Você está na página 1de 90

Acadêmicos:

Barbosa, Francisca Andréia, Jefferson,


Luana, Kátia.

Jun-2009
Ninguém te viu o sentimento inquieto,
Magoado, oculto e aterrador, secreto,
Que o coração te apunhalou no mundo.

Mas eu que sempre te segui os passos


Sei que cruz infernal prendeu-te os braços
E o teu suspiro como foi profundo!
Cruz e Souza
Neurose

• O constructo neurose fornece essa moldura


conceitual e classificatória que abarca a grande
sobreposição e o intercâmbio de sintomas da
série da ansiedade, da fobia, da obsessão, da
frustração, da dissociação, da somatização,
histriônicos e hipocondríacos.
• Tais sintomas oscilam e se alternam no tempo e
com freqüência, mantendo um núcleo
constante: neurose.
• CID-10 F40-F48
Neurose

• No centro de todas as neuroses, está a


angústia. Os humanos neuróticos vivem os
conflitos (humanos) fundamentais de forma
particularmente dolorosa e recorrente.
Angústia: conflitos vividos de forma dolorosa e
recorrente.
Neurose

• As neuroses se caracterizam por dificuldades e


conflitos intrapsíquicos e interpessoais que
mantêm o sofrimento, a frustração, a
angústia, o empobrecimento e a inadequação
tanto do “Eu” como das relações
interpessoais.
Neurose

Freud dividiu os transtornos emocionais (psiconeuroses em três


categorias psicopatológicas:

• Neuroses atuais
• Neuroses transferências
• Neuroses narcisistas

Muita coisa modificou substancialmente na ciência da


psicanálise e na da psiquiatria: as síndromes da psicopatologia
foram ganhando uma crescente compreensão genético-dinamica e
paralelamente os autores foram ampliando,subdividindo e
diversificando,construindo novos modelos e aumentando a
complexidade nosologica, com o DSM ou o CID.
Manifestações clínicas:

Corpo: sensoriais e
motoras

Mente: memória,
percepções...

Comportamento: Dramático,

teatral, infantil,
sedutor...
Neurose Histérica

• A neurose histérica pode ser


Conversiva
descrita por múltiplos pontos
de vistas. Dissociativa

O conceito de histeria abrange muitas modalidades e graus de quadros clínicos dentro


da categoria de “neurose histérica”, porem permite ser abordado de outros vértices,
como o de uma” personalidade histérica “ ou da presença de “traços histéricos “ em
todos as personalidades normais ou psicopatológicas.
Neurose Histérica

• A histeria é uma classe de neuroses que apresenta quadros


clínicos muito variados. Freud considerou a histeria como
uma doença psíquica bem definida e que, portanto, exige
uma etiologia específica.
Tipos de Histeria
Etiologia

• Freud observou que os sintomas físicos não possuíam causa


orgânica, sendo que a histeria é causada pela recusa do desejo
sexual que é tipicamente reprimido e se manifesta em forma de
ansiedades e traumas.
• Há psicanalistas que acrescentam que a histeria pode se
referenciar para além dos desejos sexuais.
• A cura da histeria só acontece quando o paciente, através da
associação livre, chega a uma cena traumática, causadora do
sintoma.
• Contudo, todavia, no entanto, a cena pode não acontecer
necessariamente, e pode ter sido uma criação do paciente, a
partir de desejos “proibidos”.
• A cena, real ou não, provoca uma ansiedade muito grande e a
pessoa esquece-a automaticamente, indo à somatização.
Histeria de conversão

• É o conflito psíquico que simboliza-se nos


sintomas corporais mais diversos, paroxísticos
(exemplo: crise emocional com teatralidade), ou
mais duradouros (exemplo: anestesias, paralisias
histéricas, sensação de "bola" faríngica, etc).
• O termo "conversão" é, para Freud, correlativo de
uma concepção econômica; a libido desligada da
representação recalcada é transformada em
energia de inervação. Mas o que especifica o
sintoma de conversão é a sua significação
simbólica: eles exprimem , pelo corpo,
representações recalcadas e inconscientes.
Fragmento da Análise de
um Caso de Histeria:
CASO DORA
Ida Bauer (1890)
1888 1889 1890 1892
1882
6 anos 7 anos 8 anos 10 anos

