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Dedicated to making a difference

Comunicação Interna
nas Empresas
Boas práticas de comunicação interna em matéria de
desenvolvimento sustentável

BCSD Portugal
Conselho Empresarial para o
Desenvolvimento Sustentável
O Grupo PEGADA 39
A equipa Pegada 39 foi formada no âmbito do Young Managers Team
Portugal 2006, tendo como objectivo o estudo de boas práticas de
comunicação interna em matéria de desenvolvimento sustentável.

Ana Nunes
O projecto iniciou-se em 23 de Fevereiro de 2006 e durou um ano.
Reuniu representantes de 9 empresas, num total de 11 elementos, em
torno de um objectivo comum, com a motivação de deixar uma
pegada activa para a construção de um mundo sustentado. Grupo
Antonina Brandão

AS NOSSAS MOTIVAÇÕES
Catarina Cruz
As motivações para o desenvolvimento deste tema foram:
. A actualidade e urgência do tema;
. O potencial impacto dentro das empresas (universo directo de mais
de 130 000 colaboradores);
Filipe Chamiço
. Averiguar de que forma os recursos internos poderão ser
portadores dos valores das empresas.

AGRADECIMENTOS Inês Reis

Como equipa, gostaríamos de expressar a nossa gratidão a todos


aqueles que, de forma directa ou indirecta, contribuíram para que esta
publicação se tornasse realidade. Deixamos ainda uma palavra especial João Pedro Marques
de apreço:
. às empresas onde colaboramos, pela disponibilidade e apoio que
nos deram durante o período em que desenvolvemos este projecto;
edp
. às empresas associadas do BCSD, que amavelmente sinta a nossa energia
José Carlos Martins
responderam ao nosso questionário;
. ao BCSD Portugal, pelo apoio e acompanhamento
proporcionado ao longo do ano;
. às entidades que nos deram formação nos Wokshops,
permitindo o nosso crescimento profissional e pessoal em Magda Matos

várias vertentes.

AS PEGADAS...
Sónia Costa

Como irão reparar, ao longo do documento encontram-se pegadas


colocadas como fundo de página. Estas simbolizam percursos em
comunicação onde, de um “caos” inicial, se chega à “ordem” da Tânia Lopes
comunicação interpessoal através de processos complexos mas
inteligíveis, onde as pessoas se encontram e comunicam.

Tomás Furtado
Preface
This year will mark the 20th anniversary of World Commission on Environment and Development and
the Brundtland Report. Entitled Our Common Future, it defined the term sustainable development as
“forms of progress that meet the needs of the present without compromising the ability of future
generations to meet their own needs”. How successful have we been in achieving sustainable
development and how will this change over the next 20 years? To understand this, it is critical to look
to young business professionals and incorporate their perspectives in today's decision making.

Through the WBCSD's young managers initiative, decision makers with an eye on the future are
helping to build and foster capacity among their successors. Designed to provide a unique learning
experience among young professionals, the Young Managers Team (YMT) creates sustainable
development ambassadors in their companies and society. This network has proved to be a successful
formula: a vibrant learning laboratory has emerged that continues to bring significant value to the
individual participant and WBCSD companies.

Today's young managers tomorrow's business leaders not only want a rewarding and fulfilling
career, but are increasingly “dedicated to making a difference” in their companies and their
communities. The Portuguese Young Managers are replicating this model, helping their companies
become more sustainable through their innovative and creative approach. Their projects this year
around reporting and internal communications provide a valuable insight to making sustainable
development both relevant and meaningful to employees and a broader group of stakeholders.

This Portuguese program provides a great learning experience and networking opportunities for the
participants as well as for the companies they represent. At the WBCSD it is our hope that these
young managers will become agents for change, spreading the message within their companies and
across the Regional Network. I have every confidence that they will.

Björn Stigson
WBCSD President

Prefácio
O Projecto YMT Portugal - Young Managers Team foi iniciado pelo BCSD Portugal em 2005, com a
intenção de reproduzir à escala nacional uma iniciativa de sucesso originalmente desenvolvida pelo
WBCSD - World Business Council for Sustainbale Development.

O objectivo é claro: desenvolver nos jovens gestores de hoje competências profissionais que lhes
permitam lidar com os factores ambientais e sociais nos seus processos de decisão, respondendo de
uma forma eficiente e competitiva aos desafios incontornáveis do desenvolvimento sustentável.

