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01.01 - Moleiros
01.01 - Moleiros
Antnio Torrado
escreveu e Cristina Malaquias ilustrou
1 de Janeiro Dia Mundial da Paz
Carvoeiros e moleiros pararam na estrada, enfrentando-se com ar de poucos amigos. Quem est sujo, quem no est sujo, o certo que, depois de algumas ms palavras trocadas em despique, os dois midos engalfinharam-se zaragata. E os pais atrs deles. Mos que ameaam, murros que se cruzam, joelhadas que fervem, e os que estavam brancos ficaram manchados de preto e os que estavam pretos ficaram manchados de branco. De mistura com o p da estrada, uma nuvem cinzenta cinzenta de carvo e farinha rodeou os contendores. Correu gente dos campos prximos a apart-los. No foi sem custo que os separaram, magoando-se tanto os que pediam paz como os que faziam guerra. Ento um velho de respeitveis barbas, que com os outros camponeses acudira contenda, falou assim: To tolos so os filhos como os pais. Vejam-se agora, reparem nos nossos fatos e digam se no esto mais sujos do que estavam? Realmente j se no distinguia qual o moleiro e qual o carvoeiro. Se tivessem dado um abrao, em vez de bulharem, o resultado teria sido o mesmo continuou o velho. E, realmente, porque se no ho-de abraar estes trabalhadores honrados, orgulhosos da profisso que escolheram e dos fatos de trabalho que envergam? V, dem um abrao, rapazes! Os garotos, um pouco reticentes, abraaram-se. Os homens, um pouco contravontade, abraaram-se. Ena, que sujo que eu estou! riu-se o filho do carvoeiro. 2
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No ests menos do que eu riu-se o filho do moleiro. Riram-se os filhos. Riram-se os pais. Toda a gente riu com gosto e a histria acaba aqui. E bem.
FIM
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