Pai sofreu de
tuberculose
Descola-
Dispnéia mento da
Nasceu Enurese
crônica retina do
Dora noturna pai (visão
(Dora)
reduzida)
Família mudou-
se para B. (Por
10 anos)
1894 1896 1898 1899
12 anos 14 anos 16 anos 17 anos

Crise
confusional do 1ª visita a
pai Freud: Março:
Princípios apendicite
do verão

Visita do pai a Cena do


Freud beijo
Outono: a
família
Fins de
deixou B. e
junho: morte
mudou-se
Enxaqueca e da tia; Em
para a cidade
tosse nervosa Viena onde ficava a
fábrica
1900 1901 1902 1905

Família
mudou-se
para Viena
Janeiro:
redação Abril: Publicação:
Ameaçou da maior última “Fragmento
da Análise
suicídio parte do visita de um caso
caso de Dora. de Histeria”
clínico
Outubro a
dezembro:
tratamento
com Freud
O quadro clínico: círculo familiar

Dora

Irmão Pai

Mãe
Tia (paterna)
psiconeurótica grave
(Modelo)

Mãe: psicose da dona- Pai sifilítico


Dora: Histérica
de-casa (antes do
casamento)

Tio (paterno)
hipocondríaco
Anti- Tosse Idéias
Dispnéia
social
Depressão Enxaqueca Afonia suicidas [?]
nervosa
O trauma sexual

Primeira tentativa
(a cena do beijo)
do Sr. K!!
O LAGO

A família de Dora e o casal K viajaram juntos para


passar as férias de verão nos Alpes.
A princípio Dora deveria passar
várias semanas na casa dos K...
 „‟A pobre mulher já é muito infeliz com o
marido, a quem por sinal não tenho em
grande conceito; ela mesma já sofreu muito
dos nervos e tem em mim seu único apoio.
Considerando meu estado de saúde, não
preciso assegurar-lhe que não há nada de
ilícito por trás de nossas relações. Somos
apenas dois pobres coitados que consolamos
um ao outro como podemos através de um
interesse amistoso. O senhor bem sabe que
não tenho nada disso com minha própria
mulher.‟‟
SINTOMAS

O sintoma significa a representação, a


realização, de uma fantasia de
conteúdo sexual, isto é,
uma situação sexual.
Caso Dora: trata-se de uma histeria com os
sintomas psíquicos e somáticos mais comuns:
dispnéia, tussis nervosa, afonia e
possivelmente enxaquecas...
Dores estomacais

“ No caso de Dora, eu começara a suspeitar da


masturbação quando ela me falou sobre as dores
estomacais da prima e em seguida se identificou
com ela...”

“É sabido que, com freqüência, as dores gástricas


surgem justamente nos masturbadores”.

(Freud, 2006, p.79)


ENURESE NOTURNA

“Ao que eu saiba, esse tipo de enurese não tem


outra causa mais provável do que a
masturbação...”
(Freud, 2006, p.76)
DISPNÉIA

“Indiquei , anos atrás, que a dispnéia e as


palpitações da histeria e da neurose de
angústia são apenas fragmentos isolados do
ato do coito, e em muitos casos, como no de
Dora, pude reconduzir o sintoma da dispnéia,
da asma nervosa, à mesma origem casual: ao
som entreouvido da relação sexual entre
adultos”.
(Freud, 2006, p.80)
Repugnância

O nojo corresponde ao sintoma do


recalcamento da zona erógena dos lábios.

Dora : “chupadora de dedos”.


Sensação de pressão

“A pressão do membro ereto provavelmente


levou a uma alteração análoga no órgão
feminino correspondente, o clitóris, e a
excitação da zona erógena foi fixada no tórax
por deslocamento para a sensação simultânea
de pressão”.

(Freud, 2006, p.39)


Evitação dos homens

“Fobia destinada a dar proteção contra o


reavivamento da percepção recalcada”.

