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INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO

CURSOS SUPERIORES DE GESTÃO TECNOLÓGICA

Aula 3:

Tópico Frasal 1
Um parágrafo padrão inicia-se por uma introdução em que se encontra a ideia
principal desenvolvida em um ou dois períodos. O tópico frasal é justamente essa
introdução. Depois dela, vem o desenvolvimento e a conclusão.

Exemplo de parágrafo:
“Em todos os níveis de sua manifestação, a vida requer certas condições dinâmicas,
que atestam a dependência mútua dos seres vivos. Necessidades associadas à
alimentação, ao crescimento, à reprodução ou a outros processos biológicos criam,
com frequência, relações que fazem do bem-estar, da segurança e da sobrevivência
dos indivíduos matérias de interesse coletivo.”
(FERNANDES, Florestan. Elementos de sociologia teórica.)

Nesse parágrafo, o tópico frasal é o primeiro período. Segue-se o desenvolvimento


especificando o que é dito na introdução.

Se o tópico frasal é uma generalização, e o desenvolvimento constitui-se de


especificações, o parágrafo é, então, a expressão de um raciocínio dedutivo. Vai do
geral para o particular: Todos devem colaborar no combate às drogas. Você não pode
se omitir.

Se não há tópico frasal no início do parágrafo e a síntese está na conclusão, então o


método é indutivo, ou seja, vai do particular para o geral, dos exemplos para a regra:
João pesquisou, o grupo discutiu, Lea redigiu. Todos colaborando, o trabalho é bem
feito.

A paragrafação com tópico frasal seguido pelo desenvolvimento é uma forma de se


organizar o raciocínio e a exposição das ideias de maneira clara e facilmente
compreensível. Quando se tem um plano em que os tópicos principais foram
selecionados e dispostos de modo a haver transição harmoniosa de um para outro, é
fácil redigir.

Exercício
Identifique:
Tópico frasal; desenvolvimento; exemplos; conclusão.

Veja: Numa época em que predominam as imagens, por que a leitura ainda é
importante?

Alberto Manguel: “A atual cultura de imagens é superficialíssima, ao contrário do que


acontecia na Idade Média e na Renascença, épocas também marcadas por uma forte
imagética. Pense, por exemplo, nas imagens veiculadas pela publicidade. Elas
captam a nossa atenção por apenas poucos segundos, sem nos dar chance para

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NADÓLSKIS, Hêndricas. Comunicação redacional atualizada. Ed. Saraiva.

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pensar. Esta é a tendência geral em todos os meios visivos. Assim, a palavra escrita
é, mais do que nunca, a nossa principal ferramenta para compreender o mundo. A
grandeza do texto consiste em nos dar a possibilidade de refletir e interpretar. Prova
disso é que as pessoas estão lendo cada vez mais, assim como mais livros estão
sendo publicados a cada ano. Bill Gates, presidente da Microsoft, propõe uma
sociedade sem papel. Mas, para desenvolver esta ideia, ele publicou um livro. Isso diz
alguma coisa.”

SÍNTESES

Sumário

Sumário é a “enumeração das principais divisões, seções e outras partes de um


documento, na mesma ordem em que a matéria nele se sucede.” 2 Aplica-se a
publicações periódicas e seriados, livros, folhetos e outros documentos para dar visão
de um conjunto e facilidade de localização dos assuntos. O sumário deve ficar no
início do documento. Não o confunda com índice, que enumera os assuntos indicando
a localização no texto, nem com lista, que enumera elementos selecionados na ordem
de sua ocorrência.

Sinopse

A sinopse é a apresentação concisa do texto de um artigo, obra ou documento que


acompanha, devendo ser redigida pelo autor ou pelo editor. Com a sinopse relaciona-
se o quadro sinóptico: o que permite ver de uma só vez as diversas partes de um
todo, que oferece uma vista ou uma análise geral.

Resumo

Resumo, de acordo com a NB-88 da ABNT, é a “apresentação concisa dos pontos


relevantes de um texto em sequência de frases articuladas”. Há quatro tipos de
resumos:

Indicativo: resume apenas os pontos principais. Usual em prospectos e catálogos.


Informativo: ressalta, de modo conciso, finalidades, metodologia, resultados e
conclusões. Evidencia ao leitor se ele deve ler o texto todo ou não.
Informativo/Indicativo: combinação de ambos.
Crítico: faz análise interpretativa de um texto. É também denominado recensão ou
resenha.

No resumo, deve-se mostrar em que o texto inova: técnicas, conceitos, métodos,


feitos, descobertas. As conclusões devem se relacionar com os objetivos propostos e
neles estarão recomendações, sugestões, aplicações.

A ABNT recomenda que os resumos tenham as seguintes extensões:


a) para notas e comunicações breves, até 100 palavras;
b) para monografias e artigos, até 250 palavras;
c) para relatórios e teses, até 500 palavras.

2
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas: NB-85.

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O tema principal estará na primeira frase. Use a terceira pessoa do singular, com
verbo na voz ativa, de preferência em frases afirmativas. Para um resumo ter sucesso,
é necessário decidir o que é fundamental e o que é acessório. É a procura pela ideia
principal. Encontrada a ideia principal, elimina-se tudo o que não é importante para a
compreensão desta ideia.

