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LEIA GÊNESIS 14
Este fato é ainda mais problemático com o NT, porque os documentos mais antigos
do NT que possuímos são todos escritos em grego. No entanto, é evidente e
incontestável que os escritores do NT eram judeus, eles eram judeus completamente
imersos na cultura e pensamento hebraicos. Podemos comparar o grego antigo da
Septuaginta com o hebraico antigo do AT e bastante facilmente encontraremos onde
estão os problemas de tradução, mas é um pouco diferente com o NT, porque temos
relativamente poucas passagens do NT que foram escritas em hebraico em algum
momento ou outro, e todas elas parecem ter sido tomadas a partir do grego, e não o
contrário. Recentemente, porém, um grupo de estudiosos judeus ESCREVEU um NT
hebraico completo, utilizando os enormes avanços na compreensão da cultura
hebraica nos dias de Yeshua, o que também nos dá uma melhor compreensão da
Igreja do primeiro século. Esta Bíblia é escrita pela Sociedade Bíblica do Estado de
Israel, e é um paralelo completo entre o AT e o NT em inglês e hebraico…..uma
valiosa ferramenta para qualquer estudante sério da Bíblia.
Mas, frustrantemente, ainda existe mais. Toda denominação cristã de hoje, tem um
conjunto de doutrinas e um credo próprios, e em geral, os tradutores bíblicos,
consciente ou inconscientemente, aderem às doutrinas e crenças religiosas de uma ou
de outra destas denominações. Então, quando surge a oportunidade de traduzir uma
palavra, muitas vezes quando o que está escrito no original, não parece corresponder
a suas doutrinas preconcebidas, eles irão substituir uma palavra ou frase que está
fora de contexto, mas que mantém o significado do versículo dentro dos limites das
crenças que eles adotam. Assim, a tradução muitas vezes tem algumas inclinações
enterradas profundamente dentro dela. É por isso que é tão necessária a utilização de
várias versões de estudo, e, melhor ainda, ganhar uma compreensão da língua e da
cultura hebraica. Recomendo que todos tenham uma Bíblia hebraica para
correlacionar com a tradução para o português, porque, mesmo se você não tem
nenhuma proficiência em hebraico, você pode facilmente dizer quando duas palavras
em hebraico são semelhantes, mas podem existir duas palavras muito distantes
usadas em português para traduzir essa mesma palavra hebraica. Então, deve-se
desconfiar, e fazer um estudo aprofundado da palavra hebraica para ver exatamente
o que essa palavra significa para a mente hebraica.
POR FAVOR, entenda o seguinte: a Bíblia não foi escrita em um vácuo. Todos os
pensamentos e frases e sentidos das palavras estavam no contexto da cultura
hebraica dessa época. Nosso objetivo, então, é descobrir o que significavam aquelas
palavras para o autor original; porque elas devem ser tomadas para dizer exatamente
a mesma coisa para nós. Caso contrário, tornamos a Bíblia em um documento vivo,
isto é, algo que é feito para evoluir com os tempos.
a) há muito mais variação nos escritos do NT entre as várias traduções do que para o
AT, e,
Felizmente, ao longo dos últimos 20 anos, com muitos estudiosos judaicos vindo a
crer no Messias, ou pelo menos a ter uma abordagem mais aberta para estudar e
analisar o NT, alguns importantes trabalhos estão sendo feitos no ajustamento das
traduções do NT de forma a que estejam em sintonia com a cultura hebraica e
padrões de pensamento do 1 º século d.C. Ainda mais, com a descoberta do que é
normalmente chamado de documentos da Comunidade dos Manuscritos do Mar
Morto, estamos descobrindo que um espantoso número de frases e teologia no NT
que, até ao momento, se pensava que era novo ou único com Jesus e seus discípulos,
na verdade estas teologias já estavam em desenvolvimento, e as frases já em
utilização, com os separatistas Essênios no deserto de Judá.
E, deixe-me garantir-lhe, você não tem nada a temer. Sua fé em Cristo vai crescer
ainda mais e ser validada enquanto estudamos a Torah e os Manuscritos do Mar
Morto. Algumas das coisas confusas e misteriosas do NT que temos tanta dificuldade
em compreender, muitas vezes tornam-se mais claras e compreensíveis e reais com
a ajuda dos Manuscritos do Mar Morto e a comparação com o AT.
LEIA Gênesis 14
Há muito mais neste este capítulo do que o olho pode ver. Estamos realmente
entrando em algumas partes deliciosas da Torá que estabelecerão o palco para o
futuro.
