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Privatização do Sistema Prisional Brasileiro

ResumoO livro Privatização do Sistema Prisional Brasileiro, de Grecianny Carvalho


Cordeiro, aborda de forma clara e objetiva um assunto que tem causado bastante
polêmica: a privatização ou terceirização dos presídios em várias unidades da
federação, especialmente nos estados do Paraná e Ceará. Pioneiro da idéia no Brasil,
o Paraná chegou a ter seis prisões terceirizadas, oferecia trabalho, estudo, assistência
jurídica e médica aos detentos e não sofria rebeliões. Mas de acordo com a autora, a
privatização nesse estado acabou militarizando a prisão, ao colocar um pessoal saído
de bases militares em substituição aos agentes penitenciários. O aumento do custo do
preso com o sistema privado fez o Paraná retomar a administração das suas prisões
no início de 2006. No Ceará, três presídios foram privatizados, mas o governo também
já retomou o controle da administração.Com um enfoque histórico e comparado do
tema, o livro mostra como a maior parte dos especialistas em segurança pública e
administração de presídios se coloca contraria à iniciativa da privatização e finalisa
com uma análise da experiência vivida no Brasil. Mostra ainda o impacto que esse
modelo tem causado tanto no direito penal quando na sociologia em estudos voltados
para o direito de punir do Estado.Em linguagem direta, a autora não poupa referências
às parcerias realizadas entre o poder público e o privado, à ordem jurídica vigente,
sem esquecer os enormes lucros desse negócio que, a seu ver, só contribui para
estimular a indústria de controle do crime. Uma ética vulnerável, um descompromisso
com a recolocação do condenado na sociedade são, entre outros, alguns aspectos
apontados. Sua conclusão é que é uma iniciativa que peca pelas suas reais intenções,
Ao concluir sua obra, resultado de dissertação de mestrado apresentada na
Universidade Federal do Ceará em 2005, Grecianny Carvalho Cordeiro quer que o
leitor tome pé em um assunto que diz respeito a todos os brasileiros. Ela acredita que
privatizar as prisões no Brasil não é uma medida de boa fé e age contra o estado
democrático de direito.Por Ieda de Abreu

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