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Os moradores alegam, como base do seu descontentamento, que João Ferraz decidiu manter a
Fundação D. Pedro IV como gestora do património edificado de ambos os bairros, que
(segundo Eduardo Gaspar, da Associação Tempo de Mudar), está avaliado em 34 milhões de
euros. Segundo os mesmos, a Fundação violou várias vezes o auto de cessão e, apesar disso,
o secretário de Estado ainda decidiu extinguir a comissão de acompanhamento do processo de
transferência do mesmo património, "sem que tal se justificasse".
Queixa-crime ponderada
Em avaliação está também uma queixa-crime, contra o Estado e contra a Fundação D. Pedro
IV. "Esta é uma questão que atinge todo o bairro, onde vivem cerca de sete mil pessoas.
Estamos a falar de coisas, como a segurança de pessoas e materiais. Veja-se o caso do lote
232, que é uma autêntica bomba no meio do bairro. O Estado é irresponsável e laxista e tem
posto em causa a segurança das pessoas", acusou Eduardo Gaspar.
"Com tudo isto temos matéria para uma queixa-crime. Não só em instâncias nacionais como
comunitárias. Porque Portugal está, neste caso, a contrariar normas comunitárias", concluiu.