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br/webdesign
T
cliente e agência falam sobre
novas estratégias e tecnologias
E
utilizadas neste portal
super interativo
ER N U?
INT EC E s o e s
A DU R s n o v a s p r o f is
editora
AMA q u e m ud o ue
co n h e ca a
arteccom
i b ao
S a R$ 6,90
direitos autorais
3
Equipe
Editorial
quem somos
e tentar prever o futuro. Por isso, vamos ler, nesta edição, Direção de Redação
matérias que vão desde a história da internet até entrevistas Bruna Kanhan
4
menu
apresentação
pág. 4 quem somos
pág. 5 menu
contato
pág. 6 emails
pág. 6 fale conosco
portfólio
pág. 13 veterano: Ag2
pág. 18 calouro: Scorpion Design
matéria de capa
pág. 20 entrevista: Mauro Alencar
pág. 26 matéria: história da internet
pág. 30 entrevista: Sérgio Salvador
pág. 34 estudo de caso: Philips Home Cinema
pág. 40 debate: formação acadêmica
e-mais
pág. 48 9 o Encontro de Web Design
pág. 52 tutorial: cores seguras
com a palavra
pág. 54 interface: Marcello Póvoa
pág. 56 webwriting: Marcela Catunda
pág. 60 marketing: René de Paula Jr.
pág. 62 tecnologia: Abel Reis
pág. 64 webdesign: Luli Radfahrer
5
emails
Sou de Viamão (RS) mas Adorei! Essa revista será de ;-) Mas vocês é que estão de
consegui achar um exemplar muita utilidade na minha parabéns pelo excelente portfólio!
numa banca de Porto Alegre. faculdade. Aliás, nem comecei Parabéns, galera, pela primeira
A revista é simplesmente o curso de Projetos em edição da revista Webdesign,
SHOW DE BOLA! A minha já Webdesign na UnG muito legal essa matéria
está toda amassada e (Universidade de Guarulhos), fortalecendo o serviço
rabiscada, pois se tornou que terá início só semana que brasileiro. Acho que está
ferramenta de referência, vem, e já estou me sentindo faltando na revista um pouco
análise e trabalho. Parabéns preparada! Uma ótima ferra- de conteúdo sobre
aos profissionais, que devem menta de conteúdo e ótimas programação, seja
ter-se esmerado bastante para novidades complementam tudo actionscript, php, coldfusion ou
chegar a esse “orgasmo de aquilo que eu devo saber para até mesmo javascript (assim
criatividade” e merecem nosso me tornar uma ótima como eu, acredito que há
aplauso... e de pé! profissional! Obrigada! vários outros leitores
Mas uma das melhores coisas Fernanda Prevedello programadores); talvez, quem
fernandaprevedello@hotmail.com sabe, algum pequeno tutorial,
foi ver as fotos dessa enxur-
rada de mulheres lindas que Que bom, Fernanda! Um ótimo curso comunicação entre diversas
formam esse time. No final da para você e, se precisar de qualquer Assunto: Bancas desesperadas plataformas e casos de
revista, cheguei à conclusão de ajuda, estamos aqui. empresas que foram obrigadas
A revista ficou ALUCINANTE!! As
que, para que aquela qualidade a trocar de plataforma, etc..
matérias estão muito legais e o
fosse alcançada, tinha que Leandro Maniezo
projeto gráfico é de primeiro webmaster@maniezo.com.br
haver o dedo feminino em tudo.
mundo! (tipicamente brasileiro,
Retirem as fotos daqueles dois Podemos explicar, Leandro...
heheheh) A inserção do portfólio
marmanjos da equipe, pois o Já existem várias revistas exclusivas
da Pura Comunicação está
jardim florido não os merece! de programação. Os pobres
agregando um valor incrível à
Sugestão: já pensaram em criar designers sofriam sem nenhuma
empresa. Fiquei muito feliz com
um grupo (tipo Yahoo, etc) revista sobre design. Por isso, nosso
o resultado. Mais uma vez,
exclusivo para discutir objetivo é que 70% do conteúdo seja
muito obrigado.
assuntos atuais, para depois sobre design, mas isso não significa
Acho que vocês vão ter um
explicitar e detalhar na revista? que seja exclusivamente para
pequeno problema de
Desejo um enorme sucesso, designers; o ideal é que os progra-
distribuição, porque eu
pois os premiados somos nós! madores entendam bastante de
comprei todas as revistas que
Emir Pinho design para web para o sucesso dos
emir@midia3.net vi pelo Leblon e Ipanema. Não
projetos. Mas, como não queremos
consigo resistir... e cada cliente
Caro Emir, Assunto: Voz da experiência ver ninguém triste, vamos pensar em
meu está ganhando um
Adoramos saber que sua revista está aumentar as páginas do tutorial
exemplar também. Bom... é
toda amassada e rabiscada, era esse Tenho 70 anos, comprei a quando a revista crescer, ok?
isso. Queria agradecer e dar os
o nosso objetivo! Webdesign por sugestão de
parabéns a toda a sua equipe. foto
Quanto aos “marmanjos” da Arteccom: minha neta designer, e gostei!
Sérgio Barbará Filho
ao lado de toda grande mulher, existe Acabamento gráfico esmerado, sergio@puracomunicacao.com.br
um grande homem... ;-) matérias diversificadas e texto
E, em relação ao grupo de discussão, leve tornam a revista atraente Por isso que todo mundo está
gostamos da idéia! Vamos pensar até mesmo para aqueles que, reclamando que não acha mais a
nisso. Por enquanto, temos as embora não militando na área, revista nas bancas... tsk, tsk, tsk...
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W W W W O C C O M B R
8
(11) 6604-3211
9
clipping
ao mês.
PC dos vírus
É importante que os usuários que
(01)
possuem um antivírus instalado
ativem as rotinas de
atualização automática do
(03)
10
clipping
Homens enfrentam robôs em futebol
Sistema on-line vai motorizado
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Carnegie Mellon, na
integrar Procons e Pensilvânia (EUA), está organizando uma partida de
reforçar defesa do futebol um tanto quanto esquisita: alguns dos
(07) (08)
(01) http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/economia/mundovirtual/artigo/0,,1518495,00.html
(02) http://idgnow.terra.com.br/idgnow/internet/2004/02/0048
(03) http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u15199.shtml
(04) http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u28986.shtml
(05) http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/economia/mundovirtual/artigo/0,,1520715,00.html
(06) http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u15220.shtml
(07) http://www.estadao.com.br/tecnologia/internet/2004/fev/20/37.htm
(08) http://www.estadao.com.br/tecnologia/internet/2004/fev/19/31.htm
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AG2
tecnologia e comunicação do nossos projetos de interface
Rio Grande do Sul. é razão direta da grande
Cesar Paz é diretor da aceitação dos trabalhos
AG2, agência de inteligência mais complexos”, explica.
digital. Hoje, aos 39 anos, Ousadia e cash-flow po-
comanda uma empresa com
estrutura multifuncional,
engenho
engenho,, dem ter determinado o su-
cesso da agência que, no iní-
com 60 colaboradores dis-
tribuídos pelas unidades de
dedicação cio, também produzia proje-
tos experimentais. Em seu
e suor
São Paulo, São José dos portfólio atual a empresa os-
Campos, Pelotas e na ma- tenta exclusivamente traba-
triz, em Porto Alegre. Nes- lhos para o mercado corpo-
tes escritórios transpiram, na busca pelo rativo. Embraer, Grupo
equilíbrio
diariamente, analistas de Martins, Marcopolo, Santista
negócios, gerentes de con- Têxtil, Pfizer, Laboratórios
tas, engenheiros de siste- Abbott, Lojas Renner, Mo-
mas, programadores, dire- torola, Vivo, Banco Pine e
tores de criação, web- Bradesco Consórcios são al-
designers, arquitetos de in- guns de seus clientes.
formação e jornalistas. A AG2 foi considerada
O “algo mais” da com- em 2003, pela academia do
panhia está na estética do Ibest, uma das três melho-
mundo digital, que Cesar res agências digitais do
entende como a principal país. “Queremos, para os
competência da AG2. próximos anos, consolidar
13
“independente das vocações,
estudem muito
muito..
Não existem atalhos,
o caminho passa por isso”
14
portfólio :: veterano
www.cardioclick.com.br
www.consorciobradesco.com.br
www.volare.com.br
“busquem trabalhar
somente em lugar es que
lugares
possibilitem o apr endizado
aprendizado
e novos desafios”
essa posição destacada e ser, de fato, uma marca nacional Depois de muito suar vestindo a camisa da empre-
desejada pelas empresas-líderes”, almeja Cesar. sa, a equipe foi premiada, recentemente, com o Gold
A personalidade empreendedora do diretor está sem- Medal no Art Directors de NY, foi finalista em Cannes,
pre focada nos negócios. Os primeiros trabalhos foram Grand-Prix no Íbero-Americano e ganhou o Ibest 2003
conquistados através de muito investimento em pros- em quatro categorias.
pecção, “algum dinheiro e poucas horas de sono”. No iní- O reconhecimento pelo trabalho bem-feito é o incen-
cio, escolhiam clientes que pudessem se constituir em ca- tivo para buscar o equilíbrio entre a arte e a funcionalida-
ses que validassem suas principais competências e não de. “Isso exige muito conceito, base tecnológica e entendi-
admitiam perder negócios. mentos de usabilidade”, diz Cesar.