A área para onde Ló tinha ido viver, no vale do Jordão, que segue até ao Mar Morto, e
inclui as cidades de Sodoma e Gomorra, era, em essência, parte de um reino
controlado por um rei chamado Quedorlaomer; e Quedorlaomer aparentemente tinha
algum tipo de tratado de proteção mútua com este pequeno grupo de nações e reis
mencionados no início do versículo 1. Agora, os nomes de vários reinos aqui listados
não podem ser identificados em uma área específica de um mapa moderno, mas
alguns podem. O lugar é chamado Elasar é, quase com certeza, Ashur, uma das
várias cidades antigas construídas por Nimrode, e que finalmente foi chamada Assíria.
Anrafel, um dos reis que se aliaram com Quedorlaomer, vivia no norte, em uma área
chamada Sinar.....o mesmo local que Nimrode tinha chamado de casa, e também
onde ficava localizada Ur.....a cidade de Abraão.
O rei Tidal é conhecido por ser um rei dos Heteus, pois o seu território que se chama
"Goim" abrangia as áreas ocidentais da Turquia e Síria. Aqueles de vocês que têm
estudado um pouco de hebraico sabem que a palavra hebraica goyim significa
"nações", e também significa, "gentios". Antes de Abraão, goyim era uma palavra
muito genérica para nação num sentido muito geral.....assim como usamos a palavra
"nação" hoje. Mas, quando Deus separou Abraão e, em seguida, ele o designou como
o primeiro "hebreu", o que o colocava à parte como uma nação ESPECIAL e ÚNICA de
pessoas separadas para o propósito de Deus, a palavra goyim assumiu um tom
ligeiramente diferente. Ela, então, significava "todas as outras nações e povos do
mundo com exceção de Abraão e seu povo". Então, por volta de 1900 a.C., goyim
significava "nações gentias" ou, "pessoas gentias". Aqui, em Gênesis 14, é muito
provável que quem quer que tenha sido a última pessoa a redigir este capítulo de
Gênesis na Antiguidade, estava tentando simplesmente mostrar que, nos documentos
Escriturais originais, o reino que o Rei de Tidal governou não foi nomeado, então ele
H
e
Elasar
t
e
u
s
Susã
Sodoma e Gomorra
Sinar
foi simplesmente inserido antes do termo genérico "goyim", indicando que Tidal era
realmente um rei de algum país ou outro.
O elemento comum entre os territórios desses reis aliados que estavam vindo para o
Oriente Médio fazer guerra, é que eles estavam todos no que chamamos de
Mesopotâmia, e os territórios que eles detinham eram substanciais.
Este distrito que tinha se rebelado tinha seus próprios governantes, e estes eram
seus nomes: Bera, Birsa, Sinabe, Semeber, e o rei de Zoar, cujo nome não é citado;
sabemos que eles tinham pagado tributo a Quedorlaomer por 12 anos, como parte de
um tratado de paz. Cada um destes pequenos reis comandava exércitos
relativamente pequenos e muito limitados em comparação com as áreas daqueles
quatro reis da Mesopotâmia. No 13º ano desde a elaboração do tratado estes
governantes rebelaram-se.....o que significa que eles simplesmente se cansaram de
prestar tributo a estes senhorios ausentes na Mesopotâmia, e se recusaram a
continuar pagando. Então, um ano mais tarde, Quedorlaomer e seus aliados
marcharam em direção ao Sul e atacaram o distrito rebelde.
Os exércitos aliados reuniram-se no vale de Sidim; um vale que não existe mais,
porque agora faz parte do Mar Morto. Aqui é um desses lugares na Bíblia onde a
revisão teve lugar. Porque quando esse evento aconteceu e foi escrito, o vale de
Sidim ainda EXISTIA. Mais tarde, quando algum copiador da Bíblia foi copiar o texto,
acrescentou a expressão "que é o Mar Morto". Caso contrário, ninguém teria sabido o
que ou onde era o agora inundado Vale de Sidim. Ainda mais, as palavras que o
editor realmente escreveu não eram "Mar Morto", mas "mar salgado". Mesmo mais
tarde ainda, quando o nome Mar Salgado caiu em desuso e se tornou conhecido como
o Mar Morto, os copiadores da Bíblia naturalmente começaram a usar Mar Morto, em
vez de mar salgado. Como você pode perceber NADA disto representa mudanças
substanciais, nem altera a localização ou significado. Tudo que faz é esclarecer e
apresentar fatos que, de outra forma, se tornariam obscuros e perdidos. Esta é a
espécie mais típica de revisão bíblica.
