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(Poesia publicada na Rev. Bragança Ilustrada-Agosto/Novembro/1952-pg.

38)

HORA DO VERÃO

As cigarras ciciam na mangueira


Uma canção à tarde que se põe,
Indiferentes, de qualquer maneira,
Às horas que ao relógio propõe.

Quer se leve os ponteiros para a frente,


Quer venham para trás a toda a amarra,
O que não se consegue, certamente,
É mudar o horário da cigarra.

Vamos a ver se o tempo também voa,


Levando à frente a sua lança em riste,
Deixando o mundo de cabeça à toa.

Já sabemos que é grande a confusão...


Maior será, quando a cigarra triste,
Adotar essa hora de verão!

Bolívar

volta CRONOLOGIA BRAGANTINA


- Um Capítulo na História da Amazônia -

Introdução
(Autor)

O Município é a célula máter da organização nacional.


Todo e qualquer esforço para o conhecimento e soerguimento do
Brasil deve visar o Município, tanto sob o ponto de vista social, como na sua
administração e economia, no seu estudo geográfico e na sua história,
dinamizando o meio e o homem.
Além desse círculo administrativo para o qual deve convergir todo
o interesse público não devemos esquecer, no entanto, os círculos
econômicos que, grupando essas células, se estendam até onde possam
chegar as mesmas necessidades sociais em função da unidade geo–política.
A identidade de interesses cria as regiões geo-econômicas, que
devem ser como engrenagens da máquina política nacional.
Aliás, vemos que isto vai se desenhando atualmente no cenário
brasileiro, como a melhor solução para os problemas de base.
Surgiram os Planos de Valorização do Vale do Rio Doce, do São
Francisco, do Amazonas, e hão de vir os do Paraná-Paraguai, e Uruguai, e
cremos que eles nos levarão, dentro de sua diversidade antropo-geográfica, a
uma verdadeira política de união nacional.
A Amazônia ressalta, iniludivelmente, como unidade geo-
econômica digna do melhor estudo e contínuo amparo.
Pela extensão de seus limites, pelo aumento da população, pela
potencialidade de seus recursos naturais ela há de surgir, em cores vivas, no
mapa do Brasil.
Realmente chegou a hora da Amazônia, mas de todos se exige
uma parcela de esforço, um pouco mais de atividade.
Passamos do período das fábulas e das lendas ao da realidade.
E assim temos, hoje, de planejar para construir a grandeza da Amazônia
sobre bases reais e duradouras. E nada melhor do que o conhecimento
integral do vale, especialmente de sua história para ditar os rumos que
devemos seguir.
Urge, pois, a confecção de uma História da Amazônia, agora
que estamos no limiar de nova era desta portentosa região. Obra que não
será fácil executar, quando os seus elementos estão ainda esparsos e mal
conhecidos. Como tarefa precípua seria talvez mais aconselhável levantar
esses elementos em cada um de seus Municípios, para depois reuni-los, num
conjunto harmônico, como num retrato fiel do cenário histórico.
Faça-se, pois, antes de mais nada, a História dos Municípios ou
monografias das zonas econômicas.
Levados por estas considerações e movidos por este patriótico
intento, pensamos escrever a História do Município de Bragança.
Como a História da Amazônia, a História de Bragança ainda não
foi escrita.
Quanto a esta, tudo está esparso, sem seriação metódica, sem
narração exata, sem comprovação fiel e séria. O que há, quando muito, é uma
revelação dispersa, dentro do estudo da História do Pará, sem nexo de
correlação dos fatos, uns com os outros, sem nos darem o conhecimento
pleno do conjunto da História Municipal. Falta-lhe unidade, que só a
sistematização lhe pode dar.
Assim, com o objetivo de organizarmos a história do Município de
Bragança, chegamos à confecção de uma CRONOLOGIA BRAGANTINA - Um
capítulo da História da Amazônia.
Apesar das dificuldades em que nos encontramos de realizarmos
investigação e pesquisas mais profundas nos arquivos públicos e particulares
registramos com critério e exatidão tudo o que pudesse interessar à vida
municipal.
Narramos os fatos conforme nos pareceram mais consentâneos
com a verdade histórica.
Para melhor comprovar as datas e a narração são registradas
rigorosamente ao final as fontes compulsadas. Estas, mesmo não se
apresentando completas, ao nosso ver, foram contudo aproveitadas,
corrigidas e classificadas, dentro do nosso objetivo principal. Algumas vezes à
falta de melhores informações registramos o fato puro e simplesmente, sem
comentário. Uma ligeira referência ou citação encontrada aqui ou alhures
sobre a História de Bragança não deixamos nunca de aproveitar, na ânsia de
reconstituir os fatos, servindo o registro para investigações mais completas.
Damos início ao nosso estudo com o 22 de Abril de 1500 por nos
parecer que a história bragantina pode, como fizemos, relacionar-se com a
data do descobrimento do Brasil, estendendo-o até 31 de Dezembro de 1954,
ano em que se comemora o bi-centenário da Fundação da nova-Vila de
Bragança e o Centenário de sua elevação à categoria de cidade.
Como parte integrante desta CRONOLOGIA publicamos vários
documentos, alguns absolutamente inéditos, outros raramente divulgados;
procuramos com isto apresentar um Documentário próprio, como fonte para
melhores e mais sábias interpretações.
As fotogravuras ou são autênticas ou resultam de nossos
estudos, as quais publicamos sob inteira responsabilidade.
Os índices que organizamos servirão ao melhor controle da
CRONOLOGIA, facilitando sobremodo qualquer consulta sendo um roteiro
seguro para o seu manuseio.
Ai está, pois, o nosso trabalho. É apenas um Ensaio que deverá
ser constantemente revisto, corrigido e aumentado, mesmo porque em
CRONOLOGIA sempre há fatos a registrar e rever.
A natureza do estudo e as vantagens deste primeiro ensaio
servirão de base para o planejamento da História do Município de Bragança.
Cremos que estamos lançando a pedra angular de um edifício
majestoso!

