nao fossem moríais, a posicáo de quem pendia na cruz levava á morte rápida
por asfixia. Eis o que se lé no livro do Dr. Barbet:
Mais:
88
"JESÚS VIVEU NA I'NDIA"? 41
— "Quase tudo o que foi dito sobre Jesús encontra paralelo ñas antigás
lendas indianas" (p. 136). - Kersten aponta milagres de mestres indianos pa
ra firmar sua sentenca. Ora este ponto de contato é tenue. Muitos homens,
especialmente na India, dotados de faculdades parapsicológicas, podem ter
efetuado facanhas surpreendentes, tidas como milagrosas. Isto, porém, nao
basta para que estabelecamos o paralelo dos mesmos com Jesús.
90
"JESÚS VIVEU NA l'NDIA"? 43
2.4. Os apócrifos
3. A Reencarnacáo e o Cristianismo
91
44 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
ela, pois eram intensos a qualquer tipo de sincretismo religioso. - Foi nesse
ambiente que Jesús pregou o seu Evangelho.
Mt 17, 10-13: Os judeus julgavam que Elias nao morrera, mas fora ar
rebatado aos céus (cf. 2Rs 2,11) e, por isto, voltaria a térra para revelar e un
gir o Messias. Ora, nos tempos de Cristo, politicamente agitados, o profeta
Elias era esperado em Israel com particular insistencia. Pois bem; Jesús res-
pondeu que Joao Batista fizera as vezes de Elias por reproduzir as atitudes
fortes e destemidas do profeta {cf. Le 1,17). O próprio Joao Batista negou
peremptoriamente ser Elias, quando os enviados dos judeus o ¡nterrogaram
(cf. Jo 1,21). Á luz destas ponderacoes, entenda-se também o texto de Mt
92
"JESÚS VIVEU NA l'NDIA"? 45
do dos pais (que, segundo a mentalidade do cláf, seria punido sobre os fi-
Ihos), ou num pecado do próprio cegó; esta última hipótese deveria parecer-
Ihes absurda, pois sabiam que as enancas nascem sem ter cometido previa
mente nem bem nem mal (cf. Rm 9,11). Assim perplexos, lancaramsuas in-
.terrogacóes a Jesús, sem se dar ao trabalho de procurar terceira solucao para
o caso. Ora, JesúsTespondeu sem abordar o aspecto especulativo da questSo,
elucidando diretamente a situacao concreta que Ihe apresentcvam: nem urna
hipótese nem outra, mas um designio superior de Deus ("... para se manifes
taren! nele, cegó, as obras de Deus").
93
46 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
94
"JESÚS VIVEU NA l'NDIA"? 47
4. Conclusao
Arte para a Fé, por Mons. Guilherme Schubert. - Ed. Loyola, Sao
Paulo 1987 (2? edicSo revista e ampliada), 136 x 208 mm, 299 pp. de texto,
além de 80 pp. de llustracóes.
E.B.
95
48 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 321/1989
96
Revista "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" de 1988
encardenada em percalina, com índice analítico
600 páginas NCz$ 20,00
DIVERSOS
AMOR FORTE COMO A MORTE - Fr. Mateusde Encarna-
gao Pinna, teológico beneditino do sáculo XVIII. Aspectos
de sua obra apresentados por Dom Cirilo Folch Gomes.
66 pág. - 1983 NCzS 1,35
UMA VOZ DO MOSTEIRO, coletania de conferencias e ho
milías de D. Bernardo Shuh, OSB, 260 pág NCzS 2,30
A VOCÉ QUE SOFRE - bilhetes espirituais aos que sofrem.
Con. H. Verrais. Traducüo e notas de D. Vicente de O. Ri-
beiro, OSB - 112 pág NCzS 1,60
A VIDA QUE COMECA COM A MORTE - Dom Estévao
Bettencourt OSB NCzS 2,60
JOGRAIS EVANGÉLICOS - para catequese de 1? e 2?
graus NCzS 2,60
ANTROPOLIGIA E PRAXIS NO PENSAMENTO DE JOAO
PAULO II, CONFERENCIAS de um Congresso Interna
cional, 280 pág. - 1985 NCzS 2,90
DOM PEDRO MARÍA DE LACERDA - último Bispo do
Imperio, Dom Jerónimo Lemos OSB, 610 pág NCzS 8,20
1590 - OMOSTEIRODESAOBENTO - 1990
IV Centenario de fundado