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Prof.

José Gonçales Junior

Planejamento Estratégico de projetos de


Desenvolvimento Local Integrado e
sustentável
Um sistema de gestão para a sustentabilidade das ações
“ Estamos convencidos de que a mudança histórica em  perspectiva
provirá de um movimento de baixo para cima, tendo como atores
principais os  países subdesenvolvidos e não os países ricos; os
deserdados e  os pobres e não os opulentos e outras classes obesas;
o indivíduo liberado partícipe das novas massas e não o homem
acorrentado; o pensamento livre e não o discurso único.

Os pobres não se entregam e descobrem  a cada dia formas inéditas de


trabalho e de luta; a  semente do entendimento já está plantada e o
passo seguinte é o seu florescimento em atitudes de inconformidade
e, talvez, rebeldia. "

Milton Santos em Por Uma Outra Globalização - Do Pensamento Único à


Consciência Universal
Se temos razões para querer mais riqueza, precisamos indagar: quais
são exatamente essas razões, como elas funcionam, ou de que elas
dependem,
e que coisas podemos “fazer” com mais riqueza. Geralmente temos
excelentes razões para desejar mais renda ou riqueza. Isso não acontece
porque elas sejam desejáveis por si mesmas, mas porque são meios
admi-
ráveis para termos mais liberdade para levar o tipo de vida que temos
razão para valorizar.
A utilidade da riqueza está nas coisas que ela nos permite fazer – as
liberdades substantivas que ela nos ajuda obter. Mas essa relação não é
exclusiva (porque existem outras influências significativas em nossa
vida,
além da riqueza) nem uniforme (pois o impacto da riqueza em nossa
vida
varia conforme outras influências). É tão importante reconhecer o papel
crucial da riqueza na determinação de nossas condições e qualidade de
vida
quanto entender a natureza restrita e dependente dessa relação. Uma
concepção adequada de desenvolvimento deve ir muito além da
O tripé de um planejamento integrado e coerente

Visão e Adoção
escolhas de técnicas
políticas de gestão

Sustentabilidade
(Coerência no
planejamento) Conhecimento sistêmico
da realidade onde atuaremos
PORQUE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
• AGILIZA DECISÕES

• MELHORA A COMUNICAÇÃO

• AUMENTA A CAPACIDADE GERENCIAL PARA TOMAR DECISÕES

• PROMOVE UMA CONSCIÊNCIA COLETIVA

• PROPORCIONA UMA VISÃO DE CONJUNTO

• MAIOR DELEGAÇÃO COM RESPONSABILIDADE

• DIREÇÃO E DIRETRIZ PARA TODOS

•CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO GRUPO X INDIVIDUALISMO REINANTE

• ORIENTA PROGRAMAS DE QUALIDADE E NORTEIA PROCESSOS

• MELHORA O RELACIONAMENTO DA ORGANIZAÇÃO COM SEU AMBIENTE

INTERNO E EXTERNO

• CREDIBILIDADE PERANTE A SOCIEDADE, APOIADORES E INVESTIDORES.


Estrutura mínima de um DEFINIÇÃO DE
VALORES
Planejamento Estratégico
DEFINIÇÃO DA
MISSÃO/VISÃO

ANÁLISE DO
AMBIENTE

REVISÃO DA
MISSÃO/VISÃO

DEFINIÇÃO DOS
OBJETIVOS

FORMULAÇÃO DE
ESTRATÉGIAS
METAS/AÇÕES

COMPATIB. C/ DEFINIÇÃO DE
ORÇAMENTO INDICADORES

IMPLEMENTAÇÃO
Valores, missão e visão
 Valores: Representam as convicções dominantes, as
crenças básicas, aquilo em que a maioria das pessoas da
organização acredita. São elementos motivadores que
direcionam as ações das pessoas na organização,
contribuindo para a unidade e a coerência do trabalho;

 A Missão: é uma declaração sobre o que a organização é,


sobre sua razão de ser. Serve de critério geral para orientar
a tomada de decisões, para definir objetivos e auxiliar na
escolha das decisões estratégicas;

 Visão: institucionalização dos valores e missão em ações a


serem implantadas tendo em vista atingir as metas e
utopias almejadas por todos.
Que organizações você conhece a missão
e visão pela atuação ?