Bolívar
Bordallo da Silva
Belém, 07 de
Setembro de 1955

Notas Explicativas

Ao encontrar os originais deste livro uns 3 anos atrás,


compreendi que ali se encontrava o produto de anos de dedicação e pesquisa
históricas de Bolívar Bordallo da Silva, meu tio.
Primeiramente digitei o livro, para ter um registro mais
moderno e seguro dos originais. Tarefa não muito fácil. Parte do livro, estava
datilografada e parte manuscrita. Algumas notas estavam soltas no meio das
páginas e, nós usamos a data da página onde se encontrava a nota. Ao
conferir os índices, descobrimos que algumas datas e nomes faltavam na
cronologia. O critério que usamos nesse caso, foi o de adotar o que estava
indicado no texto. Por isso, peço desculpas se algum erro tiver sido causado
pelas nossas correções. Assim como lamento profundamente não ter
encontrado as fotos que ele menciona no índice dos clichês, nem os croquis
feitos por Bolívar da antiga cidade de Bragança. Isso infelizmente se perdeu.
Foram muitas noites de trabalho árduo, mas que valeram a pena, pelo prazer
de se ter uma obra como esta trazida à vida.
O trabalho de Bolívar é muito mais que uma cronologia, é um
indicador bibliográfico para aqueles que desejam pesquisar e aprofundar seus
conhecimentos sobre a história de Bragança. Cada fato é seguida pela
indicação bibliográfica e documental. Pouquíssimos dados estão como
informação oral. Bolívar não apenas registra, mas, comenta, acrescenta novos
fatos ligados ao principal e dá informações extras de toda natureza, como no
caso da cidade do Urumajó, em que ele apresenta a origem popular e a
origem “lingüisticamente provável” desse nome.
Eu gostaria apenas de acrescentar algo sobre a construção da
igreja de São Miguel no Urumajó. Um dos responsáveis pela construção, meu
bisavô, Miguel Cardoso de Athayde, fazendeiro e comerciante da região, dono
da casa onde hoje funciona a prefeitura - segundo minha mãe, Marilda, neta
de Miguel – recebeu este nome em homenagem a Dom Miguel de Portugal,
porque seu pai era um dos portugueses miguelistas que se instalaram em
Bragança, quando da briga entre Dom Miguel e Dom Pedro I pela sucessão
do trono português. Daí ele ter doado a imagem de São Miguel para que fosse
o padroeiro da igreja por eles construída. Eu não sei se há algum registro
desse fato, imagino que não. E para que essa informação não se perca – das
pessoas que poderiam saber disso, minha mãe é uma das poucas que ainda
está viva - estou repassando a razão histórica do padroeiro da igreja do
Urumajó.
Bolívar, mais que um historiador, foi uma testemunha dos
fatos de sua época. Ele revela o espírito do seu tempo nos registros
escolhidos, e em suas notas apaixonadas, principalmente quando ele fala do
Grêmio Estudantil Bragantino. Eu diria mesmo que há um certo ar de “crônica
social”, pois nos faz reviver o nacionalismo, a preocupação com a cultura, com
a alfabetização, com a saúde, com o comércio e o progresso que motivaram
os jovens estudantes dos anos 20 e 30. Ele reflete a ânsia de ver sua querida
cidade mais próspera, mas saudável, mais culta: tema de uma geração.
Hoje, depois de ter lido este livro confesso que começo a
compreender melhor a paixão que eles sentiam por Bragança, que já foi uma
cidade muito “rica”. Rica de pessoas com uma visão, eu diria, futurista, que
pensavam grande, que queriam muito para sua cidade e seu povo. Não foi
sem razão que, do final do século XIX ao início do século XX, Bragança
possuía centenas de jornais. Foi quando chegou a estrada de ferro Belém-
Bragança e eles sonhavam um dia vê-la estendida até o Maranhão, através
de Vizeu.
Eu gostaria de poder estar contribuindo de alguma forma, ao
trabalhar pela edição do livro de Bolívar, para que os bragantinos de hoje,
possam conhecer um pouco mais da Bragança de ontem e mirando-se nos
esforços de “gente tão valorosa”, possam tentar retomar o espírito de luta e de
esperança nessa “futurosa região paraense” e fazer de Bragança não mais
um sonho de jovens do início do século, mas de hoje e de todos aqueles que
ali vivem.
Bragança tem uma história, tem uma cultura que precisa e
deve ser mais estudada, pesquisada, valorizada para que aquele sonho
passado possa então, tornar-se uma realidade presente.
Belém, 22 de Junho de 2000
Mariana Bordallo