A edição do projecto em 2006, o YMT 2006, repetiu o sucesso da primeira edição, traduzido na forte
adesão das empresas e no envolvimento dos participantes. Reuniu-se um conjunto importante de
empresas associadas do BCSD Portugal, designadamente a ANA, a CP, os CTT, a Dalkia, a DANONE, a
EDP, o Grupo Portucel Soporcel, o Grupo ProCME, a Lactogal, a LIPOR, o Metropolitano de Lisboa, a
REN, a Solvay, a Somague e a Sonae, num total de 15 empresas e 19 participantes. As duas equipas
formadas desenvolveram uma agenda de trabalho anual dedicada aos temas da Comunicação Interna
e das Motivações e Impactos dos Relatórios de Sustentabilidade.

Esta publicação é o resultado final do projecto.

Estou, no entanto, convicto de que a principal mais valia reside na experiência adquirida por cada
participante, na rede de contactos estabelecida e no forte incentivo para que cada um assuma na sua
empresa o papel de embaixador do desenvolvimento sustentável, preenchendo o objectivo último
desta iniciativa, que é o de catalizar uma mudança rumo a um futuro mais sustentável.

Faço votos de que assim seja.

Francisco Sánchez
Presidente do BCSD Portugal
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COMUNICAMOS ?
Entre 1750 e 1830, ocorreu na Grã-Bretanha a chamada
revolução industrial. Este processo, marcado pelo intenso
desenvolvimento tecnológico, constituiu a génese de
profundas mudanças que marcaram a transição de uma
economia baseada na agricultura de subsistência para um
modelo industrializado, com a consequente expansão das
sociedades de consumo. Imediatamente outras nações
europeias passaram pelo mesmo processo. Na primeira metade
do século XX, ocorreu esta transformação em países como a
Rússia e o Japão, sendo que está ainda está a ocorrer em países
actualmente em vias de desenvolvimento.

Este fenómeno, associado à subsequente explosão


demográfica, está na origem dos graves problemas a nível
ambiental e social, que já se fazem sentir actualmente e que se
irão intensificar caso não sejam tomadas medidas globais e
imediatas. Conscientes desta realidade, cada vez mais empresas
conciliam a vertente económica, ambiental e social, adoptando
iniciativas que impulsionam o desenvolvimento sustentável.

Esta mudança na filosofia das empresas é necessária e benéfica


para todos, mas será que esta transformação se reflecte na
cultura da empresa e na forma de actuar dos seus
colaboradores? Será que estes têm conhecimento dos novos
desafios que a empresa enfrenta e dos novos projectos que
desenvolve, no âmbito do desenvolvimento sustentável?

Os gestores, cada vez mais, sentem a necessidade de integrar


factores ambientais e sociais na gestão das suas empresas,
englobando-os no processo de decisão. Contudo, esta posição
nem sempre é comunicada aos colaboradores e, quando o é,
nem sempre os resultados se demonstram positivos.

Este estudo debruçou-se precisamente sobre esta temática: as


boas práticas de comunicação interna em matéria de
desenvolvimento sustentável, que permitem às empresas
informar os colaboradores sobre os seus projectos e
consciencializá-los da sua importância provocando,

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desejavelmente, uma alteração de comportamentos e um
maior envolvimento na missão das empresas.

A comunicação interna, para além de meio privilegiado para


divulgar procedimentos e processos, deve ser também
encarada como forma de comunicar estratégias e objectivos. A
melhor maneira dos colaboradores estarem motivados e em
sintonia com a empresa é, antes de mais, pela assimilação e
identificação com a estratégia e projectos da entidade onde
colaboram. Uma comunicação só é eficaz se for recebida e
apreendida pelo seu público-alvo. Não chega comunicar, é
preciso faze-lo através dos meios certos e da forma correcta.

É neste contexto que se insere o nosso estudo.

O objectivo é identificar as Boas Práticas de Comunicação


Interna em matéria de Desenvolvimento Sustentável, tendo por
amostra as empresas associadas do BCSD Portugal.

A metodologia utilizada passou pela:


1. realização de um inquérito focado em questões essenciais
como:
a) as iniciativas de Desenvolvimento Sustentável no seio de
cada empresa;
b) as formas de comunicação interna utilizadas e
c) a avaliação da eficácia das formas de comunicação
identificadas.
2. pesquisa alargada sobre as temáticas que versam quer a
comunicação interna quer o desenvolvimento sustentável,
através da análise de vários estudos de referência, tanto a
nível nacional como internacional, com enfoque em casos
de sucesso.

