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PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
ON-LINE
JUNHO
1994
SUMARIO
<
5
(0 Rico em misericordia (Ef 2,4)
ai
Diretor-Responsável SUMAR 10
Estéváo Bettencourt QSB
Autor e Redator de toda a materia Rico em misericordia (Ef 2,4) 241
publicada neste periódico
Carta Pastoral dos Bisposde Cuba:
"O amor tudo espera" (1Cor 13,7).... 242
Diretor-Administrador:
D. Hildebrando P. Martins OSB Teología da Libertacáb:
"Jesús, o Libertador (I)", por Jon
Administracao e distribuicao: Sobrino 252
Edicoes "Lumen Christi" Locucoes Interiores:
Rúa Oom Gerardo, 40 - 5? andar - sala 501 "A verdadeira vida em Deus", por
Tel.: (021) 291-7122
Vassula Ryden 266
Fax (021) 263-5679
Elucidando:
tmpressao e Encadernacáo
NO PRÓXIMO NUMERO:
"Sede solidarios com os santos ñas suas necessidades" (Rm 12,13). - "Há outro
Cristo?". — Aínda a Ordenacao de Mulheres. — Uma vi'tima escreve. — Católico e
Magom? — D. Alvaro del Portillo e sua Obra.
RICO EM MISERICORDIA
A-SS-
(Ef2,4)
E.B.
241
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
ANO XXXV - N9 385 - Junho de 1994
* * *
242
"O AMOR TUPO ESPERA"
O TEXTO
A Missao da Igreja
19. Nos, pastores da Igreja, nao somos políticos, e bem sabemos que
isto nos limita, mas também nos dá a possibilidade de falar a partir do te-
souro que o Senhor nos confiou: a Palavra de Deus expl¡citada pelo Magis
terio e a experiencia milenar da Igreja. Permite-nos também falar sobre o
único objeto que nos corresponde: a contribu icSo da Igreja para o bem de
todos no plano espiritual e humano. E falar na linguagem que nos é pró
pria: a do amor cristao. A Igreja nao pode ter um programa político, por
que a sua esfera é outra, mas a Igreja pode e deve proferir seu juízo moral
sobre tudo aquilo que seja humano e desuma no, guardando sempre o res-
peito á autonomía de cada setor... Nao nos identificamos com nenhum
partido, aglomeracao política ou ideología, porque a fé nSo éurna ideolo
gía, embora estas nlo sejam indiferentes á Igreja na medida em que tém
um ccnteúdo ético. Nossos pontos de vista nSo estao relacionados com al-
gum modelo político, mas interéssa-nos saber o grau de humanidade que
os modelos políticos conten. Falamos, pois, sem compromissos e sem
pressSo de quem quer que seja... .
243
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
23. Nao é de estranhar agora que alguns dos nossos atuais obstáculos
provenham dessa estreita dependencia que nos levou a copiar estruturas e
modelos de comportamento. É o que explica a repercussao que teve entre
nos a queda, na Europa Oriental, do socialismo real.
244
"O AMOR TUDO ESPERA"
30. ... As coisas nao vao bem. Este tema está ñas rúas, no ámago do
nosso povo.- Há descontentamente, incerteza, desespero na populacao. Os
discursos oficiáis, as man'rfestacoes pelos meios de comunicacao social, os
artigos da imprensa o comentam um pouco, mas a deteriorado é rápida
e progressiva, e a única solucao que parece apresentar-se éa de resistir, sem
que se possa prever a duracao dessa resistencia.
31. Trinta e quatro anos sao um período suficiente para se ter urna
visto nao apenas da conjuntura momentánea, mas também da historia de
um processo que nasceu cheio de promessas e ideáis, dos quais alguns
foram alcancados, mas nos quais, como tantas vezes acontece, a realidade
nao coincide com a idéta que déla tínhamos, porque nao é possível adap-
tá-la sempre aos nossos sonhos.