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BRAGANTINAS
olta
(Poesias)

Introdução

Bragantinas é uma coleção de poesias baseadas na tradição


popular. Não são apenas o resultado da ocasional inspiração ou imaginação do
autor. Elas representam muito mais. São o estudo do folclore sobre danças, usos
e diversões, bebidas e manjares, utensílios e trabalhos domésticos, hábitos e
costumes, mitos, lendas e estórias da região bragantina, num registro poéticos
dos fatos estudados, usando palavras e expressões que marcam todo o sentido
popular das narrações.
Observem-se os termos grifados, que, é preciso dizer, são
rigorosamente empregados, com o seu conteúdo folclórico, aliado, todavia, à
maneira própria do autor dizer e registrar.
Cada uma dessas páginas guia-se ou completa-se com uma
síntese em prosa, com o vocabulário, e, por vezes, com a representação
paisagística, desenhos ou fotografias, dando maior ilustração e comprovação aos
motivos invocados.
É, certamente, uma apresentação nova, completa, verdadeira
da tradição, a bailar na alma do povo, que o autor procura registrar, na singeleza
do verso com uma documentação séria e exata, preservando do desaparecimento
manifestações autênticas da cultura popular.
O Autor

NOTAS EXPLICATIVAS

“Felizes os povos ou as comunidades que se apegam ao seu folclore,


com o mesmo ardor com que cultivam a fé, porque, como a Esperança, a Fé e o
Folclore devem ser as últimas coisas a morrer no seio do povo. Eis porque esta
trindade de sentimento consolidam o amor à terra, à
família, à sociedade, e à religião. Este amor à terra deve ser um
salutar bairrismo com que as instituições seculares são mantidas, a economia
consolidada, a sociedade congregada, a família mantida coesa, o comércio
próspero e finalmente o progresso em evolução crescente, caracterizando a
civilização. Esta é a cultura que herdamos dos nossos antepassados. È a
civilização que se exterioriza evoluindo em hábitos e costumes próprios da
comunidade”.
(Bordallo da Silva, Armando – Integração Amazônica do Estado
do Caité, Revista da Universidade Federal do Pará, 1974)