15
portfólio :: veterano
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portfólio :: veterano
“é importante
lembrar que o cliente
pr ecisa ser sempr
precisa sempree
bem entendido para
www.ag2.com.br
ser bem atendido”
www.lojasrenner.com.br
www.embraer.com.br
www.iguatemi.com.br
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portfólio :: calouro
Dupla de escorpiões
União de dois designers freelancers
do mesmo signo gera a Scorpion Design
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entrevista :: Mauro Alencar
Wd :: Como você vê a evolução do design dos sites? Wd :: Qual foi o resultado da evolução tecnológica
Mauro :: É difícil avaliar de forma genérica já que na produção de sites?
existem muitos tipos diferentes de sites, com dife- Mauro :: É bom deixar claro que as tecnologias
rentes objetivos e diferentes públicos-alvo. De for- são ferramentas e não objetivos finais. Elas fazem
ma geral, o crescimento do número de usuários de sentido, desde que seja para possibilitar a execu-
banda-larga e o aperfeiçoamento de tecnologias ção de uma idéia, não ao contrário. Dentro do con-
como Flash e JavaScript, sem dúvida, impactou texto certo, o uso de vídeo, som, animação ou
bastante o resultado final do design de sites, já interação com elementos na tela torna a experiên-
que, agora, é possível enriquecer o visual com ani- cia muito mais rica. Acho também que, em muitos
mação, som e vídeo sem comprometer demais a ex- casos, estamos cada dia mais próximos de um mo-
periência. Se os sites de hoje são mais bonitos do delo de produção onde o cliente está mais dispos-
que os que víamos há três ou quatro anos? Não ne- to a gastar um pouco mais para ter uma bela pro-
cessariamente. Algumas das coisas mais elegantes dução de vídeo e de som para fazer com que sua
e sofisticadas que já vi na web são pré-2000. Ao presença na internet seja diferenciada, desde que
mesmo tempo, recebo diariamente, por email, links a idéia por trás de tudo seja boa e eficiente.
de novos sites, microsites e campanhas que são Wd :: O que muda na interface dos sites para que
simplesmente lindos. Gosto também é um fator que possam ser acessados rapidamente por palmtops
torna essa questão subjetiva. e celulares?
20
20
entrevista :: Mauro Alencar
Mauro :: Muda tudo. As diferenças, quando se depois de ter perdido fortunas investindo em sites
está desenhando interfaces para a tela do compu- de cartões postais ou entrega de pizza. Acho que
tador e para telas de celulares e PDAs, são gritan- hoje já está um pouco melhor, mas ainda precisa
tes. Desde a utilização das fontes apropriadas para melhorar muito. Empreendedorismo é a única coi-
telas pequenas ao uso estratégico de ícones e co- sa que faz o mercado evoluir de verdade. A gente
res, criar experiências homogêneas entre os dife- precisa voltar a acreditar que vale à pena correr
rentes dispositivos é uma tarefa que exige planeja- riscos e inovar.
mento, pesquisa e experimentação. Outro fator im- Wd :: Como você vê a internet daqui a dez anos?
portante é que telas menores Mauro :: Não muito diferen-
pedem uma melhor organiza-
o cliente está mais te do que temos hoje en-
ção de conteúdo e priorização disposto a gastar um quanto conceito, só que com-
de informação, levando a uma pletamente wireless, muito
navegação com maior pro-
pouco mais para ter mais rápida e customizável,
fundidade do que as que uma bela producao, de acordo com as necessida-
estamos acostumados a usar des individuais do usuário.
na web.
desde que a idéia Dispositivos híbridos, como
Wd :: Em que aspectos a internet por trás de tudo smartphones e PDAs com te-
ainda pode amadurecer? lefone e câmera embutidos,
Mauro :: Acho que depois do
seja boa e eficiente terão cada dia maior penetra-
“estouro da bolha”, muita gente ficou com medo de ção e, somados às redes de comunicação cada dia
acreditar em novas idéias e se retraiu em excesso. mais rápidas, farão com que acessar a internet
Cansei de ver idéias geniais serem guardadas na num PC seja coisa de “coroa”. Em dez anos já tere-
gaveta porque algumas pessoas ficaram tremendo mos completado o ciclo necessário para que uma
de medo de colocar dinheiro em qualquer coisa geração inteira que nasceu no meio da revolução
digital tenha poder de compra e de tornar
tecnologias que estão sendo introduzidas
como novidade hoje naturais para o
dia-a-dia. Essas pessoas não
precisam aprender a usar
nenhum dos dispositivos
de interação com a
internet, já que, para
elas, mandar um email
ou fazer uma compra
21
entrevista :: Mauro Alencar
23
entrevista :: Mauro Alencar
24
entrevista :: Mauro Alencar
“daqui a dez anos, mandar Mauro :: Internet não é prioridade. Assim como TV
não é prioridade. Quando uma parcela maior da po-
emails ou fazer compras pulação tiver uma renda que seja suficiente para
colocar comida na mesa e suprir todas as necessi-
online serao gestos tao dades básicas com relativo conforto, aí sim vere-
mos mais gente usando a internet. De resto, é uma
naturais quanto ligar a questão de tempo. Por mais que o número de usu-
ários ainda não seja igual ao de pessoas que assis-
lâmpada da sala” tem TV, não dá mais para imaginar o mundo em
que vivemos sem a internet. Tudo está conectado e
todos, de uma forma ou de outra, usam a internet,
mesmo que não tenham um computador em casa,
seja no caixa eletrônico do banco ou na tela do ce-
lular. Não podemos querer que uma indústria tão
recente tenha a mesma penetração de outras
mídias que estão aí faz décadas e cujos dispositivos
de acesso já atingiram preços de mercado que pos-
sibilitam consumo em massa. Enquanto isso, os fa-
tores que vão continuar a definir quem consegue
uma vaga no mercado e quem não consegue são
somente dois: talento e trabalho duro.
25
matéria :: história da internet
A história da
internet
do tempo das cavernas aos dias de hoje
Ano de 69, uma data sugestiva para o início do projeto, liderado pelos pesquisadores da área de com-
que hoje é o império dos pedofilosofilistas. É claro putação J.C.R. Licklider e Robert Taylor.
que, na década de 60, os Estados Unidos, em plena Para testar se a teoria funcionaria na prática, três
Guerra Fria, não imaginavam que a estratégia militar pontos foram interligados: a Universidade da
que deu origem à internet se tornaria a via mais fácil Califórnia (Ucla), o Instituto de Pesquisas de Stanford
para a proliferação de imagens e vídeos nada e a Universidade de Utah. De acordo com reportagem
educativos. do jornal O Estado de S. Paulo, “o nó da Ucla foi im-
A maior rede de comunicação do planeta foi criada plantado em setembro de 1969 e os cientistas fize-
para atender a demandas do Departamento de Defesa ram a demonstração oficial no dia 21 de novembro.
dos Estados Unidos, o Dod. A idéia era criar uma rede Por volta do meio-dia, um grupo de pesquisadores se
que não pudesse ser destruída por bombardeios e fosse reuniu no Departamento de Ciência da Computação
capaz de ligar pontos estratégicos, como centros de da universidade, e acompanhou o contato feito por
pesquisa e tecnologia. A Arpa, Advanced Research um computador com outro situado a 450 quilômetros
Projects Agency, àquela altura, morrendo de medo de de distância, no laboratório Doug Engelbart, no Ins-
um ataque nuclear, aceitou prontamente financiar o tituto de Pesquisas de Stanford. O cientista Leonardo
26
matéria :: história da internet
Kleinrock, vencedor do Prêmio Ericsson – o equiva-
lente ao Nobel das Telecomunicações –, não se es-
queceu da mensagem inaugural. A pergunta, digitada
em um máquina de escrever elétrica, era: “Você está
recebendo isto?”. A resposta chegou minutos depois
de percorrer a distância que separa os dois centros
de pesquisa: “Sim”. A experiência fora bem-sucedida.
As conexões cresceram em progressão geométrica.
Em 1971, havia duas dúzias de junções de redes lo-
cais. Três anos depois, já chegavam a 62 e, em 1981,
quando ocorreu o batismo da internet, eram 200.”
