Você está na página 1de 1

PAPEL DA EDUCAO NA HUMANIZAO Paulo Freire No se pode encarar a educao a no ser como um que-fazer humano.

Que-fazer, portanto, que ocorre no tempo e no espao, entre os homens, uns com os outros. Disso resulta que a considerao acerca da educao como um fenmeno humano nos envia a uma anlise, ainda que sumria, do homem. O que o homem, qual a sua posio no mundo - so perguntas que temos de fazer no momento mesmo em que nos preocupamos com educao. Se essa preocupao, em si, implica nas referidas indagaes (preocupaes tambm, no fundo), a resposta que a ela dermos encaminhar a educao para uma finalidade humanista ou no. No pode existir uma teoria pedaggica, que implica em fins e meios da ao educativa, que esteja isenta de um conceito de homem e de mundo. No h, nesse sentido, uma educao neutra. Se para uns, o homem um ser da adaptao ao mundo (tomando-se o mundo no apenas em sentido natural, mas estrutural, histricocultural), sua ao educativa, seus mtodos, seus objetivos, adequar-se-o a essa concepo. Se, para outros, o homem um ser de transformao do mundo, seu quefazer educativo segue um outro caminho. Se o encaramos como uma coisa, nossa ao educativa se processa em termos mecanicistas, do que resulta uma cada vez maior domesticao do homem. Se o encaramos como pessoa, nos s que-fazer ser cada vez mais libertador. (...)
(Paulo Freire, O papel da educao na humanizao, Revista Paz e Terra, n. 9, p. 123)

Você também pode gostar