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FEDERAÇÃO PORTUGUESA ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL

DE FUTEBOL DE VILA REAL

Curso de Treinadores de Futsal Nível - I

CAPACIDADES MOTORAS

A FORÇA ADAPTADA AO FUTSAL

Caderno de Exercícios

Formador: Renato Costa Vila Real 2009


A Capacidade motora Força
adaptada à modalidade Futsal
Definição

É a habilidade no combate ao adversário, na desaceleração e no


alternar rapidamente de direcção, como um bloco entre o adversário e
o contraste (Vermeil e Helland, 1997).

Importância

O trabalho de força é essencial para se atingirem elevados


desempenhos durante a competição (Tenhonen y col., 1994).

Formador: Renato Costa (Valcosta1@sapo.pt) 966133569 – 937670678


O Treino de Força permite

Um desenvolvimento global de todos os grupos musculares,


considerando-os como um todo;

Aumentar a capacidade de força ou assegurar a sua conservação em


relação às diferentes fases do jogo;

Educar o organismo às exigências de uma modalidade como o Futsal.

O TREINO DE FORÇA DEVE ESTAR ORIENTADO PARA


AS NECESSIDADES ESPECÍFICAS DE JOGO

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Quais são as necessidades específicas do
Futsal relativamente à Força?

 Arranques;
 Remates;
 Travagens;
 Mudanças de direcção;
 Acelerações;
 Mudanças de sentido.

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Tipos de manifestação de Força

Força

Máxima Explosiva Resistente

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FORÇA MÁXIMA ou ÚTIL
É a capacidade que um músculo ou grupo muscular tem em realizar
tensões máximas.

O objectivo de qualquer programa de treino de força é optimizar a


transferência do trabalho realizado durante as sessões para o campo
(Hoffman e Hamilton, 2002).

Neste sentido, a prioridade do trabalho é desenvolver índices óptimos de


Força superável e não valores máximos, uma vez que os atletas apenas
aplicam percentagens dessa força durante a realização das habilidades
motoras (González-Badillo, 2001).
Daí o conceito de Força Útil, expressar a quantidade de força aplicada
num determinado gesto motor, já que os atletas apenas aplicam força num
determinado tempo e segundo uma determinada velocidade (González-
Badillo e Gorostiaga, 1999).

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FORÇA EXPLOSIVA ou RÁPIDA
É a relação entre a força expressa e o tempo necessário para alcançar
essa expressão.
Esta assume maior relevo para a esmagadora maioria das modalidades
desportivas, especialmente para as denominadas de força-velocidade
(Verkhoshansky, 1990).
Força Elástico – Explosiva: A componente elástica ao nível da
musculatura assume uma importância maior do que a capacidade
contráctil. A Força explosiva sem pré-estiramento depende
fundamentalmente da capacidade contráctil dos músculos e da
capacidade de recrutamento e sincronização das unidades motoras.
Deste modo, o que se pretende é activar o maior número de unidades
motoras e o mais rápido possível (Manso, 1999).
Força Elástico – Explosiva – Reactiva: é muito semelhante à anterior,
embora acrescente uma facilitação neural importante como é o caso do
reflexo miotático (Cometti, 1998).

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FORÇA RESISTENTE

É a capacidade de o organismo resistir à fadiga.

Investigadores na área do treino da força são unânimes em afirmar


que o treino da força resistente é muito específico em cada
modalidade, dificultando logo à partida a sua definição (Manso, 1999).

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Como melhorar a Força Máxima
Cada modalidade assume características muito próprias, fazendo com
que o trabalho de força máxima não tenha a mesma importância em
todas as modalidades atléticas. Os ganhos de força máxima são
conseguidos por duas transformações chaves: aumento de massa
muscular (hipertrofia) e adaptações neurais (Força) (Cometti, 1998).

Este tipo de trabalho não é realizado no pavilhão, é realizado na sala


de musculação.

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Método Concêntrico Hipertrofia Força

Intensidade da carga 70% a 90% de 1 RM 85% a 100% de 1 RM


externa
Repetições em cada série 8 a 12 1a6

N.º de séries 3a5 4a8

Descanso entre séries 2 a 5 minutos 3 a 5 minutos

Velocidade de execução Máxima ou média alta Máxima

Tipo de esforço Maior n.º de repetições Maior n.º de repetições


por série por série

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Notas importantes para este tipo de trabalho

Hipertrofia Força

• É adequado em principiantes • Não deve ser aplicada a


se o número de repetições atletas principiantes;
não for o máximo possível; • Se não houver uma
• A tensão máxima só é preparação adequada, corre-
atingida nas últimas se o risco de provocar lesão;
repetições; • Deve combinar-se sempre
• Se não quisermos aumentar com outros métodos que
de peso, este método não é o utilizem cargas ligeiras ou
mais adequado; médias.
• Constitui um método de
treino básico de força.
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Como melhorar a Força Explosiva
Os exercícios escolhidos devem ser executados à máxima velocidade
possível, estimulando o sistema nervoso.