Durante muitos anos e passada a ameaça dos Para servir como juiz dessas questões, formou-se
bombardeios, o resultado fenomenal dessa experiên- em janeiro de 1992 a Internet Society (Isoc). A organi-
cia ficou restrito a instituições de ensino e pesquisa. zação passou a supervisionar a criação, a distribuição e
Nos anos 80, porém, à medida que o preço dos a atualização de padrões referentes à internet.
computadores barateava, a demanda de futuros A internet de cara nova
internautas obrigou pesquisadores e cientistas a Que internet combina com jovens ninguém dis-
disponibilizar a invenção a quem estivesse disposto a cute. Sempre foi assim... Em 1992, três anos após o
experimentá-la. início do desenvolvimento do conceito de World Wide
No início dos anos 90, a internet já batia a marca de Web (www) pelos cientistas do laboratório suíço
um milhão de usuários. A Cern, o Centro Nacional
Laboratório suíço Cern X
utilização comercial da para Aplicações em
A World Wide Web nasceu no Cern, uma das mais importantes
web começou nesta Supercomputadores
organizações de pesquisa científica em todo o mundo, com sede em
época e, com ela, cres- Genebra, na Suíça. As pesquisas do Cern em torno da rede mundial (NCSA), sediado em Chi-
ceu uma geração inteira começaram no início da década de 70, quando a transmissão de cago (EUA), pediu a seus
dados ainda era feita de forma absolutamente rudimentar. O
de internautas e futuros programadores que ima-
aprimoramento do sistema era uma das prioridades do laboratório e
designers. começou a tomar impulso no início dos anos 80, quando o Cern criou ginassem uma inter-face
Milhares e milhares seu primeiro sistema de correio eletrônico. simpática para a comuni-
Em 1990, o Cern já possuía o maior site europeu na internet e
de empresas começa- cação via internet.
desenvolvia o conceito de World Wide Web que seria consagrado
ram a contratar agênci- com o advento do Mosaic. Até então a troca de
as especializadas para informações na rede era
criarem as suas páginas com um único objetivo: ficar normalmente feita por e-mail ou por protocolos de
dentro da rede. transferência de arquivos (File Transfer Protocol - o
Como essas empresas queriam aproveitar as carac- FTP). Para se acessar a rede por meio de FTP, eram
terísticas vendáveis da internet em plena globalização, necessárioas dar linhas de comandos. O processo não
surgiram duas questões a serem discutidas: a primeira, contava com recursos interativos ou uma apresenta-
quem vai arcar com os custos? A segunda, de caráter ção gráfica.
mais subjetivo: a comercialização distancia a ‘net’ de O surgimento do Gopher, um sistema de trans-
seus objetivos essenciais? missão por menus, melhorou um pouco a navegação,
mas ainda estava longe de ser o ideal.
28
matéria :: história da internet
Década de 70
- O pesquisador norte-americano Ray
Tomlinson envia o primeiro email,
80
(Transmission Control Protocol). 1974
90
(AOL). 1985
- Tim Berners-Lee e Robert dos modens a 2400 bps - ameaça os hard disks. 1988
29
Conheça as
entrevista :: Sérgio Salvador
novas áreas de
atuação na web
Sérgio Salvador atuou como diretor de
arte e de criação publicitária, antes de
ingressar na área de tecnologia para
internet. Trabalhou como htmler,
webdesigner, gerente de projetos web e,
finalmente, arquiteto da informação. Hoje em
dia, trabalha na blah! (www.blah.com), empresa que
desenvolve produtos e serviços para dispositivos
móveis, contando com uma comunidade com mais de
3,5 milhões de usuários em todo o mundo.
Nesta entrevista para a Webdesign, Sérgio explica
tudo sobre as novas áreas de atuação na web.
Wd :: Você acha que, desde que foi difundida, na déca- sua atualidade, “freshness”: se seu conteúdo não é
da de 90, a internet amadureceu? Em que sentido? mais relevante, ele passa a valer menos que uma es-
Salvador :: Com certeza. Toda nova tecnologia tem sua ponja e um limpa-vidros.
fase de “deslumbramento”. Eu mesmo posso me incluir Pois bem, a bolha explodiu, a poeira assentou, e ficou
no time dos deslumbrados. O primeiro site que dese- claro para todos que sem conteúdos e/ou serviços ade-
nhei exibia uns 5 a 10 objetos se mexendo na HP, mo- quados, sem relevância, a internet não passa de mais
vidos a um questionável DHTML da época. Tecnologia uma mídia.
pela tecnologia, forma sem função, apenas para testar Felizmente, muitos profissionais perceberam isso, mas
os limites da nova mídia. não se engane: sempre haverá espaço para experimen-
Traçando uma analogia, o que você faz com o jornal da tações na web. Existe hora, lugar e motivo para isso.
semana passada que sobrou na sua casa? Limpa as ja- Acredito que delas surgem, de tempos em tempos, ino-
nelas? Protege o chão e os móveis durante a reforma? vações geniais.
Um final nada digno para uma mídia que recebeu os A propósito: o site com o questionável DHTML que eu
cuidados de grandes profissionais e um grande investi- fiz nunca foi pro ar...
mento para ser produzida. Mas a chave de um jornal é
30
“Estou falando do Uso da web com ‘U’ maiúsculo,
da realização de tarefas, da experiência positiva, da satisfação”
31
entrevista :: Sérgio Salvador
delegar várias tarefas ao mesmo profissional. Especia- - Acessibilidade: poucas pessoas notam a revolução
listas podem se dedicar por mais tempo a aspectos es- que é ter em seus desktops, 24 horas por dia, acesso às
pecíficos, em paralelo, garantindo qualidade e prazo. informações da internet.
Dessa forma, as grandes produtoras web do Brasil Agora imagine esse poder a serviço das coisas úteis.
contam hoje com profissionais especializados, em sua Imagine todo esse conteúdo acessado em qualquer lu-
maioria, ao invés de apostar suas fichas em funcioná- gar, em qualquer dispositivo (celular, laptop, PC). Veja
rios multifuncionais. bem, nem estou pensando grande, com sites em Flash
Wd :: Você acha que a internet ainda tem espaço para rodando no meu telefone. Estou pensando apenas em
sustentar o aparecimento de outras novas funções? acesso à informação em qualquer hora ou lugar.
Salvador :: Sim. Novas tecnologias surgem, novos pro- Isso já vem acontecendo de maneira tímida, mas
fissionais se especializam. contínua – spots WiFi, existentes em tantos estabe-
É só analisar o Flash, por exemplo. No início, alguns lecimentos pelo mundo, são uma demonstração
Designers e Programadores se aventuraram na apli- dessa tendência.
cação ao mesmo tempo em que mantinham suas fun- - Gerenciamento de conheci-
ções normais. mento: quando a internet está
Com o aumento da demanda por produtos em Flash, disponível de maneira fácil e
esses profissionais começaram obrigatoriamente a de- transparente em qual-
dicar mais e mais tempo a essa atividade. No final, eram quer hora e lugar,
os melhores na ferramenta e naturalmente abandona- ainda existe uma
ram suas funções antigas para se tornarem exclusiva- coisa que nos se-
mente multimedia producers. para do nosso
É certo, esse ciclo ainda vai se repetir. objetivo final, que é sa-
Wd :: Como você vê a internet daqui a cinco anos? ber o horário do cinema,
Salvador :: Vamos analisar friamente e sem paixões. o resultado do jogo do
Fora a o Flash, quais foram as outras grandes revolu- Flamengo, a receita da-
ções tecnológicas que assistimos na web? Veja bem, es- quela lasanha
tou me referindo a web dentro dos retângulos dos na- de berinje-
vegadores. Nada de “clients peer-to-peer”, email, la. Como
“Instant Messaging” e outros. Esses também são revo- encontrar
luções, mas são interfaces diferentes. essa infor-
Mais velocidade e estabilidade nas conexões? Isso só é mação no
percebido pelo usuário quando ele não o tem. Lingua- meio do universo que é a rede?
gens e bancos de dados mais integrados e poderosos? Quem conseguir descobrir mecanismos para processar
Muito bom! Mas isso é “server-side”, é invisível. da maneira simples e rápida essa maçaroca e gerar in-
Não espero revoluções dentro dos retângulos nos pró- formação relevante pode se considerar milionário.
ximos cinco anos. A verdadeira revolução da internet O Google é a coisa mais próxima que eu já vi disso.
vai estar relacionada a dois pontos: Aliás, se eu não incluí lá em cima o Google ao lado do
32
Acesse www.arteccom.com.br/webdesign e participe!
Resultado da enquete:
Que área está mais carente de
profissionais especializados em internet?
33% design
28% marketing
19% jornalismo
11% publicidade
9% informática
33
estudo de caso
Interação total
na criação do site
Philips Home Cinema
Sergio Mugnaini, diretor de arte da DM9DDB
e Patrick Degenhardt, diretor de CRM e
eMarketing da Philips Consumer Electronics
no Brasil e na América Latina, nesse
momento, estão felizes com o desempenho
de um projeto inovador que produziram com
suas equipes. O novo site da Philips
(www.philips.com.br/homecinema) é finalista na categoria vídeo do
Flash Forward 2004. Nessa entrevista para a Wd, Sergio e Patrick
contam os detalhes do desenvolvimento desse trabalho.
Serg io Mugnaini,
Sergio Com essa ação de relacionamento pelo site, a Philips
Diretor de Arte da DM9DDB aproveitou para atingir um público A/B com perfil mais
Wd :: Como começou a relação agência/cliente? premium, que está presente na internet, e produziu um
Sergio :: A DM9DDB é a agência da Philips no Brasil site em que fosse possível conhecer toda a linha Philips.
e o grupo DDB detém a conta da empresa holandesa Wd :: O lançamento do site foi pensado como parte
no mundo inteiro. Como a DM9 costuma realizar o de uma estratégia de marketing? Qual a importância
trabalho em todas as mídias, a Philips encarregou do site em relação às demais peças da campanha?
também a DM9 das ações online. Sergio :: Acho que o site tem uma enorme importân-
Wd :: Por que vocês decidiram criar esse site para cia na ação de comunicação. Na minha opinião, não
a Philips? costumo ver a internet como um investimento ou uma
Sergio :: A empresa estava querendo aumentar o re- mídia que funciona independente de qualquer outra
lacionamento entre marca e os seus usuários. Por mídia. O site funciona igualmente, seja num primei-
isso, a Philips trouxe para o Brasil o Club Philips, pro- ro contato casual do usuário, seja num contato
grama mundialmente focado no relacionamento com intermediado por anúncio ou filme de 30" da TV.
o consumidor. Nada mais apropriado para fazer esse Acredito que o site tem sido responsável por resolver
contato com o target do que a internet. qualquer tipo de dúvida do consumidor, já que nele
34
estudo de caso
apresentamos explicações e demonstrações de cada
produto.