(Freud, 2006, p.39)


TOSSE E ROUQUIDÃO

“Ela sabia muito bem, disse, que há


mais de uma maneira de se obter
satisfação sexual”.
(Freud, 2006, p.53)

Estava pensando precisamente na garganta e na


cavidade bucal.
Representava uma cena de satisfação sexual
entre as duas pessoas cuja ligação amorosa
a ocupava tão incessantemente.
Leucorréia

“ Esse asco, transferido para o contato com o


homem, seria então um sentimento projetado
segundo mecanismo primitivo mencionado
anteriormente e estaria referido, em última
instância, a sua própria leucorréia”.
(Freud, 2006, p.84)
AFONIA

“Interpretação simbólica: quando o amado


(Sr.K) estava longe ela renunciava à fala; esta
perdia seu valor, já que não podia falar com
ele”.
(Freud, 2006, p.47)
Dor no abdômen e arrastar a perna

Viagem à Viena cancelada porque o primo de


Dora estava com apendicite.

 Dora tem suposta apendicite com 17 anos,


febre alta e dor no baixo ventre.
• Após apendicite, Dora apresenta dificuldade
em andar... Arrasta a perna.

• Seqüela extremamente incomum de uma


apendicite.

“Dora arranjara para si uma doença sobre a qual


lera na enciclopédia”.
(Freud, 2006, p.100)
“Perguntei quando ocorrera a apendicite, se antes
ou depois da cena do lago. A resposta foi
imediata... Nove meses”.
(Freud, 2006, p.100)

Suposta apendicite = fantasia de um parto


(depois da cena do lago)

Arrastar a perna = se punir por um ‘passo em


falso’ de ter lido a enciclopédia.
SONHO
PAI
Representante da
Pulsão Sr. K
Outro objeto mesma
pulsão

PULSÃO
PRIMEIRO SONHO

“Uma casa estava em chamas. Papai estava ao lado da


minha cama e me acordou. Vesti-me rapidamente.
Mamãe ainda queria salvar sua caixa de jóias, mas
papai disse: Não quero que eu e meus filhos nos
queimemos por causa da sua caixa de jóias. Descemos
a escada às pressas e, logo que me vi do lado de fora,
acordei”
(FREUD, 2006, p.67)
Visita ao Sr e Sra. K nos Alpes

1˚ dia • Passeio pelo lago


• Sr. K faz proposta amorosa a Dora

2˚ dia
• Dora foi descansar no quarto e acordou com o Sr. K. ao seu lado, então
pediu a chave à Sra. K
• Primeiro dia do sonho

• Dora se trancou enquanto fazia sua toalete pela manhã

3˚ dia • A chave desapareceu durante a tarde


• Segundo dia do sonho

4˚ dia • Terceiro dia do sonho

5˚ dia • Último dia da visita ao Sr e Sra. K


Dora repetiu o sonho por três
noites:

O sonho corresponde a um
propósito.

O PROPÓSITO PERSISTE ATÉ


SER REALIZADO!
Uma casa estava em chamas...

Trata-se de que a “caixa de jóias” não


fique molhada...

Criança que brinca com fogo,


molha a cama durante a noite...

Enurese noturna de Dora durante a infância...


masturbação
Uma casa estava em chamas...

Amor ardendo de paixão...

Freud estabelece um “vínculo com amor pois


este também deixa as coisas molhadas”
(FREUD, 2006, p.74).
Papai estava ao lado da minha cama e
me acordou...

Durante o segundo dia


da visita, Dora deitou no sofá do quarto para dormir
um pouco, quando acordou viu o Sr K ao lado.

Vesti-me rapidamente...

Dora sabia que não poderia trancar a porta no dia


seguinte, então levantou e vestiu-se rapidamente
para que o Sr K não tivesse a oportunidade de
encontrá-la fazendo sua toalete.
Caixa de jóias...

Sr K presenteou Dora com uma valiosa


caixa de jóias...

seria “normal” a menina retribuir o presente com sua


“caixa de jóias”...

Caixa de jóias é uma expressão


parecida com genitália feminina...

