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Formação Profissional

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AGR

ENSAIO

Conflito Israelo-Palestiniano

Janete Rodrigues
19 de Junho de 2009

Curso: Técnico/a de Controlo de Qualidade Alimentar

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Introdução

Os acontecimentos que se desenrolam no Médio Oriente podem ser melhor


compreendidos, se for passada em revista a história desta região. Registam-se aqui
alguns factos importantes que conduziram ao actual estado do país.

◊ 1917: Durante a Primeira Guerra Mundial, a Grã-Bretanha divulga a Declaração


Balfour, prometendo aos judeus que a sua nação será a Palestina, mas garantindo
o respeito pelos direitos dos palestinianos não judeus.

◊ 1948: Termina o Mandato britânico sobre a Palestina. Os israelitas declaram-se


nação independente, os exércitos árabes atacam, mas é Israel quem triunfa.

◊ 1964: Guerra dos Seis Dias – Israel lança ataques contra o Egipto, Síria, Iraque
e Jordânia, ocupando também os montes Golã, Gaza, Sinai, Margem Ocidental e
Jerusalém.

◊ 1987: Inicia-se a intifada (revolta) palestiniana, Israel responde à violência com


represálias chocantes.

◊ 1994: É estabelecida a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP).

◊ 2002: Acções bombistas suicidas provocam reacções violentas por parte dos
israelitas. Israel começa a construir um muro de separação na Margem Ocidental.

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◊ 2004: Morre Yasser Arafat.

◊ 2005: Mahmud Abbas é eleito presidente da ANP.

◊ 2006: Ariel Sharon é vitimado por um ataque cardíaco.

Israel e os Estados Unidos isolam a Palestina, cortando os auxílios

económicos.

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Os Protagonistas

Os Palestinianos

Para compreender as actuais circunstâncias do Médio Oriente é necessário ter uma


perspectiva mais aproximada dos palestinianos e dos israelitas.

O que é a Palestina e quem são os palestinianos?

A fronteira desta área conflituosa, também chamada de Terra Santa nunca foi
concludentemente definida. O nome é antigo, com origem nos filistinos, que
viveram ao longo da costa do Mediterrâneo. A Bíblia não fornece um retrato
atraente desta gente, porque eles não adoram Deus, no entanto eram formidáveis
guerreiros, foram os primeiros a usar armamento feito de ferro, triunfando
habitualmente sobre os seus inimigos. No ano 135, dedicavam os seus esforços a
destruir a presença histórica dos judeus, trocaram o nome de Jerusalém para
Palestina. Quando o cristianismo se tornou a religião do Império Romano, o nome
de Jerusalém foi recuperado. Os turcos, curdos e os cruzados europeus governaram
a Palestina, até os turcos otomanos a incorporarem no seu império, em 1516.

Na Primeira Guerra Mundial, os turcos otomanos ficaram do lado dos derrotados, de


inicio a França e a Grã-Bretanha assumiram a autoridade sobre várias partes do
Médio Oriente. A sociedade das Nações atribui à Grã-Bretanha a supervisão a
supervisão do Mandato para a Palestina, que conhecemos agora como as terras de
Israel. Os Cristãos e os árabes muçulmanos viveram na mesma terra desde o
tempo dos romanos, não existia entre os dois povos nenhum compromisso no
sentido de estabelecerem uma nação independente, preocupavam-se mais com a
família e com a tribo, só quando começou a aumentar o número de sionistas que
estavam a emigrar para a Palestina, comprando porções de terra para estabelecer
habitações permanentes, com o objectivo de criar a sua própria nação, é que as
ideias nacionalistas principiaram a tomar gradualmente forma entre os árabes.
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Em 1947, as Nações Unidas aprovaram um plano de partilha para a Palestina, os


líderes árabes opuseram-se de forma unânime. Quando os judeus se declararam
independentes como nação, os árabes atacaram-nos militarmente, mas foram
derrotados. Aos palestinianos foram deixadas duas áreas separadas, que vieram a
ficar conhecidas como Margem Ocidental e Gaza, os judeus que permaneceram no
interior da sua nova nação adoptaram o nome de israelitas, enquanto os cristãos e
os árabes muçulmanos que habitavam na Terra Santa, fora de Israel, preferiram
ser conhecidos como palestinianos. Estes, e os líderes árabes mantiveram as suas
objecções à usurpação continuada das suas terras e dos seus direitos, pelos
israelitas.

Em 5 de Junho de 1967, Israel lançou ataques militares, avançando primeiro contra


o Egipto, Síria e posteriormente sobre a Jordânia: Nos seis dias que se seguiram,
as forças militares israelitas ocuparam os montes Golã, Gaza, Sinai, Jerusalém e
Margem Ocidental. Em resultado deste conflito, mais de 320 mil árabes foram
forçados a deixar as novas zonas à Síria, ao Egipto, à Jordânia e à Palestina, que
Israel ocupou nessa altura.

A ONU adoptou uma série de resoluções que salientavam a inadmissibilidade da


obtenção de terra pela força, pedindo a Israel a retirada dos territórios ocupados.

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Após a guerra de 1967 a OLP (Organização de Libertação da Palestina) passa a


representar os palestinianos, em 1969 a OLP encontrou um líder forte, Yasser
Arafat, um palestiniano instruído, considerado dirigente máximo da organização
guerrilheira al-Fatah.

No entanto, a OLP persistiu nos seus ataques a Israel, tanto no interior dos
territórios ocupados, como lançados a partir das vizinhas nações árabes.

