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O LEO APAIXONADO

Certa vez, um leo se apaixonou por uma moa do campo, filha de um lenhador. Ficou doidinho pra pra casar com ela. O pai da moa no gostou nada, nada da histria. Era um pretendente muito perigoso, aquele! Chegou pro leo e falou: _Obrigada, sua proposta muito me honra, mas eu no quero casar minha filha to j! O leo ameaou devorar o pobre homem, que, ento, fingiu concordar: _Eu o admiro muito, senhor leo! Calma! Mas s deixo minha filha casar com o senhor se o senhor arrancar todos os dentes da boca e cortar essas garras enormes! O leo, muito apaixonado pela mocinha, fez o que o lenhador mandou. Voltou banguela e sem as enormes garras afiadas que possua. O lenhador, agora sem um pingo de medo daquele bicho manso que estava a sua frente, pegou um pedao de pau e tocou o leo bem pra longe de sua casa.

FOCO
Ganhou a cmera de aniversrio. Era um modelo semiprofissional, sua esposa explicou. usada, mas o moo disse que est bem conservada. Mas cad as outras lentes? Que outras? As outras? No tem outras. E olhou para a cmera com a teleobjetiva de 200mm em sua mo. A partir daquele dia, virou o fotgrafo oficial da famlia. Cad o Carlos, com aquela cmera legal dele? Perguntavam. E o Carlos estava do lado de fora da casa, do outro lado da rua, para conseguir foco. Se tornou, ao mesmo tempo, a sensao e o alienado de todas as festas. As fotos parecem de revista. Comentavam. Pareciam de revista mesmo, National Geographic. Sentado no banco da praa, tirava fotos da prima no altar da igreja. Na janela do hotel, tirava fotos da esposa e filhos deitados na praia. Era a presena e a ausncia, sempre sentidas. s vezes, acenava. Tentou aprender a ler lbios para passar o tempo. Um dia, a solido bateu mais forte e foi para casa. Ningum notou. Depois disso, parou de ir em festas e eventos da famlia. No dia seguinte, cobravam as fotos. Ele desconversava. T no pendrive. Quando passar pro computador, eu mando. Mas nunca mandava.

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