Para vocês que curtem geografia, vocês também gostarão de saber que o Mar Morto
é composto basicamente de duas partes: a norte e a sul. A parte norte é a que existia
nos dias de Abraão, era muito profunda.....uns 40 metros. A parte sul não existia até
depois da época de Abraão, e foi o resultado da parte norte se encher e, em seguida,
transbordar para o Vale de Sidim que era adjacente e para o sul do país. Então, o
Vale de Siddim ficou cheio de água, e simplesmente se tornou uma parte
relativamente rasa do recém-expandido Mar Morto.
A rota que os reis da Mesopotâmia tomaram foi a já bem marcada "Estrada Real" que
se estende de Damasco no Norte, eventualmente, por todo o caminho para o Egito.
Eles atacaram e derrotaram os refains em um lugar chamado Asterote-Carnaim, aos
zuzins em Hã (não sei onde é isso), os emins em Savé-Quiriataim e, finalmente,
agora para o sul, os horeus na área de Seir. Depois, mais tarde, então voltaram para
o norte e derrotaram os amalequitas em Cades, que também é chamado En-Mispate.
Agora, os povos chamados refains, zuzins e emins são difíceis de identificar. Várias
lições atrás, nós falamos sobre os nefilins.....aquela a raça de gigantes, ou homens
poderosos e tirânicos de antes do Dilúvio. Eles teriam sido o resultado do
acasalamento de anjos caídos com fêmeas humanas. Muitos sábios pensam que os
refains, zuzins e emins podem muito bem ser uma espécie de nefilim, pós-diluvianos.
Eles não parecem ser conhecidos como uma tribo em lugar nenhum, de modo que
isto parece mais ser uma descrição, e os seus nomes refletem a linguística e cultura
da região na qual cada um se encontra Mas, isso é conjectura, não é de todo claro
quem estes 3 grupos de pessoas foram. Os outros nomes mencionados.....como os
horeus, amalequitas e amorreus, são bem comprovados de antigas tribos do Oriente
Médio.
Quando os reis rebeldes viram que tinham de reagir aos exércitos que estavam
chegando contra eles, eles se juntaram e encontraram os exércitos do Rei
Quedorlaomer no Vale de Sidim. Portanto, sem entrar em detalhes, os vários
governantes deste distrito rebelde saíram à batalha contra Quedorlaomer e os seus
homens, e eles guerrearam como seria de se esperar. O exército aliado de
Quedorlaomer levou todo o suprimento de alimentos do distrito, os seus bens de
valor, e mesmo algumas pessoas para serem utilizadas como escravos.....isto era um
protocolo normal de batalha naqueles dias. Entre aqueles levados como escravos
estavam Ló e sua família, que viviam em Sodoma, quando o ataque veio.
Abraão ouve que Ló havia sido sequestrado, e imediatamente toma 318 de seus
próprios homens, e parte para resgatar Ló. Quando Abraão recebeu esta notícia, ele
estava vivendo entre alguns dos povos cananeus, com quem ele tinha aparentemente
entrado em uma aliança formal por meio de tratado. Mas, ele escolheu não usar
nenhum desses cananeus para ajudá-lo, mas os 318 homens que ele tinha com ele
eram homens leais a Abraão, visto que muitos tinham sido nascidos em seu clã, e
tinham sido treinados para guerra. Isto dá-nos uma ideia da dimensão da nação ou
povo no qual Abraão tinha-se tornado em um período bastante curto de tempo. A
propósito: isso não significa que Abraão era o pai biológico de todos esses homens.
Quase certamente estes eram os filhos de muitos servos e escravos. Pessoas
compradas como escravos, das quais muitas eram propriedade de Abraão; eram
consideradas parte da família. Devido à história familiar do brutal e ímpio comércio
escravo africano que forneceu muitos trabalhadores do campo no início do Brasil,
ficamos com uma ideia muito distorcida do que era a escravatura entre os hebreus
bíblicos. A escravatura entre os hebreus não ficava muito longe da adoção dos dias
modernos, onde muitas vezes alguém paga uma mãe para ter o direito de adotar o
seu filho, ou, pelo menos, paga todas as suas despesas médicas durante a gravidez e
parto, além de uma bolsa. Portanto, apesar de os filhos de Abraão certamente
possuírem autoridade e direitos de herança acima destes escravos e dos filhos
nascidos a esses escravos, os escravos não eram maltratados, eles eram geralmente
valiosos e amados membros do clã e, em geral, recebiam respeito e amor.
