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O impulso de industrialização pós-Segunda Guerra Mundial: 1946-61
Os anos pós-guerra
A queda drástica das importações ocorrida durante a Segunda guerra Mundial
e o incremento das exportações causaram um aumento nas reservas cambias do
pais, de US$74 milhões no inicio da guerra, para US$708 milhões em 1945.
Em fevereiro desse ano o governo criou um regime cambial sem restrições,
exceto por limitações quanto a remessa de lucros. As importações estavam não
sofreram restrições quantitativas e a moeda estrangeira estava livremente
disponível para a maioria das transações de capital.
A moeda brasileira foi mantida com o mesmo valor do período anterior a
guerra e não mudou até 1953, enquanto os preços subiram 285% de 1945 a 1953.
Em 1945 a taxa de cambio havia sido super valorizada em relação ao dólar, visto
que durante o período de 1937-1945 os preços no Brasil haviam aumentado 80%
mais que nos EUA.
A continua super valorização da moeda brasileira pode ser atribuída a várias
metas políticas governamentais. Em 1º lugar os formadores da política econômica
estavam ansiosos em gastar as reservas cambiais acumuladas durante a guerra a
fim de atender a demanda reprimida por importações. Em 2º, visto que a inflação
era uma preocupação primordial, foi considerada justificada a existência de um
déficit no balanço de pagamentos financiados por reservas cambiais passadas a fim
de manter os preços baixos. Havia também o receio de impacto inflacionario
adicional causado pela desvalorização.
Porém dentro de 1 ano as reservas acumuladas durante o período de guerra
havia desaparecido, resultado da febre de importação.
Não se tem certeza se a brusca queda na taxa real de crescimento da
produção foi resultado do repentino fluxo de importações, mas podemos observar
que a taxa real de crescimento tornou a aumentar em 1948, depois que as reservas
foram esgotadas, e permaneceram em um nível elevado no restante da década.
Desequilíbrios e gargalos
A estratégia de industrialização com vistas à substituição de importações
para os anos 50 legou uma série de problemas que os formadores de política
econômica da década seguinte teria que enfrentar a fim de assegurar a
continuidade do crescimento e desenvolvimento.
Apesar do crescimento populacional fosse inferior ao crescimento do
fornecimento de alimentos, ocorreu uma grande migração do campo para a cidade.
A maioria do aumento da produção de alimentos deveu-se a utilização de novas
terras, e não devido ao aumento de produtividade nas áreas mais antigas.
Visto que a demanda de comida nos centros urbanos tinha que ser atendidas
a partir de áreas cada vez mais distantes, houve uma crescente pressão sobre a
precária rede de transportes. Calcula-se que a perda de produtos agrícolas devido
ao sistema retrógrado chegou a 20%..Com isso houve um aumento dos preços
dos alimentos, que iria só aumentar as pressões inflacionarias.
Um segundo problema importante foi o aumento da taxa de inflação, embora
possa, por um momento, ter desempenhado um papel positivo na recolocação dos
recursos a fim de apoiar o impulso de industrialização. Suas taxas alcançaram
níveis no início dos anos 60 que qualquer contribuição para o crescimento por
parte de um mecanismo de poupança compulsória era dominado pelos efeitos das
distorções produzidas pela inflação.
Um terceiro problema foi que o crescimento industrial salientou as desigualdades,
o que ocasionou crescentes pressões sociopoliticas por medidas corretivas.
Finalmente, havia progressivas pressões do balanço de pagamentos
resultantes do fato de que o crescimento foi financiado por uma importante
entrada de capital estrangeira, sob forma de investimentos diretos e de
empréstimos, a divida atingia US$2 bilhões nos anos 60. O fato de as políticas
que orientaram a substituição de importações terem sido unilaterais, isto é,
que a promoção das exportações e a diversificação tenham, sido negligenciadas,
tornava-se agora um problema significativo.