Wd :: Quais foram os aspectos do briefing que mais
orientaram a produção do site?
Sergio :: O projeto para esse site era realmente au-
dacioso e complexo: era preciso criar um site do Club
Philips que contemplasse um programa de relaciona-
mento e também seis diferentes produtos Philips. A a história interativa X
parte referente ao Club Philips não era tão complica-
Os produtos são apresentados de forma contextualizada, nas casas
da quanto a referente à área de produtos. Nessa par- dos personagens da história que é contada. Cada produto tem sua
te do site, o desafio era: “como montar essas seis própria cena.
A navegação principal se dá de três formas:
áreas de produtos totalmente diferentes dentro de
1 seguindo as setinhas que levam a outros ambientes
um mesmo ambiente, comum a todos os produtos?” (conseqüentemente a outros produtos)
A solução para isso foi criar uma história interativa. 2 utilizando o menu inferior direito para recomeçar a cena atual,
avançar ou voltar a outras cenas
Wd :: Quais foram os fatores limitantes do briefing
3 pelo menu inferior esquerdo que leva a produtos determinados
em relação ao desenvolvimento do site?
Sergio :: Os fatores mais limitantes do projeto fo-
ram, sem dúvida, de ordem tecnológica. Além de uma
primeira linha: home do site www.philips.com.br/homecinema (à esquerda)
produção bem complexa devido às filmagens e à apli- e sua versão para concurso (www.dm9.com.br/awards/commarts/philips_he)
cação dos personagens nas cenas, o fator mais Wd :: canto inferior esquerdo: tela de instruções ao usuário
canto inferior direito: um dos cenários da história interativa
35
estudo de caso
limitante e desafiador foi a criação de uma história Flash Player, presente em 98% dos computadores
que permitisse aos usuários fazer múltiplas escolhas, atuais.
e que lhes desse a opção de realmente interagir com Wd :: O que vocês consideram mais interessante
ela. A combinação das cenas precisava ser perfeita. no site?
Wd :: Quantas pessoas participaram da produção Sergio :: Acredito que o mais interessante no site é
do projeto? Quais as suas funções? a maneira inusitada e inovadora de mostrar a linha de
Sergio :: Cerca de 30 pessoas foram incluídas no pro- produtos Philips através de uma história interativa.
jeto, considerando-se desde as equipes das agênci- Outro ponto que é realmente interessante é a tenta-
as até as produtoras de som e vídeo (a Playerfilmes tiva de idealizar um formato para a televisão
foi responsável pela produção dos filmes e a Plug-in interativa do futuro. Quem sabe essa é uma sugestão
foi a produtora do som). A DM9 entrou com a função de interatividade que ainda não está definida?
de criar e conceituar o projeto. A minha função no Wd :: Desde quando o projeto está no ar? Vocês já
projeto foi a de conceituar o site fazendo toda a dire- podem considerá-lo um sucesso em número de
ção de arte e algumas animações. A Rapp Digital foi acessos?
responsável pela estratégia do Club Philips. Sergio :: O projeto foi lançado no final de 2003, con-
Wd :: Quanto tempo le- tando com uma fase de testes e
vou todo o processo? Flash Forward 2004 X ajustes da parte tecnológica. No
Sergio :: O projeto co- Versão do site inscrita no Flash Forward
entanto, ainda é muito cedo para
meçou a ser idealizado www.dm9ddb.com.br/awards/flashforward2004/philips_he se obter qualquer conclusão. Os
Conheça os finalistas do prêmio Flash Forward 2004 no site
em setembro de 2003 e o www.flashforward2004.com/showfinalist.asp números são bem animadores e a
site entrou no ar no final Philips já prepara novas ações no
do ano. Foi montado um site. O site foi classificado como
schedule com as produtoras e enquanto eram finali- finalista no Flash Forward 2004 Festival e acho que é
zados os filmes, a DM9 produziu todos os layouts e, um forte indício de que o projeto realmente é inovador.
sem dúvida, a fase mais complicada do projeto foi a Wd :: Essa fórmula interativa, utilizada na cria-
de juntar “todas as partes”. Isto é, juntar os vídeos ção do site, ajuda efetivamente na fidelização dos
nos layouts e programar corretamente para que tudo visitantes?
funcionasse de acordo com a nossa idéia inicial. Sergio :: O site tem realmente duas formas para atin-
Wd :: Para interagir e aproveitar melhor o site, o gir o target. Uma delas, a ‘história interativa’, é fun-
visitante deve ter programas que nem todo mundo damental para que as pessoas conheçam os últimos
têm instalados no computador. Por que vocês de- lançamentos dos produtos Philips. A outra forma de
senvolveram o projeto com essa fórmula? atingir os usuários são as promoções e toda a estra-
Sergio :: Não era necessário nenhum tipo de progra- tégia de relacionamento que existe no Club Philips.
ma ou plug-in especial. O site foi desenvolvido em Essa parte do site é responsável pela fidelização do
Flash MX com uma base de dados em XML. Para usuário Philips devido às promoções e vantagens que
visualizá-lo era necessário somente o plug-in do só uma pessoa que tem Philips pode obter e garante
o retorno do target ao site.
“A internet ainda é considerada um meio moderno e
tecnológico
ico,, portanto quase que obrig
tecnológico atório para empresas
obrigatório
que desejam aag gregar esta ggama
regar ama de vvalores
alores a suas marcas”
36
estudo de caso
Apresentação do produto Emotive:
Há em cada cena, uma caixa à direita da tela com links
para detalhamento do produto. Uma janela aparece por
cima da cena principal para que o usuário explore o
produto sem que ele se perca na história interativa.
Wd :: Quais formas de fidelização de clientes vocês Sergio :: Desde o início nós tínhamos uma expecta-
utilizaram no site? tiva muito otimista do projeto e a Philips investiu jun-
Sergio :: Toda a estratégia de fidelização foi feita a to com a agência na idéia. Acho que isso foi decisivo.
partir do Club Philips. No lançamento do site existiam No entanto, era muito difícil imaginar algo concreto,
dois tipos de promoções que bonificavam os usuários pois nunca tínhamos feito algo assim, com esse nível
Philips com descontos, produtos Philips e facilidades. de complexidade.
Ao longo do tempo o projeto prevê novas promoções e Acredito que houve um grande aprendizado nesse
mais vantagens para os sócios do Club Philips. projeto. O cliente realmente confiou na opinião da
Wd :: O Club Philips já existia ou foi criado em con- agência de que esse projeto seria inovador e, da
junto com o site? mesma forma, a DM9 comprou esse desafio de pro-
Sergio :: O Club Philips é o programa mundial de re- duzir algo nunca feito antes. Podemos considerar que
lacionamento da Philips. Ele é aplicado em todo o foi um case para todos nós.
mundo e agora foi lançado ao país pelo site do Philips Agora precisamos acompanhar os próximos passos do
Home Cinema. público Philips e aumentar ainda mais os serviços e
Wd :: Depois de pronto o site, você e sua equipe facilidades que o site pode vir a oferecer.
ficaram satisfeitos com o resultado? Era isso o que
vocês esperavam?
37
estudo de caso
Patric
Patrickk Deg enhardt,
Degenhardt,
Diretor de CRM e eMarketing da Philips “o mais interessante no site é a
Consumer Electronics na América Latina
maneira in usitada e ino
inusitada inovvadora
Wd :: Como começou a relação agência/cliente?
Patrick :: A DM9 é a agência de publicidade ‘above de mostrar a linha de produtos
the line’ para a Philips graças a um alinhamento mun-
Philips e a tentativ a de idealizar
tentativa
dial de contas pela DDB. Apesar do emarketing não
fazer parte desse alinhamento, pela inteligência em ormato para a televisão
um fformato
internet e pela sua capacidade criativa, a DM9 sem-
interativa
interativ a do futuro”
pre realiza campanhas para a Philips também na mídia
virtual, sozinha ou em parceria com outras agências.
No caso do Portal de Home Entertainment Philips, o que desejam agregar esta gama de valores a suas
trabalho foi feito em conjunto com a nossa agência marcas.
de marketing de relacionamento, a Rapp Digital. Graças à capacidade de mensuração intrínseca à
Wd :: Esse é o primeiro site da Philips? Se não é o internet podemos checar contra nossos KPI’s como está
primeiro, por que a empresa optou por uma nova a nossa performance em tempo real. Tanto em termos
versão dele? de branding como em termos de vendas, a empresa
Patrick :: A estratégia da empresa está 100% focada tem crescido bastante há pelo menos 2 anos, atingin-
em nosso consumidor, portanto é natural que nossa do a posição de líder isolada em vendas online no
atuação no meio internet acompanhe essa diretriz. Brasil, mesmo sem vender direto ao consumidor.
