Você está na página 1de 1

Soneto de Shakespeare XCIV e XLV

Se a plmbea substncia de minha carne pensamento fosse, A distncia injuriosa no estorvaria meu caminho; Pois ento, apesar da distncia, eu seria transportado Desde limites longnquos, at onde te quedas. No importaria ento, mesmo que meu p tivesse ficado No lugar da terra mais distanciado de ti, Pois o gil pensamento se transporta por sobre terra e mar, Logo que pensasse o lugar onde tivesse querido estar. Mas, ah! Me mata o pensamento que pensamento no seja, Para saltar grandes distncias de lguas quando tu te vais, Mas isso, tantas terras e guas formadas, Devo aguardar o tempo passar, com o meu lamento: Nada recebendo dos lerdos elementos Seno pesadas lgrimas, medalhas da dor de ambos: Os outros dois, o leve ar e o fogo purificante, Ambos esto contigo, onde quer que eu me quede; O primeiro meu pensamento; o outro, meu desejo. Esses presentes-ausentes escorregam em movimento rpido Pois que quando esses elementos mais rpidos se vo, Em suave embaixada amorosa, at onde te encontras, A minha vida, se constituindo dos quatro, com apenas dois Se afunda para a terra, opressa de melancolia; At que retorne a composio da vida Daqueles dois rpidos mensageiros que de ti regressaram, Que agora mesmo voltaram a mim, assegurando Que ias bem de sade, me contando tudo: Isto dito, eu me alegro; mas em seguida, no mais alegre, Eu os envio rpido de volta, e logo fico triste.

Você também pode gostar