Como resultado do trabalho desenvolvido, foram identificadas


boas práticas, que poderão ser um guia para a criação de mais
valias para as empresas, na motivação e integração dos seus
colaboradores nesta área.

Se as empresas não conseguirem chegar aos seus


colaboradores, como será com os restantes stakeholders?

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COMO COMUNICAMOS?

Ficha Técnica
Este inquérito foi realizado às empresas associadas do BCSD Portugal, num total de 83 empresas consultadas, entre os dias 1 e 17
de Julho de 2006. O inquérito foi disponibilizado via e-mail e era composto por questões que visavam identificar:
1) A empresa;
2) Iniciativas no âmbito do desenvolvimento sustentável, num número máximo de 5;
3) A forma de comunicação das iniciativas identificadas;
4) Avaliação de eficácia da comunicação efectuadas sobre aquelas iniciativas.

No total, foram recebidos 34 inquéritos preenchidos, o que corresponde a 41% das empresas consultadas.

. As iniciativas Alguns exemplos de iniciativas recolhidas no


inquérito
Através do inquérito realizado foram comunicadas 153
iniciativas em matéria de desenvolvimento sustentável. . Alterações na política de Recursos Humanos
(formação, benefícios na área de saúde, códigos de
Analisando o número de iniciativas por inquérito, obteve-se conduta, inquéritos de satisfação, etc) - 18%
uma média de 4,5 iniciativas por empresa. Apenas duas . Promoção de alteração de comportamentos
empresas não quiseram ou não souberam identificar qualquer ambientais - 12%
iniciativa (ver Figura 1). . Processos de certificação ambiental, segurança/saúde
e acessibilidade - 11%
Nº de Iniciativas por Empresa . Implementação de processos fabris mais eficientes -
11%
30 27
. Apoio a causas humanitárias - 10%
25
N º d e E m p re s a s

. Acções de Voluntariado - 5%
20

15

10 ... Os pilares das iniciativas


5 4
2
0 1 0 Quando questionadas sobre o peso relativo de cada iniciativa
0
0 1 2 3 4 5 no que respeita aos três pilares do desenvolvimento
Nº de Iniciativas Indicadas sustentável, pode-se observar que estas incidem
preferencialmente na vertente social (44%), tendo a
Figura 1: Distribuição do número de iniciativas apresentadas por empresa.
vertente ambiental um peso de 32% e a económica de
24% (ver Figura2).

Estas iniciativas abrangeram um universo de 130 862 A vertente social engloba iniciativas de voluntariado (96%),
colaboradores, sendo que 55% destas iniciativas foram apoio a causas humanitárias (83%) e iniciativas relacionadas
desenvolvidas no seio de empresas multinacionais (peso de com alterações na politica de Recursos Humanos, tais como,
50% no total das empresas que responderam ao inquérito). formação mais frequente e específica (algumas na área de

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Desenvolvimento Sustentável), alterações de benefícios . Caracterização das formas
relacionados com seguros de saúde, códigos de conduta,
inquéritos de satisfação, entre outros (62%).
de comunicação interna
Na vertente ambiental, destacam-se iniciativas no âmbito da Foram analisadas as formas utilizadas para veicular a
promoção de alterações de comportamentos ambientais comunicação internamente no que respeita às iniciativas
(66%), implementação de processos fabris mais eficientes realizadas, destacando-se três grandes grupos: comunicação
(49%) e relacionadas com processos de certificação ambiental em suporte escrito, oral e em suporte electrónico.
(47%).
Embora a comunicação electrónica possa ser considerada
As iniciativas que se destacam na vertente económica são comunicação escrita, neste estudo ela é identificada como
partilhadas com as iniciativas sociais e ambientais, como por comunicação electrónica dado que, mesmo sendo escrita ela
exemplo, implementação de processos fabris mais eficientes não é comunicada em formato físico (leia-se cartas, faxes,
(peso económico médio de 43%), iniciativas relacionadas com memos, comunicações internas, etc), mas sim comunicada por
alterações na política de Recursos Humanos (peso económico meios electrónicos disponiveis, tais como, e-mail, intranet,
médio de 23%) e promoção de alterações de comportamentos newsletters electrónicas, etc.
ambientais (peso económico médio de 22%).
Analisando os dados provenientes do inquérito, as formas de
Na vertente económica, destaca-se o facto de iniciativas da comunicação escrita (39%) revelaram-se as mais utilizadas para
vertente social, como o Voluntariado e Apoio a Causas a divulgação interna das iniciativas e seus objectivos, seguidas
Humanitárias, terem um peso económico médio muito das formas de comunicação oral com 21% e das formas de
reduzido (3% e 7%, respectivamente). comunicação electrónica com 17%. O restante dividiu-se por
Eventos (11%), Campanhas (8%) e Programas e Comunicação
Audiovisual (4%) (Figura 3).