Em primeiro lugar, temos um site mais corporativo, Wd :: Como vocês avaliam os clientes da Philips?
com nosso catálogo completo de produtos e ferra- Patrick :: Através de pesquisas categorizamos o
mentas de busca de lojas, comparação técnica, comprador de eletroeletrônicos em quatro perfis, cri-
downloads. Para atacar diretamente cada um de nos- ados com base nos desejos, atitudes, grau de conhe-
sos públicos-alvo temos o site do programa Philips cimento e interação com os produtos. Nossa comuni-
Expression, no ar desde 1999 e totalmente voltado ao cação é baseada nesses perfis, na estratégia de ne-
público jovem, e o portal de Home Entertainment lan- gócios da empresa e nas preferências individuais de
çado agora, voltado ao relacionamento com um públi- cada cliente, já que somos extremamente cautelosos
co classe A/B com perfil premium, interessado em em assegurar a privacidade e liberdade de escolha de
assuntos como design, tecnologia, arte, decoração, cada um deles.
cinema e, principalmente, entreteni- Wd :: Vocês têm cadastro dos visitan-
mento doméstico. tes do site? Dentre os visitantes ca-
Wd :: Você considera a internet um dastrados, como vocês fazem para
bom investimento? O site da Philips distinguir os clientes potenciais?
dá retorno efetivo? Patrick :: Sim, temos. Classifi-
Patrick :: A internet ainda é camos os potenciais consumi-
considerada um meio moderno dores com base nas preferênci-
e tecnológico, portanto quase as indicadas na área de cadas-
que obrigatório para empresas tro e no seu padrão de navega-
38
estudo de caso
ção. Usuários freqüentes do portal são
“Foi criado um time com pessoas das
mais propensos à compra e, da mesma
forma, aqueles que indicam possuir duas aagências
gências e re presentantes da
representantes
um produto como uma ‘dwide’ e não
Philips
Philips,, no qual todos tinham
possuir um aparelho de home cinema
têm altas chances de tornarem-se fu- condição de opinar sobre
turos compradores, pois são produtos
melhorias no projeto”
que se complementam.
Wd :: O cadastro de visitantes do site
é utilizado para fidelizar clientes?
Como?
Patrick :: A partir do momento em que
o internauta se cadastra no portal, é
disparada uma série de ações basea-
das em seu perfil. Por exemplo, no Wd :: A Philips vende através do site?
mês de seu aniversário enviamos a ele Como é organizado esse processo?
um cartão, parabenizando-o pela data, Patrick :: A Philips não vende direta-
de forma bem lúdica. Outras campa- mente, somente através do varejo.
nhas são efetuadas através de email, e Atuamos fortemente nesta área em
ainda há toda a questão de persona- parceria com eles, fortalecendo a ca-
lização do site, como a de direcionar a deia de valor e trazendo sempre o me-
visualização do consumidor somente lhor para nossos consumidores. Foi
para produtos de cross e up-sell, ou dessa maneira que conseguimos a li-
seja, aqueles novos produtos que derança absoluta no setor.
complementam ou se incorporam aos Wd :: Você ficou satisfeito com o re-
que ele já possui. sultado do trabalho?
Wd :: Como vocês acompanharam a Patrick :: Claro! Em tão pouco tempo de
produção do site? lançamento já temos um excelente nível
Patrick :: Com a maior proximidade de visitas e cadastros no portal e
possível. Foi criado um time com pesso- estamos trabalhando para agregar mais
as das duas agências e representantes benefícios para eles. Todo mês haverá
da Philips no qual todos tinham condição várias novidades!
de opinar sobre melhorias no projeto.
Isso foi importante principalmente pelo
fato de termos duas diferentes agências
no projeto, o que poderia potencialmen-
te causar atritos e prejudicá-lo. Mas ao
contrário, a interação foi muito boa e só
veio a colaborar para termos um portal
único no Brasil.
39
debate
40
debate
É! A formação acadêmica é essencial na cons-
trução de uma carreira sem dúvida nenhuma. Nos satisfató-
dias de hoje não é suficiente que você se identifique ria, a outra
com o design e, a partir de um aprendizado mais ou ainda terá valor
menos informal ou na base da tentativa e erro, vá suficiente para justifi-
construindo seu conhecimento. Com os manuais de car um saldo ou alicerce
programas, com o chamado ensino à distância, isto profissional adequado. Você
ainda parece possível, mas não se sustenta em um é responsável por, no mínimo,
exame mais rigoroso. metade de sua carreira, metade da
Devemos lembrar que antes de existirem os cur- sua formação!
sos regulares de formação de designers os profissio- Mas o importante é saber que a carreira é sua. É
nais eram autodidatas, o que significava que cada um sua a prerrogativa e responsabilidade de construí-la e
construía sua própria carreira e reputação. Mesmo não da escola. Ela é um veículo, um instrumento dos
assim muitos profissionais de qualidade foram forja- mais importantes e só ajuda. Ela será a pedra funda-
dos nesta época, alguns dos quais foram os responsá- mental do seu sucesso, especialmente em um mundo
veis pela implantação do design em nosso país. Com complexo como o que vivemos.
isto não estamos defendendo a exclusão da escola na Sua formação deve ser a mais consciente possí-
formação do profissional, pois isso não é possível nos vel. Isto significa que você deve se responsabilizar
dias de hoje. A escola serve como uma referência, quanto à escolha da faculdade ou escola, do seu
como uma queima de etapas, como uma sistematiza- envolvimento com ela, de seu aproveitamento durante
ção da formação do profissional, como um elemento o curso e de tudo o mais que você empreendeu duran-
comparativo de suas capacidades em relação aos co- te este período. Não se esqueça, porém, que sempre
legas, uma importante fonte de informação e crítica haverá algo mais a aprender e que sua formação não
para construção de uma carreira, agora e no futuro. termina com o recebimento do diploma. Na verdade
No mínimo, lhe dará um diploma além de sua formação nunca termina, ela se prolonga por toda
autoconfiança e auto-estima. Em autodidatas estas a sua vida e nestes dias de globalização a formação
características nem sempre estão presentes. E fazem contínua é a única que pode nos garantir pleno empre-
falta; como fazem! go ou flexibilidade ante as mudanças que virão.
É ainda muito importante que você saiba que não
existe faculdade ou curso ideal, todos têm problemas
:: Freddy Van Camp
e em nosso país estes problemas podem ser crônicos.
professor da ESDI–UERJ
Ainda assim é o que você tem à mão. Escolha bem o www.esdi.uerj.br
41
debate
Sim, não e talvez. Essa questão nado. Sem isso, corre-se o risco de se
envolve muitos pontos, alguns contra- formar um profissional inconsistente e
ditórios e todos importantes. facilmente descartado pelo mercado.
A formação acadêmica é essencial Agora: um cara com essas característi-
sim porque, antes de mais nada, estu- cas inatas pode perfeitamente entrar
dar numa faculdade é a oportunidade no mercado com muito mais preparo e
de estar em contato com um mundo êxito do que os vencedores da Guerra
de referências pertinentes à sua pro- dos Canudos.
fissão, que quando se for exercer, vão Para coroar esse não à necessida-
te fazer toda a diferença. Desde os li- de de formação acadêmica, vale lem-
vros, filmes e eventos que são indica- brar que alguns dos profissionais mais
dos para se ver, passando pelas con- respeitados no mundo online não são
versas com pessoas brilhantes, pelos formados. Inclusive tem um grande re-
jogos no intervalo (ou em plena aula), dator e diretor de criação (não, não
até os casacos esquisitos daquele cara vou citar nomes) que zerou na prova
do 7º período, tudo é informação que de redação do vestibular (PJ, posso
vira subsídio para enriquecer e dife- publicar isso?).
renciar o seu trabalho de criação. Mas... por outro lado... talvez seja
Mas justo por esse lado, a forma- essencial ter uma formação acadêmica.