PERENIDADE
Avisos
E-mail do curso
www.hotmail.com
gestgovsocial@hotmail.com
senha: gestao

Aulas disponíveis
www.4shared.com
loggin: gestgovsocial@hotmail.com
senha: gestao
Uma breve exposição sobre a pobreza e miséria
Na América Latina

5% da pop. possui 27% da renda


30% dos mais pobres possuem 7,5%

Índice de GINI (1,0 pior índice):


Suécia 0,22
Países desenvolvidos 0,30
Média mundial 0,40
América Latina 0,57 (pior do planeta)
41% vivem abaixo da linha da pobreza (CEPAL 2005)
19% vivem abaixo da linha da miséria (CEPAL 2005)
80% dos indígenas (40 milhões) estão em extrema pobreza.
média de anos de estudo 5 anos x 12,3 anos na C.Sul.
No Brasil

Escolaridade entre brancos: 7 anos


Escolaridade entre negros: 4 anos
Acesso a universidade entre pardos/negros: 2,2%
40,6% dos idosos não possuem quaisquer renda.
Mais de 40 milhões de brasileiros passam fome.

Concentração de renda

Década 80: capital 52%, trabalho 48%


2007: capital 61,8%, trabalho 38,8%
II - módulo
ANÁLISE CONJUNTURAL PARA
PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO
 Processo de análise e compreensão da realidade do público – alvo
das ações, compreendendo o entendimento das complexidades que
envolvem seu cotidiano, quer do ponto de vista histórico, cultural,
sócio – econômico, antropológico e ambiental.

 Deve-se buscar informações em órgãos públicos, institutos de


pesquisa, aplicar formulários de pesquisa local (qualitativos e
quantitativos), observações e convivência com comunidade, e apoio
de especialistas para diagnóstico mais complexo (se necessário).
 Exercitar a compreensão cognitiva e subjetiva da realidade: a
sua apreensão enquanto meta apreensão. Subjetividade e
objetividade são partes ligadas do exercício de entendimento
do mundo, do esforço individual e coletivo de aproximar a
realidade e o real.
“ E, em torno disto, mais um ponto que gerava críticas, exatamente o
papel que eu reconhecia e continuo reconhecendo à subjetividade no
processo de transformação da realidade ou às relações entre subjetivi-
dade e objetividade indicotomizáveis, consciência e mundo.”

(Paulo Freire, Pedagogia da esperança)


 “Cada indivíduo vê o mundo - e o que este tem de acabado, de
regular, de complexo e de perfeito - como se se tratasse apenas de
um elemento da Natureza a partir do qual tivesse que constituir um
outro mundo, particular, adaptado às suas necessidades. Os
homens mais capazes tomam-no sem hesitações e procuram na
medida do possível comportar-se de acordo com ele.
Há outros que não se conseguem decidir e que ficam parados a
olhar para ele.
E há ainda os que chegam ao ponto de duvidar da existência do
mundo.
Se alguém se sentisse tocado por esta verdade fundamental, nunca
mais entraria em disputas e passaria a considerar, quer as
representações que os outros possam fazer das coisas, quer a sua,
como meros fenómenos. Porque de facto verificamos quase todos
os dias que aquilo que um indivíduo consegue pensar com toda a
facilidade pode ser impossível de pensar para um outro.”

Johann Wolfgang von Goethe, in 'Máximas e Reflexões'


COMPONENTES DA ANÁLISE DO AMBIENTE PRÉ-
PLANEJAMENTO

AMBIENTE INTERNO:
AMBIENTE GERAL ou recursos, aspectos
macroambiente ou estruturais, produtivos,
Macroambiente
ambiente externo humanos, viabilidade
Economia financeira.
(vide quadro contextual a

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regional) íl ti Públicos

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parcerias
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Na
AMBIENTE OPERACIONAL ou microambiente
ambiente-tarefa ou
ambiente próximo
ANÁLISE SITUACIONAL (SWOT/FOFA)

ALAVANCAGEM
FORÇAS OPORTUNIDADES

VULNERABILIDADES

LIMITAÇÕES

FRAQUEZAS
AMEAÇAS
PROBLEMAS
IDENTIFICAÇÃO DE QUADRO SITUACIONAL
COM A PARTICIPAÇÃO DOS STAKEHOLDERS

USO DO METAPLAN

Reunião com comunidade (amostragem) com tema previamente


disposto para todos debaterem.
Moderador traz temas – problema previamente identificados
para a comunidade em geral.
Traz também questões – chave para levantamento de problemas.