Isto significa que, os exercícios explosivos determinam a capacidade


dos atletas gerarem elevadas taxas de produção de força, oferecendo-
lhes condições para aumentarem a sua capacidade de produzir
consideráveis níveis de força num espaço de tempo reduzido
(González-Badillo e Gorostiaga, 1999).

Este tipo de trabalho deve ser realizado preferencialmente no pavilhão,


no entanto, também pode ser desenvolvido na sala de musculação.

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Sala de Musculação

Método dos esforços Método excêntrico-


Força Explosiva
dinâmicos concêntrico explosivo

Intensidade da carga
30% a 70% de 1 RM 70% a 90% de 1 RM
externa
Repetições em cada série 1a8 6a8

N.º de séries 3a6 3a5

Descanso entre séries 1 a 8 minutos 3 a 5 minutos

Velocidade de execução Máxima explosiva Máxima explosiva

Maior n.º de repetições


Tipo de esforço ---
por série

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Notas importantes para este tipo de trabalho explosivo

Método excêntrico-concêntrico
Método dos esforços dinâmicos
explosivo

• Não deve ser executado em • Caracteriza-se pelo


situação de fadiga para se movimento descendente e
evitar a hipertrofia; ascendente da carga;
• Deve-se combinar o número • Não deve ser aplicado a
de repetições com a carga, de atletas principiantes;
modo a obter-se a máxima • Tem de haver uma
potência. preparação adequada para
evitar o risco de lesão.

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No trabalho de Força explosiva realizado no Pavilhão, existem
preocupações centrais que não podem ser esquecidas.

Os exercícios escolhidos têm de ser ajustados ao tipo de esforço que


queremos desenvolver (intensidade-duração) e adaptados em função
do modelo de jogo adoptado (periodização táctica).

Desta forma, pode-se encarar este tipo de trabalho em três


perspectivas:
 Com base no modelo de jogo;
 Treino em circuito;
 Mistura dos dois anteriores.

De seguida vão ser transmitidos exemplos para cada uma das


perspectivas anteriormente referidas. Os exercícios propostos têm em
conta que temos à disposição 12 jogadores de campo e 2 GR:

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Exercício 1 e 2

Em regime de força explosiva


desenvolver: Apoio ofensivo;
Objectivos movimentação sem bola; técnica
e táctica individual; simulações;
finalização (remate).

Intensidade Máxima.

Duração Ex. 1 e 2 – 12 minutos.

Ex. 1 – 3 séries de 6x30 segundos;


Frequência
Ex. 2 – 3 séries de 3 minutos cada.

Recuperação Ex. 1 e 2 – 1m entre cada série.

Ex. 1 – durante os 30s é 1x1 constante. Após os 30s, os pivôs passam para apoios
laterais, os apoios laterais passam para o 1x1 e os jogadores que estavam no 1x1
vão para pivôs.
Descrição
Ex. 2 – Se existir golo continua 1x1, se falhar golo, defesa passa para atacante e quem
vai para defesa é o jogador que passou a bola.
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Exercício 3

Objectivos Desenvolver força explosiva.

Intensidade Máxima.

3 séries;
Frequência
3 repetições em cada estação.

Recuperaç 1 minuto entre estações;


ão 3 minutos entre séries.

Em cada estação estão 3 atletas. Os jogadores só arrancam quando o colega


terminar.
Estação 1 – Deslocamentos laterais à frente e com saltos a pés juntos; Estação
Descrição 2 – Salto de barreiras, com vaivém à retaguarda; Estação – 3 Vaivém e
contorna vermelho; Estação 4 – Contorna e vaivém azul, com
deslocamentos laterais à retaguarda.
GR – realizam trabalho específico.
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Exercício 4 e 5

Em regime de força explosiva


Objectivos desenvolver: situações de
transição defesa-ataque.

Descrição Após circuito 1x1; ou 2x0; ou 2x1.

Intensidade Máxima.

Frequência 3 séries de 6 repetições.

Recuperação 3 minutos entre séries.