245
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
A Oissolucio da Moral
41. Tém sido grandes os esforcos realizados, nestes últimos anos, para
promover a cultura nacional. Mas, por outro lado,está"o-se perdendo valores
fundamentáis da cultura cubana. Uma das perdas mais sensíveis é a dos va
lores familiares. A ruptura da familia é a ruptura do que há de mais sagra
do. A familia deíxou de ter uma unidade sólida para fragmentar-se doloro-
246
"O AMOR TUDO ESPERA"
44. Todo homem tem dire'rto, no que diz respeito á vida pública, a
que a verdade completa Ihe seja apresentada; quando isto nao acontece,
inicia-se um processo, em cade ¡a, de boatos, zombarias, piadas, ás vezes
desrespeitosas, que podem ser a válvula de escape do que está reprimido
no íntimo das pessoas. 0 pleno cultivo da verdade é condicao de líber-
dade.
Os Aspectos Políticos
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8 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 365 1994
61. O cubano é um povo sabio, nSo apenas pela sabedoria que pro
cede dos livros, mas por essa outra sabedoria que vem da experiencia da vi
da. Por isso, deseja um diálogo franco, amistoso e livre, no qual cada um
expresse seu modo de sentir... Um diálogo nao para acertar con tas, apu
rar responsabilidades, reduzir ao silencio o adversario,... mas para deixarr
nos interpelar. Com a forca podemos vencer um adversario, mas perdemos
248
. "O AMOR TUPO ESPERA" _9
249
10 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
nacionalistas que morreram em outras térras, ou o dos ¡rmaos que até hoje
morrem nos mares que cercam a nossa própría térra! Conhecemos a dor
dos prisioneiros e das suas familias e o sofrímento daqueles que estSo
longe.
Conclusáo
250
"O AMOR TUPO ESPERA"
ser, mas nffo sem urna disposicá"o para o sacrificio, 'amando mais inten
samente e ensinando a amar, com confianza nos homens, com a certeza da
ajuda paterna de Deus e com a forca ¡nata do bem', como dizia Paulo VI...
* * *
* * *
I1MDICE DE PR 1978-1993
251
Teología da Libertado:
1 Tradugao do espanhol por Jaime Á: Ciasen— Ed. Vozes, Sao Paulo 1994, 135x
210mm,392pp. • ■
252
"JESÚS, O LIBERTADOR (1)" 13
Como diz o próprio autor, o livro foi escrito sob o impacto da situa-
cao social conflitiva de El Salvador, ou seja, "em meio a guerra, ameacas,
conflitos e perseguícoes. .. 0 assassinato de meus irmaos jesuítas, de Julia
Elba e de Celina deixou meu coracao gelado. .. Tanta tragedia e tanta es
peranza. . .. oferecem um poderoso horizonte hermenéutico para compre-
ender o Cristo" (4a. capa). 0 autor se refere freqüentemente a El Salva
dor, ao Pe. Ignacio Ellacuría, a Mons. Osear Romero, ti dos como referen-
dais para elaborar urna Cristologia latino-americana. Esta sé enquadra típi
camente dentro dos moldes da Teologia da Llbertacao, segundo Jon So
brino. '
253
14 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
254
"JESÚS. O LIBERTADOR (I)" 15
Como se vé, o autor nao se ¡nteressa (nem eré que seja possível inte-
ressar-se) por Jesús em si mesmo (tese bultmanníana), mas vé Jesús em ter
mos existendais: quem era Ele para as antigás comunidades cristas? — A
resposta está nos Evangelhos. .. E conseqüentemente: quem é Ele para as
populacoes latino-americanas? Evangelho ou Boa-Noticia significa "a res-
posta precisa para tais e tais comunidades sofredoras", é Evangelho con
textúa! ou relativo a determinadas situacoes.
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16 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1894
sendo o anti-reino de Deus, que o cristao, como Cristo fez, deve combater
ferrenhamente. Eis urna passagem, dentre as mais significativas:
256
"JESÚS, O LIBERTADOR (I)" 17
pria realidade, como parcial aos pobres pelo mero fato de serem pobres.