Pilares do Desenvolvimento Sustentável Tipos de Comunicação Interna mais Usuais

4%
8%

11%

39%

. Tipos de comunicação
Social Ambiental Económico 17%

Iniciativas do 44% 32% 24%

Desenvolvimento
21%
Sustentável
Comunicação em Suporte Escrito Eventos
Figura 2: Distribuição das iniciativas pelos pilares Comunicação Oral Campanhas e Programas
do Desenvolvimento Sustentável. Comunicação em Suporte Electrónico Comunicação Audiovisual

Figura 3: Tipos de Comunicação Interna mais utilizados pelas empresas.

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... Comunicação em Suporte Escrito
Tipos de Comunicação Oral mais Usuais

Dentro das formas de comunicação em suporte escrito


destacam-se claramente três, sendo elas as Publicações para 3%

colaboradores (20%), o Memorando / Circular / Comunicação 14%


33%
Interna. (15%) e os Relatórios (14%). Os Manuais de
Acolhimento, as Cartas, as Caixas de Sugestões, os Inquéritos e
os SMS Corporativos permanecem pouco representativos.

24%

Tipos de Comunicação em Suporte Escrito mais Usuais


Reuniões
Discursos/ Apresentações Formais
2% Face-a-Face
4% 26%
4% 20% Telefone
4% Publicações para colaboradores
Hotlines
Documentos
5%
Manual de Acolhimento
Figura 5: Tipos de Comunicação Oral mais utilizados pelas empresas.
Inquéritos
Memorando/ Circular/
10%
Comunicação Interna
15%
Folhetos/ Boletins/ Brochuras ... Comunicação em Suporte Electrónico
Cartas
11% SMS Corporativo
Relatórios A Intranet (com 40%) e o Correio Electrónico (com 37%) são
14%
11% Quadro/ Placard Informativo duas formas que demonstram uma forte expressão dentro da
Caixa de Sugestões
tipologia da comunicação em suporte electrónico. A terceira
forma de comunicação electrónica mais utilizado é o Boletim
electrónico/Jornal virtual, mas a sua percentagem de utilização
Figura 4: Tipos de Comunicação em Suporte Escrito mais utilizados pelas empresas.
cifra-se apenas nos 14%.

Comunicação em Suporte Escrito Tipos de Comunicação em Suporte Electrónico mais Usuais


Vantagens: Acessibilidade; Uniformidade da mensagem;
Forma de facilitar a difusão da imagem da empresa. 3%
6%
Desvantagens:
Não permite retorno imediato por parte do interlocutor. 14%
40%

... Comunicação Oral

No que toca à comunicação oral, duas formas surgem


Intranet
largamente evidenciadas, sendo estas as Reuniões (33%) e os
Correio Electrónico
Discursos/Apresentações Formais (26%). Com um peso menor 37% Boletim Electrónico/ Jornal Virtual
encontra-se o Face a Face (24%), o Telefone (14%) e as Infomail
Hotlines (3%). Blog

Figura 6: Tipos de Comunicação em Suporte Electrónico mais utilizados pelas empresas.

Comunicação Oral
Vantagens: Proximidade; Permite retorno imediato por parte
do interlocutor.
Comunicação em Suporte Electrónico
Desvantagens: Potencia a falta de reprodutibilidade da
Vantagens: Potencia uniformidade da mensagem; Facilita a
mensagem transmitida.
difusão da imagem da empresa; Permite retorno imediato
por parte do interlocutor.
Desvantagens: Acessibilidade limitada.