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Introdução
Foi neste contexto, logo após a desastrosa visita de Nixon à Caracas, que o
presidente brasileiro Juscelino Kubitschek enviou duas cartas pessoais ao presidente
Eisenhower – 28 de maio s 5 de junho de 1958 – propondo a formação da
Operação Pan-Americana (OPA). Este projeto consistia numa proposta de
cooperação, cuja tese reforçava que "o desenvolvimento e o fim da miséria seriam
as maneiras mais eficazes de se evitar a penetração de ideologias exóticas e
antidemocráticas, que se apresentavam como soluções para os países atrasados"
(Bueno, p.290).
A proposta para este programa foi anunciada na Primeira Conferência de Punta del
Este, em 1961. Era um plano de "reformas profundas na estrutura social que
reduzisse a desigualdade social e assegurasse a liberdade política, sem o ônus de
uma revolução sangrenta" (Moura, p.51). Na Segunda Conferência, os Estados
Unidos conseguiram o apoio de dois terços dos votos necessários para a expulsão
de Cuba da OEA. Votaram contrariamente a Argentina, Brasil, México, Chile, Bolívia
e Equador.
A integração Latino-Americana
Nos primeiros anos da Alalc (60/64), a negociação multilateral se dava por "listas
comuns" e "listas nacionais", produto a produto, reduções tarifárias e eliminação de
restrições não-tarifárias para ampliação de mercados, além da liberalização de
intercâmbio e desmantelamento de medidas protecionistas no comércio intra-
regional (Almeida, p. 65).
Apesar dos avanços dos primeiros anos, a Alalc começou a enfrentar uma série de
dificuldades. Dathein aponta três fatores: a integração não fazia parte da estratégia
de desenvolvimento dos países, a maioria deles sob regimes militares – "como se
sabe, os regimes ditatoriais costumam manifestar uma preferência por regimes
econômicos igualmente fechados, com fortes tendências à auto-suficiência e à
autarquia" (Almeida, p. 65) -; impossibilidade de superar as divergências entre os
países que desejavam acelerar o processo, caso dos integrantes do Grupo Andino, e
os que queriam permanecer dentro dos limites existentes; desigualdade entre os
países, "os grandes estavam satisfeitos com a expansão de suas exportações,
enquanto os pequenos queriam a adoção de medidas não comerciais que servissem
para desenvolver sua indústria" (Dathein, p.14).
Além da Alalc houve mais três experiências regionais de integração dos anos 60 –
Acordo de Cartagena (Grupo Andino), Mercado Comum Centro Americano (MCCA) e
comunidade do Caribe (Caricom) – que, segundo Sonia de Camargo, apresentaram
"avanços significativos nas fases iniciais de sua implantação, sobretudo no que se
refere à liberalização de seu comércio intra-regional e à implantação de tarifas
alfandegárias comuns, o que gerou um aumento do peso relativo do intercâmbio
entre os países da região" (Camargo, p. 5).
Apesar das críticas mencionadas, foi no âmbito da Aladi que foi elaborado o
embrião do que viria a ser o Mercado Comum do Sul (Mercosul). Fundado com a
assinatura do Tratado de Assunção, em 1991 – mas estimulado por diversos
acordos bilaterais entre Argentina e Brasil desde a segunda metade da década de
80 -, o Mercosul encontra-se hoje na etapa de união aduaneira imperfeita.
Influenciado pela onda liberal da década de 1990, este modelo não previa
mecanismos para compensar perdas ou financiar conversões em segmentos
prejudicados com a integração. Segundo a perspectiva liberal, o mercado resolveria
tudo. Afirmação que no final da década será posta em xeque. O período entre 1991
e 1996 é considerado o apogeu do Mercosul. Nestes cinco anos, ocorreram diversos
avanços nos acordos de integração e no intercâmbio comercial. A quantidade
comercializada intrabloco triplicou de 1990 a 1997. No comércio entre Brasil e
Argentina, a elevação no mesmo período foi superior a cinco vezes (Prado, p.18).
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