O êxodo seguinte dos palestinianos, em 1970 fê-los sair da Jordânia, em resultado


de uma guerra civil, deslocou-os em direcção ao Líbano, país anfitrião para os
palestinianos que não gozavam de força suficiente para os rejeitar, assim a OLP
pôde formar uma organização governamental e consequentemente uma milícia o
Hezbollah. A OLP actualmente é reconhecida como representante do povo
palestiniano.

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Os Israelitas

Os judeus foram sujeitos durante séculos, a perseguições tenazes em quase todos


os países em que se estabeleceram. Apesar dos notáveis contributos que deram a
todos os aspectos da sociedade, muitos judeus foram mortos e outros expulsos, de
terra em terra pelos seus governantes cristãos. Os líderes muçulmanos favoreciam
os judeus, relativamente aos cristãos, isto porque os viam como concorrentes
menos fortes, quando se tratava de alargar a sua influência política e religiosa.

Os árabes que viviam na Palestina lutaram, política e militarmente contra estes


novos colonos. Os Ingleses na primeira Guerra Mundial sucederam aos turcos
otomanos, como senhores da Palestina, tentaram conter as disputas sangrentas
que estavam a eclodir, através da imposição de restrições à emigração dos judeus
para a Terra Santa.

Foi depois disso, que o mundo tomou consciência dos horrores do Holocausto, e da
necessidade de reconhecer o movimento sionista e o Estado de Israel.

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A guerra que veio condicionar todas as decisões detonou em 1967. Israel triunfou,
após seis dias de combate, ocupou terras pertencentes ao Egipto, à Síria e a zonas
da Palestina que eram administradas pela Jordânia. Israel conseguiu ter, por razões
de necessidade, uma das forças militares mais poderosas de todo o mundo,
conseguindo sempre dominar os seus adversários, mas o certo é, que nenhuma das
guerras que travou resolveu as causas básicas do conflito.

Porem, grande número de árabes cristãos e muçulmanos são impelidos para o


exílio ou sujeitos a jurisdição militar, à medida que Israel vai conquistando mais
território árabe que, depois mantém sob o seu domínio. Tudo isto ajudou a tornar
mais forte o medo, o ódio e a sensação de afastamento entre as duas partes,
acabando sempre por dificultar uma reconciliação definitiva, que deve preceder o
triunfo da paz, da justiça e da segurança nesta região.

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O Muro como Prisão

Perante o crescente controlo de Jerusalém Oriental, sob a segurança relativa do


muro que rodeia o que resta da Margem Ocidental e os milhares de colonos que se
mantém do lado Oriental do muro, alguns israelitas tendem a evitar novos esforços
para procurar um acordo de paz. Utilizando a sua capacidade de domínio político e
militar, estão a impor um sistema de retirada parcial, de encapsulação aos cidadãos
muçulmanos e cristãos dos territórios ocupados.

Especialmente perturbador é o enorme muro de separação erguido nas áreas


populacionais que se transforma numa vedação que não deixa passar ninguém,
quando chega às zonas rurais. A ideia inicial de um obstáculo físico foi promovida
por israelitas moderados, como meio de prevenir ataques invasores, após a retirada
das forças de ocupação de Israel.

Além dos materiais eléctricos e de cimento, utilizados para a construção da vedação


a barreira inclui, fossos com dois metros de fundo, estradas para veículos de
patrulha, sensores electrónicos para a própria vedação e solo, captação de imagens
por medição de temperaturas e câmaras de vídeo, torres para atiradores especiais
e arame farpado, tudo em terra palestiniana.

Resumindo, seja qual for o território que Israel decida confiscar, situar-se-á sempre
no seu lado do muro, mas os israelitas continuarão ainda, a manter o controlo dos
palestinianos que estejam no outro lado desta barreira, encurralados entre ela e as
forças de Israel.

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Estrutura do Muro

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Imagem Exterior do Muro

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Síntese

Há dois obstáculos que têm sido colocados à paz permanente no Médio Oriente, que
estão interligados.

1º Alguns israelitas acreditam que têm o direito de confiscarem e colonizarem a


terra pertencente aos árabes, tentando justificar a opressão e a perseguição dos
palestinianos, que se sentem crescentemente desesperados e ofendidos.

2º Alguns palestinianos respondem com elogios e honras aos bombistas suicidas,


vendo-os como mártires, que devem ser recompensados no céu, e considerando
como vitórias as mortes de israelitas.

Por seu turno, Israel usa a vingança e a repressão como resposta, enquanto os
palestinianos militantes recusam-se a reconhecer a legitimidade de Israel, jurando
destruir esse país. Essencialmente só poderá haver paz para Israel e Médio Oriente,
quando o governo israelita estiver disposto a aceitar as leis internacionais, e a
honrar os compromissos já assumidos, através da aceitação das fronteiras legais de
Israel.

Sendo estas as condições, todos os vizinhos árabes de Israel devem comprometer-


se a honrar, por sua vez, o direito de Israel viver em paz. Será uma tragédia para
os israelitas, palestinianos e para o mundo, se a paz for rejeitada e se, se permitir
que prevaleça um sistema de opressão e violência continuada.

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Índice

Introdução---------------------------------------------------------------------2

Os Protagonistas--------------------------------------------------------------3

Os Israelitas-------------------------------------------------------------------6

O Muro como Prisão-----------------------------------------------------------8

Estrutura do Muro-------------------------------------------------------------9

Imagem Exterior do Muro----------------------------------------------------10

Síntese-------------------------------------------------------------------------11

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Bibliografia

Livro da Biblioteca Municipal Rocha Peixoto

Carter Jimmy, (2007), Paz, Sim. Apartheid, Não, Quidnovi, (pp 17-169).

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