Essa parcialidade de Deus nos parece urna constante em sua revelacao" (p.
130).
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18_ "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
"Pode-se dizer que Jesús vai para a morte com con f¡anca e a vé como
último ato de sen/ico, antes á maneira de exemplo eficaz e motivante para
os outros do que á maneira de mecanismo de salvacaopara os outros. Ser
fiel até o fim, isso é ser humano" (p. 299).
258
"JESÚS. O LIBERTADOR (I)" ]9
Este texto, por mais belo que seja do ponto de vista humano, silen
cia o principal da Eucaristía, que é a perpetuacao do sacrificio de'Cristo.
2. REFLETINDO...
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20 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
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JESÚS. O LIBERTADOR (I)" 21
Jesús teve amigos da alta sociedade judaica, aos quais nao pediu que
abandonassem a sua riqueza: assim Nicodemos (cf. Jo 3,1; 19,39), José de
Arimatéia (cf. Jo 19,38), as mulheres mencionadas em Le 8,1-3; Lázaro,
Marta e María (Le 10,38-42) nao parecem ter sido pobres. Sao Paulo faz
recomendacóes aos cristáos "ricos deste mundo" (1Tm 6,17-19), mas nao
manda que se tornem materialmente pobres. Por conseguínte, a opcao que
os Bispos fizeram pelos pobres em Medellfn (1968), Puebla (1979) e Santo
Domingo (1992) nao é exeluden te, nem exclusiva; é preferendal no senti
do de que o pobre parece ser o destinatario mais carente da Boa-Nova do
Evangelho. Mesmo assim é de notar que o conceito de pobre nos documen
tos de Puebla e Santo Domingo é ampio: pobres sao todos aqueles que ca-
recem. . ., sendo que os pobres, materialmente falando, merecem especial
atencao porque nao somente carecem, mas geralmente nao possuem os re
cursos culturáis e humanos para sair da sua carencia.
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22 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
Como se vé, a evan ge I ¡zapa o tem em mira o homem todo, seja no pla
no espiritual, seja no corporal. Antes do mais, ela o leva á vida de filho de
Deus, cultivando a di mensa o religiosa, que é congénita em todo homem e
que, por certo, existe também nos pobres e oprimidos. Mas ela se interessa
outrossim para que o filho de Deus viva em condicoes condizentes com a
sua dignidade, usufruindo de todos os direitos que I he tocam. Nao há,
pois, dicotomía entre o anuncio religioso e o atendimento material; este,
alias, sem aquele nao poderia satisfazer as aspiracoes do pobre.
"Fundada para estabelecer desde já o Reino dos céus e nao para con
quistar um poder terrestre, a Igreja afirma claramente que os dois campos
sao distintos um do outro, da mesma maneira como sao soberanos os dois
poderes, o eclesiástico e o civil, cada qual no seu terreno próprio."
Foi por tais motivos que o S. Padre Joáo II, ao dirigír-se aos opera
rios de Monterrey (México), ponderou o seguinte:
262
"JESÚS, Ó LIBERTADOR (I)" 23
263
24 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
"Em quase todas estas passagens nao se menciona que Jesús perdoa
pecados, mas se mostra diretamente sua 'acoihida' terna e carinhosa aos
pecadores. Em duas passagens, porém, se diz que Jesús concede 'perdao'
ao paralítico (Me 2,10) e para a mulher pública (Le 7,48); mas as duas pas
sagens nao sao históricas e sim redacionais e, por isto, dum ponto de vista
histórico, deve-se falar mais de acoihida aos pecadores do que de perdao de
pecados. E isto é importante para compreender a Jesús. Assim como nao
aparece como taumaturgo ou exorcista, tampouco aparece diretamente co
mo 'confessor absolvedor' de pecados. O que faz com o pecador é muito
mais do que isso: é acolhé-lo. E desta forma anuncia a vinda do reino de
Deus"(p. 148).