“esse homem está me perseguindo; quer forçar a entrada em meu quarto,


minha “caixa de jóias” está em perigo e, se acontecer alguma desgraça, a culpa
é do papai”.
Caixa de jóias...

Dora estaria disposta a dar a seu


pai o que sua mãe lhe recusava e
a coisa que se trata teria a ver
com uma jóia.

“Você esta disposta a dar ao Sr. K o que a mulher dele


recusa. Ai está o pensamento que você teve que recalcar
com tanto esforço e que tornou necessária a transformação
de todos os elementos em seu oposto”.
...logo que me vi do lado de fora, acordei

Freud: Você como que disse a si mesma:


“Não terei tranqüilidade, não poderei ter
um sono tranqüilo enquanto não estiver
fora desta casa”.

É o inverso disso que você diz no sonho:


“Logo que me vi do lado de fora,
acordei”.
Funções que as pessoas executam de
maneira automática e inconsciente

“A bolsinha de dupla abertura de Dora não passava de uma


representação dos órgãos genitais, e sua maneira de brincar
com ela, abrindo-a e ali inserindo seu dedo, era uma
comunicação pantomímica bastante desembaraçada, mas
inconfundível, do que gostaria de fazer: masturbar-se”
(FREUD, 2006, p.78)
Dora sentia cheiro de fumaça antes de acordar

O Sr K, seu pai e Freud eram todos fumantes


apaixonados.

Sentir o cheiro significaria a ânsia de um beijo, que,


trocado com um fumante, necessariamente cheiraria
a fumo.

Neste momento Freud percebe indícios de uma


transferência para ele.
Infelizmente não foi possível comprovar devido a
interrupção do tratamento.
Núcleo do sonho

Dora quisera dizer a ela mesma:


“esse homem está me perseguindo; quer forçar
a entrada em meu quarto, minha “caixa de
jóias” está em perigo e, se acontecer alguma
desgraça, a culpa é do papai”.
Por isso que o sonho traz o oposto,
“um perigo de que seu pai a salva”
(FREUD, 2006, p. 71).
Núcleo do sonho

“A tentação é muito forte.


Papai, querido, protege-me de novo como
fazias em minha infância, para que eu não
molhe minha cama!”
(FREUD, 2006, p. 74).
“Eu estava passeando por uma cidade que não conhecia, vendo
ruas e praças que me eram estranhas. Cheguei então a uma casa
onde eu morava, fui até meu quarto e ali encontrei uma carta de
mamãe. Dizia que, como eu saíra de casa sem o conhecimento
de meus pais, ela não quisera escrever-me que papai estava
doente. ‘Agora ele morreu e, se quiser, você pode vir’. Fui então
para a estação e perguntei umas cem vezes: ‘Onde fica a
estação?’ Recebia sempre a mesma resposta: ‘Cinco minutos’.
[...]
[...] Vi depois à minha frente um bosque espesso no qual
penetrei, e ali fiz a pergunta a um homem que encontrei. Disse-
me: ‘Mais duas horas e meia’. Pediu-me que o deixasse
acompanhar-me. Recusei e fui sozinha. Vi a estação à minha
frente e não conseguia alcançá-la. Ai me veio o sentimento
habitual de angústia de quando, nos sonhos, não se consegue ir
adiante. Depois, eu estava em casa; nesse meio tempo, tinha de
ter viajado, mas nada sei sobre isso. Dirigi-me à portaria e
perguntei ao porteiro por nossa casa. A criada abriu para mim e
respondeu: ‘A mamãe e os outros já estão no cemitério. ”
(FREUD, 2006, p.67)
 Ruas e praças estranhas;

Carta da mãe dizendo que o pai estivera


doente e havia morrido;
 Bahnhof – Estação, perguntar 100 vezes

 “Recusei e fui sozinha”.


Onde esta a chave?

Parece ser o equivalente masculino da


pergunta “Onde esta a caixa?”
Portanto, são perguntas...pelos órgão
genitais.
Cheguei então a uma casa onde eu morava, fui até meu quarto e ali
encontrei uma carta de mamãe...