Fichas coloridas para serem escritas por participantes.

Quadro “Árvore de problemas” para identificar e hierarquizar


categorias a serem discutidas.
ÁRVORE DE SOLUÇÕES

Situação desejada

SOLUÇÕES PRIMÁRIAS
Condição A Condição B Condição C

Estrat. 1 SOLUÇÕES
Estrat. 2 SECUNDÁRIAS
Estrat. 3 Estrat. 4 Estrat. 4
Exemplo de fatores inviabilizadores
Estudo de caso real – Instituto de Pesquisa e Alivio a
Dor - Campinas
SWOT – ameaças e fraquezas
 Gestão ruim de recursos.
 Aspecto administrativo / controle.
 Ausência de uma percepção do público alvo para essa iniciativa
 Viabilização econômica
 Gerenciar os recursos para torná-lo em x anos, serviço de excelência
 Vaidades
 Buscar/ gerenciar inserção acadêmica para aumentar a visibilidade do
XXX
 A falta de objetivo comum
 Os anseios da sociedade
 Dificuldade com recursos materiais
 Administração e gerenciamento recursos (financeiros / pessoas)
 Profissionais trabalhando de forma individualista sem visão de equipe
 Dificuldade de manter a equipe articulada, viabilização econômica do
XXX
 O enfrentamento
 Perda do foco
 Gerenciar as vaidades políticas / individuais que colaboram com a falta
de foco
Discussão do marco lógico de um planejamento

• O que esperamos alcançar com tal projeto.

• Quais são os resultados mais importantes que desejamos obter.

• Quais são os fatores impeditivos/viabilizantes ao projeto (vide SWOT).

• De que forma o planejamento pode maximizar o sucesso do projeto.

• Qual a temporalidade do projeto (timing).

• Qual o custo e as fontes de captação de recursos almejadas.

• De onde virá oposição ou desgastes na aplicação do projeto.

• As equipes participantes do processo (lideranças) estão dispostas

a realizar o mesmo.
ANÁLISE DE VIABILIDADE E DIMENSÃO
LÓGICA DO PROJETO

Viabilidade Viabilidade
social operacional
e política
Projeto

Viabilidade Viabilidade
técnica financeira
Viabilidade
ambiental
Matriz lógica para planejamento
de um projeto local

Descrição/ Pressupostos Equipe e Indicadores comunicação dos


prazos e orientações estruturas de desemp. resultados

Objetivo
geral 1
Objetivo
espec. 1

Objetivo
espec. 2

Objetivo
espec. 3

Objetivo
geral 2
III - módulo
DEFININDO A ESTRUTURA DE UMA
ORGANIZAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS

Níveis organizacionais

NÍVEL ESTRATÉGICO (direção)


Decisões em assembléias, reuniões
ordinárias/extra, reuniões de diretoria

NÍVEL TÁTICO (direção


chefes depart., coorden.)
Decisões sobre compras, finanças, pessoal
patrimônio, produção.

NÍVEL OPERACIONAL
Decisões sobre atividades, horários, roteiros,
cronogramas. Equipes de aplicação.
Modelo democratico e representativo

Deliberativa/consultiva
Educacao Cooperativa Depart.adm. Depart.
popular familiar Financeiro Relacoes
Marketing Institucionais
Operacional (parcerias e
Aliancas)
AÇÃO COMUNITÁRIA

OPERACIONAL

O operacional possui dupla função: organizar o funcionamento das tarefas


rotineiras da institução e fornecer apoio humano, logistico e operacional aos
projetos e rotinas dos departamentos que interagem diretamente com a
comunidade.
SEGMENTADO: Por grupos da sociedade

Departamento operacional

Ações em favelas Ações c/adolescentes Mulheres

Prevenção de Artesanato
Projetos
Profissionalizantes Gravidez

Ações sócio- Orientação


Assistência social Sexual
A familia em risco educativas

Projetos Atendimento
Treinamento de Médico
Lideranças comuni- de dança
(especialidades)
tarias
Operacionais - Localidades

Bairro sto. Jardim Centro


Antonio Irene Operacional

Operacional Operacional Mulheres

Prevenção de Artesanato
Projetos
Profissionalizantes Gravidez

Ações sócio- Orientação


Assistência social Sexual
a familia em risco educativas

Projetos Atendimento
Treinamento de Médico
Lideranças comuni- de dança
(especialidades)
tárias
Operacional – por projetos

Depart.adm. Depart.
Financeiro Relacoes
Marketing Institucionais
Operacional (parcerias e
Aliancas)
Depart.