Neste texto Jon Sobrino revela seu modo de ver secularísta ou laicis
ta: Jesús nao realizou urna tarefa religiosa propriamenté dita, nao perdoou
pecados tratando de reconciliar os homens com Deus, mas veio trazer aco
ihida e benevolencia a todos num plano que poderia ser o de um grande lí
der filantrópico. Por isto, quando o Evangelho atribuí a Jesús a funcao de
perdoar pecados, Sobrino a tem como nao histórica, mas. como artificio
devido aos redatores do Evangelho! — é expediente barato e fácil alegar
construcoes ná*o históricas, mas redacionais, quando o texto bíblico nato
corresponde áquilo> que o estudioso nele quer descobrír. É de notar, ou-
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"JESÚS, O LIBERTADOR (I)" 25
trossim, que os escritos de Sao Paulo, Sao Pedro e Sao Joao (portadores
de bela elaboracao teológica e cristológica) sao considerados por J. Sobri
no principalmente na medida em que falam de amor ao próximo, de Je
sús pré-pascal e da imitacSo de Jesús lutador, fazendo-se abstracáo dos tí
tulos de Jesús pós-pascal: Senhor, Cabeca da Igreja, novo Adao.. Cf pp
90-94.
3. CONCLUSAO
Eis algumas reflexóes que a leitura do livro de Jon Sobrino nos suge-
re. A obra nao corresponde á doutrina da fé 1) pela sua maneira de encarar
a pessoa e a obra de Jesús e 2) pelo seu caráter dualista e agressivo no pla
no social: divide a sociedade em "reino de Deus" e "anti-reino de Deus",
propondo entre urna e outra faccáo a luta de classes e o uso da violencia
mesma (cf. p. 318). O criterio para avaliar os homens seria a posse de
bens temporais; esta é sempre tida como iníqüa, independentemente das
qualidades moráis dd proprietário. Ora, isto fere a mais fundamental pro-
posicao do Evangelho, para o qual o coracao do homem tem valor decisi
vo; está claro, porém, que um coracao reto e purosaberá renunciare des-
pojar-se quando necessário. Na base desta premissa, riqueza e pobreza fi-
cam sendo a moldura que resulta de atitudes interiores assumidas pelo
homem perante Deus.
* * *
265
Locucoes interiores
Em sin tese: Vassula Ryden é urna crista ortodoxa, nao católica, nas-
cida em 1942 no Egito. Casou-se em 1966 com um cristao luterano, do
qual se divorciou em 1980, para casarse com outro cristao luterano em
1981 primeramente no foro civil apenas, em 1990 também no foro reli
gioso da Comunhao Ortodoxa (nao católica). Viajou por varios países da
Europa, da Asia, da África e da América, levando vida mundana como pin
tora, manequim, campea de tenis. De 1955 a 1985 nunca freqüentou a
igreja a nao ser por motivos sociais (casamentos, funerais...). Finalmente
em 1985 foi tocada por seu an/o-da-guarda, que ¡he fez ver seus pecados
como motivo de profundo arrependimento. Tres meses depois, ou se/a, em
fevereiro de 1986, Vassula comecou a ouvir Jesús em seu íntimo, ao mes
mo tempo que Jesús movía sua mao para escrever o que Ele dizia. As men-
sagens assim captadas preenchem cinco volumes impressos. Nada de decisi
vamente negativo ai se encontra do ponto de vista da fé, de modo que é
lícito a um fiel católico aceitar as revelacoes feitas a Vassula. Todavía, há
motivos para hesitar no tocante á genuidade das mesmas, entre os quaís
está o fato mesmo de serem revelacoes particulares de longa duracao, cu/os
dizeres poderiam ser teológicamente mais corretos.
* * *
1 Pedidos a José Beneval Rosa, Rúa Max Colín, 2049, 89216-000 Joinville (SC), Po
nes (0474) 22-5587 e (0474) 46-0412. Os pedidos podem ser dirigidos tambéma Ma
ría Helena Pimentel Hodgkín, Rúa Ximbó, 242, Aclimapao, 04108-000 Sao Paulo
(SP), Pone (011) 572-7095.