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Proposta de trabalho
 Divisão em quatro grupos
 Tarefas: elaborar em regime de força explosiva
 1º grupo – Circulação ofensiva;
 2º grupo – Transições defesa-ataque;
 3º grupo – Transições ataque-defesa;
 4º grupo – Finalização.

10 MINUTOS
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Como melhorar a Força Resistente

O mais importante neste tipo de trabalho em termos de aplicação de


força do atleta durante a competição, será manter níveis óptimos
nessa mesma competição (Manso, 1999).

Este tipo de trabalho deve ser realizado preferencialmente no pavilhão,


no entanto, também pode ser desenvolvido na sala de musculação.

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Sala de Musculação

Resistência à força
Força Resistente Extensivo por intervalos
rápida
Intensidade da carga 30% a 70% de 1 RM 30% a 40% de 1 RM
externa

Repetições em cada série 8 a 20 > 20

N.º de séries 3a5 3a5

Descanso entre séries 60 a 90 segundos 30 a 60 segundos

Velocidade de execução Explosiva Mais lenta e menos


explosiva

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Notas importantes para este tipo de trabalho

Resistência à força rápida Extensivo por intervalos

• Não há problemas se for executado • É o melhor método de iniciação


em situação de fadiga, uma vez que para qualquer jogador que nunca
se pretende manter a força rápida e tenha realizado musculação;
a velocidade de execução pelo
maior número de repetições • Por norma, a sua aplicabilidade
possível; apenas diz respeito às modalidades
com aplicação débil de força, onde
• Deve adaptar-se a carga, de modo a o ritmo de execução é mais lento e
que seja possível manter uma menos explosivo.
velocidade de execução explosiva.

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No trabalho de Força resistente realizado no Pavilhão, devemos ter em
conta que os exercícios escolhidos têm de ser ajustados ao tipo de
esforço que queremos desenvolver (intensidade-duração) e adaptados
em função do modelo de jogo concebido (periodização táctica).

Neste sentido, pode-se encarar este tipo de trabalho, tal como no


regime de força explosiva, em três perspectivas:

 Com base no modelo de jogo;


 Treino em circuito;
 Mistura dos dois anteriores.

De seguida vão ser transmitidos exemplos para cada uma das


perspectivas anteriormente referidas. Os exercícios propostos têm em
conta que temos à disposição 12 jogadores de campo e 2 GR:

Formador: Renato Costa (Valcosta1@sapo.pt) 966133569 – 937670678


Exercício 1 e 2

Em regime de força resistente


desenvolver: princípios
Objectivos
fundamentais de jogo ofensivos
e defensivos.

Intensidade Sub-máxima.

Duração Ex. 1 e 2 – 15 minutos.

Ex. 1 – 3 jogos de 4 minutos;


Frequência Ex. 2 – 3 séries de 4 minutos
cada.

Ex. 1 e 2 – 1`30`` entre cada


Recuperação
série.

Ex. 1 – Gr + 3x3 + Gr.


Descrição
Ex. 2 – 3x3. com três balizas. As equipas atacam apenas uma cor, após golo trocam a cor
da baliza que estão a atacar.

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Exercício 3

Em regime de força resistente


Objectivos desenvolver os principais
grupos musculares.

Intensidade Média alta.

Duração 16 minutos.

2 séries;
Frequência
30 segundos cada exercício.

30 segundos entre exercícios e


Recuperação
série.

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Exercício 4 e 5

Em regime de força resistente


desenvolver: princípios
Objectivos
fundamentais de jogo
ofensivos e defensivos.

Intensidade Média alta.

Duração 16 minutos.

3 jogos;
Frequência
Cada jogo 4 minutos.

Recuperação 2 minutos entre cada jogo.

Exercício 4 – Após o apito do treinador, cada jogador tem de dar cinco saltos e voltar o
mais rápido possível para o jogo.
Descrição
Exercício 5 – Após o apito do árbitro, cada jogador tem de tocar com a mão na linha
lateral mais distante e voltar o mais rápido possível para o jogo.

A equipa que está de fora, está a efectuar um trabalho de reforço muscular muito
Nota
semelhante ao exercício 3 proposto anteriormente.

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Proposta de trabalho
 Divisão em quatro grupos
 Tarefas: elaborar em regime de força resistente
 1º grupo – Saídas de pressão;
 2º grupo – Ataque organizado;
 3º grupo – Organização defensiva;
 4º grupo – Finalização.

10 MINUTOS
Formador: Renato Costa (Valcosta1@sapo.pt) 966133569 – 937670678
FINAL

OBRIGADO PELA
VOSSA ATENÇÃO

Formador: Renato Costa (Valcosta1@sapo.pt) 966133569 – 937670678

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