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DIA DOS PAIS

UM DIA DE PAZ E REVELAÇÕES - DEPOIMENTOS QUE PRECISAM SER OUVIDOS

Homenageamos, neste artigo, a você, pai que desfruta do dom da vida, e também a todos aqueles que
um dia puderam, e já não podem mais, ser homenageados através de uma rosa vermelha – símbolo do evento
“Dia dos Pais” norte-americanos, conforme relata a história. A rosa foi escolhida como símbolo do evento, sendo
que as vermelhas eram dedicadas aos pais vivos e as brancas, aos falecidos.

Ao longo de nossa existência, já sabemos e ouvimos muito acerca do importante papel do pai. Estudos
recentes concluem que a presença do pai na vida da criança tem um papel fundamental para o seu
desenvolvimento sócio-emocional a vários níveis. No artigo desta edição, eu gostaria de compartilhar um pouco de
minha experiência acompanhando adolescentes e jovens em seu desenvolvimento humano, como psicóloga e
pedagoga em alguns lugares no Brasil e, em particular, na cidade de Brasília. Compartilho com você leitor, a partir
de um laboratório realizado com adolescentes e jovens, o lado prático do pai sendo fundamental na vida do seu
filho!

Tudo começou exatamente com a comemoração do “Dia dos Pais”, numa certa escola no Brasil bem
distante daqui. Eram adolescentes, numa faixa etária de 11 a 16 anos, pertencentes à classe média e alta da
sociedade. Uma escola para “privilegiados”diriam alguns estudantes de escola pública! Numa aula de redação
ministrada pelo meu esposo, os alunos escreveriam uma carta, de coração para coração, num depoimento aberto
ao seu pai, compartilhando o que gostava e o que não gostava no relacionamento entre eles e seus pais. Foi uma
linguagem agradabilíssima que eles usaram para produzirem os seus textos. Usaram a linguagem da alma, do
coração, dos sentimentos e da beleza da transparência humana. Como resultado deste trabalho colhemos inúmeros
depoimentos de filhos e filhas para seus pais. Tive o privilégio de receber todos eles, de ler cada um. Depois
separamos os mais relevantes, elaboramos um texto sintetizando os depoimentos dos filhos que foi lido e
distribuído com os pais numa reunião onde tive a oportunidade de fazer uma sensibilização com esta temática.
Lembro-me perfeitamente até o dia de hoje da maior parte deles, por ficaram gravados em minha alma. Passaram
a fazer parte da minha formação, de minhas palestras e de minhas terapias com pais. Com muita motivação e
entusiasmo, eu gostaria de compartilhar apenas três pontos que se sobressaíram em alguns dos depoimentos!

Primeiro depoimento: Aluna de 16 anos, filha de renomado juíz naquela cidade. “Pai, o maior sonho da
minha vida seria tê-lo comigo em pelo menos três ocasiões do ano, ou seja, no meu aniversário, no dia dos pais e
no natal. Infelizmente, você é um homem muito ocupado e cheio de trabalho, precisa viajar sempre, cumprir
agenda e julgar tantas pessoas... faz parte do seu importante ofício de ser um juíz. Entendo, mas quero que saiba
que sinto sua falta e choro a cada ausência sua. Gostaria de ter um pai que tivesse um pouco de tempo para mim!

Ponto destacado: É bom ser importante mas, o importante mesmo é ser bom, digo, bom pai que se faz
presente, não com presentes, caros e raros... mas com afetos e sentimentos de amor, raros sim e mais do que
caros, porque estes afetos e sentimentos são incompráveis. Nada substitui o afago de um pai. O pai é um porto
seguro para o filho!

Segundo depoimento: Aluno de 13 anos, seu pai é coordenador e professor de um curso de mestrado
numa faculdade. “Pai, como gostaria de poder ter pelo menos uma das refeições com você! Mas, não sei como
fazer acontecer porque quando acordo você está ocupado, penso que é estudando e corrigindo trabalhos dos
alunos. No almoço, voce está na faculdade e de noite não dá para falar com você, sempre o vejo só de longe
trancado no seu escritório, ocupado demais. Um dia, lembra, tentei me aproximar para falar de um probleminha
meu, você ficou furioso porque lhe interrompi e me mandou sair imediatamente!? Sinto falta de você! Não tenho
com quem conversar. Nunca saimos juntos pra lugar nenhum, nem jogamos bola... é como se eu não tivesse um
pai.

Ponto destacado: Pessoas são mais importantes do que coisas! Um filho pode ter um reinado inteiro aos
seus pés, mas se não desfruta da amizade e carinho do seu pai, ele se sente a pessoa mais miserável deste
mundo! Pobre, fraco, rejeitado, mal amado e infeliz. O pai é o bem maior de um filho!

Terceiro depoimento: Aluno de 11 anos, filho de um pai em seu terceiro casamento. “Pai, você tem
outros filhos e filhas, eu entendo. Já teve duas outras esposas e minha mãe é a terceira. É muita gente pra você
tomar conta! Muita despesa também! Mas, eu só queria que você cumprisse seu dia e horário de ficar comigo,
porque isto nunca dá certo... você sempre vai resolver problemas dos outros filhos e ex-esposas e eu fico para
depois... a desculpa é que moramos na mesma casa, mas eu nunca te vejo! Acordo, voce já saiu e vou dormir
tarde, mas você ainda não chegou do trabalho! Gostaria de ter meu pai perto de mim! Amo você, pai”.

Ponto destacado: O pai é responsável pelo filho que gera, todavia ser pai não é apenas gerar um filho. Na
realidade, é ser referencial de vida, ser presente e preparar o filho para enfrentar o mundo. Como disse alguém, se
o pai não preparar o filho para enfrentar o mundo, o mundo vai praparar o filho para enfrentar o pai!

Que todos os pais tenham um DIA DE PAZ! E, em tempo hábil, conheçam os depoimentos dos seus filhos!

Lucileide Matos, PhD – Ela tem Doutorado e


Mestrado em Clinical Counseling nos Eua. No
Brasil, adquiriu o Bacharelado e Licenciatura em
Psicologia, Especialização em Administração
Escolar, Bacharelado em Teologia e outros cursos. É
Professora da Florida Christian University e ministra
palestras na área de Psicologia, Educação e Família.

lucileidematos@counsellorlive.com

Fone: 407-206-0163/407-718-4054

Atende casais, adultos, adolescentes e grupos no consultório em Orlando e realiza palestras


em comunidades, grupos e igrejas.

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