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"A VERDADEIRA VIDA EM DEUS" 27
Eis o que se pode extrair dos dados biográficos comidos nos volumes
em pauta.
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28 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
Aos dez anos de idade sentiu no sonó urna chamada de Cristo, que
com forca irresistfvel a atraía a si. No ano seguinte, aos onze anos, viu,
em sonrio, o seu matrimonio espiritual com Jesús. Nossa Senhora a espera-
va, de bracos abertos, e tinha-lhe preparado o vestido e o toucado para o
casamento; estava presente María Madalena. De tal modo ficou impressio-
nada por este último sonho que dele falou á sua máe; contudo, a sua vida
nao se modificou. Atualmente, os sonhos de infancia já esquecidos torna-
ram-se realidade viva, á guisa de promessa realizada.
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"A VERDADEIRA VIDA EM DEUS" 29
"O teu Jesús ama-te. Sou eu, Daniel. Lembra-te de que o Senhor te
deixou descansar; e.agora nao dese/as, também tu, deixá-lo descansar? Vas
sula, dá-lhe alivio e permite-lhe que te oprima com sofrimen tos; um gran
de preco a pagar pela Paz. Há muitas vidas em jogo" (vol. IV, p. 127).
Pergunta-se agora:
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30 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
María SS. está também muito presente nos escritos de Vassula, que,
a este título, tém varios aspectos comuns com os dizeres dos videntes de
Lourdes, Fátima e Medjugorje. María aparece como aquela que segura o
braco de Jesús, a fim de que nao desencadeie a devida punicao sobre o
mundo (vol. II, p. 127). A vidente preza muito as aparicoes da Virgem
María em Garabandal (Espanha), aparicoes que o episcopado espanhol de-
clarou espurias (vol. II, pp. 95s. 115):
"A minha Igreja será una, sob urna só Autoridade. Nao pedi Eu mes
mo a Pedro que apascentasse as minhas ovelhas? Na~o o esco/hi eu mesmo
para apascentar os meus cordeiros? Nao pronunciei Eu mesmo estas pala-
vras: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificare/'a Minha Igreja?' Por que en-
tao essa arrogancia entré as nacoes. . .? Esco/hi Pedro, um homem segun
do o Meu Coracao, é pedra sobre a qual construí a minha Igreja. Agora
por que desviar a minha ordem?" (vol. II, p. 38).
270
" A VERDADEIRA VIDA EM DEUS" 31
"Vassula! Oh! Vassula! Urna das minhas bem -amadas filhas ¡az mor-
ta! Urna das toas irmas.
3.QUEDIZER?
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32 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
Como dito, este texto nao é claro: urna pessoa mais familiarizada
com a doutrina da fé nao falaria desse modo;
— Jesús terá dito a Vassula: "Nao tenho corpo físico; Eu sou espi
rito. E, urna vez que sou Espirito, ná*o sinto dor física". Mas, pouco adian-
te, haverá afirmado: "0 meu corpo sofre pelo acusado, pela vítima" (vol.
II, pp. 96s}. Há ai urna contradicáo ou, quando menos, urna imprecisáo.
272
Elucidando...
1.0 TEXTO
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34 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
tros Papas reunidos. Isto nao quer dizer que atualmente naja mais Santos
do que outrora, mas significa que os conhecemos melhor. Dispomos de
muito mais documentos através do espago e do tempo. Os me ios de co-
municacáb social, as ¡numeras publicacoes, a abertura dos arquivos inter-
nacionais das Ordens e Congregacóes Religiosas e o fato de que o mundo
se tornou urna aldeia tornam mais próximos de nos os cristaos dos diver
sos países e épocas.