Abraão e os seus guerreiros perseguiram estes reis todo por todo caminho até onde
acabaria por tornar-se conhecido como Damasco, Síria.....um longo caminho. Repare
que o versículo 14 diz que eles foram tão longe como a região de "Dã". Aqui há outra
revisão; porque Dã recebeu este nome de um dos filhos de Jacó.....uma das 12 tribos
de Israel. Jacó era um dos netos de Abraão, Dã um dos filhos de Jacó, e a terra
chamada Dã uma eventual
localização da tribo de Dã após
o Êxodo. Assim, a área
denominada Dã, aqui, não
poderia ter recebido este nome
por, pelo menos, 600 anos após
ter ocorrido a história de Abraão
resgatando Ló.
Começando no versículo 18 nós somos levados a uma fascinante, mas breve, história
e conheçemos um dos mais misteriosos personagens na Bíblia: Melquisedeque, rei de
Salém. Além de ser um rei, é-nos dito que Melquisedeque é também um sumo
sacerdote, e que ele adora El'Elyon.....o Deus Altíssimo. Melquisedeque sai para
cumprimentar Abraão, traz pão e vinho e abençoa Abraão, e Abraão, em seguida,
presenteia-o com um décimo de tudo o que foi recuperado. Então, uma cena
interessante se desenrola aqui: dois governantes vêm cumprimentar Abraão: o rei de
Sodoma, o governante de um lugar mal; e Melquisedeque, o governante de um lugar
justo. Um padrão verdadeiramente importante é estabelecido nesta história, e como
ela continua nos primeiros versículos do capítulo 15, nós vamos chegar ao seu
significado em breve.
Vamos tomar um pouco de tempo com isso, pois eu descobri que quando nos
deparamos com estas cenas ímpares, é melhor olhar para elas
cuidadosamente.....pois sempre algo de grande importância está ocorrendo, e não é
diferente aqui.
Quem, ou o quê, é Melquisedeque? Que bom que você perguntou. A primeira coisa a
compreender é que Melquisedeque não é um nome formal ou pessoal, é um título,
por isso não define exatamente quem é esta pessoa. Por exemplo, Presidente Obama
não é o nome do presidente: o nome é Barack Obama. Presidente é apenas o título
do cargo que ele ocupa. Isto também é válido para todos os chamados "nomes de
Deus" que temos encontrado até agora em Gênesis. Na verdade, o título utilizado
para Deus nesta história, El Elyon, Deus Altíssimo.....também NÃO é um nome da
forma como nós tipicamente estamos acostumados. Mas, ele INDICA que
Melquisedeque é um crente no Deus da Bíblia, e que é talvez um dos poucos
monoteístas.....aqueles que adoram um só deus.....que ainda existiam. Portanto,
nenhum dos chamados nomes de Deus são realmente Seu nome: eles são todos
títulos. Mas, eles também são mais uma coisa: assim como presidente é o título do
cargo que Barack Obama detém, assim são estes vários títulos de Deus indicativos do
cargo, da autoridade, que Deus exerce. Além disso, precisamos ter em mente que,
quando a Bíblia refere-se a El Elyon, El Shaddai, e vários outros títulos de Deus como
"nomes".....isso não significa um nome próprio como Tom ou Jerry ou Becky. Em vez
disso, nome (em hebraico, Shem) a maior parte do tempo na Bíblia significa
"reputação". Então, o nome de Deus, como reputação, na verdade são muitos, e Ele é
o Deus Altíssimo, o Deus das Hostes Celestiais, o Deus Que Me Esconde, o Senhor
que Provê, o Senhor que Cura, e vários outros. E assim vai ser até o tempo de Moisés
em que Deus realmente e formalmente divulga seu nome pessoal YHWH.....que é
como Tom ou Jerry ou Becky; YHWH NÃO é uma reputação ou um título. Portanto, no
que diz respeito ao TÍTULO Melquisedeque, Melchi significa "meu rei" e "tzedek"
significa "justiça"..... Portanto, é um título que, traduzido para o português, significa
"meu rei é justiça" ou "o rei da justiça". E, é um nome no sentido de que é uma
reputação desconhecida do homem.
Agora, existem algumas preciosas palavras sobre este intrigante camarada. Mas,
temos que absorver o máximo possível disto, porque ele é referido de forma poderosa
no NT, o que significa que até 1900 anos depois do encontro de Abraão com
Melquisedeque, aparentemente muito mais se lembrava e sabia sobre ele do que
tenha sido escrito. Melquisedeque é visto pelo escritor de Hebreus como uma parte
muito especial da história de Israel e, talvez, do futuro Israel espiritual.
Vamos olhar para este ponto-chave do NT, e fazer algumas ligações entre a Torah e o
livro de Hebreus no NT.