Para auxiliar a resumir, duas técnicas são importantes: sublinhar e resumir.

Sublinhar

Para poder sublinhar bem, é preciso fazer duas leituras. Conheça antes o conjunto
para distinguir a ideia principal das acessórias. Depois, em uma segunda leitura,
sublinhe a ideia principal, os pormenores mais importantes, os conceitos, as
definições, os exemplos mais significativos. Não é necessário sublinhar o período ou a
oração, só os termos que são essenciais.

Esquematizar

A atividade de esquematizar faz memorizar de maneira mais fácil o que se assimilou.


O esquema demonstra que se compreendeu como o autor organizou o conjunto de
informações. Quando se consegue relacionar as partes com o todo, é mais fácil se
lembrar as informações, pois elas estão classificadas e compostas em um plano
lógico.

Exercício
No texto abaixo:
Sublinhe, esquematiza e faça um resumo, com suas próprias palavras.

Aprender a escrever é, em grande parte, se não principalmente, aprender a pensar,


aprender a encontrar ideias e a concatená-las, pois, assim como não é possível dar o
que não se tem, não se pode transmitir o que a mente não criou ou não aprovisionou.
Quando nós, professores, nos limitamos a dar aos alunos temas para redação sem
lhes sugerirmos roteiros ou rumos para fontes de ideias, sem, por assim dizer, lhes
“fertilizarmos” a mente, o resultado é quase sempre desanimador: um aglomerado de
frases desconexas, mal redigidas, mal estruturadas, um acúmulo de palavras que se
atropelam sem sentido e sem propósito; frases em que procuram fundir ideias que não
tinham ou que foram mal pensadas ou mal digeridas. Não podiam dar o que não
tinham, mesmo que dispusessem de palavras-palavras, quer dizer, palavras de
dicionário, e de noções razoáveis sobre a estrutura da frase. É que palavras não criam
ideias; estas, se existem, é que forçosamente, acabam corporificando-se naquelas,
desde que se aprenda como associá-las e concatená-las, fundindo-as em moldes
frasais adequados. Quando o estudante tem algo a dizer, porque pensou, e pensou
com clareza, sua expressão é geralmente satisfatória.

(GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna)

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Resenha crítica

A resenha crítica pode ser denominada como o conjunto de comentários sobre um


livro no seu todo ou sobre os aspectos mais relevantes da obra. É um artigo de
divulgação científica em que se dá uma ideia sobre o conteúdo de uma obra por meio
de um resumo e também se exerce análise crítica, observando a expressão
linguística, os métodos, os conceitos, os seus valores de acordo com os objetivos do
texto resenhado.

A linguagem segue os padrões da linguagem científica das redações acadêmicas,


respeitando as opiniões expressas no texto estudado com fidelidade, sem deformação
das ideias nem procura de polêmica apaixonada. O autor da resenha deve conhecer
bem o assunto e ter espírito crítico capaz de perceber, no conjunto e nas partes, os
valores criticados.

A resenha distribui-se, geralmente, em partes que podem não necessariamente estar


indicadas com títulos.

Introdução com as referências bibliográficas e dados sobre o autor.

Resumo do conteúdo.

Análise com julgamentos de valores dos pontos mais importantes ou controversos.


Em obras literárias, estuda-se a construção das personagens, psicológica e
socialmente.

Apreciação da obra quanto ao seu valor científico ou estético em visão crítica


objetiva, imparcial, sem digressões, que mais ressaltam as ideias do resenhador que
do resenhado. Avalia-se a importância da obra dentro da área de atuação.

Conclusão que abranja o valor do conjunto todo da obra.

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Anexo I:

Volume e riqueza da informação na comunicação

Os canais ou meios de informação são classificados em relação à capacidade de


transmitir informação mais ou menos rica, com a riqueza diminuindo na sequência
abaixo:

1. o meio mais rico é o face a face, que é caracterizado pela riqueza das expressões
adicionais como linguagem não-verbal e proporciona um feedback imediato para
possíveis correções; por isso, esse tipo de canal permite diminuir ao máximo a
ambiguidade no processo da comunicação;

2. o telefone (fixo ou móvel) e outros meios eletrônicos pessoais de comunicação


formam o segundo grupo mais rico, pois o feedback é rápido, as mensagens são
direcionadas pessoalmente e com recursos adicionais como a entonação, porém as
expressões visuais não podem ser transmitidas;

3. documentos escritos, endereçados pessoalmente (cartas, notas, fax, e-mails etc.)


têm riqueza menor ainda; o feedback é mais lento e as expressões/indicações visuais
são mínimas (figuras, gráficos, esquemas, fontes diferentes como negrito, itálico etc.).

4. documentos escritos, endereçados impessoalmente (boletins, relatórios, bancos de


dados de computador) são mais “enxutos” (menos ricos), geralmente eles são mais
quantitativos, não necessariamente proporcionam feedback e servem bem para
transmitir dados exatos para muitas pessoas.

No mundo de negócios globalizados, o contato direto nem sempre é possível. Por


isso, o uso de novos meios de comunicação, como a videoconferência e a
teleconferência, está ganhando cada vez mais espaço em processos de soluções de
problemas ambíguos.

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