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E, engraado, em lugar de destruir meu apetite, produzindo nusea (que pode ser mais devido aos pesados molhos franceses do que verdadeira filosofia), a presso do cair da noite me ajuda a valorizar a vida. No a mais universal das observaes e dos conselhos humanos? Procuro acertar, com preciso cada vez maior, a lenha que estou rachando. Escolho cada livro que leio com preciso e com razo. Ouo o chamado para cuidar de e amar tanto meu filho quanto as trilhas da floresta que mantenho como a nota pura de um mandato que ressoa. Sento na aurora do dia e o dia passa. Outro amanhecer, mas a srie limitada, de modo que juro em minha cmara interna no perder um s dia. Sentar me concentra no fato psicolgico de que a morte a porta da vida. Nenhum poder pode me salvar. Porque estou ciente da morte, e assustado. Me esforo para viver de uma forma no automtica e reativa, como um animal, nem de forma passiva e implorando, como uma criana que finge ter um pai a velar por ela. Mas escolhendo e decidindo, consciente, aquilo que ir constituir cada momento fugaz da minha vida. Sei que o clice de minhas ptalas contm uma luminosidade voltil. Mas ter isso em mente, por sua vez, exige que um escapista comum reencontre, a cada momento, o limite, o diapaso da apreciao: a morte. Sento porque saber que vou morrer enriquece e flagela minha vida, de modo que preciso me esforar ao mximo para buscar a disciplina e a estabilidade necessrias para que eu, de fato, a encare. De modo a abraar a vida, preciso dar a mo morte. Para isso, preciso de prtica. Cada ato de sentar um morrer para a atividade externa, um abrir mo da distrao, um cessar da gratificao anticipatria. a vida agora, tal como . Algum dia esse foco austero ser de muita, muita utilidade. J .