Quando éramos crianças, ouvíamos estórias contadas por alguma


tia velha, maravilhados, amedrontados ou simplesmente curiosos. Jamais
imaginamos o quanto ficaria em nós e o quanto isso determinaria quem seríamos
no futuro. Geralmente esquecemos e só vez por outra lembramos delas, como
fantasia infantil, sem dar-lhes a devida importância.
São lembranças. Só lembranças. Estórias contadas à luz do lampião
ou “do poste de iluminação pública” na esquina da casa de minha madrinha. Parte
integrante de minha formação pessoal. Valores ou desvalores, princípio e fonte de
minhas “missões” futuras.
Antigamente não havia como registrar os fatos históricos. Através de
um prato quebrado, um pedaço de vaso ou uma pedra, podemos conhecer
hábitos e costumes dos povos antigos. E porque não dizer que é através deles
que conhecemos um pouco mais sobre nós mesmos? Não podemos esquecer
que cada ser humano que já existiu na terra, de uma forma ou de outra, contribuiu
para que sejamos hoje aquilo que somos. Para que o homem fosse à Lua foi
preciso que um "homem das cavernas" descobrisse o fogo, a roda, a lança, até
chegarmos a ter a tecnologia que temos e que ainda teremos no futuro. Portanto,
somos a soma de todas as experiências vividas por todos os nossos ancestrais. O
nosso conhecimento é a soma desse conhecimento adquirido, não importa qual,
do mais insignificante ao mais destacado nas ciências, nas artes, na política, etc.
Por isso é preciso que estejamos atentos pra que essas experiências
não se percam no tempo, nem para que seus significados iniciais não sejam
esquecidos. Assim, quando alguém derruba uma árvore, talvez até sinta um certo
remorso, mas nem lembra porquê. No entanto, essa sabedoria nos era passada
através de estórias, as lendas de antigamente, sem que isso fosse dito
diretamente. O respeito à natureza nos era ensinado através de "causos”. Isso é
só um exemplo. Há muito mais para ler nas entrelinhas dos nossos mitos, das
nossas estórias do passado. Uma sabedoria intuitiva e cultivada através dos
milênios da nossa civilização. Nós não começamos e terminamos em nós
mesmos. Nós somos apenas mais uma gota no oceano da humanidade. Nós
somos o passado enriquecido pelas nossas próprias experiências. Aqueles que
virão depois de nós, serão mais ricos ainda, pois terão a experiência dos
antepassados, mais aquilo que viverão. Apagar o passado é apagar um pedaço
de nós mesmos.
Eu fiquei assustada quando eu disse à minha filha com 4 anos de
idade na época, que em Bragança veríamos a galinha pondo ovos... ela me
corrigiu:
- Não mamãe, o ovo vem do supermercado!
É assustador ver o quanto nós, habitantes das “cidades grandes”
nos urbanizamos ao ponto de esquecermos as coisas básicas da vida.
Este livro é dedicado particularmente aos jovens que não tiveram
a oportunidade de ouvir essas estórias diretamente de pessoas que “viveram”
essas experiências.
Mariana Tereza Bordallo Ribeiro

SUMÁRIO

DIVISÃO DAS POESIAS EM SÉRIES

Série I - Danças usos e diversões:


1. Canção Bragantina
2. Boi – Bumba
3. Marujada
4. Cavalhada
5. Ladainha
6. Xingue – Xingue
7. Tum - tum - pá
8. Bagre
9. Retumbão
10. Paisagem Bragantina

Série II - Bebidas e manjares


1. Açaí
2. Aluá e gengibirra
3. Pirão e chibé

Série III - Utensílios e trabalhos domésticos


1. O ciclo do guarumã - tipiti, paneiro, urupema, tolda, canastra e
tupé.
2. Ciclo da palha - cofo e meaçaba
3. Louça de barro - igaçaba e alguidar
4. Cuia

Série IV - Assuntos regionais, hábitos e costumes


1. Roçado e queima
2. A roça do caboclo
3. Vamos mexer farinha
4. Ferra do gado
5. Caranguejo está andando
6. Pescaria de arrasto

Série V - Mitos, lendas e estória


1. Crendice Popular
2. Curupira
3. Lobisomem
4. O boto da cunhã
5. A Cobra – grande
6. A onça e a chuva
7. Frechado de sapo
8. O Urutaí e a coruja
9. O casamento da filha do Maguari.

