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A CRIANÇA FEBRIL

A febre pode ser benéfica ou prejudicial, dependendo das situações. Quando


moderada, pode acelerar mecanismos imunológicos contra algumas bactérias e vírus,
entretanto, quando muito alta, poderá ter efeito contrário, prejudicando a
resposta imune e, também, precipitar convulsões em crianças susceptíveis.

Sabe-se que a temperatura corporal é variável entre indivíduos, entre


grupos etáreos e durante o período das 24hs. A atividade física, a alimentação, a
ingesta de líquidos quentes, etc...tendem a elevar a temperatura.

Em geral, considera-se febre uma temperatura retal acima de 38ºC ou axilar


acima de 37ºC. Além destas, podem ser medidas, ainda, as temperaturas oral e
timpânica.

A criança exposta a um ambiente superaquecido poderá ter sua temperatura


elevada, sem ter febre. Neste caso, a temperatura do pé e do abdômen serão
similares, contudo, se houver febre, a temperatura será mais baixa na
extremidade(pé), devido à vasoconstricção.

Como pediatra, costumamos observar que os pais, com frequência, atribuem a


febre à erupção dentária, porém, isto não é verdadeiro, em que pese poder ocorrer
um elevação na temperatura durante o episódio.

Geralmente, o risco de bacteremia(presença de bactérias no sangue) aumenta


com a magnitude da febre, sobretudo em crianças mais jovens, abaixo dos 2 anos de
idade. Cerca de 10% dos lactentes febris, com menos de 2 meses de idade, têm
infecções bacterianas graves, por isso, há uma tendência a hospitalizá-los. Já nas
crianças maiores febris, há de se distinguir entre uma infecção por virus(virose)
ou uma bacteremia oculta, quando não se tem uma fonte identificável de origem. Se,
associada à febre, surgem pequenos pontos vermelhos(petéquias) na pele, que não se
limitem à área acima da linha mamilar, teremos que afastar uma infecção bacteriana
sistêmica grave.

Há casos em que o pediatra se depara com uma criança com febre


persistente, com duração de 7 ou mais dias, com exames clínico e laboratoriais
normais, caracterizando o que chamamos de febre de origem obscura. Nessas
situações, são úteis alguns testes simples, como a verificação da VHS(velocidade
de hemossedimentação) e a relação A/G (albumina/globulina), para afastarmos uma
doença mais séria.

DR. PEDRO VIEIRA CARRANCHO-Médico Pediatra

E-mail: pedrocarrancho@hotmail.com

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