ção acadêmica não é essencial coisa Confesso que me formei em duas
nenhuma. faculdades e tenho a nítida impressão
Com a existência do computador e de que, se cheguei onde estou na mi-
da internet, as informações estão mais nha carreira, muito se deve a essa for-
ao nosso alcance do que nunca. A mação. Mas vai saber...
web é uma biblioteca zilhões de vezes Para fechar, vou parafrasear, bem
maior do que as de todas as faculda- ao estilo acadêmico, uma figura famo-
des juntas. Tem de tudo para você sa e que agrada a formados e não-for-
aprender o que quiser. E para ver o mados: “Hay que se formar, pero sin
casaquinho freak das figuras, é só des- perder la cerveza, jamás.”
cobrir um bom blog ou fotolog de uni-
versitário. Mas é claro que essas van-
tagens só se concretizam para quem é
:: Suzana Apelbaum
verdadeiramente autodidata e discipli-
diretora de criação e redatora da AgênciaClick
www.agenciaclick.com.br
42
debate
Acredito que sim! Apesar das oportunidades que
giram em torno do “tecnomundo” permitirem o ingresso
de “e-teens” (jovens autodidatas em tecnologia) ao
mercado de trabalho isto não quer dizer que estes pro-
fissionais sem o preparo acadêmico terão sucesso em
suas carreiras. O interesse por tecnologia dos jovens de
hoje é um excelente diferencial competitivo na busca
pelo primeiro emprego, porque os conhecimentos téc-
nicos de um jovem aficcionado por tecnologia podem
apresentar uma boa relação custo-benefício aos empre-
43
debate
44
debate
Não acho que seja caso de sim ou não. Para come- cesso de aprendizado é bem mais árduo, exigindo mui-
çar, há uma grande diferença entre “saber trabalhar to estudo individual que é sempre mais arrastado, sem
com design” e ser um bom designer. Acima de tudo, falar na tentação de partir direto pro computador e pro
está o conhecimento teórico, a capacidade de desen- mercado de trabalho, pulando etapas que são essenci-
volver projetos criativos, um conceito forte sempre ais à evolução. Além disso, há um fator complicador
como base, um porquê para cada solução, enfim, saber para quem não tem diploma, que é o fato de muitas
colocar em prática toda a teoria aprendida. Não acho empresas não aceitarem profissionais sem curso supe-
que o meio acadêmico seja o único caminho para se rior, o que pode dificultar a entrada destes no mercado,
adquirir este conhecimento, mas acho que é, sim, um assim como podem sofrer, em algumas situações, um
bom começo. Da mesma forma que existem alguns óti- eventual preconceito pela falta do diploma. Outra gran-
mos designers e artistas que nunca pisaram em uma fa- de desvantagem é a dificuldade em conquistar experi-
culdade de design ou instituição semelhante, existem ências internacionais - muitos países não concedem o
designers formados que não conseguem traduzir o co- visto de trabalho para profissionais sem curso superior
nhecimento em bons trabalhos. Acontece que esta é - tanto na área profissional quanto acadêmica.
uma afirmação perigosa, pois se for mal-interpretada Para finalizar, acho que a boa é encarar essa dúvida
pode levar a resultados desastrosos. Para completar, como uma liberdade de escolha e não como uma res-
obviamente, o computador também contribuiu bastan- posta absoluta, cabendo a cada um decidir o melhor
te para essa situação, porque facilitou a criação de tra- caminho para si. Independente da decisão, o segredo é
balhos puramente plásticos, sem conteúdo algum, e na estar sempre em evolução, buscando sempre mais co-
maioria das vezes, esteticamente fracos e de gosto du- nhecimento; estudar as ferramentas para colocar em
vidoso, por isso acho que, acima de tudo, o computa- prática o que se aprende; ler muito; ter em mente que
dor deve ser visto como uma simples ferramenta. o design é um ofício extremamente multidisciplinar e
Prefiro, então, listar as vantagens do meio acadê- cultural; “abrir a cabeça”, buscar inspiração e não se
mico. Além do aprendizado técnico, teórico e criativo, restringir somente às referências de outros designers;
um dos melhores aspectos da Universidade é a convi- buscar suas linguagens próprias; saber a hora de ousar
vência com outros alunos, designers e professores. É e a hora de atender às necessidades de um determina-
um bom momento também para experimentações, de- do projeto... ou seja, é informação suficiente para
senvolvimento de técnicas e troca intensa de informa- superlotar o cérebro. O caminho é bem por aí mesmo,
ção. Infelizmente, acho que as instituições ainda têm afinal, saber não ocupa espaço.
muito que evoluir, muito mesmo, o que é mais uma pro-
va de que devem ser encaradas pelo aluno apenas
como um primeiro passo numa evolução que precisa
ser constante.
:: Guilherme Borchert
Analisando o lado de quem decide não optar pelo editor do site Eyepunch
45
debate
Com certeza a formação acadêmica é fundamen- Passaram-se alguns anos e hoje temos uma certa
tal. A partir da popularização dos programas padronização das máquinas que são vendidas e, ain-
WYSWYG, a produção de sites tornou-se uma tarefa da, a internet por cabo ou similar, que torna a relação
bem menos complexa. com a grande rede bem mais ágil e agradável para
Antes dessas soluções era preciso saber escre- todos os usuários. Configurações similares restrin-
ver seu próprio código html e testar o resultado gem bastante as variáveis na hora de construir um
numa janela de navegador. Esse processo era demora- projeto para internet.
do e os resultados tinham lá suas limitações. O Flash Com isso, o que observamos hoje é uma diferen-
ainda não era padrão e não podia ser usado como so- ça grande de resultados entre os projetos de quem
lução nem pra banners e imagens de destaque no possui formação acadêmica e os de quem não a pos-
site, nos obrigando a usar o bom e velho gif anima- sui, justamente naquilo que os designers fazem me-
do. Além disso, era preciso prever as mais diversas lhor: criar conceitos.
resoluções de monitor, levar em conta que a internet O que observo nos projetos dos autodidatas e
caminhava a pífios 28Kbps, o que restringia ainda entusiastas da produção web é que muitas vezes
mais as soluções possíveis. seus projetos até podem funcionar, mas são vazios
de conceito. Não passaram pelas etapas do proces-
so criativo como é ensinado na escola, e o resulta-
do é pobre.
O método projetual, como é ensinado nas uni-
versidades, é fundamental para quem pretende en-
frentar o mercado de trabalho com competência e
capacidade de inovar. Sem a metodologia, a teoria e
a experiência acadêmica, estaremos fadados a repetir
as velhas fórmulas, ao invés de desenvolver soluções
criativas e funcionais para cada cliente que decide
investir seu dinheiro na internet.
:: Sérgio Barbará
sócio-diretor da Pura Comunicação
www.puracomunicacao.com.br
46
debate
É essencial para a formação de conceitos, interação
do trabalho em equipe e visão geral de negócios.
Na faculdade você estuda matérias que enrique-
cem seu repertório e lhe preparam para uma carreira
profissional, você estabelece conceitos e estuda disci-
plinas importantes como: história da arte, história do
design, estudo de cores, tipografia, análise de sites,
direção de arte, direito autoral, além das aulas técni-
cas, que servem de ferramentas para você colocar em
prática os seus conceitos.
O acompanhamento e a vivência com os professo-
res são essenciais quando você está num curso que
lhe interessa. De nada adianta você entrar na faculda-
de só para buscar um diploma sem explorar ao máxi-
mo o que os profissionais de lá têm para oferecer.
Com a formação acadêmica você consegue defen-
der seus projetos embasando-se nos conceitos que
você aprendeu como designer, unindo funcionalidade
e estética.
Um dos fatores muito importantes relacionados à
formação acadêmica é que você também pode buscar
por cursos de especialização na sua área, entre diver-
sos segmentos do design dentro e fora do Brasil, atra-
vés da pós-graduação. Você também troca experiênci-
as relacionando-se com os mais diversos campos de
atuação profissional e, assim, abre uma gama de refe-
rências para suas criações, conhece pessoas importan-
tes e participa de palestras e seminários com profissi-
onais do mercado. A faculdade lhe mostra o caminho e
cabe a você buscar os seus diferenciais.
A minha formação acadêmica foi importante para
focar meu trabalho no design estratégico, que é a
metodologia mais usada em minha empresa.
47
Encontro de Web Design
9 o Encontro de
Web Design
2 0 0 4
Quem trabalha com web sabe que, Josh On, da futurefarmers.com; Crystal
desde 1999, existe uma maneira mais Waters, autora do best seller Web: Con-
fácil, interessante e gostosa para apren- cepção e Design, Edward Pak, criador do
der e encontrar os melhores profissio- site do canal de tv a cabo Fox, Suzana
nais e professores do mercado, fora de Apelbaum, da Click, Luli Radfahrer,
universidades e cursos. Michel Lent, entre outros.
O Encontro de Webdesign, promo- Este ano, em sua 9ª edição, o even-
vido pela Arteccom, reúne todo semes- to passa a ser itinerante, para ajudar
tre mais de 1.000 estudantes e estudio- muitos designers que ainda não tiveram
sos interessados nas mais novas técni- a oportunidade de participar. Começa na
cas, ferramentas e teorias sobre design cidade do Rio de Janeiro, no dia 3 de
para internet. As palestras são sempre abril, segue para Belo Horizonte, Porto
ministradas pelos nomes mais requisita- Alegre, Brasília e Salvador, em julho
dos do ramo, nacionais e internacionais. (dias ainda não definidos) e termina no
Ao longo desses anos de sucesso, dia 27 de novembro, em São Paulo.
já passaram pelo Encontro de Web A troca de informações sobre o po-
Design: Mauro Alencar, Marcello Póvoa, tencial da internet e a vital importância
“Lá aprendi uma gama de coisas que eu utilizo nos meus sites...
descoberta de novas maneiras de se co-
municar com o usuário, trabalhando
com interfaces e navegação e, para isso,
o intercâmbio de idéias torna-se funda-
mental. Quanto maior for o número de
informações a que esse profissional, ou
futuro profissional, tiver acesso, mais
expositores, tudo
estava excelente!”
Marcia Gerbassi, FINEP
49
Encontro de Web Design
:: Retorno no investimento: Por que os clientes devem pagar por nossos projetos?
Design começa com estratégia: as razões pelas quais um projeto de mídia interativa
tem (ou não) sucesso real e mensurável na percepção do cliente — e seu negócio, no
final das contas, porque uma empresa deve nos contratar e conseqüemente fazer um
investimento.
