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Designação e Localização
Situada na região da Beira Litoral, o Vale do Baixo Mondego corresponde a uma extensa
planície de origem aluvial, que globalmente perfaz cerca de 14.000 hectares, situada entre
É constituído por uma faixa que se desenvolve ao longo do rio Mondego — o Vale Principal —
Secundários — casos dos rios Cernache, Ega, Arunca e Pranto, na margem esquerda, e Ançã
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Pranto (margem esquerda) 15,3%
Objectivos
de cerca de 20 mm/ano.
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Pretende-se equipar cada um destes blocos com redes secundárias de rega, de drenagem e de
de Árvore 700 ha
Zona de Margem Direita
Bloco nº 14 — Tentúgal 593 ha
Montante
Bloco nº 13a — Meãs do Campo 722 ha
Sub-Total 7.262 ha
Sub-Total 5.108 ha
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Total 12.370 ha
Como se observa no Quadro 1, o vale do Baixo Mondego abrange uma S.A.U. de 12.370 ha, em que
o Vale Principal ocupa 7.262 ha (58,7%), enquanto os Vales Secundários englobam 5.108 ha
(41,3%). Nesta área existem cerca de 6.500 explorações agrícolas, a que correspondem cerca de35
mil prédios.
O arroz continua a ser o cultivo predominante, ocupando 50 a 60% da S.A.U., com maior
implantação nas zonas intermédia e jusante do Vale Principal e nos Vales Secundários de Ançã/S.
Facundo, Arunca, Foja e Pranto. A área restante é essencialmente ocupada pela cultura do milho-
grão, já que outros cultivos, como as horto-industriais e a beterraba sacarina, apresentam ainda um
Infra-estruturas
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eficiência. Para isso, o seu traçado deve-se articular perfeitamente com a matriz
a) a parcela de rega
reestruturar a propriedade rústica, por via do emparcelamento rural. Esta parcela de rega,
nesta zona de minifúndio, é usualmente composta por mais de 1 lote/prédio. Como forma de
proporcionar aos regantes uma certa autonomia, foi adoptado o critério de as parcelas não
incluírem mais de 5 prédios, nem apresentar uma área superior a 2,5 ha.
de cada parcela, junto ao caminho que a delimita, permitindo assim um fácil acesso à água e
As culturas do arroz e do milho ocupam mais de 90% da S.A.U. do Vale. Mas o cultivo do
mesmo em algumas áreas mais a montante. Este facto levou a adoptar para todo o Vale uma
rede secundária adaptada à cultura orizícola, possibilitando a sua viabilização sem quaisquer
restrições.
c) os métodos de rega
sulcos ou faixas.
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Para garantir os mais elevados índices de eficiência das operações culturais,
d) o módulo de rega
B – Rede de Drenagem
níveis freáticos.
C – Rede Viária
duplo objectivo:
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A implantação procurou ligar as povoações onde se radicam os centros de lavoura
agrícola.
O emparcelamento rural.
económica.
se traçam os novos lotes de prédios emparcelados. Tais unidades são por isso
As operações de emparcelamento são morosas, uma vez que, por força da Lei estão
um conjunto de fases dos respectivos estudos e projectos, que vão sendo submetidas
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último, a aprovação pela maioria dos proprietários do bloco. Uma dificuldade adicional
medidas técnico-jurídicas a que ficam sujeitos os titulares dos novos prédios e ainda
· Bloco de Tentúgal
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· Bloco da Carapinheira
Como se verifica, a situação inicial abrangia uma área agrícola de 4.310 ha, ocupada por 10.121 prédios,
pertencentes a 3.380 proprietários. Após a realização das operação de emparcelamento em 6 Blocos Hidroagrícolas,
obtiveram-se os seguintes resultados da concentração parcelar: uma superfície agrícola útil de 4.150 ha (uma
dedução de 3,7% a fim de implantar as infra-estruturas de engenharia), ocupada por 3.681 prédios (concentração
Ø aumento da dimensão das explorações agrícolas, quer pela concentração das diversas
aplicação mais adequada dos bens de produção efémeros, menor precaução no capital de
reserva, etc.
águas, estremas).
que tem tido um enorme impacto nos rendimentos dos agricultores. Estes melhoramentos
e mesmo improdutivas.
agricultores.