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COMUNICAMOS
EFICAZMENTE ?
A avaliação da eficácia da comunicação interna, quando Dentro destes 33% de iniciativas avaliadas, 69% foram
aplicável, foi directamente indicada pela empresa no seu consideradas eficazes pela empresa promotora, por oposição a
inquérito. O resultado da análise desta informação diferencia-se 31% das iniciativas, onde os resultados relativos à eficácia se
por ser eficaz (quando a empresa refere como avaliou a eficácia demonstraram inconclusivos (Figura 7). As iniciativas
da comunicação interna e os resultados obtidos são consideradas eficazes abrangeram 18% do universo dos
francamente positivos), ou inconclusiva (quando a empresa colaboradores envolvidos.
refere como avaliou/avalia a eficácia da comunicação interna
mas não indica resultados, não consegue identificar os Dentro das iniciativas avaliadas e consideradas eficazes, apenas
resultados ou as iniciativas ainda estão a decorrer). 55% dos métodos de avaliação usados (correspondendo a 31%
Relativamente ao universo de iniciativas comunicadas, do total de iniciativas avaliadas) se baseiam em indicadores
constatou-se que somente 33% das iniciativas foram quantitativos e, como tal, mensuráveis.
submetidas à avaliação de eficácia da sua comunicação interna.

31%

69% 45%

55%

Iniciativa Resultados Comunicação Métodos não Métodos


avaliada em avaliação eficaz Quantitativos Quantitativos
termos de inconclusivos
eficácia da
comunicação
interna

Resultados da avaliação Métodos de avaliação

Figura 7: Avaliação da eficácia da comunicação interna.

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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
Método Quantitativo - adequado para determinar, de forma mensurável, a extensão do objecto de estudo do ponto de vista do público-alvo. Um instrumento de recolha de dados é o
questionário, que pode conter questões fechadas e/ou abertas.
Método Qualitativo - utilizado na investigação de valores, atitudes, percepções e motivações do público-alvo. Pode ser desenvolvido por exemplo por: discussões em grupo e
entrevistas.

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COMO COMUNICAR
MELHOR …
Este trabalho permitiu caracterizar o tipo de instrumentos Por um lado, o número máximo de iniciativas a identificar no
utilizados pelas empresas associadas do BCSD Portugal para questionário (5) foi atingido por 94% das empresas. Verifica-se,
comunicar internamente o desenvolvimento sustentável e portanto, que o desenvolvimento sustentável é um tema
averiguar quais os mecanismos aplicados na avaliação da presente nas agendas das empresas, que assim não têm
eficácia destes meios. dificuldade em identificar acções neste âmbito.

Constatou-se que, embora as empresas recorram a uma Por outro lado, constata-se que uma parte significativa das
alargada panóplia de instrumentos para comunicar as suas iniciativas identificadas enquadra-se em acções de mecenato,
iniciativas, apenas uma percentagem reduzida avalia a eficácia filantropia e voluntariado, não estando directamente ligadas à
dos mesmos. No que respeita a esta avaliação, as empresas actividade principal da empresa (core business). Este facto
tendem a focar o sucesso da iniciativa em si, através de uma demonstra uma visão ainda limitada do conceito de
auscultação final única, mais do que a eficácia dos diferentes desenvolvimento sustentável no contexto empresarial. Traduz
meios utilizados. também uma oportunidade de melhoria através da maior
integração de acções de cariz social e ambiental no core
Isto torna difícil a comparação da eficácia entre os diferentes business da empresa, que possa criar mais valias significativas
meios alternativos para comunicar internamente. Para além para o negócio.
dissso, verificou-se que mesmo quando se avalia a eficácia,
nem sempre se utilizam métodos quantitativos, por natureza Por último, a análise dos pilares do desenvolvimento
mais fidedignos e, como tal, nem sempre se chega a resultados sustentável das iniciativas comunicadas reflectem alguns
conclusivos. padrões interessantes:

