Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Antnio Torrado
escreveu e Cristina Malaquias ilustrou
E se ele sabe? assustou-se a Manuela, que gostava de assustar-se. Mas j tinham comido as doces tangerinas. Continuaram o caminho e logo por azar, entrada da escola, deram com o cabo Octvio, postado de sentinela. Os dois irmos, ao verem-no, esconderam-se atrs de uma rvore. E se ele descobre? assustou-se a Manuela. Cheira-nos as mos, que ainda cheiram casca das tangerinas, e prende-nos. Claro que era um exagero, uma tolice, mas quando se tem a conscincia pesada s se pensa no pior. Vamos lavar as mos ao rio lembrou o Manuel. Foram. O perfume da tangerina que no saa nem por mais uma. Temos de arranjar sabo para lavar as mos como deve ser disse o Manuel. Lavadeiras tinham deixado lenis a secar, estendidos nas pedras lisas da beira-rio. E um bocadinho de sabo. H-de ser a senhora Angelina, lavadeira disse a Manuela. Lavaram conscienciosamente as mos, muito bem ensaboadas, mas o sabo escorregou-lhes e foi ao fundo. No era grande a perda. Eles a retomarem o caminho para a escola e a verem, ao longe, a senhora Angelina, com mais uma carga de roupa para lavar. Vinha em direco a eles. Claro que a Manuela e o Manuel, por causa da histria do sabo, fugiram, sem que a lavadeira percebesse porqu. Fugiram e perderam-se. 2
APENA - APDD Cofinanciado pelo POSI e pela Presidncia do Conselho de Ministros
Quando retomaram o caminho e chegaram escola, onde j no pairava a sombra do cabo Octvio, a aula tinha comeado h que tempos. A professora ralhou-lhes pelo atraso. Ho-de dizer vossa me para passar a acordar-vos mais cedo. Os dois irmos disseram que sim. Que mais podiam eles dizer?
FIM
3
APENA - APDD Cofinanciado pelo POSI e pela Presidncia do Conselho de Ministros