Você está na página 1de 1

Sossega, corao! No desesperes! Talvez um dia, para alm dos dias, Encontres o que queres porque o queres.

Ento, livre de falsas nostalgias, Atingirs a perfeio de seres. Mas pobre sonho o que s quer no t-lo! Pobre esperana a de existir somente! Como quem passa a mo pelo cabelo E em si mesmo se sente diferente, Como faz mal ao sonho o conceb-lo! Sossega, corao, contudo! Dorme! O sossego no quer razo nem causa. Quer s a noite plcida e enorme, A grande, universal, solente pausa Antes que tudo em tudo se transforme. Fernando Pessoa, 2-8-1933.

Você também pode gostar