1 2 3
Depart. medico Depart. educacao Depart. cooperativas

1–2-3 2-3 1-2 2


Projetos

Projeto Projeto Projeto


Projeto horta
Reciclagem nutricao Profissionalizante
medicinal
familiar jovem

Prof. José Gonçales Junior


MATRIZES DECISÓRIAS PARA EQUIPES
Decisoes e atividades Nivel de 1 2 3 4
decisao
Definir missão e estratégias da organização E X

Avaliar o andamento da entidade e dos projetos E X


com a comunidade
Aprovacao do orcamento anual E X

Analisa a viabilidade de novos projetos T X

Define uma politica de pessoal (contratacao e T X


voluntariado)
Decide sobre intercambios com outras entidades, T X
regioes e projetos
Decide sobre textos, folder, materiais a serem T X
publicados
Propoe e altera a ordem das atividades, adaptando O X
as circunstancias de campo e adversidades
Avalia os resultados de cada projeto in loco O X

E = estratégico, T = tático, O = operacional


1. Assembléia Geral, 2. Diretoria Executiva, 3.Coordenação, 4. técnicos/staff
Planejando sobre projetos integrados

O que é Gestão Solidária Local

É um processo de organização entre: órgãos públicos, empresários,


organizações da soc. civil, lideres com., agentes de desenvolvimento
comunitário, em parcerias e projetos integrados de desenvolvimento
local.
Através do planejamento articulado podem ser realizados:
projetos culturais, renovação de praças e equipamentos públicos,
ações de geração de renda e cooperativas, projetos de educação
profissionalizante, ações de preservação, restauração ambientais,
fóruns de debate e construção de cenários para a cidade, gestão
conjunta de espaços urbanos.
Busca a co-participação de organizações da sociedade civil,
empresas, órgãos públicos e da comunidade em projetos
abrangentes e complexos, articulando etapas, ações, co-res-
ponsabilizando todos os envolvidos, desde a capacitação para
início das ações integradas, passando pelo planejamento, ela-
boração do P.N., modelo de comunicação, captação de recur-
sos e implantação e gestão do projeto.

Trata-se de uma nova etapa da democracia, ampliada e revisitada,


abrangente, empoderadora, recriadora de novas formas de parti-
pação, de fortalecimento do capital social, na criação de uma nova
utopia.
Um modelo de planejamento de GSL em POA.
(Mari Perusso)
Bibliografia
 PINSKY, Jaime. Historia da cidadania. Sao Paulo: Editora Contexto.
 COSTA, Beatriz Morem da. Capital social e organizacoes do terceiro setor
em Porto Alegre. Tese de doutorado. Instituto de Filosofia e Ciencias
Humanas/UFRGS. (2004).
 GIDDENS, Anthony. Mundo em descontrole: o que a globalizacao esta
fazendo de nos. Sao Paulo/Rio: Ed. Record. 2005. 4a ed.
 CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
 PASSET, René. A ilusão neoliberal. Rio de Janeiro: Ed. Record. 2002.
 Chiavenato, Idalberto & SAPIRO. Planejamento Estratégico: fundamentos e
aplicações. Ed. Elsevier.
 KEELLING, Ralph. Gestão de projetos. Ed. Saraiva.
 MANCE, André Euclides. Como organizar redes solidárias.
 COSTA, Eliezer Arantes da. Gestão Estratégica. Ed. Saraiva.
 KAPLAN, Allan. O processo social e o prof. de desenvolvimento humano.
“O que precisamos é criar um novo corpo social, projeto que vai além da recusa.
Nossas linhas de fuga, nosso êxodo precisam ser constituintes e criar uma
alternativa real. Alem da simples recusa, ou como parte dessa recusa, precisamos
construir um novo modo de vida e, acima de tudo uma nova comunidade.
Este projeto conduz não à vida nua do homo tantum mas ao homohomo, à
humanidade básica, enriquecida pela inteligência coletiva e pelo amor
da comunidade.” (Hardt & Neri, Império)
 FIM

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