Marcello Povoa, sócio-diretor da MPP Solutions
51
Cores seguras
tutorial
na web
Algum cliente já lhe pediu para A numeração decimal (base 10) trabalha com valo-
res de 0 a 9; já a numeração hexadecimal, trabalha com
preencher o plano de fundo do seu
valores de 0 a 9 e de A a F, totalizando 16 valores.
site com a cor de morango amassado?
Decimal
Pois é! Seria interessante, neste caso, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 = 10 valores
pedir ao seu cliente que tentasse Hexadecimal
0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A, B, C, D, E, F = 16 valores
escolher uma das 216 cores seguras
As figuras abaixo ilustram melhor o caso e ainda
utilizadas quando construímos
disponibilizam mais combinações:
páginas na web. É algo semelhante a
Veja a mistura de tons de
escolhermos a cor do nosso novo vermelho com azul, dando
origem ao magenta.
forro de sofá utilizando um
mostruário. Mas que paleta é esta?
Cores seguras, o que é isso? Calma,
vamos por partes.
Na web trabalhamos com cores aditivas. As cores
aditivas trabalham com uma combinação de luzes
Selecionando no menu window a
através de fósforos vermelhos, verdes e azuis. Assim opção color mixer, você pode criar
52
tutorial
“Então, Gustavo, se eu desejar trabalhar com Agora desenhe um retângulo com uma cor qual-
ABCDEF ou 123456 como valor de cor no meu site, eu quer de preenchimento e no inspetor de proprieda-
posso?” des clique na opção fill color.
Não é o ideal L! Infelizmente assim como temos
problemas com fontes na internet, pois nem todos os
computadores possuem aquelas fontes maravilhosas
que vêm no CD do Corel Draw ou de qualquer outra
ferramenta, também possuímos este tipo de proble-
ma com cores, pois nem todos os sistemas e seus na-
vegadores reconhecem as cores da mesma forma.
Portanto, devemos ter cautela na utilização da pale- Observe que todas as 216 cores são, na verdade,
ta de cores, pois a cor pode ser vista de uma forma uma combinação de valores hexadecimais 00 33 66
em um MAC, outra no PC (Windows) e uma outra no 99 CC FF. Ou seja, criando uma combinação destes
PC (LINUX). tons, você sempre terá uma cor segura para trabalhar
Destes 256 valores utilizados no RGB, normal- nos seus projetos.
mente trabalhamos com 216 cores e existem 40 adi- Cuidado! Nem todas as imagens e fotos que você
cionais que diferem de plataforma para plataforma e for utilizar em seu site devem estar, necessariamen-
normalmente são utilizadas pelo sistema operacional. te, dentro destes valores de cores seguras. Normal-
- “Ótimo! Mas como eu sei quais são as 216 cores mente as cores seguras são utilizadas para a
seguras para a web?” Muito simples. Vamos ver na codificação HTML (cores com valores hexadecimais,
prática: abra o Flash e selecione no menu window a como links e cores de fundo) e imagens com cores
opção color swatches. Selecione o menu deste painel sólidas. Evite utilizar esta paleta em fotos e imagens
e escolha a opção web 216. Pronto, estas são as 216 com efeitos gradientes.
cores seguras. Um bom livro no qual você poderá encontrar mais
informações sobre o assunto é Projetando Gráficos na
Web.3 , escrito por Lynda Weinman. Não esqueça de
avisar ao seu cliente, que o morango amassado, pode
se transformar em “cor de burro quando foge”.
53
interface
Marcello Póvoa
Criou a MPP Solutions, empresa de consultoria estratégica, criação e desenvolvimento em
mídia interativa. Foi Diretor da Globo.com e da IconMediaLab (Nova Iorque) com inúmeros
projetos premiados internacionalmente. Possui Masters of Science in Communications Design
pelo Pratt Institute (NY) e MBA em Administração pela Coppead, UFRJ. É autor do livro
“Anatomia da Internet” (Casa da Palavra).
mpovoa@mppsolutions.com
As Redes Sensoriais
Wal-Mart sinaliza a revolução que vai fazer a internet se multiplicar aos bilhões
Formigas
Um formigueiro é composto por milhões de unidades, leia-se formigas, po-
rém cada uma com uma capacidade bastante limitada de realizar tarefas. Uma
formiga não possui muitas capacidades, executando um número restrito de ações
de orientação, alimentação, defesa, etc. Apesar de “processar” poucas informa-
ções, as formigas trocam dados sobre suas tarefas com suas vizinhas, formando
uma grande rede. Esta interação de milhões de unidades, resulta no entanto em
uma sistema ágil, eficiente e inteligente, que faz do formigueiro como um todo
um sistema sofisticado, com alta capacidade de reprodução, modificação e sobre-
vivência – apesar da simplicidade de cada formiga individualmente.
A idéia
Agora imagine um pequeno computador, do tamanho de um grão, com capa-
cidade de processamento limitada, mas o suficiente para realizar apenas umas
duas ou três tarefas, como por exemplo detectar temperatura, movimento e lo-
calização. Agora imagine dezenas, centenas ou mesmo milhares destes minúscu-
los computadores se comunicando de forma “wireless” (sem fios), passando in-
formação a seus vizinhos, todos entre si formando uma rede. Ao mesmo tempo
um centro de controle, com um poderoso e sofisticado computador fora daque-
le espaço, monitorando a interação desta rede, colhendo suas informações e
chegando a conclusões e ações relevantes – que gerem decisões inteligentes.
Este conceito tem sido chamado de “redes sensoriais” e, apesar de estar ain-
da em fases iniciais, não tem nada de ficção científica. As redes sensorias tem
aplicações altamente práticas e já estão sendo testadas ou usadas por empresas
de diversos setores — e mesmo por militares.
Na real
A revolução dos sensores esta começando com por exemplo, redes de varejo
usando minúsculas placas na embalagem de seus produtos nos centros de distribui-
ção (depósitos). Estas pequeninas placas são uma evolução do famoso “código de
barras”, e que agora respondem a frequências de rádio, num sistema chamado de
RFID (Radio Frequency Identification). Assim, o inventório e logística do estoque
pode ser controlado em tempo real, tanto nos CDs (Centros de Distribuição) como no
deslocamento dos produtos até os pontos de venda. Mais que isso, o produto pode
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interface
“As redes sensorias prometem uma expansão da
internet em proporções impensáveis com simples e
minusculos computadores”
ser monitorado durante e após a compra, revelando in- fins militares, para controle dos movimentos de tropas
formações preciosas sobre os hábitos do consumidor. e veículos.
Um sistema como esse não só pode prover informações Desafios
de marketing de varejo valiosas, como aumentar a efi- As redes sensorias despontam naturalmente
ciência do controle de estoque, ao mesmo tempo redu- questões conceituais como a invasão da privacidade,
zindo custos significativamente. e questões técnicas como suprimento de energia
A prova pragmática desses benefícios é que o para os sensores (baterias que devem durar anos) e
Wal-Mart , a maior empresa e rede de varejo do plane- software e hardware em escala micro. A Intel tem um
ta, anunciou recentemente que seus fornecedores de- projeto junto a Universidade da Califórnia em Berkley
verão estar compatíveis com o sistema RFID até 2005. para o desenvolvimento de um sistema operacional
Tudo leva a crer que esta sinalização da Wal-Mart que funciona com menos de 8kbytes de memória.
ao mercado é o começo da proliferação massiva de Nas últimas décadas toda a correria competitiva
pelo menos uma das aplicações das redes sensoriais. tem sido por alguns computadores mais e mais sofis-
Qualquer empresa que lide com estoque pode usar o ticados e poderosos. Nos próximos anos, a competi-
sistema, e mesmo animais vivos podem ser controla- ção também será por computadores extremamente
dos via sensores com RFID (pecuária, granjas etc.). simples e minúsculos — e reproduzidos aos bilhões.
Se os sensores forem ligeiramente mais capazes As redes sensorias prometem uma expansão da
em sofware e com uma pequena força computa- internet em proporções impensáveis. A rede pode,
cional, as aplicações das redes sensorias são ainda em última instância, cobrir todos os ambientes do
mais promissoras. Podemos ter prédios controlados planeta com simples e minúsculos computadores que
por sensores distribuídos por sua estrutura, recebem, processam e transmitem dados. Quando
monitorando temperatura, sistema hi- pensamos que estamos atingindo alguma
dráulico, circulações etc. maturidade, percebemos que estamos
Áreas inteiras podem ser moni- apenas engatinhando...
toradas tendo sensores espallhados
pela geografia, permitindo uma
coleção e monitoramento da
informação com fins de
por exemplo, um saudá-
vel controle do ecosis-
tema — ou mesmo para
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webwriting
Marcela Catunda
Trabalhou nas redes Bandeirantes, TV Gazeta, Manchete e
Globo. Foi redatora da DM9DDB e supervisora de criação de
mídia interativa da Publicis Salles Norton.
marcelacatunda@terra.com.br
www.ondetemisso.com.br?
– Olha, o processo é bem simples: a ração seca é feita com uma máquina
chamada expansor ou extrusor. Primeiro, as matérias-primas são misturadas, al-
gumas vezes são dosadas manualmente, outras vezes com auxílio de um compu-
tador, de acordo com uma receita desenvolvida pelos nutricionistas. Essa mistura
é colocada no expansor e lhe é adicionado vapor ou água quente. A mistura fica
sujeita ao vapor, à pressão e à alta temperatura, para assim sofrer a extrusão. Ela
é “extrudida”, como uma pipoca, através de moldes que definem o formato do
produto final. Entendeu? – diz o cliente.