A honra que prestamos a María é modelar. Cada vez que nos volta-
mos para Ela, a fim de a louvar ou suplicar, Ela sabe 'desviar a conversa'
para as obras de Deus. 'O Senhor fez em mim maravilhas', 'Fazei tudo
o que Ele vos disser'. 0 culto dos Santos está sempre orientado para Deus,
ao passo que o nosso olhar, nao raramente desorientado, corre o risco de
se fixar sobre o homem.
274
^ O CULTO DOS SANTOS 35
renova o ser inteiro ontologicamente. Nos nao somos apenas 'tidos como
santificados', mas o somos realmente.
Os Santos intercedem por nos, mas nao sao mediadores. Menos ainda
sao médiuns. Há um só Mediador entre Deus e os homens: Jesús Cristo. Os
Santos nao O substituem. Safo apenas um reflexo da gloria de Cristo. Eles
nos apontam a luz do Sol como um prisma refracta a luz e a projeta em
feixes.
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36 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
O culto dos Santos deve sempre levar-nos de volta para o centro, isto
é, para Deus. Somente Oeus é Santo por si; os Santos safo, antes do mais,
membros de Cristo e membros de um Corpo santificado pelo Cristo. Sao o
reflexo da única luz, que é Deus.
Dizem-nos: 'Peca aos Santos; é mais fácil. Estao mais perto de nos'.
Subentendem: 'Deus está longe'. Isto nao é totalmente falso. Mas Deus se
nos tornou muito mais próximo quando Cristo se fez homem. É preciso,
porém, que ultrapassemos a procura das coisas sensíveis para ter acesso ao
verdadeiro conhecimento de Deus. O culto dos Santos nos leva com Ma
ría Madalena ao jardim da Ressurreicao: 'Nao me toques!' (Jo 20,17). Nos
queremos tocar; a verdadeira fé, porém, nao se limita áquilo que nos po
demos tocar. Mais de urna vez María Madalena pode tocar Jesús; ela pode
até ungir-lhe os pés com perfume. Jesús ná*o a impediu. Mas esta foi urna
fase que ela teve de superar; na manhá de Páscoa, o Senhor a convidou a
passar para urna fase ulterior.
Nosso relacionamento com Deus sempre terá que ser purificado. Nao
se deve deter nos Santos. Isto seria o mesmo que parar numa estacao de
revi sao no espago. Os Santos sao como ascensores. Ajudam-nos a subir
sempre mais, até o coracao da Trindade...
Isto ná"o significa que Ele náfo nos ame a todos a ponto de nos unir a
Ele. Mas estou convencido de qué Ele amava a Virgem María mais do que
a todos nos..E todos nos somos beneficiarios desse relacionamento privi
legiado.
276
O CULTO DOS SANTOS 37
277
38 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
Oeus. .. Mas há um certo encanto nos botoes, pois sao portadores de espe
ra nca".
II. COMENTANDO...
278
O CULTO DOS SANTOS 39
2. Rajos de Sol
Os Santos foram feitos da mesma argila que nos, isto é, nao nasceram
santos, mas, a partir da natureza humana convulsionada que cada um de
nos traz em si, foram santificados.
O segredo dos Santos foi ter-se aberto á graca de Deus, náfo colocan
do obstáculos ás inspiracoes desta; assim a sua capacidade de crer, esperar
e amar se foi desenvolvendo. A graca de Deus a ninguém é recusada; acon-
piedoso o seu modo de pensar. Eis por que ele mandou oferecer esse sacrificio expia
torio pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvíaos do seu pecado."
2Mc 15,12-16: "Foi este o espetácuto que coube a Judas apreciar: Onias, que ti-
nha sido sumo sacerdote, homem honesto e bom, modesto no trato e de catéter man
so, expressando-se convenientemente no falar, e desde a infancia exercitado em todas
aspráticas da virtude, estava com as maos estendidas, intercedendo por toda a comu-
nidade dos Judeus. Apareceu, a seguir, da mesma forma, um homem notável pelos.cá
belos brancos e pela dignidade, sendo maravUhosa e majestosfssima á superioridade que
o drcundava. Tomando entao a palavra, disse Onias: 'Este é o amigo dos séiis irmaos,
aquele que muito ora pelo povo e por toda a cidade santa. Jeremías, o profeta de
Deus'. Estendendo, por sua vez, a mió direita. Jeremías entregoü a Judas urna espada
de ouro, pronunciando estas palavras, enquanto a entregava: 'Recebe esta espada san
ta, presente de Deus, por meio da qual esmaganfs teus adversarios!'."