A comunicação interna é um factor chave para a empresa, . As empresas que atribuem às suas iniciativas, um peso
tanto a nível estratégico como operacional, permitindo não só social mais elevado (pilar social) atribuem nitidamente um
a integração dos colaboradores, como também a sua peso económico muito reduzido (pilar económico);
motivação. É essencial garantir uma comunicação interna eficaz
e, para tal, é vital criar mecanismos de medição de eficácia que . As empresas que atribuem às suas iniciativas, um peso
permitam com maior rigor conhecer qual o impacto de cada ambiental mais elevado (pilar ambiental) atribuem um
tipo de comunicação a nível interno. Só assim a empresa peso económico significativo (pilar económico),
poderá garantir que a mensagem desejada está a ser principalmente iniciativas que estejam ligadas à
transmitida da forma mais eficaz, isto é, com maior impacto implementação de processos fabris mais eficientes,
junto dos colaboradores e menor quantidade de recursos processos de certificação ambiental e alteração de
consumidos. comportamentos ambientais;

A auscultação das empresas permitiu algumas reflexões que, . Iniciativas cujas empresas, tenham atribuído pesos
embora não directamente enquadradas no âmbito deste semelhantes nos pilares social e ambiental, normalmente
trabalho, são reveladoras da abordagem das empresas ao também apresentam um peso económico considerável,
desenvolvimento sustentável. são os casos dos processos de certificação (ambiental,

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segurança/saúde e acessibilidade);

. Todas as empresas envolvidas apresentam iniciativas que


abrangem pelo menos dois dos pilares: social e ambiental.

Isto demonstra que as iniciativas a nível ambiental têm uma


maior aplicação do conceito de desenvolvimento sustentável
ao core business da empresa, reflectindo mais directamente as
suas mais valias para a actividade da empresa e, portanto, o seu
impacto a nível económico.

A nível social, as iniciativas desenvolvidas ainda estão mais


ligadas a acções paralelas à actividade principal da empresa e,
como tal, a percepção do seu impacto a nível económico é
mais reduzido e de menor importância.

Bibliografia

Cristina Elisabeth Arnold Beraldo “Comunicação interna


como fator estratégico nos processos de mudança -
monografia”, disponível na World Wide Web:
http://www.aberje.com.br/novo/pub_monografias.asp

PME Negócios “Como fazer um plano de comunicação


interna “disponível na World Wide Web:
http://www.pmelink.pt/

Helena Maria Ferreira Pinto Ramos “A Comunicação Interna


- Estudo de caso no CET”, 1997 disponível na World Wide
Web: http://www.prof2000.pt

“A Comunicação no coração das estratégias de


Responsabilidade Social” disponível na World Wide Web:
http://www.sairdacasca.com

Deloitte, “O Desafio do Desenvolvimento Sustentável nas


Empresas Portuguesas Relatório”, Dezembro de 2003,
disponível na World Wide Web:
http://www.bcsdportugal.org

Informação estruturante em matéria de desenvolvimento


sustentável
http://www.wbcsd.org

Department for Environment, Food & Rural Affairs,


Atmosphere, Climate & Environment Information
Progamme, “Encyclopedia of the Sustainable
Development” disponível na World Wide Web:
http://www.ace.mmu.ac.uk

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BCSD Portugal

O BCSD Portugal - Conselho Empresarial para o


Desenvolvimento Sustentável, é uma associação sem fins
lucrativos, criada em Outubro de 2001 pela iniciativa das
empresas Sonae, Cimpor e Soporcel, associadas ao WBCSD
World Business Council for Sustainable Development, em
conjunto com mais 33 empresas de primeira linha da economia
nacional. Actualmente a organização conta com 87 membros,
representando cerca de 20 áreas de negócio. A missão principal
do BCSD Portugal é fazer com que a liderança empresarial seja
catalisadora de uma mudança rumo ao Desenvolvimento
Sustentável e promover nas empresas a eco-eficiência, a
inovação e a responsabilidade social.

YOUNG MANAGERS
TEAM (YMT.Pt)

O projecto YMT.Pt, inspirado no YMT do WBCSD - World


Business Council for Sustainable Development, reune um
conjunto de jovens quadros numa agenda de trabalho anual
dedicada ao debate de um tema no âmbito do
desenvolvimento sustentável.

O aumento de conhecimento sobre a temática do


desenvolvimento sustentável e o desenvolvimento de
capacidades profissionais, aliados à oportunidade de
integração numa rede de contactos, visa potenciar o papel dos
participantes como agentes difusores e de mudança dentro das
empresas, que assim também beneficiam com esta iniciativa.

Para mais informações sobre o Young Managers Team


contactar João Tavares, joao.tavares@bcsdportugal.org ou
217973636.

Para encomendar mais publicações: info@bcsdportugal.org ou


consultar o site www.bcsdportugal.org.

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