Freud relembrou da carta suicida que Dora escreveu à


seus pais...

Estamos diante do tema da morte dela ou da


morte do pai?
 “Sabe, não tenho nada com minha
mulher”;

 Vorhof – Ninfas;

 Ler grande livro sob a escrivaninha


Histeria de conversão

• É o conflito psíquico que simboliza-se nos


sintomas corporais mais diversos, paroxísticos
(exemplo: crise emocional com teatralidade), ou
mais duradouros (exemplo: anestesias, paralisias
histéricas, sensação de "bola" faríngica, etc).
• O termo "conversão" é, para Freud, correlativo de
uma concepção econômica; a libido desligada da
representação recalcada é transformada em
energia de inervação. Mas o que especifica o
sintoma de conversão é a sua significação
simbólica: eles exprimem , pelo corpo,
representações recalcadas e inconscientes.
Fragmento da Análise de
um Caso de Histeria:
CASO DORA
Ida Bauer (1890)
1888 1889 1890 1892
1882
6 anos 7 anos 8 anos 10 anos

Pai sofreu de
tuberculose
Descola-
Dispnéia mento da
Nasceu Enurese
crônica retina do
Dora noturna pai (visão
(Dora)
reduzida)
Família mudou-
se para B. (Por
10 anos)
1894 1896 1898 1899
12 anos 14 anos 16 anos 17 anos

Crise
confusional do 1ª visita a
pai Freud: Março:
Princípios apendicite
do verão

Visita do pai a Cena do


Freud beijo
Outono: a
família
Fins de
deixou B. e
junho: morte
mudou-se
Enxaqueca e da tia; Em
para a cidade
tosse nervosa Viena onde ficava a
fábrica
1900 1901 1902 1905

Família
mudou-se
para Viena
Janeiro:
redação Abril: Publicação:
Ameaçou da maior última “Fragmento
da Análise
suicídio parte do visita de um caso
caso de Dora. de Histeria”
clínico
Outubro a
dezembro:
tratamento
com Freud
O quadro clínico: círculo familiar

Dora

Irmão Pai

Mãe
Tia (paterna)
psiconeurótica grave
(Modelo)

Mãe: psicose da dona- Pai sifilítico


Dora: Histérica
de-casa (antes do
casamento)

Tio (paterno)
hipocondríaco
Anti- Tosse Idéias
Dispnéia
social
Depressão Enxaqueca Afonia suicidas [?]
nervosa
O trauma sexual

Primeira tentativa
(a cena do beijo)
do Sr. K!!
O LAGO

A família de Dora e o casal K viajaram juntos para


passar as férias de verão nos Alpes.
A princípio Dora deveria passar
várias semanas na casa dos K...
 „‟A pobre mulher já é muito infeliz com o
marido, a quem por sinal não tenho em
grande conceito; ela mesma já sofreu muito
dos nervos e tem em mim seu único apoio.
Considerando meu estado de saúde, não
preciso assegurar-lhe que não há nada de
ilícito por trás de nossas relações. Somos
apenas dois pobres coitados que consolamos
um ao outro como podemos através de um
interesse amistoso. O senhor bem sabe que
não tenho nada disso com minha própria
mulher.‟‟
SINTOMAS

O sintoma significa a representação, a


realização, de uma fantasia de
conteúdo sexual, isto é,
uma situação sexual.
Caso Dora: trata-se de uma histeria com os
sintomas psíquicos e somáticos mais comuns:
dispnéia, tussis nervosa, afonia e
possivelmente enxaquecas...
Dores estomacais

“ No caso de Dora, eu começara a suspeitar da


masturbação quando ela me falou sobre as dores
estomacais da prima e em seguida se identificou
com ela...”

“É sabido que, com freqüência, as dores gástricas


surgem justamente nos masturbadores”.