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olta Ø A COSTA ORIENTAL DO PARÁ
(em colaboração com o Dr. Armando Bordallo da Silva) - I
Ø DISCURSO OFICIAL DOS Parte - Tese apresentada ao X Congresso Brasileiro de
BACHARÉIS EM DIREITO – 1931 Geografia, 1943 – PREMIADA

Ø O COMÉRCIO E AS EXIGÊNCIAS Ø MENTALIDADE ECONÔMICA E


DO MUNDO ATUAL – discurso como paraninfo da A PRODUÇÃO NACIONAL - Discurso – 1943
turma de Guarda-livros de 1938

Ø GÊNESE DA IDEOLOGIA
Ø NOMES E FATOS DE NOSSA
REPUBLICANA NO BRASIL - Tese apresentada em
HISTÓRIA - Série de discursos pronunciados como
concurso para o exercício da função de Docente Livre
Orador Oficial do Instituto Histórico e Geográfico do
de História da Civilização do Colégio Estadual "Paz
Pará - 1940 – 1944
de Carvalho"- Pará – 1939

Ø FATORES DOS
Ø Diversos Discursos proferidos no
DESCOBRIMENTOS E CONQUISTAS NO SÉCULO
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO PARÁ
XV - Tese apresentada em concurso para provimento
como orador oficial no período de 1940 à 1942
efetivo da cátedra de História Geral do "Colégio
Estadual Paz de Carvalho" - Pará - 1946.
Ø O TRIÂNGULO DA
CIVILIZAÇÃO AMAZÔNICA - Tese apresentada
Ø DICIONÁRIO GEOGRÁFICO E
ao X Congresso Brasileiro de Geografia – 1942
HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE BRAGANÇA -
inédito
Ø ARTIGOS PUBLICADOS EM
REVISTAS E JORNAIS
Ø CRONOLOGIA BRAGANTINA -
- Bragança e sua Evolução
UM CAPÍTULO DA HISTÓRIA DA AMAZÔNIA -
Histórica - Síntese - 1955 - Capitanias
Cronologia comentada sobre a formação da cidade de
hereditárias
Bragança, 1954 – inédito
- Os Fundadores de Bragança -
artigo publicado na Revista Ilustrada de
1954.
Ø BRAGANTINAS (POESIAS) –
Poesias de temas folclóricos e de cultura popular,
acrescido de pesquisas feitas por Armando Bordallo da
Silva - inédito

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olta
REVISTA BRAGANTINA (1929, 1930, 1931 e

1950)

A Revista
Bragantina foi dirigida pelo Dr.
Bolivar em todas as suas
edições, inclusive na de 1950.

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SEBASTIÃO JOSÉ DA SILVA
olta
(Pai de Armando, Bolívar e Almira Bordallo da Silva)