279
40 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
tece, porém, que a criatura a pode rejeitar ou estancar; nesse caso, o cris-
tao torna-se um botá"o chelo de virtualidades que ná*o chega a ser urna flor
aberta. Isto nao deixa de entristecer, mas, para quem toma consciéncia do
fato, há sempre oportunidade para resgatar o tempo perdido ou há espe
ranza de, doravante, se deixar mais livremente penetrar pela graca de Deus.
Eis, em suma, o que de mais relevante nos parece estar contido ñas
belas reflexoes do Cardeal Danneels. Possam estas consideracoes ser úteis
aos fiéis cristáos, em meio aos quais se discute nao raro a conveniencia ou
nao do culto de veneracáo aos membros da sua grande familia espiritual!
* * *
I CENTENARIO (1894-1994)
280
Querrí safo?
* * *
1. MARONITAS: ORIGEM
281
42 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
nal, numa colina que é provavelmente a que hoje se chama Aal'at Kalota.
Na mesma regiáo habitaram outros santos eremitas contemporáneos a
Marón.
Aos poucos eles foram-se expandindo para o Liba no, já antes da in-
vasáo maometana no século VI I. Os mu?ulmanos os pressionaram a deixar
a Siria, de modo que mónges e populacao cercaneira se transferiram para o
Libano e a ilha de Chipre em meados do século X. O mosteiro de S. Ma
rón, na Siria, foi destruido no século X sob as repetidas incursoes dos ára
bes. No Líbano os ¡migrantes se refugiaram numa alta montanha e se tor-
naram urna auténtica nació estruturada como urna grande comunidade re
ligiosa monástica, tendo á frente o seu Abade-Patriarca, com seus Bispos
assistentes.' A partir de 1440 os seus Patriarcas fixaram residencia numa
gruta de difícil acesso chamada Wadi Qadisha (Vale Santo), no Libano.
282
NO LI*BANO:OS MARONITAS 43
2. SITUApAO ATUAL
3. DOUTRINA
283
44 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
4. IRRADIACÁO
284
NOLrBANO:OSMARONITAS 45
5.OMARTIfclO
285
46 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 385/1994
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NO LÍBANO:OS MARONITAS 47
* * *
DISSE UM SABIO:
288
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS": de 1993:
Encadernado em percalina, 590 págs. com índice.
19,00 URV's. CONVERTIDAS Á TAXA DO DÍA.
-COLECÁO DE 1993, SEM ENCADERNACÁO -
13,00 URV's, CONVERTIDAS Á TAXA DO DÍA.
PEDIDOS PELO REEMBOLSO POSTAL.
1. RIQUEZAS DA MENSAGEM CRISTA (2? ed.), por Dom Cario Folch Gomes
O.S.B. Teólogo conceituado, autor de um tratado completo de Teologia Dogmática,
comentando o Credo do Povo de Deus, promulgado pelo Papa Paulo VI. Um alen
tado volume de 700 p., best-seller de nossas Edicoes 16,20 URV's.
3. LITURGIA PARA O POVO DE DEUS, (4? ed., 1988), pelo Salesiano Don Cario
Fiore, traduclo de D. Hildebrando P. Martins OSB. Edicao ampliada e atualizada,
aprésente em linguagem simples toda a doutrina da Constituiclo Litúrgica do Vat.
II. E um breve manual para uso de Seminarios, Noviciados, Colegios, Grupos de re-
flexao. Retiros etc., 216 p 3,80 URV's.