(Freud, 2006, p.79)


ENURESE NOTURNA

“Ao que eu saiba, esse tipo de enurese não tem


outra causa mais provável do que a
masturbação...”
(Freud, 2006, p.76)
DISPNÉIA

“Indiquei , anos atrás, que a dispnéia e as


palpitações da histeria e da neurose de
angústia são apenas fragmentos isolados do
ato do coito, e em muitos casos, como no de
Dora, pude reconduzir o sintoma da dispnéia,
da asma nervosa, à mesma origem casual: ao
som entreouvido da relação sexual entre
adultos”.
(Freud, 2006, p.80)
Repugnância

O nojo corresponde ao sintoma do


recalcamento da zona erógena dos lábios.

Dora : “chupadora de dedos”.


Sensação de pressão

“A pressão do membro ereto provavelmente


levou a uma alteração análoga no órgão
feminino correspondente, o clitóris, e a
excitação da zona erógena foi fixada no tórax
por deslocamento para a sensação simultânea
de pressão”.

(Freud, 2006, p.39)


Evitação dos homens

“Fobia destinada a dar proteção contra o


reavivamento da percepção recalcada”.

(Freud, 2006, p.39)


TOSSE E ROUQUIDÃO

“Ela sabia muito bem, disse, que há


mais de uma maneira de se obter
satisfação sexual”.
(Freud, 2006, p.53)

Estava pensando precisamente na garganta e na


cavidade bucal.
Representava uma cena de satisfação sexual
entre as duas pessoas cuja ligação amorosa
a ocupava tão incessantemente.
Leucorréia

“ Esse asco, transferido para o contato com o


homem, seria então um sentimento projetado
segundo mecanismo primitivo mencionado
anteriormente e estaria referido, em última
instância, a sua própria leucorréia”.
(Freud, 2006, p.84)
AFONIA

“Interpretação simbólica: quando o amado


(Sr.K) estava longe ela renunciava à fala; esta
perdia seu valor, já que não podia falar com
ele”.
(Freud, 2006, p.47)
Dor no abdômen e arrastar a perna

Viagem à Viena cancelada porque o primo de


Dora estava com apendicite.

 Dora tem suposta apendicite com 17 anos,


febre alta e dor no baixo ventre.
• Após apendicite, Dora apresenta dificuldade
em andar... Arrasta a perna.

• Seqüela extremamente incomum de uma


apendicite.

“Dora arranjara para si uma doença sobre a qual


lera na enciclopédia”.
(Freud, 2006, p.100)
Discussão do caso...

Dora

Sr. K Pai

Sra. K
Quem seria a pessoa amada por Dora?

O pai???

O Sr K???

A Sra. K???

Todos eles???
Triangulação Édipo
Pré-Édipo

Mãe

Dora Pai
Limitações do caso...

 Interrupção do tratamento por Dora;


 Ausência da mãe no processo terapêutico;
 Ainda durante o período de tratamento de
Dora, Freud adotava uma técnica
psicanalítica onde a análise partia dos
sintomas procurando esclarecê-los um a um;
 Transferência;
 Não fica explícita a linha de raciocínio
seguida por Freud para chegar às conclusões
sobre os sonhos de Dora
CONTRIBUIÇÕES DO CASO À
TEORIA PSICANALÍTICA

• O caso Dora contribuiu para os estudos sobre


a interpretação dos sonhos;
• Este caso mostra como a interpretação dos
sonhos se entrelaça na história de um
tratamento, preenchendo as amnésias e
elucidando os sintomas;
• O fracasso do tratamento levantou discussões
e reflexões sobre como trabalhar com o fator
“transferência”.
REFERÊNCIAS

 CELES, Luiz Augusto M. ‘’Dora’’ contemporânea e a crise da psicanálise.


Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso em: 05 maio 2008.

 FREUD, Sigmund. Obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de


Janeiro: Imago, 2006, 24 v.

 PINTO, Manuel da Costa. O livro de ouro da psicanálise: o pensamento de


Freud, Jung, Melanie Klein, Lacan, Winnicott e outros. Rio de Janeiro:
Ediouro, 2007.

 TOMASELLI, Tovar. Encontramos em Dora, homossexualidade ou


transtorno narcisista de gênero. (2007). Disponível em:
<www.redepsi.com.br>. Acesso em: 20 maio 2008.

Você também pode gostar