Sebastião José da Silva, neto de Plácido José da Silva, português


miguelista que fugiu de Portugal e, chegando ao Maranhão, “encontrou no
Bacuri uma cabocla tapuia descendente de tupi” chamada Anacleta com quem
teve sete filhos, entre os quais, Pedro Alexandrino, pai de Sebastião.
Sebastião José nasceu no ano de 1874 em uma família pobre,
portanto não teve oportunidade para grandes estudos, mas, teve sorte ao
encontrar na adolescência um médico já cego que o “adotou”, a quem ele lia e
guiava, e que lhe ensinou literatura, Francês, e principalmente o gosto pela
leitura de grandes autores.
No final do século XIX foi parar em Bragança onde trabalhou
na loja de tecidos do Sr. Nazeazeno Ferreira, vindo a se tornar sócio, e assim
ele passou a ser comerciante.
No início do século XX, casou-se com Maria do Céu Cabral
Bordallo, filha de José Maria Ferreira Bordallo e Maria da Luz Cabral Bordallo,
também portugueses chegados ao Brasil pelo porto do Maranhão que, atraídos
pelo clima de prosperidade da época, foram parar em Bragança. Joaquim era
comerciante de sapatos e, com o casamento, Sebastião aos 28 anos de idade,
e Maria do Céu (D. Cotinha), aos 16 anos, tornou-se o próspero dono de uma
casa comercial chamada “Tupi”. Ele mesmo era conhecido como “Seu Tupi”.
Do casamento nasceram quatro filhos, sendo que a mais velha
Inah não durou mais que alguns poucos anos. Nasceu então Armando em
1906, Bolívar em 1907 e Almira em 1910.
Sebastião, como comerciante, participou ativamente na vida da
cidade. Foi vogal, uma espécie de vereador, para o triênio 1903-1906,
assumindo o cargo a 15 de novembro de 1903. Em 1923, também como vogal,
foi o orador oficial do Conselho Municipal na Sessão Magna comemorativa ao
centenário de independência do Brasil, ocasião em que foi inaugurado o
Monumento do Centenário situado ao centro da Praça Coronel Batista Júnior,
em frente à Igreja Matriz da Paróquia de Bragança.
Em 26 de Junho de 1927, juntamente com outros comerciantes,
fundou a Caixa Rural de Crédito de Bragança. Esta era uma sociedade
cooperativa, de responsabilidade ilimitada, pelo sistema Raifaisen, com o
objetivo principal de conceder pequenos empréstimos à lavradores de criadores
da cidade e interior. Sendo que esta sociedade foi transformada no Banco Rural
de Crédito de Bragança em 15 de Setembro de 1929, tendo ainda Sebastião
José da Silva participado como sócio fundador, juntamente com os mesmos
sócios fundadores da Caixa Rural de Crédito.
Bolívar Bordallo da Silva ainda o menciona em sua Cronologia
Bragantina, até 07 de outubro de 1930, quando toma como referência carta
sua, contando os fatos acontecidos em Bragança durante o movimento
revolucionário ocorrido no sul do país, liderados por Getúlio Vargas –
Tenentismo.
Ele morreu em 1931, antes de completar 57 anos de idade, porém
não sabemos razão exata sua morte. Sebastião José da Silva, após sua
primeira experiência como vogal do Conselho Municipal sentiu-se frustrado
talvez, por não ter conseguido realizar aquilo que ele acreditava ser seu dever
no cargo que assumira, e desesperançado escreveu um pequeno esboço sobre
a vida política do país. Nos anos seguintes, sentindo-se um pouco mais
esperançoso com o Governo Estadual do Sr. Lauro Sodré, resolveu assim
mesmo publicar seus escritos sob o pseudônimo de Zé das Selvas, com o
acréscimo de uma segunda parte, onde ele deposita sua esperança no novo
governo, de que a situação que o fizera escrever – a manipulação política e
eleitoral pelos governos municipais – tivesse um fim. Assim ele escreveu
Reflexões de um ex-vogal., um esboço crítico.
Mas, esta não foi sua única obra. Ele deixou também diversas
poesias inéditas, assim como, Crianças, e uma outra, “Baile na Roça” – 1920,
foi publicada em um número da Revista Ilustrada de Bragança.

Texto de Mariana Bordallo, baseado no discurso de Armando Bordallo da Silva.


“Discurso de posse na Academia Paraense de Letras – 31/05/1969

FOTOS DE FAMÍLIA
Bolivar - foto de formatura
Bolivar e os sobrinhos: Luis Fernando, Alberto José e Benedito
Bolivar - na kombi
Sebastião José - pai de Bolivar
Maria do Céu (Cotinha) - mãe de Bolivar
Sebastião - na casa Tupy
Armando - irmão de Bolivar
Almira - irmã de Bolivar
Marisota - esposa
Reunião do Grêmio Bragantino
Colegas da Turma de Veterinário
Franco Mártires, Armando, Bolivar e Luis Paulino - em frente à
sapataria Universal (Belém)

FOTOS DE BRAGANÇA
Brag
Bragança Hoje
ança Antiga
1
Bairro da Aldeia
2
Feira no Bairro
da Aldeia
3 1º
Congresso
Eucarístico -
1954
4 1º
Congresso
Eucarístico2 -
1954
5
Escola “José
Paulino dos

Santos Mártires:
Const
ruída em 1936 pela
Cruzada Bragantina de
Educação (liderada
pelo Grêmio Social
Bragantino e filiada a
1 Pintura a óleo do artista plástico Avis de Cruzada Nacional de
Educação) no
Castro: representando
Chumucuí.
a vista de Bragança

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