Se eu entendi? Não. “Nadica de nada”, mas não posso dizer isso para o senhor.
– Então, agora, a Catunda toca o “job”. Valeu, Catunda! – diz meu
interlocutor retirando-me da sala.
E lá estou eu, com uma pilha de embalagens de ração e uma incumbência:
criar para o site do cliente o texto da área “Nosso processo de fabricação”. Vinte
minutos, contados no relógio, se passaram após a reunião, e tudo de que consigo
lembrar é que não como ração.
O que fazer? Os atores fazem “laboratório” para vivenciarem seus persona-
gens. Será que eu teria que viver como um cachorro por alguns dias para poder
entender o processo de fabricação da ração? Mas que diabos, nem o consumidor
final (os cães, nesse caso) se importam com isso....
Algum tempo depois...
Depois de tentar mudar o nome do link de “nosso processo de fabricação”
para: “sabores mágicos”, “receitas auau”, “a gente faz assim e não assado”, e
mais outras atrocidades, desisto de mudar o nome do link e foco no texto.
No dia seguinte...
Depois de passar a noite inteira sonhando com o Beto Carreiro e seus
poodles amestrados, tenho a mais brilhante idéia do planeta: buscar informações
na internet, ou seja, pesquisar.
De repente lá estavam eles em profusão, milhares de links sobre os zilhões
de processos de fabricação de rações, fotos das máquinas, tabelas de calorias,
depoimentos de especialistas e o melhor de tudo: uma entrevista com o diretor
da empresa (isso mesmo, o cliente) explicando tintim por tintim o tal processo de
fabricação da ração. Muito mais do que minha mão frenética poderia anotar nos
poucos minutos de reunião.
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webwriting
“A Internet me dá caminhos e eu a
alimento com mais um. É assim!
Uma troca quase que imediata”
Nossa! Foram horas de pesquisa, mas cada mi- super www.google.com. Ouço rádios do mundo inteiro
nuto valeu a pena. Peneira aqui, estuda ali, analisa cá no www.radios.com.br. Faço ginástica enquanto nave-
e pronto, entro com minhas idéias, as informações go nos links das lojas de produtos esportivos. Encontro
passadas pelo cliente e em pouco tempo meu texto amigos no www.messenger.com, os mais antigos no
tinha muitas palavras, milhares de toques e mais de www.icq.com e assim vou achando tudo: caminhos, in-
duas laudas. formações, sons e amigos.
Diagramei, revisei, coloquei cores, fotos, gráficos Esse treco é muito bom! Hoje não faço mais nada
de crescimento da fabricação de rações, consumo no sem pesquisar muito, horas e horas. Sempre acho o
Brasil, etc... Amei! Aliás, eu e o cliente. (Amamos). que quero e um pouco mais.
Então tá, então! A pesquisa me ajuda a entender o meu “job” e
O trabalho foi um sucesso e acabamos ganhando um “job” bem-feito me ajuda a conquistar clientes.
todas as outras áreas. Algum tempo depois fizemos o A internet me dá caminhos e eu a alimento com
novo site da marca e mais um bando de mais um. Agora, quem entrar na
coisas. internet pesqui-sando o processo de
www.viciadanumapesquisa.com fabricação de rações vai encontrar lá
Depois que descobri os mecanis- o meu link. É assim! Uma troca qua-
mos de busca espalhados pela rede se que imediata.
não consigo ir ali sem acionar um Se eu continuo sonhando
www.apontador.com.br. Saio atrás com o Beto Carreiro? Eu não.
de informações e acho tudo no Ninguém merece!
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marketing
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marketing
“Como você gerencia expectativas?
Jamais prometendo o impossível e sempre
indo além da expectativa criada”
que podemos fazer é levá-la em conta, gerenciá-la, e se um “fale conosco” só funciona se houver alguém que
possível surpreendê-la positivamente. responda. Mas aí já é tarde demais, simplesmente
Um memorável chefe meu dizia: o mais impor- não funciona tão bem como... o Google (outro
tante é gerenciar expectativas. Como você gerencia inflacionador genial de expectativas).
expectativas? Jamais prometendo o impossível e Um vendedor de soluções interativas que diz
sempre indo além da expectativa criada. “Claro! O site pode ter um chat para os clientes VIP,
Gerenciar expectativas não diz respeito apenas claro que sim” pode até fechar o negócio mais rápido,
ao cliente final. Em todo o processo de se construir mas depois vai ter muito que explicar na hora de
produtos interativos, é fundamental que esteja sem- manter o orçamento e, sobretudo, na hora de entre-
pre claro o que se espera de cada um. gar o produto no prazo.
Um layout irresponsável no Photoshop, com lin- Meu conselho: tenha sempre certeza do que
dos botões de “busca” e “fale conosco” podem passar você promete, e entenda o melhor possível aquilo
batido no processo até a hora em que o site vai pro ar, que teu cliente espera. Deixar para descobrir só na
e então se desco- hora H, no clique do mouse, é um risco insano: você
bre que uma boa estende a mão, eles querem o braço, não dá pé e por
busca é um pro- fim... cabeças rolam.
jeto complexo e No digimundo, quem te alcança sempre
custoso, e que espera alguma coisa ;)
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tecnologia
Abel Reis
Vice-presidente de Tecnologia e Projetos da AgênciaClick, atua há doze anos no
projeto de soluções de mídia interativa. Mestre em Engenharia de Sistemas e
Computação pela COPPE/UFRJ, foi professor do Departamento de Informática da
PUC-RJ de 1988 a 1993. Foi indicado por três anos consecutivos (2000, 2001 e 2002)
pela InfoExame como um dos cinqüenta profissionais de TI mais influentes do Brasil.
atreis@agenciaclick.com.br
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tecnologia
“Muitos desentendimentos entre contratados e
contratantes decorrem de uma visão errada de
que prazo é um alvo fixo. Infelizmente, não é”
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webdesign
Luli Radfahrer
PhD em Comunicação Digital, já dirigiu a divisão internet de algumas das maiores
agências de propaganda e alguns dos maiores portais do Brasil. Hoje é Professor-
Doutor da ECA-USP, Diretor Associado do Museu de Arte Contemporânea e consultor
independente. É autor do livro design/web/design:2 e administrador de uma
comunidade de difusão do conhecimento digital pelo país.
webdesign@luli.com.br
Ilusões
de como construimos o real e, portanto, não podemos acreditar nele
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webdesign
“quando bater o desânimo, pense em Shakespeare:
ele também tinha deadlines e propostas irreais.
Mesmo assim, cada verso da sua obra é um espetáculo”
swing no Taj Mahal do Jorge Benjor, ninguém poderá um tempo em um emprego bem sem graça para acu-
levar aquele teteretê a sério como descrição de cos- mular um capital. Se, ao contrário disto, design for par-
tumes indianos. te da sua vida, sugiro reconsiderar: a pressa passa, seu
Mas o que é realmente importante para os portfólio fica. E dizer “ganhei uma bala para fazer essa
artesãos de ilusões (gostou? Tem bem mais charme m…” não vai impressionar ninguém.
que dizáiner , não?) é saber diferenciar a imagem da Por isso, quando bater o desânimo, pense em
realidade e, portanto, saber discernir o que deve ser Shakespeare: ele também tinha deadlines (acredito
mostrado e o que deve ser acreditado. Como trafican- que bem mais mortais que as suas), briefings (não
te de falsos cenários, o profissional não pode ser vi- acredito que o Rei Henrique IV fosse um tema espon-
ciado neles, muito menos dependente deles. tâneo) e propostas irreais (não se tem notícia que ele
Falar é fácil. Com os prazos apertados, a falta de tenha viajado para o Novo Mundo para escrever Tem-
boas referências e gosto dos clientes inversamente pro- pestade). Mesmo assim, cada verso da sua gigantes-
porcional a seu poder de decisão, pensar em cenários ca obra é um espetáculo, a ponto do crítico literário
parece tão irreal quanto fazer uma crítica da Nouvelle Harold Bloom compará-la a uma Escritura sagrada.
Cuisine em um restaurante por quilo. Não poderia ser Acredito que ele será mais lembrado pelas futuras
mais verdade, mas pense: por que você trabalha? Se o gerações que George Soros. Ou Bill Gates. Ou Lênin.
dinheiro for a resposta, a profissão talvez seja errada – Citando o homem, “nós somos a matéria da qual
talvez, como o camara- os sonhos são feitos, e nossa pequena vida, rodeada
da Nikolay, você por um grande sono”. Não crer nisso, num ambiente
deva passar em que a estética anoréxica da moda feminina é
ditada por estilistas gays, só pode ser uma
infantilidade da razão. Para a sua próxima
peça, pense no que Caetano diz em Outro Re-
trato : “Minha música vem da música da poe-
sia de um poeta João que não gosta de músi-
ca. Minha poesia vem da poesia da música
de um João músico que não gosta de po-
esia”. E faça diferente. Para
fazer a diferença.
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IFD Comunicação
A ajuda que todo webdesigner precisa
Toda sabedoria MX em um único lugar
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