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MENS SANA IN CORPORE SANO Mente que desmente na desocupao ocupada e se sente desocupada na ocupao atarefada, fala o que

sente, no mente, quando est desatrelada, mas se amarrada, sente, remi-se, contorce-se, impotente. Nos campos de stiros e ninfas oculta-se, busca refgio e claustro certo. Mas quando posta perante o mundo reto, angular, quadrado, acua-se de medo. Lampejo do desejo de criar, aquilo que d forma vida o sonhar descompromissado. O sonhar atarefado mente: sequer existe. E nos refgios profundos desta mente triste, hesitante em ser o que um dia foi, ou que ao menos pensara ser, ficam as dvidas mais vis que a ignorncia absolve. Ouve, mente, no fugindo que resolve. s o que s, e nada mais. Utopia chamada paz aquela almejada sempre, encontrada dificilmente, e nunca mais que brevemente. Impaciente, esta mente se retrai. Torna-se s consigo mesma, uma mente solitria. E na solido, brota a razo arbitrria, cuja verdade sempre turva, mas mais absoluta que contrria. Pois a contrariedade no vem com a solido. Esta enrijece a mente, a enche de razo sem razo, coerncia incoerente. na soma com outra mente que se deixa de mentir, e se busca ser presente, consciente, agente da mudana, concreta ou abstrata. Mas a mente tambm mata, mata a gente sem razo. Ora, pois, se infeliz, como pode ter a paz? Mas no recua mais, busca de novo aquele cantinho tranquilo, onde um dia habitaste! o que diz-se pobre mente, que queria, mas no pode mais. O corpo ocupado faz a mente padecer. O tempo esgotado mata a criatividade. s o despreocupado que pode achar tranquilidade para ser quem ele . E o despreocupado sempre desocupado, e nesse cio latente, esquece-se de usar a mente que o dota de poder. De mudar. De criar. De ser. E deixa de ser algo singular, vira uma soma, parte de uma coletividade. Coletivo de mentes ausentes, impotentes e doentes. Adoece e morre antes mesmo de viver. A mente que no pensa, mente.

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