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Certamente foram estes factos que vieram a determinar que os estudos de emparcelamento,
que numa primeira fase se circunscreveram aos Blocos Hidroagrícolas da zona central do Vale
Principal, estejam hoje alargados a todo o Aproveitamento por desejo explícito dos
agricultores.
Faseamento
Apesar de os estudos terem tido início em 1979, as obras de rega, drenagem, caminhos e
Hidroagrícolas, todos no vale principal, totalizando 4.996 ha, cuja gestão foi já entregue à
Bloco nº 14 - Tentúgal
Bloco nº 13 - Carapinheira
objectivo do IDRHa realizar as obras nos Blocos que ainda restam do Vale Central: Bolão,
Maiorca e Margem Esquerda. Ficarão por ultimar os Blocos referentes aos Vales Secundários,
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Minimização de Impactes
coadunem com as características da agricultura diversa que aqui se pratica. Com efeito, a
paisagem é principalmente construída pela actividade agrícola e, como tal, terá que ser
correspondente foi já implementado, prevendo-se que o mesmo venha a suceder nos Blocos da
Margem Esquerda e Alfarelos, logo após a realização das obras. Outras medidas relevantes
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monitorização da qualidade das águas subterrâneas e superficiais para os referidos blocos.
(C.A.L.).
Execução Financeira
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II - Caracterização do Paúl
O paúl propriamente dito é uma zona baixa, húmida, com cerca de 165 ha, que se
alonga por parte da Ribeira de Cernache, no sentido N-S. Esta ribeira sofreu obras
de regularização hidráulica no século passado, tendo sido dividida em dois braços (Vala
da Costa, a oeste, e Vala dos Moinhos, a leste), que ladeiam o vale e recebem as
escorrências das encostas. Foi aberto um terceiro canal (Vala do Meio), para
escoamento da água das exsurgências do plaino aluvial, localmente designadas por
«olheiros». As três valas confluem em frente à povoação de Arzila, indo desaguar no
rio Mondego, a cerca de 1 km desta povoação. Apesar destas obras de drenagem, o
vale manteve sempre características de paúl, não só devido às exsurgências já
citadas, mas também ao facto de serem as cotas a montante, 2 a 3 metros mais
baixas que a juzante.
As zonas húmidas foram, até não há muito tempo, consideradas como terras inúteis,
sendo drenadas ou utilizadas como receptáculo de efluentes urbanos ou industriais. Os
progressos verificados com a investigação científica, permitiram estabelecer que as
zonas húmidas são as áreas de maior produtividade primária da Terra, estando a
sobrevivência de inúmeras espécies dependente da existência deste ecossistema.
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Relevo (orografia)
Clima
Geologia
Flora
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É uma área muito rica, em termos florísticos, evidenciada no
seu extenso elenco de espécies, que atinge já cerca de 300
plantas, prevendo-se que venha a ser aumentado com a inclusão
de novos taxa, uns cuja existência é provável (plantas aquáticas
e anfíbias) e outros, já assinalados mas não identificados
seguramente, supondo-se que possa vir a atingir um total de
cerca de 400 espécies.
Fauna
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forma alguma valores estáticos. Pelo contrário, são indicadores
da evolução de um ecossistema naturalmente frágil.
Insectos
Peixes
Anfíbios e répteis
Aves
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Mamíferos
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Mergulham e chegam a estar submersas durante algum
tempo.
• Situação da espécie:
a. abate furtivo;
b. perturbação humana causada por actividades recreativas junto
dos cursos de água;
c. mortalidade acidental: redes de pesca e acidentes de tráfego;
d. poluição química: agrícola e industrial;
e. alteração dos cursos de água: drenagens, regularização,
extracção de inertes, construção de barragens, etc.;
f. destruição da vegetação ribeirinha.
Factores de perturbação
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Apesar de já se terem dado alguns passos significativos para o
atenuar destes problemas, a sua resolução depende do
esclarecimento e colaboração de todos, em particular dos
agricultores, industriais e autarcas.
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A maior parte das esteiras são comercializadas através de
intermediários que as procuram em Arzila. São utilizadas pelos
viveiristas para protecção de árvores jovens no transporte;
servem, ainda, para forrar adegas e esplanadas, para o
acondicionamento de mobiliário e vasilhame, para protecção de
vegetais aquando das geadas, como capacho, etc.
Conclusão
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Merece ainda destaque o artesanato característico da
povoação de Arzila, que consiste no aproveitamento do bunho,
espécie abundante no paúl, para a confecção de esteiras.
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