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Adalberto era um cara correto, preciso e que no falhava. Adalberto era sozinho.

Adalberto, certa vez, contrariando sua existncia correta e quase matemtica esqueceuse de organizar seu relgio no novo horrio. Adalberto acordou uma hora antes, sendo assim acordou seu galo e o alimentou, acordou seu co e o sacudiu, colocou uma hora antes - a gua doce para os beija-flores. Adalberto notou que o dia estava estranho, mas sabia que diferente dele, os dias s vezes eram estranhos e tinham tortuosidades que, por vezes, o deixava meio abismado. Sabendo disso, e imaginando estar vivendo em um dia torto, Adalberto pegou uma hora antes seu carro e se dirigiu uma hora antes para na mercearia do Gomez, na cidade vizinha, onde comprava seus mantimentos da semana. E, uma hora antes Adalberto cruzou com Adalgiza que cruzou com Adalberto e que ambos cruzaram seus olhares corretos, precisos e que no falhavam. Em fraes de segundos, parados em frente mercearia ainda fechada do Gomez, pequenos sorrisos quase indetectveis se abriram e Adalberto com um sorriso mais torto que seu dia arruma sua gravata, entra na mercearia, faz suas compras depois abastece sua camioneta e vai embora para nunca mais errar.

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