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Captulo I

A matrona desaparecida

Naquele dia acordei com uma baita de uma dor de cabea. Meu celular tocava insistente a msica marginal menestrel de MV Bill, o toque que minha princesinha, minha filha Letcia, escolheu para colocar no celular novo que ela me deu de presente, pois achava que meu era velho e superado, mas ele falava e recebia chamadas afinal o que mais um aparelho telefnico deve fazer? Pai o Senhor pode tirar fotos, encher de msicas, gravar vdeos e outras coisas... me explicava ela, com a mesma autoridade que ela herdou de sua me, diante da minha perplexidade em relao a tanta tecnologia, se bem que o lance das fotos acabou sendo til para minha atividade de investigador particular, nem sempre se consegue tirar uma foto de maneira discreta com uma mquina digital, diga-se de passagem, outro primor da tecnologia, ao qual me rendi, e um celular sempre vai a calhar quando se precisa fotografar algum de maneira disfarada. Com a lembrana de minha linda filha na mente pulei da cama olhando envolta ainda meio tonto de sono tentando localizar o celular, segui seu som at a sala de meu apartamento e l estava, ao lado da tv cantando uma das rimas de Bill enquanto em sua tela se destacava o nmero, e o nome do executor da chamada, meu velho amigo Vianna. Desde que a polcia me expulsou, meu antigo parceiro Vianna tem me dado um suporte, com seus contatos, sempre me da uma fora, foi assim que mantive meu porte de arma at hoje, e consegui um certificado de investigador particular, sendo o pioneiro dessa atividade nas plancies goytacazes. - Fala a Vianna, meu parceiro que voc manda, rapaz- disse colando o celular no ouvido. - E ai Rosrio? Beleza irmo? A voz rouca de meu grande amigo, agravada pelo pssimo hbito que ele tinha de devorar um cigarro atrs do outro ressoou do outro lado da linha. - Tranquilo,e ai como esto as coisas ai na DP? - O de sempre, uma ocorrncia de furto aqui, um homicdio ligado ao trfico l e vamos levando. -Entendo e a que se t precisando?

-Acho que tenho algo pra voc, mas precisamos falar pessoalmente, podemos nos ver na hora do almoo hoje? -Claro parceiro, no mesmo lugar de sempre? -Sim pode ser l pelas 13h est fechado? - Sim com certeza, estarei l, e Vianna... - Fala ai... -Deixa essa droga de cigarro de lado que vai acabar te matando! Ele caiu na risada e disse: -Que nada, Matilde e as crianas devem fazer isso antes, at mais tarde. Cara bom esse Vianna. Pensei.

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