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Inicialmente, por inferncia da literalidade da lei constitucional, a palavra casamento foi conceituada por muito tempo como: a unio

entre o homem e a mulher que juntos se propem a formar uma famlia. (art. , da CF/88) O cdigo civil dispensa valiosa ateno ao casamento, dedicando-o mais de cem artigos. A unio estvel, por sua vez ligeiramente tratada em apenas cinco artigos. Analisando a letra da lei, observa-se que h um comando expresso quando fala em casamento entre homem e mulher, tanto que um dos pressupostos de existncia daquele a diferena de sexos. Contudo, felizmente ou infelizmente, esse conceito tem sido mitigado. Com a Ao Declaratria de Inconstitucionalidade (ADI) 4277 e a Ao de Descumprimento de Preceito Fundamental 132 (ADPF), a unio estvel entre pessoas do mesmo sexo, foi reconhecida. Dessa forma, o Supremo Tribunal Federal (STF) ao analisar o texto constitucional, consolidou o entendimento segundo o qual a unio entre pessoas do mesmo sexo merece ter a aplicao das mesmas regras e consequncias vlidas para a unio heteroafetiva. Esse entendimento foi formado utilizando-se a tcnica de interpretao conforme a Constituio para excluir qualquer significado que impea o reconhecimento da unio contnua, pblica e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar, entendida esta como sinnimo perfeito de famlia. Esse reconhecimento deve ser feito segundo as mesmas regras e com idnticas consequncias da unio estvel heteroafetiva, a exemplo do reconhecimento percepo do benefcio da penso por morte de parceiro. Dessa forma, estados como: Alagoas, Bahia, So Paulo e Piau, j regulamentaram a converso da unio estvel para o casamento e, ainda, a habilitao para o matrimnio direto dos casais de mesmo sexo.

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